sexta-feira, 31 de maio de 2013

Paraná recolhe 1,2 mil toneladas de agrotóxicos proibidos


Mais de 1,2 mil toneladas de agrotóxicos proibidos no país desde a década de 1980 foram recolhidos no Paraná. A principal substância devolvida pelos agricultores do estado foi o BHC ou hexaclorobenzeno. Os defensivos fazem parte da lista dos 21 Poluentes Orgânicos Persistentes, conhecidos como POPs na lista da Convenção de Estocolmo. Pelo tratado ratificado por diversos países em 2004, diversas substâncias devem ser extintas por causar grandes males à saúde humana e ao meio ambiente.

No Paraná, pelo menos 2 mil agricultores aderiram ao programa criado pelo governo, por fabricantes de agrotóxicos e por representações do setor produtivo, como o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Sistema Faep).

O uso intenso desses defensivos no estado ocorreu até o fim dos anos 1970, quando o Paraná era apontado como um dos principais produtores de café do país e os defensivos eram usados para evitar pragas resistentes nessas plantações. Com a geada que afetou as lavouras em 1975, queimando milhões de pés de café, os produtos excedentes ficaram guardados nos imóveis.

“O estado tinha um problema com produtos obsoletos. Esses defensivos foram banidos em 1985, mas ainda tinham registros no estado e estavam escondidos nas propriedades. Se o agricultor declarasse a posse, teria que se responsabilizar pela disposição final do produto, que é cara e pouco conhecida. Sem solução, ele deixava aquilo na propriedade”, contou João Rando, diretor-presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), que representa a indústria fabricante do produto e o sistema de logística reversa de embalagens do produto, conhecido como Sistema Campo Limpo.

A tentativa de recolher os defensivos começou em 2009, quando os agricultores que tinham essas substâncias estocadas começaram a declarar a posse do material com a garantia de isenção de qualquer penalidade, já que as substâncias não poderiam ter sido guardadas. Mais de 2 mil agricultores e instituições declararam a existência de mais de 600 toneladas do produto inicialmente.

“A partir daí, estabelecemos a logística para que o agricultor pudesse devolver o produto, com as cooperativas, a Federação de Trabalhadores e as secretarias de governo [Meio Ambiente e Agricultura]. Criamos armazéns temporários para recolher tudo que, depois, foram desmontados. Todo o produto foi incinerado em condições adequadas”, disse Rando, lembrando que o programa durou nove anos, desde os primeiros debates sobre a situação no Paraná, iniciados em 2004.

A quantidade de defensivos entregue no ano passado superou as expectativas iniciais do grupo e a nova estimativa passou a ser a retirada de mais de 1,2 mil toneladas do campo, que foi concluída neste mês. O projeto tirou do meio ambiente esse volume de produto que colocava em risco a questão ambiental e a saúde”, completou.

Especialistas explicam que os medicamentos e os agrotóxicos como o BHC estão entre os mais persistentes no ambiente, podendo ser absorvidos por animais em toda a cadeia alimentar e alcançar os seres humanos, provocando doenças nervosas, imunológicas, reprodutivas e câncer.

Segundo Rando, o estado de São Paulo está desenvolvendo um programa nos mesmos moldes do projeto paranaense. Mesmo ocupando uma área maior, o uso de defensivos pelos agricultores paulistas não deve superar a marca do Paraná.

“Esse trabalho passa a servir como modelo. O projeto de São Paulo já tem quase dois anos e, como os POPs, não são um problema exclusivo do Brasil, esse programa pode ajudar até outros países que têm que eliminar essas substâncias”, concluiu.

Eco Debate

Estudo revela que 24 milhões de toneladas de lixo (37,5%) tiveram destino inadequado em 2012


Em 2012, foram enviados para destinos inadequados 24 milhões de toneladas de lixo (37,5%), segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), divulgado ontem (28). A pesquisa aponta ainda que, dos 64 milhões de toneladas de resíduos gerados ao longo do ano passado, 6,2 milhões não foram sequer coletados.

O percentual de coleta apresentou, entretanto, um aumento de 1,9% em comparação a 2011, totalizando 55 milhões de toneladas em 2012. “Percebemos, nesses dez anos de estudo, que o índice de coleta tem crescido paulatinamente, indicando que a universalização desses serviços é um caminho possível”, avaliou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

O Nordeste é a região com maior percentual de resíduos levados para destinações inadequadas, como lixões. De acordo com o estudo, 65% do lixo gerado na região, um total de 25,8 mil toneladas por dia, não tiveram destinação final adequada. Apenas 77% dos resíduos produzidos no Nordeste são coletados, sendo que a região responde por 26% (51,6 mil toneladas diárias) do lixo gerado no país.

A melhor cobertura de coleta foi verificada no Sudeste (96,8%), a região que melhor destina os resíduos, com 72% do lixo (pouco mais de 70 mil toneladas diárias) enviados para aterros sanitários. Apesar disso, 51% das cidades da região, o equivalente a 854 municípios, não tratam adequadamente os seus resíduos.

Para o diretor da Abrelpe, faltam os investimentos necessários para avançar na coleta e destinação correta dos resíduos sólidos. “As mudanças demandadas pela PNRS [Política Nacional de Resíduos Sólidos] requerem investimentos concretos e perenidade”, ressaltou. O problema, segundo Silva Filho, é que muitas cidades não têm condições de aportar esses recursos. “A maioria desses municípios tem menos de 10 mil habitantes e não dispõe de condições técnicas e financeiras para solucionar a questão dos resíduos sólidos de maneira isolada”, completou.

Agência Brasil

Japoneses fazem teste de radiação em peixes da região de Fukushima


Técnicos de laboratório no Japão analisam a presença de césio (elemento químico radioativo) em peixes capturados perto da usina nuclear de Fukushima Daiichi, que enfrentou um vazamento em março de 2011, após um terremoto e um tsunami atingirem a região.


Os testes para avaliar os níveis de radiação foram feitos na terça-feira (28) pelo Centro de Tecnologia Agrícola de Fukushima, na cidade de Koriyama. As imagens foram divulgadas nesta sexta (31).


A pesca comercial na área próxima ao complexo nuclear foi proibida desde o acidente. O único tipo de recolhimento de animais que ainda é permitido é para fins de pesquisa de contaminação, o que é feito por pescadores contratados pelo governo japonês.

G1 Natureza

Atividade agrícola impactou florestas brasileiras, revela estudo na 'Science'


O grande desaparecimento de aves frugívoras (que comem frutos) das florestas tropicais brasileiras, em decorrência da agricultura, tem causado um impacto sobre as árvores da região, que têm produzido sementes menores e mais fracas ao longo do último século. A conclusão é de uma equipe de pesquisadores brasileiros, mexicanos e espanhóis, cujo estudo será publicado na revista "Science" desta sexta-feira (31).

O trabalho foi liderado pelo especialista em ciências biológicas Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro. Segundo ele, os resultados fornecem evidências de que a atividade humana pode desencadear mudanças evolucionárias rápidas nas populações naturais.

Os autores coletaram mais de 9 mil sementes de diferentes populações da palmeira Euterpe edulis – espécie nativa da Mata Atlântica, também chamada de içara ou palmito-juçara, e ameaçada de extinção – em áreas de floresta preservadas e outras devastadas por plantações de café e cana-de-açúcar no século 19.



A equipe usou dados estatísticos, genéticos e modelos evolucionários para chegar às conclusões. Segundo os cientistas, também foi considerada a influência de vários fatores ambientais, como clima, fertilidade do solo e cobertura florestal. Apesar disso, apenas a ausência das aves que comem frutos e espalham sementes já explicaria a diminuição do tamanho dos grãos das palmeiras.

De acordo com as análises genéticas, o encolhimento das sementes na região pode ter ocorrido dentro um século após algum tipo de perturbação local. Além desses fatores, longos períodos de seca e um clima cada vez mais quente na América do Sul podem ter prejudicado ainda mais essas populações de palmeiras, alertam os pesquisadores.

Ao lado da Unesp, participaram cientistas da Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ), da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade de São Paulo (USP) na capital paulista e em Piracicaba, da Rede de Biologia Evolutiva do México, em Veracruz, e da Estação Biológica de Doñana, em Sevilha, na Espanha.

G1 

Mudança climática ameaça mais de 80% dos peixes nativos da Califórnia


Cientistas norte-americanos publicaram uma pesquisa em que estimam que 82% dos peixes nativos do estado da Califórnia devem ser extintas ainda neste século, caso a tendência da mudança climática continue no ritmo atual.

As espécies mais ameaçadas são aquelas que dependem de águas frias, como salmões e trutas típicos da região. Entre os 121 peixes considerados nativos da Califórnia, 82 vão desaparecer ou sobreviver em números muito pequenos, de acordo com a estimativa.

A mudança climática e a degradação dos ambientes aquáticos têm colocado cada vez mais espécies de peixes em risco, em todo o mundo. O processo é ainda mais intenso nas regiões de clima árido ou mediterrâneo, como é o da Califórnia.

Entre as espécies que vivem no estado, mas não são consideradas nativas, a ameaça é bem menor – os pesquisadores estimam que 19% desses peixes devem ser extintos. “Se a tendência atual continuar, muito da fauna de peixes característica da Califórnia vai desaparecer e será substituída por peixes invasores”, afirmou o autor Peter Moyle, da Universidade da Califórnia, em Davis.

O estudo é mais uma mostra do efeito que a mudança climática deve ter sobre a biodiversidade nos próximos anos. A menor variedade de espécies em todo o mundo pode ter consequências futuras sobre o meio ambiente.

G1 natureza

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Agricultura moderna e urbanização levam à perda da biodiversidade do solo


Poucas coisas são mais vitais do que a saúde da terra. Nosso abastecimento alimentar começa lá. As plantas selvagens precisam de solo saudável para crescer bem. Os herbívoros, para que possam comer as folhas, sementes e frutos das plantas. Por fim, os predadores, para que possam comer os bichos que comem as plantas. 

Um solo saudável evita doenças humanas e também contém a cura para outras enfermidades. A maioria dos antibióticos vem de lá. Os cientistas agora procuram na terra uma nova classe de remédios para enfrentar doenças resistentes a antibióticos. 

O solo supostamente desempenha um papel importante, mas pouco compreendido, na difusão do cólera, da meningite fúngica e de outros agentes infecciosos que passam parte do seu ciclo de vida na terra. 

Novas tecnologias garantiram saltos na nossa compreensão sobre a ecologia dos solos, ao permitir que os cientistas estudem os genes de micróbios da terra e acompanhem minúsculas quantidades de carbono e nitrogênio em sua passagem por esse ecossistema. 

Mas, à medida que os cientistas aprendem mais, eles percebem como sabem pouco. 

Na última década, os cientistas descobriram que o "oceano de terra" do planeta é um dos quatro maiores reservatórios de biodiversidade. Ele contém quase um terço de todos os organismos vivos, segundo o Centro de Pesquisas Conjuntas da União Europeia, mas apenas cerca de 1% dos seus micro-organismos já foi identificado. As relações entre essa miríade de espécies ainda é mal compreendida. 

Cientistas criaram recentemente a Iniciativa Global de Biodiversidade do Solo para avaliar o que se sabe sobre a vida subterrânea, para identificar onde ela está em perigo e para determinar a saúde dos serviços ecossistêmicos essenciais que o solo fornece. 

Uma colherada de terra pode conter bilhões de micróbios (divididos entre 5.000 tipos diferentes), assim como milhares de espécies de fungos e protozoários, além de nematódeos, ácaros e algumas espécies de cupim. 

"Há uma pululante organização embaixo do chão, uma fábrica com terra, animais e micróbios, cada um com seu próprio papel", disse a bióloga Diana Wall, da Universidade Estadual do Colorado, a presidente científica da iniciativa. 

O ecossistema do solo é altamente evoluído e sofisticado. Ele processa o lixo orgânico, transformando-o em terra. Filtra e limpa grande parte da água que bebemos e do ar que respiramos, ao reter poeiras e agentes patogênicos. Desempenha importante papel na quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, pois, com toda a sua matéria orgânica, é o segundo maior depósito de carbono do planeta, só atrás dos oceanos.
O uso de arados, a erosão e outros fatores liberam carbono na forma de CO2, exacerbando a mudança climática. 

Um estudo de 2003 na revista "Ecosystems" estimou que a biodiversidade de quase 5% do solo dos EUA estava "sob risco de perda substancial ou completa extinção devido à agricultura e à urbanização". Essa foi provavelmente uma estimativa conservadora, já que o solo do planeta era na época mais inexplorado do que hoje e as técnicas do estudo eram bem menos desenvolvidas. 

Há numerosas ameaças à vida no solo. A agricultura moderna é uma das maiores, pois priva a terra da matéria orgânica que a alimenta, resseca o chão e o contamina com pesticidas, herbicidas e nitrogênio sintético. 

A impermeabilização em áreas urbanas também destrói a vida da terra, assim como a poluição e as máquinas pesadas. Uma ameaça já antiga, como a chuva ácida, continua afetando a vida subterrânea, pois deixa o solo mais ácido. 

O problema é global. Em quase metade da África, por exemplo, o uso intensivo para lavouras e pastagens destruiu a camada superior do solo e causou desertificação.

O aquecimento global irá contribuir para as ameaças à biodiversidade do solo. A segurança alimentar é uma grande preocupação. O que irá acontecer com as lavouras à medida que o planeta se aquecer? Ligeiras alterações de temperatura e umidade podem ter impactos profundos, mudando a composição da vida no solo e os tipos de plantas que poderão crescer. 

Algumas plantas devem gradualmente migrar para climas mais frios, mas outras podem não ser capazes de se adaptar em novos solos. "O mundo acima do chão e o mundo abaixo dele estão muito estreitamente ligados", disse Wall. 

Os cientistas também estão descobrindo que um ecossistema saudável no solo pode ajudar a sustentar as plantas naturalmente, sem insumos químicos. "Quanto maior é a diversidade do solo, menos doenças surgem nas plantas", disse Eric Nelson, que estuda a ecologia do solo e das doenças na Universidade Cornell, no Estado de Nova York. Os insetos também são refreados por plantas que crescem em terra saudável, segundo ele. 

O que agricultores e jardineiros podem fazer para proteger seus solos? Wall sugere não lavrar a terra, deixando que a vegetação morta se decomponha, em vez de revolver o solo com o arado a cada ano. Evitar produtos químicos sintéticos é importante. Agregar adubo, especialmente adubo de minhoca, pode contribuir para fortalecer os ecossistemas da terra. 

O tema está começando a atrair a atenção merecida. Wall acaba de receber o Prêmio Tyler de Realização Ambiental, com uma dotação de US$ 200 mil, que ela diz pretender usar em pesquisas. "É a hora do show para a biodiversidade do solo", disse ela.

Folha

Municípios do Agreste pernambucano sofrem abalo sísmico nesta tarde


Um abalo de magnitude preliminar estimada em 2.5 foi registrado no limite entre os municípios de Belo Jardim e Tacaimbó, no Agreste pernambucano. O tremor foi registrado às 12h23 pelas estações de Riachuelo e Paraú, no Rio Grande do Norte, de Livramento, na Paraíba. Por motivos técnicos, a estação de Caruaru não conseguiu registrar o tremor.

De acordo com o blog do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), o epicentro está mais próximo da cidade de Tacaimbó, município onde o tremor foi mais sentido. O laboratório ainda explica que eventos sísmicos na região de Belo Jardim e Tacaimbó já ocorreram no passado e estão associados à reativação do Lineamento Pernambuco nessa região.

Uol NE

Plantas primitivas enterradas no gelo há 400 anos são achadas e cultivadas




Plantas enterradas por uma geleira durante a Pequena Idade do Gelo, há 400 anos, voltaram a ser desenvolvidas na natureza e também em laboratório. O fenômeno ocorreu após a pesquisadora Catherine La Farge e colegas da Universidade de Alberta, no Canadá, descobrirem briófitas – espécimes primitivos sem flores, como os musgos – após o derretimento e recuo da Geleira Teardrop, localizada na Ilha de Ellesmere, no Ártico Canadense.
 
Os resultados do estudo sugerem que esse grupo de plantas, que pertencem às primeiras linhagens a surgir na Terra, pode ser muito mais resistente do que se pensava e, provavelmente, contribuiu para o estabelecimento, a colonização e a manutenção dos ecossistemas polares.


O trabalho foi publicado na edição desta segunda-feira (27) da revista americana "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS) e, segundo os autores, a estrutura das plantas foi tão bem preservada pela geleira, que algumas delas deram sinais de rebrotamento, com novos caules ou ramos laterais verdes. Isso ocorreu, inclusive, com espécimes descobertos menos de um ano antes da germinação.
Para confirmar a data em que as briófitas foram soterradas, os pesquisadores usaram datação por carbono 14. A Pequena Idade do Gelo ocorreu entre 1.550 e 1.850 d.C.


A equipe também levou fragmentos das plantas para o laboratório e os cultivou, para ver a capacidade de crescimento. Ao todo, foram desenvolvidas 11 culturas de sete espécimes diferentes, que pertencem a quatro grupos de classificação biológica.

G1 Natureza

terça-feira, 28 de maio de 2013

Experiência de estudantes descobre que plantas não crescem perto de roteadores Wi-Fi


Estudantes do nono ano escolar criam uma experiência científica para testar o efeito da radiação de celulares em plantas. Os resultados podem surpreendê-lo.

Cinco jovens da nona série de uma escola na Dinamarca criaram recentemente um experimento científico que está causando um rebuliço na comunidade científica.

Tudo começou com uma observação e uma pergunta. As meninas perceberam que se dormissem com seus celulares perto de suas cabeças durante a noite, elas muitas vezes tinham dificuldade de concentração na escola, no dia seguinte. Eles queriam testar o efeito da radiação do celular em seres humanos mas a sua escola, Hjallerup Skole, na Dinamarca, não tinha o equipamento para lidar com esse tipo de experimento. Assim, as garotas planejaram um experimento que iria testar o efeito da radiação de celulares em plantas, no lugar delas.

As alunas colocaram seis bandejas cheias de Lepidium sativum, um tipo de agrião, em uma sala sem radiação, e seis bandejas de sementes em outra sala, ao lado de dois roteadores que, de acordo com os cálculos das meninas, emitiam sobre as plantas o mesmo tipo de radiação de um celular comum.

Durante 12 dias, as meninas observaram, mediram, pesaram ​​e fotografaram seus resultados. Entretanto, ao final do experimento os resultados foram por demais evidentes – as sementes de agrião colocados perto dos roteadores não tinham crescido. Muitos delas eram completamente mortas. Enquanto as sementes de agrião plantadas na outra sala, longe dos roteadores, germinaram.

O experimento obteve as meninas (foto abaixo) honras em uma competição regional de ciência e interesse de cientistas de todo o mundo.


De acordo com Kim Horsevad, o professor da Hjallerup Skole na Dinamarca, onde o experimento com os agriões ocorreu, um professor da neurociência no Instituto Karolinska, na Suécia, está interessado em repetir a experiência, em ambientes profissionais científicos controlados.

Tenho certeza de que o mundo vai continuar a ver estas mulheres jovens, e esta experiência, por muitos anos para vir.

Before Its News

domingo, 26 de maio de 2013

Baratas evoluíram para evitar armadilhas com açúcar, diz estudo


As baratas são uma das pragas mais comuns do mundo animal e comem de tudo, menos açúcar. Isso porque elas evoluíram e aprenderam a evitar essa substância em armadilhas, aponta uma pesquisa publicada online na edição desta quinta-feira (23) da revista americana "Science".

Os cientistas concentraram o estudo na Blatella germanica (conhecida como barata-germânica ou francesinha), uma das 5 mil espécies de baratas, cujo habitat vai desde casas e apartamentos até escritórios, ou seja, qualquer lugar onde os seres humanos passam e deixam restos de alimentos para trás.

Um aparente "desdém" pelas armadilhas contendo doces foi observado pela primeira vez em algumas dessas baratas no começo dos anos 1990, cerca de oito anos após as iscas comerciais à base de glicose chegarem ao mercado e terem seu uso disseminado, afirmou à agência France Presse o professor de entomologia (ciência que estuda os insetos) Coby Schal, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA.

Segundo os pesquisadores, as baratas evoluíram "incrivelmente rápido", e as novas gerações passaram a herdar uma aversão genética à glicose. Agora, Schal afirma que ele e seus colegas sabem por que isso acontece.

As baratas com aversão à glicose usam seus pequenos pelos do paladar para retirar amostras de alimento e ver se eles contêm glicose, cujo sabor para elas é amargo, e não doce.

"Elas saltam para trás como se tivessem levado um choque elétrico. É um comportamento muito, muito claro. Elas simplesmente se recusam a ingeri-lo. É um pouco como se você colocasse algo realmente amargo ou ácido na boca e imediatamente quisesse expeli-lo", explicou Schal. É difícil, porém, saber qual percentual de baratas desenvolveu aversão à glicose.

O estudo

Schal e seus colegas capturaram amostras de vários animais que causaram infestações em países como EUA, Rússia, Porto Rico e Coreia do Sul. Das 19 populações analisadas, sete continham baratas com aversão à glicose.

"É um fenômeno global. Não é restrito aos Estados Unidos", afirmou o cientista.

Para ilustrar o quanto esses insetos são perspicazes para sobreviver e prosperar sem glicose, a equipe filmou as criaturas enquanto escolhiam entre uma porção de gelatina à base de frutose e outra próxima com glicose.
Os pesquisadores também fizeram um vídeo das baratas evitando totalmente uma porção de geleia contendo glicose e concentrando-se em volta de uma bola de pasta de amendoim.

"Estamos mostrando que as baratas podem aprender incrivelmente bem. Elas podem associar a punição de degustar a glicose com o cheiro da isca", destacou Schal.

"Até onde sabemos, elas não fazem nada pela ecologia, além de serem pragas em nossos lares, associando-se a nós e provavelmente transmitindo doenças", declarou à AFP.

A indústria já sabia

Exterminadores profissionais já conhecem essa aversão das baratas há algum tempo. Por isso, a indústria agroquímica resolveu alterar as iscas para substituir a glicose por outros atrativos.

"Não usamos nenhum tipo de armadilha à base de açúcar durante anos", disse Bob Kunst, presidente da Fischer Environmental, empresa de controle de pragas no estado americano de Louisiana.

Kunst, que não participou do estudo, descreveu as baratas-germânicas como "pequenas criaturas imundas", pois podem transportar salmonela, uma bactéria geralmente presente em ovos, leite ou carne e capaz de causar intoxicação alimentar.

"Eu diria que alguns carboidratos elevados e proteínas básicas são muito populares com as baratas", apontou Kunst.

G1 Natureza

Trabalhadores ganham dinheiro recuperando áreas degradadas


Para refazer, é preciso primeiro resgatar e, muitas vezes, o resgate está no alto: a 40 metros de altura.

Parece aventura, mas é trabalho pesado. Uma câmera foi instalada no capacete do David de Souza, conhecido como Marola, para acompanhar a subida dele na sapucaia. Ele busca sementes em propriedades particulares, com autorização dos donos e depois vende para viveiristas. Esse esforço todo é para garantir qualidade.

Embaixo da árvore fica cheio de fruto de sapucaia, eles caem no chão mas estão vazios, não tem nenhuma semente dentro. “Aqui nós temos uma concorrência muito grande, papagaios, morcegos e também as pacas que moram aqui na região. Quando ele abre lá em cima, o papagaio já come lá em cima mesmo. Aqueles que não conseguem comer, ele rói, então essa semente não tem mais como levar para o viveiro para germinar. À partir do momento que ele fere a casca da semente entra um fungo, pega uma bactéria e a semente apodrece", completa Marola.

A casa do Marola, que também é pastor, fica em um assentamento. É ali que ele guarda as sementes que coleta. Ele pega na mata de acordo com as encomendas."Minha família toda é sustentada com vendagem de semente", afirma ele.

O Marola é o primeiro elo desta cadeia de replantio, que tem ainda o Dilsinho e o Anilson, que plantam mudas, o Pedro e o Ricardo, que fazem projetos de restauração, o André, que é dono de um viveiro, o seu Domingos, que comercializa sementes, o Bruno, banqueiro que planta florestas para negociar no mercado financeiro e o Júnior, que tem palmeira ornamental em área de reserva legal. Todos movimentando dinheiro com o reflorestamento.

Voltando ao Marola, ele faz parte de uma cooperativa de Caraíva, distrito de Porto Seguro, a Cooplantar, Cooperativa de Reflorestadores de Mata Atlântica do extremo sul da Bahia. Caraíva é uma vila de pescadores conhecida pelo turismo e a comunidade é muito ligada  à preservação do lugar.

No verão, não falta trabalho para o pessoal de Caraíva. Entre dezembro e fevereiro, tem movimento de turista de dia, à noite e os moradores conseguem ganhar dinheiro nas pousadas, nos bares, nos restaurantes ou nos barcos, fazendo a travessia do rio Caraíva.

Na sede da Cooplantar, que foi fundada em 2007, a reunião hoje é pra organizar o grupo que vai a campo fazer a manutenção de uma área que eles restauraram.

“Nesse período todo da cooperativa, a gente já recuperou 604 hectares e demos manutenções também nessas áreas, incluindo também empresas de celulose e propietários rurais. Porque a empresas de celulose, é a maior proprietária de área aqui dentro dessa região da bacia do rio Caraíva. Então a gente precisa deles também como parceiros pra gente recuperar essas áreas dentro da empresa”, explica o agricultor José Dilson da Silva, o Dilsinho, segundo da rede.

A cooperativa tem 40 associados e participou do projeto de reposição florestal do gasoduto cacimbas-catu, da Petrobrás. Através de uma parceria com o Instituto Bioatlântica, foram plantadas ali 130 espécies nativas. Trabalho que trouxe de volta pra casa o Anilson Dias, o terceiro da nossa rede, que havia se mudado para Brasília atrás de emprego. Ele trabalha ali há dois anos e oito meses.

Para desenvolver o projeto, o pessoal da cooperativa  foi treinado  por uma equipe de pesquisadores da Esalq de Piracicaba, em São Paulo.

Este grupo  de trabalho cria parcerias com algumas empresas privadas, para testar modelos de recuperação ambiental, visando também o aproveitamento econômico.

Em um experimento em Mucuri, na Bahia, o modelo usa três grupos de espécies diferentes, de ciclos de crescimento distintos e funções diversas.

O primeiro grupo cresce mais rápido e serve para sombrear a área. Nesse caso foi usada a aroeira pimenteira ou pimenta-rosa. O segundo grupo é o das chamadas  espécies iniciais, que fornecem madeira, mas não demoram tanto tempo assim para crescer e nem têm valor de mercado muito alto. Nesse caso, o guapuruvu.

E, no terceiro grupo, as madeiras nobres, essas sim com aproveitamento financeiro maior, mas de crescimento lento, como o jatobá.

O agrônomo Pedro Brancalion , o quarto da nossa rede, explica a vantagem para o produtor:
Ele começa aos dois anos tirando frutos da pimenteira "Continua colhendo frutos da pimenteira. depois de cinco anos, ele já pode colher o guapuruvu. Madeira innicial. E depois de 15 a 20 anos ele já inicia a exploração de madeira nobre. E depois inicia-se um ciclo contínuo de exploração de  madeira nobre de espécies, com diferentes ritmos de crescimento. Então é um sistema que permite um ingresso econômico para o produtor constante, diferente dos modelos iniciais que plantavam apenas as espécies de cresdicmento lento, que demoravam pra sombrear o solo, que geram custos elevados de manutenção", explica ele

Acompanhamos o chefe da equipe de pesquisadores da Esalq, o biólogo Ricardo Ribeiro Rodrigues  - o quinto da nossa rede - em outro experimento, agora na cidade de Aracruz, no Espírito Santo. Ali o modelo mistura nativas com eucalipto, por causa de uma grande empresa de produção de papel e celulose  da região. Muitos pequenos produtores optam por essa cultura, por causa da fábrica.

O professor Ricardo explica que esses estudos pretendem mostrar a viabilidade desses modelos em as áreas de reserva legal com aproveitamento econômico, principalmente nas áreas que ele classifica como de baixa aptidão agrícola. "A proposta desses experimentos é isso. Não é usar área agrícola de alta aptidão, não é substituir pasto produtivo, não é substituir eucalipto produtivo, não é nada disso. É ocupar essas pastagens que estão alocadas em áreas de baixa aptidão agrícola, que são essas encostas, morros, esses fundos de grotas, e que poderiam estar sendo ocupadas por um processo de plantio de nativas  para exploração exonômica, num ciclo de exploração econômico que vai causar um rendimento econômico pelo menos três a quatro vezes maior do que com o rendimento hoje com essa pecuária de baixa produtividade".

G1

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Pesquisadores descobrem 2 novas espécies de aracnídeos no Nordeste


Um grupo de pesquisadores brasileiros descobriu duas novas espécies de aracnídeos escavadores no Nordeste. Os animais, da ordem Schizomida, são parentes de escorpiões, aranhas e carrapatos, e foram encontrados no Ceará e no Rio Grande do Norte.

Os autores relataram o achado em artigo publicado esta semana na revista científica "Plos One". Com a descoberta, sobe para quatro o número de aracnídeos escavadores descritos no Brasil até agora, e para 25 os conhecidos em toda a América do Sul.

A primeira espécie, encontrada no Parque Nacional Ubajara, no Ceará, recebeu o nome de Rowlandius ubajara. Os animais vivem em regiões de cavernas de uma área remanescente de mata atlântica em plena caatinga.

Já a outra espécie foi descoberta em uma região de caatinga no Rio Grande do Norte e recebeu o nome de Rowlandius potiguar.

Em entrevista à agência EFE, o biólogo especialista em aracnídeos Adalberto José dos Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um dos responsáveis pelo trabalho, disse que esses aracnídeos se alimentam de sementes depositadas nas cavernas e de outros pequenos insetos que são atraídos pelas fezes de morcegos e capturados com um par especial de patas.

"Embora as espécies sejam de cavernas, há evidências de que uma das duas pode ser encontrada fora desses ambientes, e poucos indícios que estejam exclusivamente adaptadas à vida na escuridão", afirmou o biólogo.

A ordem Schizomida tem cerca de 240 espécies descritas, e a maioria vive em zonas tropicais do México e do Caribe. Esses aracnídeos medem entre 2 e 5 milímetros de comprimento e, por causa de seu tamanho, são raros e pouco estudados pelos cientistas.


As duas novas espécies descobertas no Nordeste também têm o que os pesquisadores chamam de "olho falso", comum entre outros animais do grupo. Isso significa que possuem uma membrana no lugar dos olhos, e acredita-se que os indivíduos se orientem não pela visão, que provavelmente é ruim, mas por outros sensores.

"As novas espécies foram descritas a partir de características microscópicas de seus genitais, que os diferencia de outros animais do mesmo gênero", explicou Santos.

De acordo com o biólogo da UFMG, a descoberta acrescenta componentes até agora desconhecidos à rica biodiversidade brasileira, e mostra o país como habitat de espécies que são mais comuns no Caribe e em áreas tropicais das américas Central e do Norte.

Os novos aracnídeos foram descritos em artigo assinado por Santos, em conjunto com Rodrigo Lopes Ferreira, pesquisador da Universidade Federal de Lavras (MG) e responsável por colher as espécies; e Bruno Alves Buzatto, especialista em variações morfológicas (da forma) entre artrópodes machos.

G1 Natureza

Estudo prevê empreendimentos comerciais na Lua em 2020


Pesquisadores de várias empresas podem estar vivendo na Lua quando astronautas da agência espacial americana (Nasa) partirem para visitar um asteroide na década de 2020, aponta um novo estudo sobre futuras missões espaciais tripuladas.

A pesquisa feita pela empresa de tecnologia espacial Bigelow Aerospace foi encomendada pela Nasa e mostra "bastante empolgação e interesse de várias empresas" nesses empreendimentos, disse Robert Bigelow, fundador e presidente da companhia, que tem sede em Las Vegas.

Para fazer o estudo da Nasa, a Bigelow Aerospace analisou ​​cerca de 20 empresas, agências espaciais estrangeiras e organizações de pesquisa.

A gama de projetos vai desde pesquisas farmacêuticas na órbita da Terra até missões na superfície da Lua, informou Bigelow em teleconferência na quinta-feira (23), citando um esboço do estudo, que será lançado dentro de algumas semanas.

A Nasa também pretende continuar o programa da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), com visitas de astronautas a um asteroide em 2025, e a Marte cerca de uma década mais tarde.

O orçamento proposto pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para o ano fiscal que começa em 1º de outubro é de US$ 105 milhões (R$ 215 milhões) para a Nasa começar a trabalhar na missão de encontrar um pequeno asteroide e reposicioná-lo ao redor da Lua, na intenção de uma futura visita de astronautas.

Mas empresas privadas, como a Bigelow Aerospace, têm mais interesse na própria Lua, disse Bigelow a repórteres durante a teleconferência. O fundador da empresa também não fez segredo sobre sua ambição de adquirir, alugar e operar habitats espaciais infláveis na órbita da Terra e na Lua.

O chefe de operações espaciais da Nasa, William Gerstenmaier, revelou na mesma conferência que "é importante saber que há algum interesse em atividades na Lua e na superfície lunar".

"Podemos tirar proveito do que o setor privado está fazendo" em áreas como transporte espacial, sistemas de suporte à vida e outras tecnologias necessárias para uma viagem além da órbita da ISS, a 400 km, acrescentou.

G1

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Cientistas acham novo inseto nas Filipinas e batizam de formiga-pirata


Cientistas das Filipinas descobriram uma nova espécie de formiga que recebeu o nome de formiga-pirata devido a uma pigmentação diferente distribuída pelo corpo.

De acordo com o estudo, publicado na revista “ZooKeys”, exemplares fêmeas da espécie Cardiocondyla pirate são reconhecidas por possuírem listras escuras ao redor dos olhos que lembram um tapa-olho, acessório sempre relacionado aos piratas.


Os pesquisadores da Universidade de Regensburg, da Alemanha, descobriram a nova espécie durante uma viagem para coleta de insetos do gênero Cardiocondyla, conhecido por sua diversidade morfológica e comportamental.

Mas o que ainda é um mistério para os cientistas é como funciona o padrão de pigmentação dessas formigas, que serve, de acordo com o estudo, para diferenciar o gênero sexual e confundir predadores.

G1

Agência meteorológica dos EUA prevê ao menos 7 furacões em 2013


A temporada de furacões do Atlântico Norte vai ser "ativa" em 2013, afirmou nesta quinta-feira (23) a principal agência meteorológica dos EUA.

Estão previstas entre 13 e 20 tempestades tropicais, sendo que entre 7 e 11 delas devem se transformar em furacões, de acordo com a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica).

Destas, de 3 a 6 podem atingir a categoria 3, com ventos de mais de 177 quilômetros por hora.

A temporada começa oficialmente em 1º de junho e tem seu auge entre o fim de agosto e meados de novembro.
 
G1 Natureza

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Municípios da PB têm até dia 30 para solicitar vistoria da Garantia Safra


O prazo de solicitação de vistoria e indicação do técnico vistoriador do Garantia-Safra 2013 se encerra no dia 30 deste mês. O alerta é feito pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba (Sedap). Na Paraíba, para a safra atual, o programa conta com 98.327 mil agricultores familiares aderidos, em 177 municípios.

O secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Marenilson Batista, informa que dos 110 municípios aderidos, 53 já concluíram a solicitação de vistoria, e ressalta que os agricultores aderidos ao programa nas cidades que não realizarem o processo até a data prevista não vão poder receber o benefício.

O programa é uma ação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), executada em conjunto com agricultores familiares, prefeituras e governos estaduais, que garante o benefício de R$ 760,00 para os agricultores familiares que vivem em municípios que tiveram perda de, pelo menos, 50% da produção agrícola por causa da seca ou do excesso de chuvas.

O seguro representa um investimento de aproximadamente R$ 5,7 milhões, por parte do Governo do Estado. “É um programa que vem tendo mais adesões a cada ano, garantindo a produção do agricultor mesmo quando as questões climáticas são adversas", acrescenta Marenilson Batista.

Dispensa de laudos

De acordo com a portaria nº 17/2013, publicada no Diário Oficial da União, está dispensada, excepcionalmente, a realização dos laudos amostrais nas lavouras dos agricultores familiares aderidos na Safra 2012/2013. A medida se aplica somente aos municípios que solicitaram vistoria e aos que os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicarem perda média igual ou superior a 50% das culturas de milho, feijão, arroz, algodão e mandioca.

G1 PB

Pesquisadores da UFRN anunciam descoberta de estrela gêmea do Sol


Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) anunciaram a descoberta da CoRot Sol 1, nome dado à estrela gêmea solar conhecida como a mais distante da Via Láctea, galáxia que abriga o Sistema Solar. De acordo com os cientistas, a análise do astro ajuda a prever o futuro do Sol, além de dar aos astrônomos a oportunidade de testar as atuais teorias da evolução estelar e solar.

O líder da equipe de pesquisadores, José Dias do Nascimento, explica que a CoRoT Sol 1 é cerca de 2 bilhões de anos mais velho que o Sol, mas o período de rotação de ambos é quase o mesmo. "É a única estrela com essas características que é mais velha do que o Sol", informa o astrônomo. A massa e composição química de ambas é semelhante, conforme o estudo desenvolvido na UFRN. No entanto, ao contrário das outras gêmeas solares, que são relativamente brilhantes, o brilho da CoRoT Sol 1 é 200 vezes mais fraco do que o do Sol.

O fato de a estrela gêmea estar em um estágio ligeiramente mais evoluído que o Sol será utilizado para análises sobre o futuro do Sistema Solar. "Em 2 bilhões de anos, na idade que o Sol terá a idade atual da gêmea solar CoRoT Sol 1, a radiação emitida pelo Sol deve aumentar e tornar a superfície da Terra tão quente que a água líquida não poderá mais existir lá em seu estado natural", comenta Nascimento. As informações analisadas pela equipe foram captadas pelo satélite CoRoT, lançado em 2006 e operado do Havaí, nos Estados Unidos.

O astrônomo pondera que determinar a idade de uma estrela é, provavelmente, um dos aspectos mais difíceis da análise, porém espectros de alta qualidade podem ajudar a determinar as idades estelares. O grande espelho de 8,2 metros e a precisão do telescópio Subaru foram essenciais para tornar possível a realização do estudo dos espectros da estrela gêmea.

Satélite captou 230 mil estrelas

A equipe planeja usar o telescópio Subaru para continuar a investigação sobre novas estrelas similares ao Sol. "Nos últimos 30 anos, apenas cinco estrelas foram descobertas", informa José Dias do Nascimento. De acordo com o astrônomo, o satélite CoRoT forneceu a observação de 230 mil estrelas. Usando um método criado na própria UFRN foram escolhidas as candidatas a gêmea.

"Sobraram 500 estrelas e, dessas, pedimos para observar 30. Analisamos quatro e duas se apresentaram muito parecidas com o Sol, com a diferença que em uma delas o espectro não ficou bom e na outra fico excelente, muito parecido com o Sol. Isso tornou a descoberta ainda mais preciosa", detalha Nascimento, que continuará a busca por astros gêmeos. "Agora vamos atacar outras estrelas. Queremos achar a estrela gêmea dois, três e daí por diante".

Pesquisa e descoberta



O anúncio da estrela gêmea solar foi feito na última sexta-feira (17). A descoberta faz parte do artigo intitulado “"The Future of the Sun: An Evolved Solar Twin Revealed by CoRoT", que está aceito para publicação e sairá em breve na revista "Astrophysical Journal Letters" (ApJL).

A equipe de cientistas responsável pela descoberta é composta por José Dias do Nascimento, da UFRN, que lidera o grupo; Jefferson Soares Costa e Matthieu Castro, também da UFRN; Yochi Takeda, do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ); Gustavo Porto de Mello, do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Jorge Melendéz, da Universidade de São Paulo (USP).

G1 Ciência

terça-feira, 21 de maio de 2013

Ação humana coloca planeta em nova era geológica, dizem cientistas


A atividade humana transformou o planeta de forma tão permanente e vasta nos últimos dois séculos que a Terra entrou em uma nova era geológica, o Antropoceno.

É o que defendem cientistas e geólogos que discutirão nesta semana o impacto da ação humana e da natureza sobre os sistemas hídricos globais, na conferência Water in the Anthropocene (Água no Antropoceno, em tradução livre), organizada pelo Global Water System Project (GWSP), em Bonn, na Alemanha.

De acordo com os pesquisadores, o crescimento populacional, a construção de metrópoles, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis provocaram um efeito no planeta comparável ao derretimento de geleiras ocorrido há 11.500 anos -- evento que marca o início da era conhecida como Holoceno na escala de tempo geológico.

A escala de tempo geológico estabelece éons, eras, períodos, épocas e idades que permitem categorizar as diferentes fases que vão da formação da Terra ao presente.

O termo "Antropoceno", cunhado pelo Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen em 2000 e adotado por parte da comunidade acadêmica na última década, ainda não é reconhecido oficialmente.

Segundo a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS, em inglês), responsável pela definição da escala de tempo da Terra, estamos, ainda, no Holoceno (iniciada há 11.500 anos).

O Holoceno, por sua vez, faz parte de espaços de tempo geológicos mais extensos: o período Quaternário (há 1,8 milhões de anos), o Cenozoico (há 65 milhões de anos) e o éon Fanerozoico (há 543 milhões de anos).

Para uma ciência que trabalha com escalas relativas à história de 4,5 bilhões de anos da Terra, o surgimento do homem (cerca de 200 mil anos atrás) é um fenômeno recente e por isso costumava ocupar uma posição periférica nos estudos geológicos.

Pela primeira vez, no entanto, o assunto está sendo analisado formalmente -- a ICS convocou especialistas que têm até 2016 para analisar os estratos geológicos e definir o que seria o fim do Holoceno e o início do Antropoceno.

Indícios do Antropoceno

"Reconhecer a ideia do Antropoceno é reconhecer o impacto irreversível das atividades do homem, que afetam não somente os sistemas de água e recursos naturais do planeta, mas também o que essas ações significam no futuro das espécies", disse à BBC Brasil Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU e um dos moderadores da conferência em Bonn.

Para demarcar mudanças na escala de tempo geológica como a proposta do Antropoceno, geólogos analisam marcas deixadas em rochas sedimentares e organismos fossilizados.

Segundo os especialistas da GWSP, o homem move mais rochas e sedimentos do que as forças do gelo, do vento e da água, acelera processos de erosão e libera mais nitrogênio no ar do que plantas e outros organismos seriam capazes, principalmente desde a segunda metade do século 20.

Mais do que ocupar a superfície da Terra de forma extensa -- como já aconteceu em épocas anteriores --, a urbanização, a globalização e o estilo de vida do homem contemporâneo estão transformando a forma como o planeta funciona.

Dados da GWSP comprovam que a ação humana é responsável pelo desmatamento de uma área do tamanho da América do Sul para agricultura e outra do tamanho da África para pecuária, o que teria impactado o clima, o solo e a vida de espécies no planeta.

Exportações indiretas

Para Bogardi, classificar o atual capítulo da história da Terra de Antropoceno funcionaria não somente como uma mera nomenclatura, mas como um alerta. "As consequências das ações do homem não afetam o planeta apenas de forma local, mas provocam coletivamente um impacto na constituição da Terra e discutir isso serve para minimizar as consequências e danos irreversíveis que afetariam o globo da pior forma no futuro", diz.

"O Brasil, que é o segundo país mais rico em água do mundo, somente atrás da Rússia, exporta não somente produtos agrícolas para países europeus, mas também exporta virtualmente seus recursos naturais para balancear a ausência de água ou nutrientes do solo em outros países".

De acordo com Bogardi, o Brasil exporta de forma indireta -- durante os processos de produção agrícola e pecuária para exportação -- um total 5,7 quilômetros cúbicos de água por ano somente para a Alemanha.
Por isso, ele defende, debater o uso dos recursos como a água não seria apenas papel do Brasil, mas de um esforço conjunto de países. Mas a discussão sobre a nova época antropocena seria tanto sobre as "más notícias" e desafios, como sobre oportunidades e qualidades.

"Parte do crescimento econômico e desenvolvimento social que o Brasil vive hoje vem dessa enorme potencialidade do uso de recursos, por exemplo, então a proposta não é acabar com a ação humana no planeta, mas debater como fazer isso de forma sustentável para o futuro", explica.

G1

domingo, 19 de maio de 2013

Compostagem: uma alternativa inteligente para o lixo orgânico, por Marcos Rangel


Muita gente tem o desejo de contribuir para a preservação do meio ambiente mas não sabe nem o que fazer com o próprio lixo. Entre muitas maneiras de contribuir, uma delas é separar o lixo seco do molhado, ou seja, o orgânico do inorgânico. Para reciclar o inorgânico é muito fácil, basta lavar as embalagens e separá-las e encaminhar o material para uma estação de reciclagem. Caso a pessoa não tenha tempo, se colocar o lixo separado, já é uma grande ajuda para os catadores nos aterros sanitários.

Mas e o lixo orgânico, o que fazer com ele? Os resíduos orgânicos representam ao menos 50% do lixo gerado nas grandes cidades
.
Muita gente não sabe, mas existe a reciclagem de resíduos orgânicos. Este processo, mais conhecido como compostagem, é uma técnica milenar que transforma o lixo orgânico em adubo. A compostagem acontece através do processo de decomposição aeróbica dos resíduos, acelerado por um inóculo. Adiciona-se carbono para elevar a relação carbono – nitrogênio, controla-se a umidade para que as bactérias possam ter contato com o oxigênio e atinge-se altas temperaturas como indicador do trabalho que está sendo realizado pelas bactérias.

No prazo médio de 35 dias, o resíduo orgânico, que era um problema, se transforma em um composto orgânico que pode ser usado como adubo na produção de orgânicos ou doméstica.

A compostagem nada mais é que uma reciclagem dos nutrientes presentes nos alimentos, evita a emissão de CH4 (metano) e chorume e uma excelente alternativa para um dos maiores problemas gerados pelo lixo. Através desse processo, pode-se deixar os aterros sanitários para o recebimento apenas que rejeitos, que sempre existirão.

Já existem empresas especializadas na coleta e compostagem de resíduos gerados por grandes corporações como a VideVerde que tem diversos clientes que aderiram à prática como L´oreal, CSA, Michelin, Glaxo, Supermercados Zona Sul, etc…….

EcoDebate

Indicador defasado ‘esconde’ 22 milhões de miseráveis do país


O número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo governo subiria de zero para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a indigência fosse corrigida pela inflação.

É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido da Folha, com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.
Desde ao menos junho de 2011 o governo usa o valor de R$ 70 como “linha de miséria” –ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.

Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa de Dilma para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.

Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação. Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8% –2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA.

Corrigidos, os R$ 70 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje. No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o governo após pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.

Esse número corresponde a mais de 10% da população brasileira e é praticamente a mesma quantidade de pessoas que tinham menos de R$ 70 mensais antes de Dilma se tornar presidente e que ela, com seis mudanças no Bolsa Família, fez com que ganhassem acima desse valor.

Os dados possibilitam outras duas conclusões. Primeiro, que um reajuste da linha anularia todo o esforço feito pelo governo até aqui para cumprir sua promessa, do ponto de vista monetário.

Segundo, que os “resgatados” da miséria que ganhavam no limiar de R$ 70 obtiveram, na quase totalidade, no máximo R$ 7,5 a mais por mês –e mesmo assim foram considerados fora da extrema pobreza.

Além do problema do reajuste, o próprio governo estima haver cerca de 700 mil famílias vivendo abaixo da linha da miséria e que estão hoje fora dos cadastros oficiais.
outro cenário.

A reportagem pediu outra simulação ao governo, usando agosto de 2009 como o início do estabelecimento da linha de R$ 70. Nessa época, um decreto determinara o valor para definir miséria no Bolsa Família.

Nesse outro cenário (inflação acumulada de 23,4%), o número de extremamente pobres seria ainda maior: 27,3 milhões de pessoas. A data marcou a adoção do valor no Bolsa Família, mas não em outros programas, diz o governo.

Folha

Anabolizante molda corpo, mas traz AVC e morte súbita


A ‘ditadura do corpo perfeito’ determinado pela sociedade como padrão de beleza tem feito com que muitas pessoas ignorem os riscos de doenças e morte, e cometam exageros para serem ‘aceitas’. Anabolizantes, cirurgias plásticas e medicamentos para emagrecer são usados indiscriminadamente. 

Uma pesquisa em academias, do doutor em Fisiologia do Exercício da UFPB, Amilton da Cruz Santos, mostra que os esteróides e anabolizantes (EA) aumentam o risco de AVC, infarto e morte súbita. A cada dia, quatro pessoas fazem uma cirurgia plástica, no Estado. 

O problema, segundo especialistas, virou uma 'obsessão global' e tem destruído vidas, como a de Robson Alves, 39 anos, que sonhando em ganhar músculos rapidamente, entrou num verdadeiro pesadelo após ter os braços deformados com a aplicação de óleo mineral. 

Os esteróides e anabolizantes (EA) aumentam o risco de AVC, infarto e morte súbita. Eles elevam a pressão arterial, reduzem o fluxo sanguíneo muscular e alteram o controle do coração. Essas variações podem ter repercussões cardiovasculares graves, podendo levar a óbito, ou seja, os usuários de EA estão mais susceptíveis a estas doenças. As constatações foram feitas durante um estudo realizado há um ano e meio pelo doutor em Fisiologia do Exercício, do Departamento de Educação Física da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Amilton da Cruz Santos. 

Para chegar a estas conclusões, ele avaliou, durante seis meses, dez pessoas com idade entre 18 e 45 anos, usuárias de anabolizantes e/ou androgênicos que realizam musculação pelo menos três vezes por semana, e outras dez que não são usuárias das substâncias. Elas foram pareadas por idade, sexo, índice de massa corporal (IMC) e recrutadas de academias da Grande João Pessoa. 

Foi medido o fluxo sanguíneo por plestismografia de oclusão venosa (padrão ouro) – que verifica a resistência e complacência dos sistemas arterial e venoso; frequência cardíaca por eletrocardiografia convencional; pressão arterial e a atividade autonômica cardíaca. “Comparamos os resultados dos pares e concluímos que o grupo usuário de EA tem o fluxo sanguíneo e cardiovascular comprometido, e há aumento da pressão arterial. No grupo de indivíduos mais jovens – 18 a 25 anos – a pressão arterial estava aumentada. Enquanto o normal tem que ser de, no máximo, 120 milímetros de mercúrio e a diastólica até 80, eles apresentaram 130X85 e até 140X90”, observou. 

Além disso, a taquicardia pode levar à hipertrofia maligna cardíaca. Quanto mais dependente destas substâncias, maior o risco destas pessoas desenvolverem problemas cardíacos”, destacou. As pessoas acima de 40 anos usuárias de EA também apresentaram pressão arterial maior, caracterizando hipertensão. “Pressupomos que na casa dos 40 estas pessoas ainda não têm alterações da pressão arterial. Eram ativas, o que preserva a elasticidade dos vasos sanguíneos. Daí a constatação de que a elevação está relacionada ao uso de EA”. 

No final da pesquisa, não foram encontrados usuários de EA com 50 anos, mas até mais de 45 anos, sim. De acordo com o educador físico Amilton da Cruz Santos, responsável pelo estudo, eles acreditam que podem competir como halterofilistas e outros querem garantir a massa muscular que vai se perdendo com a idade. “O uso de EA tem a ver com a performance; atletas usam para isso. Na academia, é para definir musculatura corporal; querem ter um corpo mais bonito”, esclareceu.

Deformado pelo óleo mineral

Há dois anos, o desempregado Robson Alves da Silva, 39, luta para fazer uma cirurgia nos músculos dos braços. Por indicação de um conhecido, ele resolveu aplicar injeções de óleo mineral. O efeito, que no início, parecia bom, foi bem diferente do que ele esperava. Os braços ficaram endurecidos, roxos, com nódulos e pioram a cada dia. Além disso, ele quase não tem força. O que era uma tentativa de ter boa aparência para tentar um emprego de segurança acabou sendo a pior experiência de sua vida. 

A peregrinação em busca de solucionar o problema começou em Bayeux, município onde mora. Como não conseguiu ajuda, percorreu vários hospitais de João Pessoa, sem sucesso. “Agora, só ando com a camisa cobrindo os braços, que queimam sem parar, como se tivesse uma brasa. Coloco até gelo, mas nada adianta. Alguns médicos disseram que é uma cirurgia complicada e corro o risco de perder os braços”, lamentou. Ele chegou a procurar uma clínica particular, mas não tem condições de pagar a cirurgia que custa mais de R$ 9 mil. “Me arrependo demais. Já perdi as contas de quantas vezes chorei por causa disso”. 

O cirurgião plástico Wagner Leal disse que a aplicação de óleo mineral com o objetivo de obter o crescimento dos membros superiores em pouco tempo tem sido frequente na Paraíba. Ele alertou que não há recomendação científica para esse uso. Além disso, o caso é de difícil solução. “O uso da substância dá muito problema e está exagerado. Cabe às secretarias de saúde fazerem um alerta”, observou.

Os especialistas paraibanos, segundo o cirurgião plástico Saulo Montenegro, têm feito várias cirurgias para correção de deformidades por uso de substâncias proibidas. “O resultado das injeções de óleo mineral nos braços e nádegas é desastroso. As cirurgias são complexas, ocorrem em várias etapas e, normalmente, não levam a um resultado positivo”. 

Na realidade, segundo Wagner Leal, o efeito da cirurgia corretiva é imprevisível, pode deixar sequelas e haver perda de movimentos. Robson Alves da Silva apelou a empresários e médicos que possam ajudá-lo a se curar. A reportagem procurou a Secretaria de Saúde de Bayeux, onde ele mora, mas até o fechamento da edição não obteve êxito.

Jornal Correio da Paraíba.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sudema multa hospital universitário por 5 toneladas de lixo exposto na PB


Seis meses após a primeira multa, o Hospital Universitário de Campina Grande foi multado nesta sexta-feira (17) mais uma vez pela Superintendência do Meio Ambiente (Sudema), por expor cinco toneladas de lixo hospitalar em depósito a céu aberto. A fiscalização foi realizada após determinação do promotor da Saúde, Luciano de Almeida Maracajá.

O diretor administrativo do hospital, Roberto Gomes, informou que na próxima semana será fechado um novo contrato para recolhimento do lixo. O problema estaria sendo ocasionado por um problema no contrato. O Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) produz quase 500 kg de lixo por dia e a empresa terceirizada é contratada para o recolhimento de apenas 180kg.

De acordo com a Sudema, o HUAC foi notificado em R$ 10 mil devido à reincidência. Uma notificação e outra multa já tinham sido aplicadas em novembro do ano passado, devido à mesma irregularidade. Segundo o chefe da Sudema em Campina Grande, Roberto Almeida, o hospital também é o único da Paraíba sem licença ambiental.

O depósito de lixo hospitalar irregular também ficaria ao lado do centro cirúrgico do Hospital Pedro I, vizinho ao HUAC. “Estou entregando notificação e me informaram que hoje mesmo já seria dado encaminhamento. É um absurdo porque tem seringa, material perfurante e produtos de enfermaria e centro cirúrgico acumulados há mais de 90 dias, trazendo prejuízos e risco enorme de contaminação por bactérias”, assegurou Roberto Almeida.


G1 Paraíba

Perdas econômicas por catástrofes naturais foram de US$ 2,5 tri desde 2000


Nesta quarta-feira (15), as Nações Unidas (ONU) apresentaram um relatório afirmando que, desde 2000, desastres naturais foram responsáveis por perdas econômicas da ordem de US$ 2,5 trilhões, o que representa 50% a mais do que era estimado.

O documento, intitulado Creating Shared Value: the Business Case for Disaster Risk Reduction (Criando Valor Compartilhado: o Caso de Negócio para a Redução do Risco de Desastres), alerta que essas perdas econômicas de catástrofes estão fora de controle, e pede que governos e empresas trabalhem juntos para incorporar a gestão de risco de desastres em suas estratégias de investimento para evitar ainda mais perdas.

“Os governos têm a responsabilidade pela redução do risco de desastres. Mas o nível de risco também está relacionado ao investimento do setor privado, que é responsável por 70 a 85% do investimento mundial em novas construções, indústrias e infraestruturas essenciais”, colocou Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, no lançamento do relatório.

O documento explica que a transformação da economia mundial nos últimos 40 anos levou a rápidos aumentos no risco de desastres em vários países, que buscavam negócios de baixos custos e alta produtividade em localidades propensas a desastres, sem considerar as consequências disso para as cadeias de suprimentos, o que levou a mais vulnerabilidades nessas cadeias.

“Em um mundo de contínuo crescimento populacional, rápida urbanização, mudanças climáticas e uma abordagem de investimentos que continuamente desconsidera o risco de desastres, esse maior potencial para perdas futuras é de grande preocupação”, observou Margareta Wahlström, representante especial do secretário-geral da ONU para Redução de Risco de Desastres.

“Por muito tempo, os mercados colocaram mais valor em retornos em curto prazo do que em sustentabilidade e resiliência. Finalmente estamos começando a entender que reduzir a exposição a riscos de desastres não é um custo, mas uma oportunidade de tornar esse investimento mais atrativo em longo prazo”, acrescentou Ban.

Um exemplo disso é a Toyota, que, devido a um terremoto no Japão, gerou menos peças de carros, impossibilitando a produção de 150 mil veículos nos Estados Unidos e causando a redução de 70% de sua produção na Índia e de 50% na China. Isso fez com que a empresa perdesse US$ 1,2 bilhão em receitas.

Já a Orion, que detém e opera uma das maiores redes de distribuição de eletricidade na Nova Zelândia, investiu US$ 6 milhões em proteção sísmica, o que fez com que a empresa economizasse US$ 65 milhões quando ocorreram terremotos em 2010 e 2011. Outro caso é o de pescadores no México, que economizaram cerca de US$ 35 mil cada durante o furacão Wilma em 2005 devido a investimentos preventivos.

O relatório aponta também que são os países em desenvolvimento, particularmente as pequenas nações insulares, e as empresas de pequeno e médio porte, os que apresentam mais chances de sofrerem grandes perdas com essas catástrofes. O grande problema é que são justamente esses países e companhias que apresentam mais dificuldades em reduzir suas vulnerabilidades.

Para se ter uma ideia, das 1,3 mil firmas de pequeno e médio porte de seis cidades propensas a catástrofes avaliadas pelo relatório, cerca de 75% sofreram interrupções nos negócios relacionadas aos serviços públicos de energia, telecomunicações e água interrompidos ou destruídos. No entanto, apenas uma pequena minoria delas, 14,2% no caso de empresas com menos de 100 empregados, tinham uma estratégia para gestão de crise.

O documento sugere ainda que os modelos de negócios em desenvolvimento urbano, negócios agrícolas e turismo costeiro, três setores importantes de investimento, são os que mais apresentam risco de desastres.
“O começo de uma mudança nas atitudes no setor privado precisa se transformar agora em uma abordagem mais sistemática da gestão de risco de desastres em parceria com o setor público para tornar o mundo um lugar mais seguro”, comentou Wahlström.

Na próxima, as Nações Unidas realizarão o evento bienal Plataforma Global para Redução do Risco de Desastres em Genebra, na Suíça, com o objetivo de trazer o assunto para a discussão perante a comunidade internacional.


Instituto CarbonoBrasil