A falta de chuvas na Região Sul vai acarretar um aumento da transferência de energia das demais regiões do país nas próximas semanas se o quadro climático não melhorar. Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, atualmente estão sendo repassados 5,5 mil megawatts (MW) das outras regiões para o Sul do país. Essa carga poderá passar para 6,2 mil MW.
De acordo com relatório do ONS da última quinta-feira (19), o nível dos reservatórios da Região Sul estava em 29,64% da capacidade total. “É um valor baixo, por isso, estamos complementando o atendimento da carga da região com a transferência dos excedentes das demais regiões”, disse Chipp à Agência Brasil.
Na Região Norte, a situação é oposta. Os reservatórios atingiram na última semana 99,48% da capacidade, praticamente o nível máximo. No Nordeste, a situação também é tranquila, com 81,31%, enquanto os reservatórios das hidrelétricas da Região Sudeste registraram 76,78% da capacidade.
Chipp garante, no entanto, que, apesar da situação atípica, não existe nenhum risco de desabastecimento de energia nos estados da Região Sul. Segundo ele, as previsões meteorológicas apontam para a entrada de mais frentes frias vindas da Argentina e do Chile ao longo dos próximos dez dias, o que deverá recompor o volume de água dos reservatórios.
Em abril do ano passado, o nível dos reservatórios da Região Sul estavam em 89% da capacidade máxima. Em março deste ano, as hidrelétricas da região geraram 6,7 mil MW médios, 32% a menos que em março do ano passado, quando foram gerados mais de 10 mil MW médios.
Por causa da falta de chuvas no Sul, o governo brasileiro negou, esta semana, o pedido do presidente do Uruguai, José Mujica, para aumentar o volume de energia exportado para o país vizinho. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o Brasil não poderá atender a essa demanda imediatamente, mas garantiu o despacho de energia da termelétrica instalada em Uruguaiana (RS) para reforçar o abastecimento do Uruguai.
“Neste momento, estamos com uma seca intensa no Rio Grande do Sul. Nossas hidrelétricas estão praticamente paralisadas no estado. Estamos enviando energia de outros estados para o Rio Grande do Sul e não podemos dispor dessa energia para outro país”, explicou Lobão.
Agência Brasil
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