No mundo, há aproximadamente 870 milhões
de pessoas que sofrem de subnutrição, segundo a Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A média de subnutridos
representa 12,5% da população mundial. Mas os percentuais aumentam para
23,2% nos países em desenvolvimento e caem para 14,9% nas nações
desenvolvidas.
Os dados estão no relatório denominado Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012(cuja sigla em inglês é Sofi),
divulgado na terça (9), em Roma, na Itália, e se refere ao período de
2010 a 2012. A Ásia é o continente que lidera em número a quantidade de
pessoas subnutridas e há um aumento na África.
Pelo relatório, 852 milhões de pessoas
subnutridas estão em países em desenvolvimento, representando 15% da
população. Mas há cerca de 16 milhões de pessoas que vivem em países
desenvolvidos. No entanto, o documento avalia que houve melhoras nos
números em comparação a dados das últimas duas décadas.
O relatório é uma publicação conjunta da
FAO, do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida) e do
Programa Mundial de Alimentos (PMA). Segundo o documento, o número
total de pessoas que passam fome caiu em 132 milhões comparando os
períodos de 1990 a 1992 e 2010 a 2012.
A América Latina e o Caribe apresentaram
progressos, segundo o estudo, mas ainda registram 49 milhões de pessoas
com fome. No período de 1990 a 1992, eram 65 milhões de subnutridos. Os
dados mostram queda 14,6% para 8,3%.
O diretor-geral da FAO, o brasileiro
José Graziano, alertou que é “inaceitável” o número de subnutridos no
mundo, considerando os avanços tecnológicos conquistados pela
humanidade. Graziano acrescentou que mais de 100 milhões de crianças com
menos de 5 anos estão abaixo do peso. Segundo ele, a desnutrição
infantil é responsável por mais de 2,5 milhões de crianças mortas por
ano.
A crise econômica internacional e seus
impactos ainda não causaram efeitos expressivos nas economias em
desenvolvido, segundo o relatório. De acordo com o estudo, o impacto dos
preços internacionais dos alimentos nos mercados domésticos foi menos
acentuado do que o previsto inicialmente.
A tendência de redução no número de
subnutridos, segundo o relatório, deve ser mantida até 2015. A meta das
Nações Unidas é que a média mundial alcance 11,6% , dentro de três anos,
referindo-se aos subnutridos.
No relatório, a sugestão é para os
líderes políticos estimularem a agricultura. Segundo o documento, não há
desenvolvimento global é necessária enquanto existe fomento mundo. “O
crescimento agrícola é particularmente eficaz na redução da fome e
desnutrição em países pobres”, diz o relatório.
O documento recomenda também que as
políticas públicas garantam maior proteção social. O relatório menciona
como alternativas programas de transferência de dinheiro, alimentação e
garantias de seguro de saúde. A proteção social, segundo o relatório,
pode melhorar a nutrição das crianças.
Agência Brasil
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