As
questões ligadas ao déficit de saneamento no Brasil também têm de
merecer atenção especial neste ano dedicado à cooperação pela água. Para
o gestor da Unidade de Negócios da Mizumo, Giovani Toledo - referência
nacional em sistemas pré-fabricados para tratamento de esgoto sanitário
–, ainda é longo o caminho para que a sociedade atue em favor da
preservação dos recursos hídricos, nos níveis ideais de atendimento às
necessidades futuras e atuais da humanidade. “De um entendimento geral
da sociedade quanto aos fatores envolvidos, dependerá a superação dos
desafios que se desenham atualmente: poluição, desperdício, falta de
tratamento de esgoto, uso racional dos recursos hídricos, criação de
políticas eficientes de captação, distribuição, armazenamento e
abastecimento de água”, relata.
No
âmbito público, defende Toledo, é essencial haver um compromisso com
políticas de saneamento que promovam investimentos nos serviços de
ampliação do acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário. Conforme
dados divulgados em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), mais de 70% dos municípios brasileiros não têm
projetos estruturados nessas áreas. “A universalização desses serviços é
um grande e urgente desafio no Brasil. São necessários esforços
coletivos no sentido de garantir às pessoas o acesso a serviços básicos.
Paralelamente, as indústrias devem intensificar o desenvolvimento de
tecnologias e de produtos que favoreçam a proteção dos recursos hídricos
e a reutilização de água. Se bem aproveitado, este Ano Internacional de
Cooperação poderá ser muito útil para a adoção de medidas efetivas,
destinadas à ampliação dos serviços de saneamento básico e incentivo ao
uso racional da água. A hora é agora!”, pondera.
A parcela de cada cidadão
A
todos nós, cidadãos comuns, moradores de grandes e pequenas cidades,
também cabe uma parcela de cooperação para o sucesso dessa rede global
em prol da água.
Pesquisador
do Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento, do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, Luciano Zanella sugere
algumas medidas simples – e relativamente baratas – para redução do
desperdício, manejo racional e reuso da água. Entre elas, ele destaca o
investimento em equipamentos economizadores, como o arejador, acessório
usado em torneiras com a função de misturar ar à água, dando a sensação
de maior volume, mantendo assim o conforto do usuário e economizando
água.
Para
Zanella, outra medida positiva já aplicada no Brasil é o uso de bacias
sanitárias em tamanho padrão, de 6,8 litros. Elas são consideradas de
baixo volume de descarga, se comparadas a modelos antigos, que consumiam
até 15 litros em apenas uma descarga, após o uso do vaso sanitário. As
válvulas de descarga dupla também são viáveis para instalação doméstica,
liberando volumes diferenciados de água para dejetos líquidos e
sólidos.
Revista Ecologico
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