A presidenta Dilma Rousseff informou hoje (25) que se
reunirá no dia 2 de abril com todos os governadores do Semiárido
atingido pela seca, para discutir propostas e ações destinadas a reduzir
as consequências da estiagem, que afeta principalmente a Região
Nordeste.
O governo federal anunciará a prorrogação até julho do Bolsa Estiagem e
o Garantia-Safra. Mas, segundo a presidenta, poderá haver novas
prorrogações porque os benefícios serão pagos enquanto durar a seca. A
Bolsa Estiagem assiste agricultores familiares com renda até dois
salários mínimos em municípios em situação de emergência ou calamidade
pública. O Garantia-Safra ajuda os agricultores cuja produção foi
prejudicada pela seca.
Além dos nove governadores nordestinos, foram convocados para a
reunião, que será realizada em Fortaleza, no Ceará, os governadores de
Minas Gerais e do Espírito Santo, estados que são beneficiados pela
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Dilma Rousseff garantiu que o governo ampliará as ações em andamento,
como o trabalho do Exército na operação carro-pipa de abastecimento e a
venda de milho aos pequenos produtores a preços mais baixos que os de
mercado, mas ressaltou que é preciso discutir o futuro pós-seca.
“Eu acredito que temos que avançar e assegurar que os
mecanismos de combate à seca sejam permanentes. Não é, de jeito nenhum,
que vamos ficar com a mesma história todo o tempo, mas na hora que
acabar a seca e vier a chuva, nós vamos ter de criar mecanismos que
durem e assegurem que as pessoas não sejam atingidas”, disse a
presidenta durante inauguração da primeira etapa do Sistema Adutor
Pajeú, no município de Serra Talhada, em Pernambuco.
A presidenta Dilma voltou a afirmar que o governo federal terá um
programa de recomposição do rebanho morto em decorrência da maior seca
da região nos últimos 50 anos, mas ressaltou que precisam ser tomadas
ações para que as perdas de animais não voltem a acontecer com tanta
intensidade. “Vamos ter que tratar de uma questão que é o estoque da
alimentação dos rebanhos, como garantirmos que haja permanentemente um
estoque de segurança de garantia dos rebanhos aqui na região”.
Durante a inauguração da adutora que capta água do rio São Francisco, o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que o governos federal e
os dos estados precisam “construir a saída desta seca” e garantir a
segurança hídrica da população.
“Nessa seca não se vê o drama social da fome, da morte das crianças,
não se vê o desespero por comida das pessoas, mas estamos assistindo
algo que não conseguimos proteger ainda, que é a economia. Protegemos as
pessoas, que é o fundamental, e vamos aprender neste momento, a fazer a
um só tempo, a proteção das pessoas e a proteção da economia, e vai ser
exatamente nesta reunião [do dia 2 de abril]”, disse o governador.
Segundo Eduardo Campos, a reunião focará não mais na emergência, mas na
articulação de ações que estão sendo feitas. “Precisamos, olhando para o
futuro, buscar na nossa experiência de vida e de formação política os
pontos que devem nos unir para sair deste momento duro, para deixar
nosso povo independente”, disse o governador, lembrando que, por muitos
anos, a água foi usada por políticos como moeda de troca por votos na
região.
Agência Brasil
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