Cerca de 70% das novas doenças que infectaram os seres humanos
nas últimas décadas têm origem animal,afirmou na segunda-feira (16) a agência
alimentar das Nações Unidas, alertando que está se tornando mais comum
que doenças mudem de espécies e se espalhem na população, em meio ao
crescimento das cadeias de agricultura e de abastecimento alimentar.
A expansão contínua das terras agrícolas em áreas selvagens,
juntamente com um ‘boom’ mundial da produção animal, significa que “o
gado e os animais selvagens estão mais em contato uns com os outros, e
nós mesmos estamos mais em contato com os animais do que
nunca”, disse Ren Wang, diretor-geral
assistente da área de agricultura e defesa do consumidor da Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
“Não podemos lidar com a saúde humana, a saúde animal e a saúde
do ecossistema de forma isolada, temos de olhar para eles juntos, e
abordar os condutores de surgimento de doenças, persistência e
propagação, ao invés de simplesmente correr atrás das doenças depois que elas emergem”, acrescentou.
De acordo com o relatório ‘Pecuária Global 2013: Mudando as Paisagens das Doenças’, é necessária uma nova abordagem – mais holística – para a gestão de ameaças de doenças.
O relatório busca entender como as mudanças na forma como os humanos
criam e comercializam animais têm afetado o modo como as doenças surgem e
se espalham.
A globalização e as mudanças climáticas estão redistribuindo
patógenos, vetores e hospedeiros, e os riscos de pandemia para os seres
humanos causada por patógenos de origem animal são uma grande
preocupação. Ao mesmo tempo, os riscos de segurança alimentar e
resistência aos antibióticos estão aumentando em todo o mundo, diz a
agência da ONU.
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