sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Cientistas alertam para asteroides e dizem que Terra está na 'linha de tiro'


Um grupo de mais de 100 cientistas, astronautas e líderes empresariais pede às autoridades o desenvolvimento de um sistema de monitoramento e destruição de asteroides que coloquem em risco a vida no planeta Terra.

Reunidos em um evento no Museu de Ciência de Londres para lançar o Dia do Asteroide, a ser celebrado a partir de 2015, os cientistas alertaram para o "catastrófico" risco de um impacto.

"Há um milhão de asteroides no sistema solar que têm o potencial de atingir a Terra e destruir uma cidade inteira. Até agora, localizamos menos de 10 mil - somente 1% - deles. Mas temos tecnologia para mudar esta situação", declarou Martin Rees, professor emérito de Cosmologia e Astrofísica da Universidade de Cambridge.

Ao lado de nomes como o guitarrista da banda Queen, Brian May, também doutor em astrofísica, Rees listou as sugestões do grupo de cientistas:

- Empregar a tecnologia disponível para detectar e monitorar asteroides com traçado próximo à Terra e que representem ameaças à população através da ação de organizações filantrópicas e governos.

- Acelerar em 100 vezes a descoberta e o monitoramento de asteroides que circulem próximos à Terra para um número de cerca de 100 mil (descobertas) por ano nos próximos dez anos.

-Adoção global do Dia do Asteroide, em 30 de junho, para aumentar a consciência sobre os danos que os corpos celestes poderiam provocar e sobre a necessidade de prevenção. Embora diga que este tipo de fenômeno é improvável, o astrofísico afirma que a Terra está "na linha de tiro".

Já o guitarrista e astrofísico Brian May disse que, embora as chances sejam pequenas, "basta um asteroide" em um milhão com risco de acertar a Terra para que ocorra uma tragédia global.

"Um corpo de 200 metros de diâmetro que caia no oceano pode provocar tsunamis que poderiam devastar toda a costa Leste dos Estados Unidos e uma parte da Europa", agregou Martin Rees.

"A cada dez milhões de anos, um corpo de alguns quilômetros de diâmetro - um asteroide ou um cometa - vai acertar a Terra, causando uma catástrofe global equivalente a milhões de bombas atômicas", concluiu Rees.

A declaração com as sugestões foi assinada por cientistas, físicos, artistas, astronautas e homens de negócios de 30 países.

G1

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Maior consumidor mundial de agrotóxicos, Brasil tem oportunidade para controle biológico


Maior consumidor mundial de agrotóxicos, o Brasil tem uma oportunidade de reduzir a aplicação de químicos na lavoura após a identificação no país, feita no ano passado, de uma praga exótica quarentenária, a Helicoverpa armigera. A opinião é do engenheiro agrônomo José Roberto Postali Parra, professor titular de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

Parra realizou a apresentação especial “Controle biológico no Brasil: situação atual e perspectivas” no Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária, ocorrido de 18 a 20 de novembro, em São Carlos, na unidade de pesquisa em Instrumentação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O professor da USP também representou a FAPESP na abertura do evento.

Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), “Semioquímicos na Agricultura”, Parra destacou que o Brasil passa pelo momento mais propício para a adoção do controle biológico na lavoura, que consiste no combate a pragas agrícolas por meio de inimigos naturais como, por exemplo, insetos ou até microrganismos como fungos, bactérias, vírus e nematoides.

O INCT é financiado pela FAPESP em conjunto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

“Chegou o momento do controle biológico no Brasil”, afirmou o professor da USP, que associa essa oportunidade à identificação no país da lagarta Helicoverpa armigera, praga quarentenária que se alimenta de mais de cem tipos de culturas.

Dos algodoais do oeste da Bahia vieram alguns dos primeiros relatos da praga. Também já houve suspeita da lagarta em plantações de feijão em Goiás e no Tocantins e em outras culturas pelo Brasil.

“Como é um inseto de controle muito difícil e o uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil gerou uma série de desequilíbrios, o controle biológico passou a ser indispensável para o controle dessa lagarta”, disse.

Trata-se de uma solução viável, mas que exigirá muita pesquisa nacional, uma vez que não é possível importar soluções prontas de outros países, de acordo com o especialista. “Nossas condições são únicas e o controle biológico deve ser desenvolvido para a nossa realidade”, afirmou Parra.

Esse controle está inserido na filosofia do manejo integrado de pragas (MIP), um conjunto de medidas que visa manter a quantidade de pragas abaixo do nível de dano econômico, respeitando-se critérios econômicos, ecológicos e sociais, de acordo com o professor.

O MIP foi motivado também pelas consequências trazidas pelo uso dos agroquímicos. Parra explicou que, até a década de 1960, os inseticidas tinham uma forte participação no combate de pragas. Em 1948, o químico suíço Paul Müller chegou a ser laureado com o Nobel de Medicina pelo desenvolvimento do DDT, produto que conteve epidemias de tifo e malária ao matar seus insetos vetores. No entanto, descobriu-se que o produto é letal para pássaros e cancerígeno para humanos, o que fez com que fosse banido a partir da década de 1970.

O uso disseminado e indiscriminado de inseticidas também provocou o desenvolvimento de insetos resistentes a esses químicos. Outra consequência indesejada é a contaminação ambiental, que pode levar a problemas como a morte de abelhas, por exemplo.

“Todos esses fatores impulsionaram os trabalhos com controle biológico, que envolve áreas como taxonomia, modelos de simulação, ecologia, bioecologia, seletividade de produtos químicos e várias outras áreas”, detalhou.

Biodiversidade pouco explorada

Um grande desafio para a aplicação do controle biológico no Brasil é o subaproveitamento de uma riqueza natural: a sua ampla biodiversidade. “Apesar de ser imensa, nossa biodiversidade é pouco conhecida, pouco investigada e pouco explorada”, disse Parra, ressaltando que aí poderiam ser encontradas fontes naturais para o combate de pragas.

O Brasil tem dez inimigos naturais disponíveis para a utilização no campo; no mundo, são registrados cerca de 250, segundo Parra. No entanto, o número de pragas conhecidas ultrapassa 500 espécies, o que abre um imenso caminho a ser percorrido pela pesquisa.

As novas metodologias de controle biológico podem utilizar técnicas modernas como sensoriamento remoto com hiperespectrômetros, aparelhos capazes de detectar a presença de insetos na planta, mesmo que estejam sob folhas ou no interior do vegetal.

Com essa técnica, é possível calcular a quantidade de insetos na lavoura com precisão bem maior que os métodos tradicionais, como as armadilhas de feromônios, armadilhas luminosas e a amostragem de insetos por batimento de pano, que consiste em colocar um tecido branco nas entrelinhas da plantação e chacoalhar as plantas para os insetos caírem nele e serem contados.

“Isso é inviável em uma plantação de 50 mil hectares”, argumentou Parra. Por isso, drones equipados com hiperespectrômetros podem mapear a quantidade e a localização dos insetos para que a ação de combate seja direcionada a esses alvos. Os dronestambém podem fazer uma liberação controlada de inimigos naturais de acordo com a incidência de pragas encontrada.

Essas novas tecnologias levam a outro gargalo: a sua transferência ao produtor. Técnicas modernas exigem mão de obra especializada e um serviço de extensão rural que saiba repassar esses conhecimentos, o que o professor da USP considera um grande desafio.

A logística é outro obstáculo a ser superado devido à grande extensão territorial do Brasil. “Estamos acostumados a falar sobre prazo de validade e tempo de prateleira para patógenos, mas, quando produzimos insetos, isso é mais complexo”, disse. O inimigo natural deve ser lançado no campo no tempo de vida ideal, medido em dias, e seu transporte para lugares distantes tem de ser feito em câmaras frigoríficas.

Ao mesmo tempo, é preciso ter cuidado com predadores como as formigas que atacam a vespinha Trichogramma, um dos insetos mais populares no combate a pragas, inclusive à lagarta Helicoverpa armigera.

De acordo com Parra, o controle biológico será cada vez mais difundido por necessidade e pressão dos mercados. Ele narrou o caso da Espanha, maior produtor mundial de pimentão, que se viu diante da proibição do uso de inseticida nessa cultura. Por conta disso, o país foi obrigado a utilizar controle biológico.
“Estamos vivendo no Brasil um marco para o controle biológico. Se continuarmos aplicando inseticidas de maneira indiscriminada, as pragas vão aumentar. Temos necessidade do controle biológico e condições favoráveis: biodiversidade, mercado agrícola forte e massa crítica de especialistas para desenvolver a área”, disse Parra.

Por Fabio Reynol, da Agência FAPESP.

Inpe detecta aumento do desmate da Amazônia entre agosto e outubro


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, nesta sexta-feira (28), os dados de desmatamento da Amazônia Legal do sistema Deter para os meses de agosto, setembro e outubro.

No período, foram detectados alertas de desmatamento por corte raso (derrubada total) e por degradação florestal (destruição parcial) que somam 1.924 km², um índice 117% maior que no mesmo trimestre de 2013, quando foram detectados 886 km².

O Inpe ressalta que o Deter é voltado a orientar a fiscalização em campo para coibir o desmatamento ilegal, não para a medição precisa de área, já que é feito com imagens de satélite de resolução moderada e tem sempre uma margem de falsos positivos (veja mais abaixo os diferentes tipos de monitoramento da floresta amazônica).

O Inpe estima que dos dos quase 2 mil km² de alertas,  uma área de 856 km² de desmatamento por corte raso, 1.000 km² de áreas sejam de degradação florestal, e 68 km² sejam de falsos positivos.
Mato Grosso foi o estado com mais alertas de desmatamento entre agosto e outubro, com 729,09 km². O Pará foi o segundo,  514,72 km².

Diferenças entre sistemas

Existem diferentes sistemas de monitoramento do desmatamento da Amazônia. Todos eles são feitos por técnicos que observam imagens de satélite seguindo distintas metodologias.  O Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) é produzido mensalmente pelo Inpe e, como é mais rápido, não se destina a medir áreas, mas detectar focos de derrubadas de floresta para que as autoridades sejam acionadas a tempo.

Na quarta-feira, o governo havia apresentado o dado anual de desmatamento, do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal), que indicava redução de 18% entre agosto de 2013 e julho de 2014 em relação ao período anterior.

As informações do Prodes  representam o índice oficial de desmatamento do governo federal. Segundo ele, o bioma perdeu 4.848 km² de vegetação em um ano.

Um outro sistema, chamado SAD, é feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém, também mensalmente, mas, por ser de uma ONG, não é reconhecido pelo governo. Os números desses três sistemas, por serem gerados com métodos distintos, não podem ser comparados entre si.

Em outubro, a ONG havia divulgado tendência de crescimento no desmate em levantamento independente. Segundo a organização, ficou constatada alta de 191% no desflorestamento em agosto e setembro de 2014, em relação ao bimestre de 2013.

G1 Natureza

Assistentes sociais buscam menina fotografada tomando banho em bueiro no RJ


Assistentes sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro passaram o dia em busca da menina fotografada nesta terça-feira (2) tomando banho em um bueiro cheio de água suja aberto na rua Luís de Camões, no centro da cidade.

Segundo o jornal "O Globo", que publicou a imagem nesta quarta-feira (3), a cena foi acompanhada pelo pai de criança, que estava a poucos metros do local e parecia embriagado.

A secretaria informou que até as 14h30 não havia tido sucesso na busca, mas que esperava encontrar a criança e o pai para cadastrá-los e levá-los a um abrigo da prefeitura, onde a menina poderia receber os cuidados necessários. 

De acordo com a reportagem do jornal, o homem pediu dinheiro ao fotógrafo. Em seguida, a menina disse: "Não deem dinheiro para ele, não. Ele gasta tudo". O homem, que disse morar em Vilar do Teles, contou que estava no local esperando por sua mulher, que entregava panfletos na região.

A Secretaria de Conservação informou que o buraco dá acesso a uma tubulação da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) e será tampado ainda nesta quarta-feira.

BOL