De moeda em moeda, por dois anos e meio,
Monique Cleto, 37 anos, e Raphael Paiva, 34 anos, conseguiram juntar R$
6 mil e realizar a primeira viagem do casal para fora do Rio de
Janeiro, estado onde nasceram. Sem dinheiro para realizar o sonho de
conhecer o Nordeste, a recepcionista de um salão de beleza decidiu
seguir o exemplo da mãe, que guarda os “trocados” em uma garrafa PET
durante o ano para pagar o IPVA. O casal contou nesta terça-feira (10),
nas redes sociais do Ministério do Turismo, a experiência bem-sucedida.
O bate-papo foi mediado pelo ministro do turismo e teve a presença do
planejador financeiro Leonardo Gomes, que deu dicas para quem quer
começar a economizar para viajar.
“Quando comecei a juntar, não tinha
nenhum cofre. Então, peguei uma garrafa PET, lacrei com papel alumínio e
fita adesiva e fiz um buraquinho para colocar moedas. Pedi a
colaboração de todos, mas no início não tive”, conta Monique, recordando
que o marido e a filha do casal, Júlia, hoje com 12 anos, não
acreditaram nos planos dela.
“No início eu achei que não ia dar muito
certo, preferia juntar nota de 50, de 100 reais para ir mais rápido.
Depois fui vendo que encheu a primeira garrafa...”, confessa Raphael.
“Lá em casa não pode dar mole para moeda. Eu não coloco direto no cofre,
mas sempre deixo uma aqui, outra ali e sei o destino”, brinca.
Sem ter “sobras” que rendessem notas de
50 e 100 reais, como desejava o marido, Monique começou a aproveitar
cada troco recebido em moeda e a guardá-lo na garrafa. “A gente gasta
dinheiro com muita coisa supérflua. Acredito que a gente consegue fazer
essa economia, basta querer”, aconselha.
Com o apoio da família, a estratégia de
Monique ganhou corpo e um novo “cofrinho”, para notas de dois e cinco
reais, foi montado. “Eles sabem que ninguém pode tocar na garrafa, ela é
sagrada. Até mesmo na caixa com as notinhas que eu junto. Tem até briga
em casa quando eu vejo alguém gastando alguma notinha da caixa, porque
este é um objetivo que eu tracei. Fiz a primeira vez, deu certo e,
agora, quero fazer sempre”, afirma.
À medida que as garrafas enchiam,
Monique ia no comércio local e trocava as moedas por notas e, em
seguida, depositava o dinheiro em uma conta que ela abriu,
especificamente para a poupança de viagens da família. Em março de 2015,
com a quantia de R$ 6 mil na conta, eles planejaram um passeio de sete
dias para Maceió, com escala em Maragogi (AL).
“A experiência foi maravilhosa. Foi a primeira vez que viajamos para
fora do Rio, que viajamos de avião e ainda para conhecer parte do
Nordeste”, lembra Raphael, que destaca outro aspecto importante da
economia da viagem. “A melhor parte é que foi só com o dinheiro que nós
juntamos. Ficamos livres de dívidas. Separamos o dinheiro para pagar a
passagem, usar lá e voltar, sem dívidas”.
A determinação da família continuou e
após dois mil reais poupados, Monique fez uma nova viagem. Acompanhada
de uma amiga de infância, já que o marido e a filha não tinham férias,
ela foi para Fortaleza em abril de 2016.
Agora, o casal teve a
oportunidade de conhecer a capital federal. “Olha onde nós estamos... Em
Brasília! Nunca imaginei”, disse Raphael, durante um tour pelos
principais pontos da cidade, que incluiu a Igreja Nossa Senhora de
Fátima, na 308 Sul, o Lago Paranoá, a Torre de TV, a Catedral e a
Esplanada dos Ministérios.
Ministério do Turismo
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