Cientistas alemães descobriram uma espécie de lagarto que se livra completamente da pele para fugir dos predadores.
O réptil, de nome científico Geckolepis megalepis, foi batizado de
lagarto-escama-de-peixe. Ele vive em Madagascar e nas vizinhas ilhas
Comores, na costa sudeste da África.
Muitos lagartos podem soltar a própria cauda quando atacados, mas a
nova espécie tem escamas grandes que se desprendem com facilidade ainda
maior.
A descoberta foi relatada na revista científica PeerJ.
Sem cicatriz
O lagarto é especialmente adaptado à descamação.
Embora muitos outros lagartos possam se livrar da pele quando agarrados
com firmeza, essa espécie faz isso diante do mais leve toque.
Novas escamas crescem em algumas semanas sem deixar cicatrizes, enquanto outros lagartos demoram mais para regenerá-las.
Outra característica que impressionou os cientistas é o tamanho - considerado grande - das escamas do Geckolepis megalepis.
A hipótese é de que escamas maiores se soltam mais facilmente porque ocupam superfície e área de atrito também maiores.
"O que é realmente impressionante é que estas escamas, que são espessas
e às vezes podem ser ósseas, exigem um grande gasto de energia na sua
produção", disse o chefe da pesquisa Mark Scherz, da Universidade Ludwig
Maximilian de Munique, na Alemanha. "Também impressiona a facilidade
com que se soltam e regeneram rapidamente sem deixar cicatriz."
Observação difícil
A nova espécie foi observada no Parque Nacional do Tsingy, no norte de
Madagascar, em atividade durante a noite, em temporadas de chuva e seca,
em árvores e cavernas.
Os primeiros relatos científicos da existência destes lagartos em
Madagascar surgiram no fim do século 19, mas esbarraram na dificuldade
de capturar exemplares sem que eles perdessem escamas demais.
O número de escamas e a sua padronagem são fundamentais para os
especialistas identificarem e distinguirem as espécies de répteis. Por
isso, eles levaram tanto tempo para classificar o Geckolepis megalepis
como nova espécie.
Existem em Madagascar 350 répteis terrestres, 90% dos quais não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo.
G1 Natureza
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