Cientistas americanos conseguiram criar um método para identificar o tipo de planetas que teriam a maior possibilidade, segundo eles, de abrigar vida alienígena — e quais provavelmente não — como parte de um novo estudo pioneiro. Os resultados foram publicados esta semana em um artigo na revista científica "Astrophysical Journal Letters".
O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade de Northwestern, Universidade de Colorado em Boulder, do Laboratório Virtual Planet da Nasa, a agência espacial americana, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT , na sigla em inglês), tem como objetivo ajudar a reduzir o grupo de planetas que os astrônomos devem vasculhar enquanto tentam encontrar vida extraterrestre.
Um vasto número de exoplanetas , aqueles localizados além do sistema solar, já é conhecido pelos cientistas — os telescópios já ajudaram a catalogar milhares, e muitos outros ainda devem ser encontrados. Mas é muito mais difícil saber como podem ser as condições desses planetas, principalmente por conta de suas especificidades.
Com o objetivo de mudar este quadro, os pesquisadores por trás do novo estudo combinaram uma variedade de dados para entender onde os planetas habitáveis podem estar. De acordo com os cientistas, esses planetas se localizam ao redor das estrelas anãs M — que compõem 70% da nossa galáxia —. o lugar mais provável para se encontrar vida alienígena.
O estudo ajuda a redefinir a compreensão sobre se um planeta poderia ser habitável, levando em consideração a radiação vinda de uma estrela, e como seria a rotação do astro. Isso, por sua vez, levou os pesquisadores a entenderem como a radiação vinda de uma estrela aquece ou esfria a atmosfera de um planeta rochoso. As descobertas podem ajudar a compreender se pode haver água nesses planetas e, assim, se é possível que a vida cresça lá.
Raios UV
Os cientistas também destacam outa descoberta: a de que planetas que possuem finas camadas de ozônio recebem doses perigosamente altas de raios UV. Isso os torna perigosos para qualquer vida complexa que possa tentar prosperar em sua superfície, mesmo que as condições pareçam adequadas por conta da temperatura.
"Na maior parte da história da humanidade, a questão de saber se a vida existe ou não em outro lugar pertenceu apenas ao domínio filosófico", disse Howard Chen, o primeiro autor do estudo, da Universidade de Northwestern. "Somente nos últimos anos tivemos as ferramentas de modelagem e a tecnologia de observação para abordar esta questão."
Agora, os cientistas podem definir com maior precisão quais planetas devem ser analisados.
"Existem muitas estrelas e planetas no universo, ou seja, muitos alvos", disse Daniel Horton, cientista sênior da pesquisa, da Universidade de Northwestern. "Nosso estudo pode ajudar a limitar o número de lugares que temos para apontar nossos telescópios".
Os cientistas têm meios para detectar vapor d'água e outros dados importantes para entender se um planeta pode ser habitável, a bordo do Telescópio Espacial Hubble e do Telescópio Espacial James Webb, que será lançado em breve e vasculhará planetas distantes em busca de sinais que possam indicar vida. A nova pesquisa deve ajudar a decidir em quais partes da galáxia eles estarão olhando.
"'Estamos sozinhos?' é uma das maiores perguntas sem resposta", disse Chen. "Se pudermos prever quais planetas têm mais probabilidade de hospedar a vida, podemos ficar muito mais próximos de respondê-la durante nossas vidas."
Fonte: O Globo
Fonte: O Globo
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