O Brasil ganhou oficialmente, no início do mês, o Parque Nacional da Serra do Teixeira. Com uma área aproximada de 61.095 hectares de caatinga, é o primeiro parque nacional no estado da Paraíba. O local será destinado à preservação da biodiversidade, promoção de turismo ecológico, além de atividades de recreação, em contato com a natureza.
Segundo o diretor substituto de Manejo e Criação de Unidades de Conservação do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Bernardo Brito, a criação do parque foi resultado de uma série de estudos desenvolvidos com instituições ambientais do Nordeste e coordenados pelo próprio ICMBio, que será o gestor do novo Parque Nacional.
“A partir desses estudos e do diálogo com entes sociais nós chegamos a um desenho de uma área com boa vizinhança e que não adentrasse em regiões onde há outros tipos de uso, como assentamento rural, ou ocupação por antenas comerciais”, explica Brito. Aliás, um ponto polêmico é que a medida também autoriza a mineração nas áreas descritas como zona de amortecimento, que circundam a área de preservação, mas segundo o ICMBio tal área ainda não foi delimitada.
O parque foi criado por meio de um decreto presidencial assinado por Lula no Dia Mundial do Meio Ambiente.
Parque da Serra do Teixeira
Situado integralmente na Caatinga, o parque deve contribuir especialmente para a proteção deste bioma. A área abrange 12 municípios: Água Branca, Cacimba de Areia, Catingueira, Imaculada, Juru, Mãe D’água, Maturéia, Olho D’Água, Santa Teresinha, Santana dos Garrotes, São José do Bonfim e Teixeira.
Dentre as atrações naturais do lugar está o Pico do Jabre, no município de Matureia, a 325 km de João Pessoa. O local, a 1.208 metros de altitude, é ponto mais alto do estado e oferece uma visão panorâmica de 130 km dos estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Muitos aventureiros visitam o lugar, em busca da vista privilegiada e de um belo pôr do sol.
Segundo o superintendente da Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente), Marcelo Cavalcanti, o estado da Paraíba tem muitas áreas com vocação para parques nacionais e ele espera que outras áreas, como esta, sejam transformadas em unidades de preservação.
O Brasil tem atualmente 74 parques nacionais administrados pelo ICMBio. Juntos, eles somam cerca de 26 milhões de hectares em áreas de preservação. Algumas com a concessão para turismo e atividades recreativas à iniciativa privada.
Proteção
A implantação do Parque Nacional da Serra do Teixeira irá proteger cerca de 70 nascentes de água existentes naquela serra, sendo 70% das nascentes da bacia do Rio Piranhas/Açu. Trata-se de importante unidade de conservação que protegerá de forma integral todas as riquezas biológicas e cênicas encontradas na região.
Flora
Conforme estudo apresentado em 2009, o Parque Nacional da Serra do Teixeira apresenta pelo menos 265 espécies, das quais 24 são endêmicas (exclusivas dessa área e não são encontradas em outros lugares) à Caatinga e ao menos seis espécies encontram-se ameaçadas de extinção.
Fauna
A unidade possui uma relevante representatividade da biodiversidade. São no total 237 espécies registradas, apenas para os quatro grupos de vertebrados terrestres (anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Pelo menos 19 espécies estão entre as listas vermelhas de fauna ameaçada de extinção, e tantas outras correm riscos pelo seu potencial sinergético, sendo caçadas de forma ilegal. Entre toda a fauna, o registro mais importante é o do jacaré-do-papo-amarelo, podendo ser a única população natural deste réptil no semiárido paraibano.
Fonte: Ciclo Vivo
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