Jovens cientistas de todo o país estão em Brasília neste fim de
semana para apresentar projetos voltados à melhoria da qualidade de
vida de idosos. Depois de meses de estudo em grupo, eles desenvolveram
protótipos avançados de tecnologia robótica que pretendem lançar
futuramente no mercado.
Os cientistas são crianças e adolescentes com idade entre 9 e 14
anos, que representam colégios públicos e privados de todo o país no
Torneio de Robótica First Lego League. Realizado desde 2004, o evento
tornou-se referência para os jovens que querem mudar o mundo sem abrir
mão do que mais gostam: diversão, tecnologia e interatividade.
Orientados por técnicos e mentores, os adolescentes fazem pesquisa
social e tecnológica para desenvolver protótipos que poderiam ter saído
de qualquer universidade. Estudantes de um colégio estadual em Santa
Rita do Sapucaí (MG) desenvolveram uma dupla de relógios em que a
variação de pressão no idoso aciona alarme na unidade que fica com seus
filhos ou responsáveis. A localização é enviada por GPS.
“A proposta vai ao encontro da demanda do Brasil por mão de obra
qualificada em tecnologia, que está sendo importada. Queremos despertar o
jovem para esse mundo”, explica Marcos Wesley, do Instituto Aprender
Fazendo. A cada ano, além de torneios que testam a agilidade na operação
de robôs, os participantes têm que apresentar projetos voltados para a
melhoria da sociedade em que vivem. Neste ano, foi a vez da terceira
idade.
No estande de Catalão (GO), estudantes apresentam um relógio
diferente para os esquecidos. Os alarmes são programados para avisar
sobre remédios e dosagens que devem ser ingeridos. Símbolos substituem
os números na opção pensada especialmente para analfabetos. “Pela nossa
pesquisa, entendemos que o idoso tem suas limitações, mas quer ser
independente”, explica Luiz Dias, técnico da equipe.
O grupo que representa o Rio de Janeiro (RJ) apostou em um mecanismo
que lê ondas cerebrais para movimentar objetos. “Pode ser usado para
assentos e camas subirem e descerem, ajudando idosos com problema no
joelho ou de locomoção”, explicam. Embora todas as ideias pareçam dignas
de prêmio, apenas três das 60 equipes disputarão torneios na Europa e
nos Estados Unidos.
Envolvido com o projeto há quase dez anos, César Barscevicius, 20
anos, diz que o torneio criou uma nova geração de jovens que vivem
pesquisa e tecnologia o ano todo. “O brasileiro se destaca. Por não
termos tantos recursos, acabamos usando mais a criatividade”, diz ele,
que ganhou campeonato na Europa em 2010.
Todos os estudantes ouvidos pela Agência Brasil
disseram que pretendem seguir na área de tecnologia, especialmente pela
possibilidade de bons empregos e de “criar coisas novas que não precisam
de manual”.
Agência Brasil
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