Considerado o celeiro do país pelo
grande volume de produção de grãos, o estado de Mato Grosso mantém-se
também na liderança em relação ao recolhimento de embalagens de
agrotóxicos utilizadas nessas culturas. Nos dois primeiros meses deste
ano, os produtores, fabricantes de fertilizantes e comerciantes
conseguiram garantir que 1,5 mil embalagens usadas no campo fossem
devolvidas e ambientalmente tratadas.
Essa cadeia, conhecida como gestão
pós-consumo, ou logística reversa, tornou-se uma obrigação para o setor
em 2002. Desde que os segmentos envolvidos na cadeia conseguiram
organizar um sistema para recolhimento e tratamento dessas embalagens,
Mato Grosso vem apresentando os melhores resultados. Em janeiro e
fevereiro do ano passado, o recolhimento já ultrapassava 1,3 mil
volumes.
Atualmente,
o estado é responsável por 11% de todo o material recolhido no país
nesse mesmo período (quase 6 mil toneladas de embalagens). Os
produtores, fabricantes e comerciantes de Mato Grosso registram volumes duas vezes maiores do que os levantados em Goiás, por exemplo - segundo estado nesse ranking, com 702 embalagens em janeiro e fevereiro deste ano.
Mesmo
com esse destaque, os fabricantes de embalagens que organizam as
estatísticas preferem trabalhar com número em blocos. Segundo
levantamento do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV), que representa o segmento, no topo da lista, ao lado de Mato Grosso, estão os resultados de Goiás e do Paraná (691 embalagens). A cadeia de pós-consumo nessas três regiões respondem por 49% do total de embalagens destinadas de forma ambientalmente adequada.
A gestão pós-consumo em todo o território brasileiro, nos dois primeiros meses deste
ano, totalizou 5.968 toneladas de embalagens vazias de defensivos
agrícolas, ou seja, 6% a mais do que o volume recolhido e tratado
adequadamente no mesmo período de 2012.
O
aumento da produção agrícola no país é apontado como um dos motivos
para o crescimento do volume de embalagens contabilizadas pelo sistema
de logística reversa. Representantes do inPEV
garantem que esse volume crescente também mostra que o atendimento à
legislação nacional tem acompanhado o incremento da atividade agrícola. Os
números do instituto apontam que 94% de tudo o que é colocado no
mercado brasileiro é encaminhado para a destinação adequada.
A logística
reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizada pelo
Sistema Campo Limpo, que envolve a responsabilidade de todo o setor, foi
destacada, há poucos dias, em uma publicação do Ministério da
Agricultura, que reúne exemplos de gestão sustentável no campo. Nos
últimos dez anos, mais de 237 mil toneladas de embalagens de
agrotóxicos utilizadas nas propriedades rurais brasileiras voltaram para
os fabricantes que reutilizaram ou eliminaram o material, seguindo
padrões ambientais definidos em lei.
Apenas no ano passado, segundo dados do inPEV,
o volume de embalagens recolhidas e corretamente destinadas por
agricultores, comerciantes e fabricantes superou as 37,7 mil toneladas. O
balanço mostra um aumento de 9% em relação ao registro de 2011.
Agência Brasil
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