Governos estão fracassando no cumprimento de metas para proteger
animais e plantas sob um plano estabelecido para a biodiversidade até
2020, o qual também busca aumentar o abastecimento alimentar e
desacelerar a mudança climática, mostrou um relatório da Organização das
Nações Unidas nesta segunda-feira.
Muitas espécies raras enfrentam um crescente risco de extinção,
florestas estão sendo desmatadas por fazendeiros a uma taxa alarmante, e
a poluição e a pesca excessiva continuam, apesar de um esforço da ONU,
definido em acordo em 2010, para reverter as tendências prejudiciais
para a natureza.
“Tem havido um aumento no esforço (pelos governos)… mas isso não será
suficiente para se alcançar as metas”, disse Bráulio de Souza dias,
secretário-executivo da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), à
Reuters, citando o relatório de progresso sobre o tema.
No geral, o relatório da Previsão para a Biodiversidade Global,
divulgado no começo de um encontro sobre o tema na Coreia do Sul, nesta
segunda-feira, mostrou que apenas cinco das 53 metas estabelecidas para
se preservar a natureza estavam dentro da meta ou à frente do
itinerário. As outras 48 estavam para trás.
Os governos estão no caminho certo, por exemplo, em relação a uma meta
que estabelece 17 por cento da área terrestre mundial até 2020 como
áreas protegidas para a vida marítima, tais como parques ou reservas.
Mas estavam para trás em metas como cortar pela metade a taxa de perda
de habitats naturais, ou de prevenir extinções de espécies conhecidas
ameaçadas.
“Apesar de histórias individuais de sucesso, o risco médio de extinção
para pássaros, mamíferos e anfíbios ainda cresce”, disse o relatório,
acrescentando que a biodiversidade significa mais do que campanhas para
salvar orangotangos, ursos polares ou sapos raros.
Pedindo que os governos redobrem os esforços, o secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, disse que o sucesso na preservação da vida no planeta
ajudaria nas metas de “eliminar a pobreza, melhorar a saúde humana e
fornecer energia, alimentos e água potável para todos”.
Outros relatórios da ONU estimaram, por exemplo, que a polinização por
insetos - amplamente feita por abelhas - vale cerca de 190 bilhões de
dólares por ano ao assegurar a produção da alimentos.
O relatório de segunda-feira estimou que o mundo precisaria gastar
entre US$ 150 bilhões e US$ 440 bilhões por ano para alcançar as metas
de 2020.
Reuters
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