A passagem de um meteoro no céu do Nordeste brasileiro
foi registrada por câmeras da Rede Brasileira de Observação de Meteoros
(Bramon) e do Clima ao Vivo, na noite do sábado (22), em João Pessoa. As
imagens foram divulgadas nesta segunda-feira (24) e mostram a rápida passagem
do meteoro no céu visto a partir do bairro de Brisamar.
Segundo o astrônomo Marcelo Zurita, membro da Bramon e
presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), o meteoro entrou na
atmosfera às 18h59 (horário de Brasília) sobre o Oceano Atlântico, a 99,2 km de
altitude e cerca de 110 km da costa leste do Rio Grande do Norte. Em um período
de cinco segundos e velocidade média de 64,6 mil km/h ele percorreu uma
distância de 89,7 km, desaparecendo a cerca de 36,3 km de altitude, ainda sobre
o oceano, e a 53 km de Natal.
“Temos um grupo aqui na Paraíba que pratica
astrofotografia (fotos noturnas de astros celestes). Um dos membros alertou que
acabara de ver uma bola de fogo esverdeada a nordeste, por volta das 19h. Então
eu conferi nas minhas câmeras e havia o registro na câmera 'allsky', que
monitora todo o céu”, explica Zurita.
A partir deste registro, com o horário certo da
passagem do meteoro, o astrônomo entrou em contato com o Clima ao Vivo para
localizar imagens do fenômeno em outras câmeras da rede. Além da câmera
“allsky” de Zurita, o registro foi feito ainda em outra câmera dele, instalada
por meio de uma parceria entre a Bramon e o Câmera ao Vivo, e também em câmeras
instaladas em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.
“O meteoro é um fenômeno luminoso
formado pela passagem atmosférica de uma rocha espacial, chamada meteoroide.
Como essas rochas viajam a uma velocidade muito elevada no espaço, ao atingir a
atmosfera da Terra elas aquecem o gás atmosférico à sua frente e o gás aquecido
e ionizado forma uma bolha de plasma que brilha intensamente como uma lâmpada”,
explica Marcelo Zurita.
Segundo o astrônomo,
meteoroides do tamanho de um grão de arroz já são capazes de gerar meteoros
visíveis, mas normalmente são vaporizados rapidamente pelo calor da passagem
atmosférica. Rochas maiores, do tamanho de um melão, por exemplo, resistem ao
aquecimento inicial e atingem as camadas mais baixas e densas da atmosfera.
“Isso gera uma bola
de fogo muito brilhante e que normalmente termina com uma explosão, quando o
meteoroide não aguenta mais a pressão da atmosfera. Meteoros assim, muito
brilhantes e explosivos, são chamados de bólidos”, completa Zurita.
Baseado na luminosidade e na velocidade do meteoro, a
Bramon calcula que a rocha espacial que gerou o fenômeno tinha entre 20 e 60 kg
de massa, dos quais cerca de 5 kg podem ter resistido à passagem e gerado
meteoritos que caíram no mar.
Fonte:
G1 Paraíba
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