terça-feira, 15 de agosto de 2017

Oito dicas simples que ajudam seus filhos a praticarem a sustentabilidade


Parte importante da educação, cidadania e o respeito com o meio ambiente precisam começar em casa. A ajuda dos pais em conversas com seus filhos sobre o que é o consumo e seus efeitos, ensiná-los temas como descarte do lixo, explicar-lhes o que é e como funciona a reciclagem são iniciativas que ajudam as crianças a construir melhor entendimento sobre questões ambientais e desdobrá-lo em atitude e comportamento sustentáveis. De maneira complementar a essa educação ambiental doméstica, importa a ajuda da escola e seus professores, algo fundamental. Existem instituições de ensino que se diferenciam pela apresentação dos conceitos e práticas da sustentabilidade para crianças já em seus primeiros anos na escola, algo que vale à pena pesquisar na escolha do espaço que lhes ajudará a formar aqueles, que tanto ouvimos falar, sobre as tais gerações futuras.

Voltando para casa, há diversas formas de desenvolver o tema com a molecada, e a criatividade não precisa de limites. Sugerimos algumas iniciativas legais que podem ser um bom começo.
Curta aqui dicas sobre como ajudar seus filhos a cultivarem uma visão mais ecológica e sustentável do mundo e suas relações:

1) Árvores

Uma forma de aproximar a criança à natureza é conversar sobre o que são as árvores, sua importância simbólica e prática, seus ciclos e ensiná-la a plantar uma. Aproveite para fazê-lo da forma mais descontraída possível. Acompanharem juntos o crescimento dela pode ser uma experiência das mais especiais.

2) Interruptores de luz com desenho de super-herói

Uma das melhores maneiras de se conservar energia em casa é desligando as luzes que não estejam sendo usadas, aquela lâmpada ligada onde não há ninguém a ser iluminado. E isso serve para todos os cômodos da casa, desde salas, quartos até banheiros e áreas de serviço. O ato de apagar a luzes é mais fácil para o adulto lembrar, mas para as crianças isso é parecido com memorizar a tabela periódica dos elementos ou a tabuada. Por isso, que tal um interruptor com o desenho do super-herói ou personagem favorito das crianças, para incentivá-las a apagar a luz. Aproveite para dizer que o Batman, por exemplo, está de olho para que apaguem as luzes.

3) Transforme o tempo de banho em uma corrida

Se você conseguir encurtar o tempo de banho em sua casa por apenas um ou dois minutos, você vai economizar até 150 litros de água por mês. Para ajudar a acelerar o tempo de banho da criançada, aproveite para cronometrar o tempo deles no chuveiro e ofereça recompensas pequenas caso ele consiga bater o tempo estipulado ou se fizer um tempo melhor do que o último banho. Só que na regra da brincadeira precisa ficar claro que não vale pular a parte da higiene pessoal por causa de um prêmio. Se por acaso seu filho gostar de assistir ou praticar esportes que envolvem corrida, aproxime essa paixão ao cotidiano.

4) Bilhete perto da torneira do banheiro

Outra maneira de se conservar água é fechar a torneira do banheiro quando não a está usando. Certifique-se que seus filhos estão fechando a torneira enquanto escovam seus dentes. Vale lembrar que isso serve também para os adultos, quando estão fazendo a barba, passando fio dental ou qualquer outra higiene pessoal. Os mais velhos precisam dar o exemplo para os mais jovens seguirem. Coloque então um pequeno bilhete, por escrito, perto da sua torneira para refrescar sua memória e a dos seus filhos.

5) Brigada dos carregadores

Se suas crianças possuem seus próprios celulares ou quaisquer outros aparelhos, provavelmente elas também possuem um monte de carregadores. Mesmo quando não estão conectados a algum desses aparelhos, os carregadores continuam a consumir eletricidade, por isso é melhor desconectá-los quando não estiverem em uso. Se por acaso encontrar dificuldades na prática dessa regra, a associação descontraída da suspensão de alguma regalia por curto período de tempo associada a cada carregador encontrado plugado na tomada pode ser uma alternativa legal. E isso pode servir também para vídeo-games, TVs, aparelhos de som, etc.

6) Coloque as crianças no comando da reciclagem

Para mudança dos hábitos dos seus filhos, em qualquer assunto, que tal colocá-los no comando das ações? Atribua à molecada o controle da reciclagem, pois assim entenderão sua importância e darão mais valor à separação do lixo doméstico.

7) Dia de limpeza

Escolher um dia da semana como sendo o dia de limpar a casa. Chame seus filhos para ajudar retirando o que é lixo. Isso serve tanto para casa como na escola, em que um grupo de alunos interessados se junte para limpar a escola pegando lixo da própria e de suas calçadas mais próximas. Fazer um mutirão de limpeza, explicando a necessidade da coleta e destinação adequadas dos resíduos e os impactos no caso de não fazê-lo adequadamente.

8) Reaproveitando a água da chuva

Mostre as crianças que a água da chuva pode ser reaproveitada. Basta a criança colocar um balde fora da casa com uma pedra dentro, para não tombar, e esperar a chuva. Quando parar é só pegar esse balde e usar essa água para molhar as plantas que estão dentro de casa ou mesmo nos sanitários. Isso fica mais fácil de ser feito se você morar em uma casa, mas se morar em apartamento basta descer no térreo.

Jogos online ecológicos

Além dessas dicas, existem maneiras de interagir com as crianças transmitindo a mensagem de responsabilidade sócio-ambiental associada à brincadeira. Para essa nova geração, que surge imersa nos meios digitais existem diversos jogos que fazem com que a criança teste seus conhecimentos sobre meio ambiente e sustentabilidade, como criar um vilarejo mais sustentável ou um personagem que precisa plantar árvores e enfrentar lenhadores que querem desmatar. Ou ainda um jogo um pouco mais elaborado onde o usuário tem contato com as políticas ambientais e soluções em sustentabilidade para o planeta. Aproveite para incentivar seus filhos a jogar esses tipos de jogos e realizar “quizzes” sobre o assunto.

(Via eCycle)

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

9 retrocessos ambientais do governo Michel Temer


Pautas complexas referentes ao meio ambiente, que interessam principalmente ao setor dos agronegócios e estavam há tempos sendo negociadas no Congresso, têm passado com facilidade na gestão de Michel Temer (PMDB).

Fragilizado, o governo precisa do apoio dos parlamentares para aprovar reformas e, principalmente, nesta quarta-feira, dia 2, barrar a denúncia contra o presidente, que é o primeiro no exercício do mandato a ser acusado de ter cometido um crime comum (corrupção passiva).

Neste contexto, aprovações a projetos de interesse da bancada ruralista, uma das mais poderosas na Câmara, passaram a ser usadas como moeda de troca pelo Planalto.

Catraca Livre conversou com três ONGs que acompanham de perto essas discussões em Brasília e levantaram nove pontos em que o governo Temer contribuiu com o retrocesso ao tema ambiental, colocando em risco conquistas obtidas desde os anos 90. Eis os pontos destacados por Mario Mantovani, da SOS Mata Atlântica, Márcio Astrini, do Greenpeace, e Nathália Helena Medeiros Santos, do WWF:

1. Anistia a grileiros

O presidente assinou medida provisória que aumenta a anistia a donos de terras ocupadas ilegalmente na Amazônia. Com a MP, a área total do lote que poderá ser legalizada aumentou de 1.500 para 2.500 hectares (o equivalente a 2.500 campos de futebol, portanto, grandes proprietários). Quem ocupou terras ilegalmente até 2011 poderá ser beneficiado, em vez do prazo anterior, que era 2004. A lei facilita a regularização de proprietários que agiram de má-fé, dizem os ambientalistas, já que não há corte de avaliação (se houve desmatamento ilegal, ou algum outro crime para a ocupação da área, não há restrição.

2. Agrotóxicos

Projetos em discussão na Câmara preveem facilitar o registro de produtos de forma quase compulsória, flexibilizar o registro de novas substâncias (mesmo que tenham sido reprovadas em outros países), retirando a avaliação dos impactos na saúde, por meio da Anvisa, e no meio ambiente como determinantes para aprovação. Até mesmo o termo "agrotóxico" pode deixar de ser usado, passando a ser “defensivo fitossanitário”, uma forma de maquiar o potencial danoso à saúde das pessoas e também ao ambiente que esses produtos podem causar. O governo estuda até assinar uma medida provisória para regular o assunto, o que impediria os debates necessários para se avaliar as propostas.

3 . Código Florestal

A bancada ruralista tenta flexibilizar o Código, para, entre outros motivos, "acabar com a função social da terra", segundo Mantovani. Há duas dificuldades principais para a aplicação da lei, segundo os ambientalistas: agronegócio pede a ampliação do prazo para ao Cadastro Ambiental Rural (que reúne informações de todas as propriedades) e também para o prazo estipulado para a recuperação da terra, e o governo pode ceder.

5. Desmatamento

A tendência de queda do desmatamento no Brasil sofreu alteração e, em 2016, houve um aumento de 58%, segundo estudo da SOS Mata Atlântica e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os resultados ruins fizeram com que a Noruega, maior financiadora do Fundo Amazônia, decidisse cortar pela metade os valores de investimentos previstos para a proteção ambiental da área neste ano.

6. Licenciamento ambiental

Três projetos de lei buscam tirar o controle do licenciamento ambiental para grandes produtores (de qualquer atividade agrícola, pecuária ou de silvicultura), permitir a flexibilização do licenciamento por Estados (o que pode gerar uma corrida de flexibilização para que os Estados atraiam mais investimentos), enfraquecer os órgãos de licenciamento (Funai, Fundação Cultural Palmares, ligados à proteção do patrimônio cultural/histórico e de gestão de unidades de conservação) e, também, o sistema de responsabilidade civil ambiental.

7. Redução das áreas protegidas

Somando duas medidas provisórias em pauta no Congresso, ficarão desprotegidos mais de 1 milhão de hectares
de Unidades de Conservação a Amazônia, no Estado do Pará, em uma área já marcada por conflitos fundiários,
avanço do desmatamento e crimes como corte ilegal de madeira, garimpos clandestinos e
grilagem de terras públicas. Além da Amazônia, todas as UCs são atingidas, incluindo a mata Atlântica, que, por estar mais próxima às cidades, está mais exposta.

8. Terras indígenas

Um projeto de lei e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ameaçam terras indígenas já demarcadas, ao permitir a exploração de recursos e a mineração nas áreas, além de inviabilizar novas demarcações .

9. Vendas de terras para estrangeiros

Propostas preveem que terras públicas sejam liberadas para estrangeiros, um tema complexo que envolve assuntos ligados à segurança nacional, no caso de áreas próximos às fronteiras. Além disso, essa autorização pode provocar um aumento do preço da terra, o aumento do desmatamento, especulação imobiliária, pressão para a expansão da fronteira agrícola em áreas de proteção/conservação, entre outros pontos.

 
Catraca Livre

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Mistério das águas escuras nas Cataratas do Niágara é desvendado


Quando as águas das famosas Cataratas do Niágara, na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá, apareceram escuras e fedidas, no último sábado, visitantes ficaram em alerta. O temor era de que se tratasse de um vazamento de óleo. 

Nesta segunda-feira (31), porém, o mistério foi desvendado.
A mancha escura malcheirosa foi causada por resíduos produzidos pelos filtros de carvão que são usados para limpar a água. 

Esses resíduos foram despejados na água durante trabalhos de manutenção no sábado, segundo autoridades americanas.

A Niagara Falls Water Board (NFWB), administradora do local, pediu desculpas pelo alarme causado entre moradores e turistas. 

Em comunicado, a administradora disse que a "água tingida" era resultado de "mudanças rotineiras, necessárias e de curto prazo feitas no processo de tratamento dos resíduos" na planta da NFWB perto da cidade americana de Buffalo. 


"A água escurecida continha alguns sólidos acumulados e resíduos de carbono, dentro dos limites permitidos. Não havia ali nenhum tipo de óleo ou solvente orgânico", agregou o comunicado. "O odor infeliz limitou-se ao cheiro normal de descarga de água de esgoto." 

Autoridades dizem que a planta de tratamento tinha autorização para liberar os resíduos na água.
Um dos primeiros a notar o escurecimento das águas foi Pat Proctor, vice-presidente da Rainbow Air, que realiza tours de helicóptero sobre as cataratas. 

Ele afirmou que os resíduos escuros continuaram nas águas por diversas horas no sábado, até se dissiparem.
"Eu só rezava para que não fosse um vazamento de óleo", disse Proctor à BBC. "(A mancha) se espalhou por meia milha (800 metros), parecia muito ameaçadora e tinha um cheiro horrível." 

Em geral, descargas desse tipo não ocorrem durante as temporadas altas no turismo (caso do fim de semana passado), queixou-se.


G1

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Luminárias de papel inspiradas em animais aquáticos que vão te encantar


Um estúdio de design holandês está produzindo maravilhosas luminárias tendo como inspiração as profundezas da vida aquática. Com variedade de tons de papel, é feito um cuidadoso trabalho manual cujo resultado é incrível.

Batizado de VasiliLights, o estúdio é formado pelo casal Lidiya Koloyarskaya e Vasili Popow. Eles são especializados em trabalhos do tipo “faça você mesmo”, criam as peças, fazem belas fotografias para valorizar tudo que foi feito e vendem em lojas online.

As peças do tema “animais aquáticos” são tão bonitas que mais parecem obras de arte. São diversas criações, usando papel, fáceis de montar, semelhante à técnica de origami.










Ciclo Vivo

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Aprenda a fazer xampu natural com babosa e óleos essenciais


Os xampus industrializados possuem uma infinidade de substâncias que, para um consumidor comum, são indecifráveis. É bem difícil saber qual a função de cada uma delas – apesar de haver muitos movimentos que hoje divulgam os malefícios de alguns componentes. Em contrapartida, há uma série de receitas caseiras na internet como alternativa e compartilhamos hoje a dica ensinada pelo Clube do Cabelo e Cia.

Ingredientes:

– 1 barra (100g) de sabão de Castela

O termo sabão de Castela é um nome genérico dado ao sabão originado de fontes de  óleos  vegetais (oposto  ao  tradicional  sebo).  A  fonte  oleosa  mais  comum  e tradicional usada para fabricar o sabão de Castela é o azeite de oliva, mas outros óleos ganham em popularidade, como o óleo de jojoba. O sabão de Castela é suave para  a  pele  e  o  couro  cabeludo.  Ele  pode  ser  encontrado  em  lojas  de  produtos naturais ou em lojas de artigos importados e algumas marcas apresentam versões com diferentes essências. Tem em líquido e em barra, sendo o barra mais fácil de achar.

– Água (sem cloro) – 200ml

Você pode obter água sem cloro deixando a água da torneira descansar por 1 a 3 dias, ou comprar água destilada.

– Gel da folha da babosa (aloe vera) – 60ml (ou 20 ml de extrato glicólico)
– Glicerina Bi-destilada – 5ml (opcional)

A glicerina  Bi-destilada  tem a propriedade  de  absorver umidade e  alto  poder  umectante  em  diversos  produtos  cosméticos.  Possui propriedades emolientes e hidratantes, podendo ser utilizada em xampus, sabonetes líquidos, condicionadores, cremes e loções hidratantes.

– Ácido cítrico em pó (2 g)

Ele reduz o Ph e também serve como conservante

– Óleo vegetal (semente de uva, jojoba, etc.) 15ml (opcional)
– Óleo essencial de sua preferência – 30 gotas

Isto irá adicionar a fragrância, e também potencializar o tratamento que você quer para  o  seu  shampoo.  Por  exemplo,  o  de  alecrim ajuda a aliviar problemas específicos, como cabelos secos, danificados e com caspa.

– Óleo essencial de Melaleuca (Tea Tree) – 25 gotas

Bactericida, germicida e fungicida. Ele é um conservante natural, que pode preservar o produto por até 6 meses.

Como fazer:

Corte o sabão em tirinhas, ou passe num ralador – quanto mais finas as tiras, mais rápido irá dissolver. Em uma panela inox ou esmaltada ou de vidro (não serve de alumínio), esquente a água desmineralizada, e quando começar a ferver, desligue o fogo.

Junte a essa mistura o ácido cítrico até dissolver, depois coloque o sabão e mexa até que ele se dissolva por completo, e então deixe esfriar. Quando  estiver  morno,  adicione  o restante dos ingredientes  e  misture  bem.  Com  o  auxílio  de  um  funil,  despeje  o  xampu  na  garrafinha  de  vidro  ou plástico para o armazenamento. Garrafas escuras protegem melhor da luz.  Agite  bem  o  frasco  sempre  antes  de  usar  o  shampoo, para  que  os  óleos  se misturem.


Redação Ciclo Vivo 


terça-feira, 18 de julho de 2017

Pesticidas à base de nicotina são nocivos a abelhas, diz estudo


Usados na agricultura, agrotóxicos neonicotinoides podem ser responsáveis pelo declínio da população de abelhas na natureza. Sugestão vem de abrangente pesquisa de campo realizada em três países e publicada na "Science". À base de nicotina, os pesticidas neonicotinoides são prejudiciais à reprodução e à vida das abelhas, afirmou um abrangente estudo publicado nesta quinta-feira (29/06) na revista científica Science. A população desses insetos polinizadores vem diminuindo de forma preocupante nos últimos anos. 

A pesquisa de campo, anunciada como a mais extensiva sobre o tema, foi realizada em uma área total de 2 mil hectares, englobando três países europeus: Reino Unido, Hungria e Alemanha. A intenção era estabelecer os impactos dos pesticidas no "mundo real", e não em simulações em laboratório. 

Os cientistas expuseram um grupo de abelhas a campos tratados com os neonicotinoides e um outro grupo a campos livres de pesticidas, e então seguiram esses insetos ao longo de um ano – da primavera de 2015 ao mesmo período do ano seguinte. 

Na Hungria e no Reino Unido, a taxa de sobrevivência dos animais expostos ao agrotóxico foi alarmante, afirmou o estudo. Em território húngaro, por exemplo, o número de colônias sobreviventes foi 24% menor nos campos tratados com pesticidas do que nos não tratados. 

Na Alemanha, curiosamente, os neonicotinoides não apresentaram efeitos tão nocivos. Segundo os pesquisadores, isso pode ter acontecido porque as abelhas no país são mais saudáveis, há menos doenças que afetam suas colônias, além de sua nutrição ser mais abrangente. 

O cientista Richard Pywell, um dos autores do estudo, afirmou que apenas 10% da dieta das abelhas alemãs corresponde às plantas tratadas com os pesticidas, enquanto na Hungria e no Reino Unido essa taxa ultrapassa 50%, o que explica por que elas acabam sendo mais afetadas. 

"Após esse novo estudo, continuar afirmando que o uso de neonicotinoides na agricultura não prejudica as abelhas já não é mais uma posição sustentável", opinou, à agência de notícias Reuters, o biólogo David Goulson, da Universidade de Sussex, no Reino Unido. Ele não participou do estudo. 

A pesquisa foi financiada pela empresas Bayer, da Alemanha, e Syngenta, da Suíça, ambas fabricantes do pesticida à base de nicotina. Segundo os cientistas, as companhias não tiveram qualquer influência nos resultados publicados na Science nesta quinta-feira. 

Há mais de uma década, as populações de abelhas têm apresentado um alarmante declínio, levando a ciência a incansáveis estudos para descobrir os motivos. A queda dessas espécies é preocupante devido à função de polinização que elas exercem, muito necessária para o cultivo de alimentos, por exemplo. 

G1

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Brasil lidera ranking de ativistas ambientais assassinados em 2016


O Brasil é o país mais perigoso para os defensores do meio ambiente, tendo registrado 25% do total de assassinatos de ativistas ocorridos no mundo em 2016, de acordo com um relatório da Global Witness divulgado nesta quinta-feira (13). 


Pelo menos 200 ativistas ambientais, um número recorde, foram mortos em todo o mundo no ano passado, 60% deles na América Latina, segundo o relatório. 

O balanço, o dobro do registrado dois anos antes, é o mais elevado desde que a organização começou a contabilizar os assassinatos de ambientalistas, em 2002. 

Este é o reflexo de uma onda de violência, em que "as empresas mineradoras, madeireiras, hidroelétricas e agrícolas passam por cima das pessoas e do meio ambiente em sua busca por lucro", lamenta a organização.
Em 2016, os assassinatos de ativistas ambientais também se espalharam geograficamente, atingindo 24 países, contra 16 em 2015. 

Brasil, Colômbia e Filipinas são responsáveis ​​por mais da metade das mortes, seguidos por Índia, Honduras, Nicarágua, República Democrática do Congo e Bangladesh. 

"A luta implacável pela riqueza natural da Amazônia torna o Brasil, mais uma vez, o país mais letal do mundo", com 49 assassinatos em um ano, alerta o relatório. 

Já Honduras continua a ser o país mais perigoso em número de assassinatos per capita na última década.
De acordo com a ONG, 60% dos assassinatos ocorreram em países da América Latina, e 40% das vítimas eram membros de grupos indígenas. 

"A luta para proteger o planeta se intensifica rapidamente e o custo pode ser quantificado em vidas humanas", lamenta Ben Leather, da Global Witness, citado no relatório. 

"Mais pessoas em mais países estão ficando sem opção senão tomar uma posição contra o roubo de suas terras ou a destruição de seu meio ambiente", acrescentou. 

Um terço dos 100 assassinatos que foram atribuídos a setores industriais específicos estavam vinculados a operações de mineração e petróleo. 

As mortes vinculadas a empresas madeireiras aumentaram de 15 a 23 em um ano, e foram registrados 23 assassinatos relacionados com projetos do agronegócio.

Recorde histórico na Colômbia

No caso da Colômbia, o número de assassinatos atingiu um máximo histórico de 37, que a Global Witness atribui às consequências inesperadas do processo de paz. 

As áreas que até agora estavam sob controle da guerrilha se tornaram alvo "da cobiça de companhias extrativistas e de paramilitares", segundo o relatório. 

O relatório também cita o depoimento de Jakeline Romero, uma líder indígena colombiana ameaçada por protestar contra El Cerrejón, uma das maiores minas do mundo a céu aberto. 

"Te ameaçam para que você se cale. Não posso me calar", diz esta ativista que luta contra a mina, propriedade das mineradoras suíça Xstrata, britânica Anglo American e australiana BHP Billiton. 

Proteger os parques naturais — onde os caçadores furtivos matam elefantes e recuperam suas presas — também é uma atividade perigosa, como demonstram os nove assassinatos de 2016 na República Democrática do Congo. 

A maior parte da violência está localizada em países tropicais, onde a falta de regulação dos setores minerador e madeireiro facilita a poluição da água, o confisco de terras e o deslocamento de povos indígenas. 

A corrupção e o abuso de autoridade também levam às vezes os representantes da lei a agirem contra os ativistas do seu próprio país em vez de protegê-los, segundo a Global Witness. A consequência é que policiais e soldados foram identificados como suspeitos em ao menos 43 assassinatos em 2016. 

"O assassinato é o resultado extremo de uma tática que consiste em silenciar os ativistas, incluindo ameaças de morte, prisões, abusos sexuais, sequestros e ataques legais agressivos", indica a ONG. 

O relatório de 60 páginas reúne depoimentos de ativistas que sofreram intimidação e violência por protestar contra o que consideram um saque das suas terras. 

"Realizamos 87 marchas, exigindo que eles respeitem nossos direitos, e não tivemos resposta. Como resposta, só recebemos balas", diz Francisca Ramírez, nicaraguense de 39 anos que se opõe ao projeto do canal para conectar os oceanos Atlântico e Pacífico. 

Em 2016, 11 defensores do meio ambiente foram assassinados na Nicarágua, o que a transforma no país mais perigoso do mundo em número de mortes per capita nesse ano.

G1 Natureza