sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Marina Silva critica complacência do governo com novo código florestal


A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deu sua opinião na 17a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP17) sobre a aprovação do Código Florestal ontem no Senado. Ela afirma que o atual cenário é de incerteza com relação ao desmatamento e que a nova lei deve, sim, ameaçar as metas de redução de gases estufa prometidas na Cúpula de Copenhague, para serem cumpridas até 2020. “O objetivo de reduzir de 36% a 38% as emissões deve ser afetado, pois 70% das emissões no país são oriundas do desmatamento”, declara.
Marina também acredita que a posição de liderança do país na COP17 pode ser afetada, já que o Brasil é exemplo de preservação das florestas e biodiversidade para vários países florestados. “Corremos o risco de ter o nosso discurso sobre emissões e preservação invalidado na COP, principalmente se o desmatamento voltar a crescer”, explica.

Embora muito se fale que o Código aprovado foi um meio termo entre o que as duas partes queriam, ambientalistas de um lado e ruralistas de outro, a senadora não concorda. Para ela, só uma parte saiu comemorando o resultado.
Ao final do painel, Marina criticou mais uma vez o Governo e também a delegação brasileira que está em Durban, por terem comemorado os 11% de redução do desmatamento no último ano e acreditar que o novo Código Florestal não vai influenciar nisso nos próximos anos. “Me parece uma atitude de complacência dos nossos representantes com os erros cometidos [aprovação do Código]. Agora vamos aguardar o que a Câmara vai fazer e torcer para a presidenta Dilma vetar e cumprir a sua promessa de campanha: lutar contra o desmatamento”, encerra.

Fonte: o eco

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