sábado, 19 de abril de 2014

Descoberto o mais antigo ancestral dos animais herbívoros terrestres


Paleontólogos descobriram o mais antigo ancestral dos herbívoros terrestres, com 300 milhões de anos. O espécime ajuda a esclarecer o aparecimento dessa forma de alimentação no mundo animal, determinante para a evolução do ecossistema terrestre atual.

O fóssil parcial deste animal, denominado Eocasea martini, que tinha menos de 20 centímetros de comprimento, representa "o primeiro vínculo entre os carnívoros e os herbívoros", disse à AFP o paleontólogo Robert Reisz, professor da Universidade de Toronto, no Canadá, principal responsável pela descoberta, divulgada em artigo publicado nesta quarta-feira (16) na revista americana "PLOS ONE".

O esqueleto do Eocasea, ainda um carnívoro, apresentava certas características estreitamente relacionadas a uma linhagem de herbívoros, acrescentou Reisz, indicando que apenas uma parte do crânio, o essencial da coluna vertebral, a pélvis e uma pata traseira foram recuperados no Kansas.

Este animal, que viveu 80 milhões de anos antes do aparecimento dos dinossauros, fazia parte da classe Synapsida, que inclui os primeiros herbívoros terrestres e os grandes predadores, ancestrais dos mamíferos modernos.

Antes da emergência dos herbívoros, um pouco depois do Eocasea, os animais terrestres, todos carnívoros, alimentavam-se uns dos outros, ou comiam insetos. O aparecimento dos herbívoros "foi uma revolução da vida sobre a Terra, porque significou que os vertebrados puderam ter acesso diretamente a vastos recursos alimentares oferecidos pelos vegetais", destacou o pesquisador.

Os herbívoros, que se multiplicaram e cresceram, por sua vez, viraram uma fonte importante de nutrição para os grandes predadores, completou.

Assim, o Eocasea foi o primeiro animal a ativar um processo que resultou no ecossistema terrestre atual, no qual um grande número de herbívoros assegura o aporte alimentar de um número cada vez menor de grandes predadores, observou o professor Reisz.

Este fenômeno ocorre depois separadamente em outros grupos de animais, em pelo menos cinco ocasiões, afirmou.

"Uma vez que a via para o mundo da alimentação herbívora foi aberta pelo Eocasea (...), vários grupos de animais continuaram evoluindo para desenvolver os mesmos traços", permitindo-lhes digerir a celulose, um glicídio que é a principal fonte de energia fornecida pelas plantas.

"Os primeiros dinossauros eram todos carnívoros antes que um grande número se tornasse herbívoro" no curso da evolução, revelou o cientista. Mas, ele admitiu, "não compreendemos porque essa evolução de carnívoro para herbívoro não aconteceu mais cedo, nem as razões pelas quais ela ocorreu separadamente em várias linhagens animais".

G1 Natureza

Prefeitura de Picuí, na PB, lança concurso com 130 vagas


A Prefeitura de Picuí, no Seridó paraibano, divulgou nesta quinta-feira (10) edital de concurso público com 130 vagas. A remuneração inicial oferecida varia de R$ 729 até R$ 2.449,22. O edital e outros detalhes do concurso, além de procedimento de inscrição, estão disponíveis via internet, no site da CPCON da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

As oportunidades disponíveis são para candidatos com ensino fundamental, médio ou superior. As inscrições já estão abertas e serão encerradas no dia 28 de abril. As provas objetivas estão previstas para o dia 25 de maio.

Entre as vagas oferecidas, estão as de médicos, advogados, educador físico, enfermeiro, assistente social, técnico em laboratório, técnico de enfermagem, agente administrativo, auxiliar de consultório dentário, motorista, eletricista, operador de máquinas, instrutor de banda, coveiro, auxiliar de serviços gerais, entre outros.

A taxa de inscrição é de R$ 40, R$ 60 e R$ 80 para os cargos de nível fundamental, médio e superior, respectivamente.

G1

Montadas, na PB, lança edital de concurso com 142 vagas


A Prefeitura Municipal de Montadas lançou na terça-feira (15) o edital de seu concurso público, que oferece 142 vagas para os níveis fundamental incompleto, médio e superior. Os salários variam entre R$ 724,00 e R$ 1.950,00.

Veja mais detalhes no edital completo.

O concurso está sendo organizado pela Comissão de Processos Vestibulares da Universidade Federal de Campina Grande (Comprov) e as inscrições serão abertas às 9h da terça-feira (22), exclusivamente pela internet.

Os candidatos podem se inscrever até o dia 15 de maio. Os interessados devem pagar a quantia de R$ 60,00 (para cargo de nível fundamental incompleto), R$ 80 (para cargos de nível médio) e R$ 100 (para cargos de nível superior).

O concurso será realizado em duas fases: prova escrita objetiva de caráter eliminatório e classificatório e titulação e experiência profissional de caráter classificatório, dependendo do cargo pretendido. As provas acontecem no dia 8 de junho.

G1

Edital do concurso do HU de João Pessoa é divulgado


Foi divulgado nesta quinta-feira (17) o edital do concurso do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Ao todo, são 978 vagas, sendo 133 vagas de nível superior na Área Médica, distribuídas em 55 especialidades; 740 vagas de nível superior e médio na Área Assistencial; e 105 vagas de nível superior e médio na Área Administrativa, além de formação de cadastro de reserva em todos os editais.

Os salários variam de R$ 1.630 a R$ 7.774.

Clique para ver o edital da Área Administrativa, da Área Médica e da Área Assistencial, assim como a distribuição das vagas por área, os salários e o conteúdo programático das provas.

As inscrições poderão ser feitas entre os dias 23 de abril e 26 de maio, por meio do site do Instituto AOCP. Será disponibilizado, também, um posto de inscrição presencial com computadores e atendentes para os candidatos que não têm acesso a internet das 8h às 12h e das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), na RD7 Copiadora e Papelaria, situada na Rua José Serrano Navarro, 354, Castelo Branco III, em João Pessoa.

O Concurso Público vai contar com prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, e de avaliação curricular de Títulos e de Experiência Profissional, de caráter exclusivamente classificatório. Os concursados serão regidos pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A aplicação das provas objetivas está prevista para o dia 20 de julho e será realizada na cidade de João Pessoa. A duração das provas será de quatro horas. As provas serão constituídas pelas seguintes disciplinas: língua portuguesa, raciocínio lógico e matemático, legislação aplicada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), legislação aplicada ao SUS e conhecimentos específicos.

G1 Paraíba

Tecnologias verdes modificam paisagem no semiárido da Paraíba


Os investimentos feitos pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) têm dois fortes aliados da agricultura familiar na Paraíba: a tecnologia social e as pesquisas para evitar pragas. De barragens subterrâneas até as formas de plantio, elas têm contribuído positivamente para quem opta pelos produtos com selo verde, livre de agrotóxicos, na região do Semiárido paraibano.

Entre as pesquisas mais recentes geradas a partir de convênios com o banco, algumas resultaram na palma mais resistente à cochonilha do carmim, uma espécie de inseto comum em plantações. Outro ganho para os agricultores foi o resultado da pesquisa da banana resistente à sigatoka negra, que é uma doença causada por um fungo e que atinge as plantações. O abacaxi resistente ao fungo fusariose foi outro resultado conquistado por essas pesquisas.

Paralelo a esses resultados, balizados por pesquisas científicas, os agricultores se valem de conhecimentos adquiridos também na prática sobre a produção agrícola. Edinaldo José do Nascimento, agricultor familiar de Sousa, no sertão da Paraíba, reforça que o resultado da produção está relacionado com a forma e condições do plantio. “Ter uma boa colheita depende de manter o solo vivo. A plantação é bem equilibrada com a planta saudável se o agricultor cuida do solo e das condições dele”, contou.

A rotação da plantação é uma das apostas de Edinaldo José do Nascimento. A experiência, segundo ele, o fez perceber que manter em um determinado trecho a mesma cultura danifica o solo. “Planto em determinado local e daqui a um tempo inverto. Isso evita a incidência de doenças e também de pragas, além de não enfraquecer o solo”, disse.

Para manter o solo vivo, o agricultor utiliza recursos naturais da propriedade para fortalecer as áreas de plantação. “Uso muito a compostagem à base de esterco, restos de plantas que recolho após o fim de cada ciclo da rotatividade das culturas contribui muito para um solo vivo. Irrigar é barato. O caro mesmo é plantar”, frisou.

Produção abastece supermercados

Atualmente, oito grandes supermercados de Sousa, além das cidades de João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba, e Recife, em Pernambuco, são abastecidas pela produção agrícola da equipe de Edinaldo, que integra o Perímetro Irrigado Várzeas de Sousa.

Em pouco mais de uma década, ele conseguiu alavancar a produção que era de 200kg de produtos em 2001 para cinco toneladas no a no passado. “Hoje, eu tenho tudo planejado. Sei o que está sendo vendido e a quantidade de podemos produzir e vender”, afirmou o agricultor familiar vencedor do prêmio 'Agricultura Familiar' do Banco do Nordeste do Brasil 2012.

Embora produzisse sem agrotóxicos desde 2000, Edinaldo José do Nascimento ressaltou que só em 2010 conseguiu o reconhecimento do IBD Certificações – Inspeções e Certificações Agropecuárias, o que torna os produtos que ele destinada ao mercado diferenciados. “ A certificação é importante porque quem adquire meus produtos sabe que não tem agrotóxicos. Não uso de jeito nenhum”, afirmou.

Edinaldo José do Nascimento conseguiu em pouco mais de uma década consolidar a concepção de agricultura familiar em casa e fora dela. Os três filhos que o ajudavam no plantio e todo processo, hoje auxiliam tecnicamente. Um deles se formou como técnico agrícola, o segundo segue a mesma formação do irmão e o terceiro trabalha no acompanhamento das finanças da família.

A atividade que era executada em 2001 por ele, a esposa e os três filhos, hoje é desenvolvida pelo casal com a ajuda de até dez funcionários quando há a maior produção e saída dos alimentos, que é de junho a janeiro.

O resultado desse trabalho familiar aparece em números também fora de casa. No ano passado foram vendidos 104 mil bandejas com os produtos. Para dar suporte a esse trabalho, Edinaldo criou um espaço chamado de 'casa da embalagem', onde os alimentos são limpos, separados e embalados para comercialização. Para o futuro, o sonho do agricultor que semeia a defesa ao meio ambiente com produtos agroecológicos é ter condições de ampliar a área de produção de cinco hectares para 20 hectares.

G1 PB



sexta-feira, 18 de abril de 2014

Veja imagens do eclipse 'Lua de sangue'


O continente americano viu nesta terça-feira (15) um eclipse lunar conhecido como "Lua de sangue", quando o nosso satélite natural fica na sombra da Terra em relação ao Sol e ganha um tom avermelhado.

No Brasil, esse eclipse total pôde ser visto desde as 3h, por cerca de 78 minutos, de diferentes partes do país, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Os eclipses totais da Lua, quando o satélite cruza o cone de sombra da Terra, são pouco frequentes – o último ocorreu no dia 10 de dezembro de 2011. A última vez que aconteceu uma série de quatro eclipses lunares totais foi entre 2003 e 2004, segundo a agência espanhola EFE.

Este é primeiro de uma série de quatro eclipses lunares que deve ocorrer, aproximadamente, a cada 6 meses e se repetir apenas sete vezes neste século. O próximo eclipse total está previsto para o dia 8 de outubro.
Ainda este ano, também será possível observar dois eclipses solares – um em abril e outro em outubro.

A agência espacial americana (Nasa) explicou que a "Lua de sangue" é quando a região periférica da Lua ingressa no centro da sombra da Terra, que tem a cor âmbar. É durante esse período que o satélite é visto do nosso planeta com uma cor avermelhada, causada pela luz do Sol e matizada por sua passagem pela atmosfera terrestre – algo similar à coloração que a luz solar adquire nos crepúsculos.

Ao longo da história, os eclipses solares e lunares estiveram rodeados de muitas superstições e referências a profecias sobre desastres naturais de grande magnitude.

Veja abaixo os eclipses previstos para 2014:

- 15 de abril: Eclipse total da Lua – visível na parte oeste da África, na parte oeste da Europa, Américas, Austrália e leste da Ásia

- 29 de abril: Eclipse anular do Sol (quando a Lua fica na frente do Sol e se forma um "anel" do Sol em volta da Lua) - visível na Antártica e Austrália

- 8 de outubro: Eclipse total da Lua - visível nas Américas, na Austrália e Ásia

- 23 de outubro: Eclipse parcial do Sol - visível na maior parte da América do Norte, no México e na Rússia


G1Ciência

Descoberto o 1º exoplaneta do tamanho da Terra em zona habitável


Cientistas anunciaram a descoberta do primeiro planeta fora do Sistema Solar de tamanho similar ao da Terra e onde pode existir água em estado líquido, o que, em tese, o torna habitável.

O exoplaneta, denominado Kepler-186f, foi identificado por pesquisadores da Nasa usando o telescópio Kepler, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (17) na revista científica "Science".

"A intensidade e o espectro da radiação do Kepler-186f o colocam na zona estelar habitável, implicando que, se ele tiver uma atmosfera como a da Terra, então uma parte de sua água provavelmente está em forma líquida", diz o estudo. O telescópio Kepler permite identificar planetas em sistemas distantes medindo a quantidade de luz que eles bloqueiam quando passam na frente das estrelas que orbitam, ou seja, o equipamento não "enxerga" o planeta diretamente.

O Kepler-186f, que orbita a estrela anã Kepler-186, fica na constelação do Cisne, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Ele é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra.

"É extremamente difícil detectar e confirmar planetas do tamanho da Terra, e agora que encontramos um, queremos encontrar mais", disse em uma teleconferência Elisa Quintana, pesquisadora do Instituto para a Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI).

Descobertas do Kepler



Em fevereiro, a agência espacial americana anunciou que o telescópio Kepler, que orbita a 149,5 milhões de quilômetros da Terra há cinco anos, tinha acrescentado 715 exoplanetas à lista de mil corpos que orbitam estrelas a uma distância que torna possível a existência de água e, portanto, de vida.

A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.

G1

domingo, 13 de abril de 2014

Desigualdades, aumento populacional e mudanças climáticas podem levar planeta a um colapso


Estudos divulgados recentemente pela Nasa e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) apontam que o planeta Terra está em perigo e os motivos não são novidade: mal uso dos recursos naturais, aumento populacional extremo e até mesmo a desigualdade social é apontada como fator que está contribuindo para um colapso do planeta azul.

O estudo da Nasa foi baseado em um modelo desenvolvido por Safa Motesharrei, um matemático da Universidade de Maryland (Estados Unidos), que ao estudar ciências ambientais e sociais conclui que a modernidade não vai livrar o homem do caos, mas o contrário. Motesharrei alerta que o fim pode acontecer pela “falta de controle de aspectos básicos que regem uma civilização, como a população, o clima, o estado das culturas agrícolas e a disponibilidade de água e energia”.

Dentro da questão econômica, a problemática da desigualdade social tem lugar de destaque. Isso porque quanto maior a desigualdade, maiores as chances de acontecer um desastre. “A diferença entre as classes sociais pauta o fim dos impérios há mais de cinco mil anos”, revela a pesquisa.

Ainda no campo da economia, com o desenvolvimento tecnológico, agricultura e indústria registraram aumento nos últimos 200 anos e as demandas também cresceram. Hoje, se todos adotassem o estilo de vida dos estadunidenses seriam necessários cinco planetas para suprir as necessidades da população. Por estes fatores Motesharrei acha difícil evitar o colapso.

As mudanças climáticas também estão no centro deste debate. O ‘Relatório sobre Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas do IPCC’, apresentado no dia 31 de março no Rio de Janeiro (Sudeste do Brasil) mostra que as mudanças já observadas em locais como a América do Sul e a América Central colocam as regiões em risco de desabastecimento, que poderá afetar residências, indústrias, agricultura e até mesmo a geração de energia elétrica.

Na América do Sul e Central a energia hidrelétrica é a principal fonte de energia renovável, correspondendo a 60% de suas matrizes energéticas, enquanto em outras regiões essa contribuição é, em média, de 20%.

As Américas em questão contam com boa disponibilidade de água, mas este recurso é mal distribuído. Com a redução das chuvas um setor fortemente afetado será o da produção de alimentos. No Nordeste do Brasil deverá cair o rendimento de culturas de subsistência como feijão, milho e mandioca. Também serão prejudicados os cultivos de trigo e arroz, que são a base da alimentação das populações de países em desenvolvimento.

Segundo projeções do relatório, até o ano de 2040 será necessários elevar em, no mínimo, 70% a produção mundial de alimentos para atender à demanda, e a América do Sul e a África são as únicas regiões que dispõem de terras agriculturáveis disponíveis para atender parte dessa demanda.

Mas nem tudo está perdido. A pesquisa da Nasa aponta que o fim da civilização ainda pode ser evitado, desde que sejam promovidas importantes mudanças, como o controle da taxa de crescimento populacional, a diminuição da dependência dos recursos naturais e uma distribuição mais igualitária destes bens.

Adital

sábado, 12 de abril de 2014

64, um golpe também ambiental, artigo de Efraim Rodrigues


O Golpe de 64 tem mais a ver com ambiente do que se imagina. O aniversário de 50 anos é uma boa oportunidade para uma prosa.

A separação entre aqueles a favor de um estado grande e de um estado mínimo existe desde que começamos a pensar sobre o assunto. Infelizmente a questão, um tanto epistemológica, acabou separando as pessoas em dois grupos. De um lado os que querem a redução da maioridade penal, mais liberdades individuais e importam-se muito com a geração de empregos, e do outro aqueles que querem menos iniquidade, mais controle sobre empresas e estado grande. Por algum motivo que desconheço, o ambiente é uma preocupação maior para estes últimos que para os primeiros.

O Golpe de 64, se é que posso falar sobre algo que se passou antes de ter nascido, acirrou esta cisão. Enquanto ouço muito falar sobre a tortura e a limitação da expressão, as lembranças que tenho de criança nos anos 70 têm pouco a ver com isto, já que eu era filho de uma família mais preocupada com emprego e moradia e com certa simpatia pelo governo militar.

Como a agenda ambiental foi mais abraçada pela esquerda, ela ainda hoje enfrenta resistência na direita, e perdemos todos com isto. Também não ajudou a postura festiva. Já lia jornal quando Gabeira trouxe suas teses ambientais da Escandinávia e pousou com sua tanga de crochê em Ipanema. Nada contra ela, e menos ainda contra ele, que se tornou deputado de respeito. Mas naquele momento, faltou que também alguns empresários de terno e gravata falassem parecido. Até tivemos (e ainda temos) o Almirante Ibsen Câmara que fez mais pela conservação que um caminhão de cabeludos, mas não me lembro de outro caso parecido.
Aos 50 anos do golpe, é bom lembrar o presidente francês que disse que a esquerda não tem o monopólio do coração. Nem do ambiente, eu adicionaria.

O golpe trouxe décadas de trevas, mas passou ele, assim como passaram elas. Felizmente não há mais somente dois tipos de pessoa. No entanto, haja quantos tipos houver, todos respiram ar, bebem água, comem e se vestem e tudo isto vem de um único lugar que merece mais de nossa atenção.

Eco Debate

Relatório da FAO diz que agricultura urbana em Belo Horizonte é exemplo a ser seguido


Novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) constata que a agricultura urbana e peri-urbana (UPA) é bastante difundida na América Latina e no Caribe, mas perceber seu potencial requer um maior apoio por parte dos governos nacionais, estaduais e locais. Intitulado “Cultivando cidades mais verdes na América Latina e no Caribe“, o relatório avalia o progresso que tem sido feito para a implementação de “cidades mais verdes”, nas quais a agricultura urbana e peri-urbana é reconhecida pelas políticas públicas e incluídas nas estratégias de desenvolvimento urbano e no planejamento do uso de terra. O estudo baseia-se nos resultados de uma pesquisa realizada em 23 países e em dados de 110 municípios e cidades.

O novo relatório, lançado no Fórum Urbano Mundial, em Medellín, na Colômbia, inclui perfis de agricultura praticada dentro e em torno de cidades como Havana, Cidade do México, Antígua e Barbuda, Tegucigalpa, Manágua, Quito, Lima, El Alto, Belo Horizonte e Rosário.

Em um número crescente de cidades, a agricultura urbana e peri-urbana é reconhecida no planejamento do desenvolvimento urbano. Em Belo Horizonte, a produção de alimentos é uma atividade legítima em terras não residenciais, a par com o comércio, serviços e indústria. A Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte também gerencia 19 programas que buscam garantir o acesso de seus cidadãos à alimentos de alta qualidade e preços acessíveis.

O principal benefício da UPA é o melhor acesso a alimentos para famílias de baixa renda. Uma forte tendência em muitos programas da UPA na América Latina e no Caribe é a de tecnologias e práticas agrícolas que produzem mais alimentos e de melhor qualidade, otimizando o uso dos recursos naturais e reduzindo a dependência de agroquímicos.

A FAO afirma que o cultivo de cidades mais verdes com a agricultura precisa do apoio do governo. No entanto, apenas 12 dos 23 países pesquisados têm políticas nacionais que promovem a UPA. A pesquisa da FAO também constatou que a UPA é muitas vezes excluída no planejamento e na gestão do uso terras de cidades na América Latina e no Caribe, mas que tem sido integrada em um nível bastante elevado no âmbito das instituições nacionais.

Fonte: ONU Brasil

Água: escassez já é realidade, e consequências são maiores do que se imagina


O último Relatório Mundial nas Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos deu um alerta: "Na medida em que cresce a demanda de recursos hídricos no mundo, diminui a probabilidade do fornecimento de água doce em muitas regiões, como consequência da mudança climática". 

José Tundisi, membro da Academia Brasileira de Ciências e doutor em Ciências pela USP, afirma que a escassez de água já é um problema real, e não mais uma questão com a qual teríamos que lidar no futuro. "Relatórios chamam atenção para isso. Até 2050 isso já vai ser muito claro, são pesquisas baseadas em dados. Ainda não está em nível planetário, mas vamos ter abundância de água em algumas regiões e escassez em outras", prevê. 

A escassez de água causaria, obviamente, mudanças relevantes. "Uma escassez aqui no Brasil poderia ter efeitos catastróficos para a economia, já que oitenta por cento da energia do país vem da água. Também teria aumento de doenças de veiculação hídrica e deterioração da qualidade da água", aponta Tundisi. 

O doutor destaca que a principal saída seria transformar água salgada em água doce: "O custo da dessanilização ainda é alto, mas está baixando. Em alguns lugares isso já é realizado, ou está quase, como Israel, Barcelona e Kuwait". Ele também sugere outras soluções, como "fazer um grande projeto de proteção para conservar as águas nas bacias hidrográficas e melhorar o reuso e implantar um sistema de conservação nas áreas urbanas e na agricultura".

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, denunciou, nesta quinta-feira (10), que aquecimento global não está sendo levado a sério e que o tempo está se esgotando para evitar consequências como a seca e a inundação de cidades. Ele defendeu que "o aquecimento de 2 graus Celsius vai ter grandes implicações”, indicando que “40% das terras aráveis da África desaparecerão e a cidade de Bangcoc poderá ficar submersa”. "Daqui a dez ou 15 anos, quando começarem batalhas devido à falta de acesso à água e à comida, estaremos todos aqui sentados pensando: meu Deus, por que não fizemos mais àquela altura?", completou.

David Zee, doutor em geografia ambiental e professor de oceanografia da UERJ, vai além das consequência negativas na produção de energia, no caso de uma escassez. "Afetaria muito a economia. O Brasil exporta água. Exporta alimentos. Grande parte dos produtos industriais depende da água. Para produzir uma tonelada de cereais, precisa de uma tonelada de água", afirma. Ideval Costa, geólogo da USP, é ainda mais contundente: "Precisa de água para produzir. Sem produção, não tem economia. É uma questão de logística". 

O professor de oceanografia destaca que a sociedade já passou do sinal amarelo. Ele chama atenção para o problema que São Paulo está enfrentando. Nesta terça-feira (8), o volume de água no reservatório de Cantareira, em São Paulo, marcava 12,7%, nível considerado muito baixo. A crise provocou a incerteza sobre um possível rodízio de água. "O sinal amarelo já veio há muito tempo. Vai faltar água. Isso já é uma realidade e as pessoas estão começando a discutir. Um sinal claro disso é o que está acontecendo em São Paulo. Vai ter um conflito interno no Brasil pela água", acredita. Zee aproveita para fazer uma importante crítica: "O Brasil desperdiça demais, a começar pelos órgãos governamentais, inclusive as empresas que produzem e distribuem água".

Costa também concorda que a escassez de água não está longe e explica que, na verdade, sempre foi uma "possibilidade real". "Desde que a Terra começou seu processo de formação de vida. A água não vem todo ano renovada, ela existe desde o começo de tudo. O que acontece é: aumenta a população, aumenta a demanda", explica. Segundo ele, é certo que um dia a água irá acabar: o questionamento é quando. Isso dependeria "da quantidade de pessoas, de quanto vai aumentar o consumo e de como as autoridades vão criar recursos para minimizar o problema". O geólogo destaca a necessidade da "conscientização da população de que isso é natural da Terra e que estamos aqui de passagem". "Tudo está muito próximo em termos de tempo geológico", conclui.

*Programa de Estágio do Jornal do Brasil

Comissão de biossegurança aprova mosquito da dengue transgênico


A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira (10) a liberação comercial de um mosquito transgênico criado para controlar a população do Aedes aegypti selvagem, que transmite a dengue.

O mosquito ainda não estará no mercado imediatamente. Segundo nota do da CTNBio, um parecer será publicado no Diário Oficial da União e, a partir daí, órgãos de registro e fiscalização terão 30 dias para se manifestar.

Após esse período, caberá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitir autorizações e registros para o uso em campanhas de saúde pública. Segundo o órgão, ligado ao Ministério da Ciência, é o primeiro inseto geneticamente modificado a obter licença no Brasil.

Os integrantes do órgão aprovaram por 16 votos a 1 a produção da linhagem OX513A, desenvolvida pela empresa britânica Oxitec, que já realiza ensaios no país desde 2011, na cidade de Jacobina (BA). Os testes são aplicados pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a organização social Moscamed.

A tecnologia consiste em produzir em laboratório mosquitos machos com dois genes diferentes do Aedes aegypti original. Fêmeas que vivem na natureza e cruzam com esses espécimes modificados geram filhotes que não conseguem chegar à fase adulta.

Além disso, as crias do OX513A herdam ainda um marcador que os torna visíveis sob uma luz específica, o que, segundo a Oxitec, facilita o monitoramento e assegura o controle dos insetos.

Testes feitos na Bahia

Os experimentos consistiram em liberar os insetos transgênicos em comunidades de Jacobina (BA). De acordo com a Moscamed, em ao menos dois bairros houve redução de 81% e 100% no registro de casos de dengue. Após os testes, a Oxitec protocolou a solicitação de liberação comercial na CTNBio.

A empresa abriu uma biofábrica com capacidade de produzir 500 mil mosquitos transgênicos por semana.
Além da liberação comercial, a comissão definiu também a necessidade de monitorar a população do mosquito Aedes albopictus, outro vetor do vírus da dengue, devido ao risco de a espécie ocupar o nicho ecológico deixado pela supressão do Aedes aegypti original.

G1

terça-feira, 1 de abril de 2014

Terremoto de magnitude 8 atinge a costa do Chile


Um tremor de magnitude 8 atingiu a costa do Chile na noite desta terça-feira (1º), informou o Serviço Geológico dos EUA, o USGS. Segundo o centro, o epicentro do tremor ocorreu a uma profundidade de 10 km, a 83 km da costa da cidade de Iquique, na província de mesmo nome. Segundo a agência de notícias Reuters, há alerta de tsunami para toda a costa latina do Pacífico.

De acordo com o site do jornal “El Mercurio”, do Chile, nas regiões das cidades de Arica, Parinacota e Tarapacá, a população ficou com medo e foram registrados congestionamentos de carros que buscavam áreas mais seguras. O Sistema Nacional de Alarme de Maremotos (SNAM) disse que a alteração gerada pelo tremor já teria começado a chegar à região de Pisagua, também no norte chileno, onde há ondas de 1,5 metro.

Globo