domingo, 20 de janeiro de 2013

Estudo liga perda de árvores a mais mortes por doenças cardiovasculares


Um novo estudo do Serviço Florestal dos Estados Unidos associa a presença de árvores à saúde humana. A pesquisa, publicada na última edição do “American Journal of Preventive Medicine”, mostra que localidades onde árvores morreram após uma infestação de brocas (fase larval de um besouro) registraram mais mortes por doenças cardiovasculares e respiratórias do que outras não afetadas pelo problema.

De acordo com Geoffrey Donovan, da Estação de Pesquisa Noroeste do Serviço Florestal do Pacífico, a perda de 100 milhões de árvores no leste do país e em estados do meio-oeste foi uma oportunidade sem precedentes para estudar o impacto que uma grande mudança no meio ambiente provoca na saúde humana.
Os pesquisadores analisaram 18 anos de dados de 1.296  condados em 15 estados americanos e descobriram que as populações de áreas infestadas pela broca-cinza-esmeralda que mata os freixos (árvores nativas da zona temperada boreal) registraram um adicional de 15 mil mortes por doenças cardiovasculares e 6 mil óbitos provocados por doenças respiratórias, em comparação com as áreas onde não houve infestação.

O estudo avaliou a densidade demográfica, a mortalidade e a “saúde” das florestas entre 1990 e 2007. Os dados são de cidades em estados que registraram ao menos um caso confirmado da broca-cinza-esmeralda em 2010.

"Há uma tendência natural de ver nossos resultados e concluir que, certamente, as maiores taxas de mortalidade são por causa de alguma variável, como renda e educação, e não a perda de árvores", disse Donovan. "Mas, nós vimos o mesmo padrão repetido várias vezes em municípios com diferentes aspectos demográficos."

Embora o estudo associe a perda de árvores à mortalidade cardiovascular e a doenças respiratórias, ele não prova um nexo de causalidade, alertam os pesquisadores. A razão para a associação que estão propondo ainda precisa ser determinada.

A broca-cinza-esmeralda foi descoberta perto da cidade de Detroit, no estado de Michigan, em 2002. A espécie ataca todas as 22 espécies de árvores do gênero Fraxino (Fraxinus), encontradas nos Estados Unidos, e mata quase todas as árvores infestadas.
 
G1

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