Cientistas Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) anunciaram nesta
quarta-feira em uma conferência em Genebra, na Suíça, terem descoberto
uma nova partícula subatômica que pode ser o tão procurado Bóson de
Higgs, conhecido como a "partícula de Deus" e considerado crucial para
entender a formação do Universo.
Joe Incandela, responsável
máximo pelo Compact Muon Solenoid (CMS), um dos maiores detectores do
LHC, situado na fronteira entre a França e a Suíça, afirmou que
pesquisadores alcançaram um certo nível de "descoberta" a respeito do
bóson de Higgs.
Segundo ele, uma partícula foi, de fato,
encontrada. Por enquanto, o que falta aos pesquisadores é descobrir se
essa partícula é o bóson de Higgs ou não. A equipe do CMS anunciou um
excesso de 5 sigmas, o que equivale ao "padrão ouro" para anunciar
descobertas, ou seja, uma chance menor que 1 em 1 milhão de ser uma
coincidência. "Este resultado ainda é preliminar, mas achamos que é
forte e sólido", afirma Incandela.
Fabiola Gianotti, representante
do Atlas, outro importante detector do LHC, também confirmou a
observação de uma nova partícula ao nível de 5 sigmas, o que implica que
a probabilidade de erro é de uma em três milhões.
"Observamos em
nossos dados sinais claros de uma nova partícula, ao nível de 5 sigmas,
em uma região de massa ao redor de 126 gigaelétron-volts (GeV)", disse a
porta-voz do Atlas durante a apresentação dos resultados deste
experimento. O GeV é a medida padrão para a massa das partículas
subatômicas. Um GeV é equivalente à massa aproximada de um próton.
Gianotti destacou também que o excelente funcionamento do Grande Colisor
de Hádrons (LHC) e "o esforço de muita gente nos permitiu chegar a esta
emocionante etapa". Cientistas acreditam que a descoberta de uma nova
partícula que pode ser o bóson de Higgs pode ser crucial na formação do
universo.
O bóson de Higgs
O escocês Peter
Higgs previu em um artigo publicado em 1964 no periódico científico
Physical Review Letters que é uma partícula o que dá massa à matéria.
Chamada de bóson de Higgs, em homenagem
ao britânico, ela é mais conhecida como "partícula-Deus" ou "partícula
de Deus" (esse segundo mais no Brasil) e seria a última peça no
quebra-cabeça do Modelo Padrão, a teoria que descreve as partículas
elementares.
Segundo o Modelo
Padrão, os bósons são as partículas que interagem com outras e criam as
forças fundamentais - forte e fraca, que atuam no núcleo atômico, e
eletromagnética (há ainda a gravidade, para a qual alguns teóricos
defendem existir o gráviton, ainda não comprovado). Higgs afirmou que a
massa não seria das próprias partículas, mas resultado da ação de um
bóson que reage mais com umas do que com outras.
Como isso
ocorre? Os físicos explicam que as partículas colidem com o bóson de
Higgs e ficam mais lentas, o que lhes dá massa - e isso difere elas das
partículas de pura energia, como o fóton. Algumas colidem mais, outras
menos, e isso explica a diferença na massa.
Tendo como primeiro
objetivo achar o bóson de Higgs, o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear
(Cern, na sigla em francês) construiu o LHC, um dos experimentos
científicos mais caros da história.
Jornal do Brasil
Que bacana, me fez lembrar Anjos e Demônios, onde cientistas conseguem formar essa partícula.
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