quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ALUNO BRASILEIRO VALE QUASE QUATRO VEZES MENOS QUE ESTUDANTE DE PAÍSES RICOS


Um aluno brasileiro vale quase quatro vezes menos que um estudante de países ricos. De acordo com pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), divulgada nesta terça-feira (11), o gasto anual médio por aluno no Brasil é de cerca de R$ 5.300 reais (US$ 2.647). Já um país membro da OCDE investe cerca de R$ 18.500 (US$ 9.252).
O estudo analisou 42 países, sendo que 34 são membros da OCDE e oito fazem parte do G20 (grupo dos vinte países mais ricos do mundo). Ao todo, 33 países forneceram estatísticas para o levantamento.
A pesquisa considera o gasto médio por aluno desde o ensino primário até o nível superior. Quando analisada só a educação infantil, o gasto por criança fica em torno de R$ 3.390 (US$ 1.696), quando o recomendado pela organização é investir, anualmente, R$ 13.340 (US$ 6.670) por criança.
A diferença de investimento também se reflete no ensino básico. No nível primário, o investimento brasileiro fica em torno de R$ 4.800 (US$ 2.405), enquanto deveria ser de R$ 15.438 (US$ 7.719). Já no secundário a diferença é de mais de quatro vezes. O investimento anual registrado em 2009 é de R$ 4.470 (U$$ 2.235), sendo que a média esperada pela OCDE é de R$ 18.624 (US$ 9.312) ao ano.
Ainda que os números sejam baixos, os gastos no Brasil com alunos do ensino primário e secundário aumentaram 149% entre 2005 e 2009, diz o relatório, que ressalta, no entanto, que o nível anterior era bem abaixo do observado em outros países. 
Entre 2000 e 2009, o Brasil registrou o quarto maior aumento em gastos na educação. Os investimentos passaram de 10,5% do total dos gastos públicos em 2000 para 16,8% em 2009. 
Investimento do PIB

O estudo da OCDE revela também que o investimento no PIB (Produto Interno Bruto) na educação cresceu 46% em 14. Em 1995, o Brasil investia 3,9% do PIB para o setor. Já em 2009, o investimento passou para 5,7%.

Apesar do avanço, a pesquisa mostra que parcela ainda é menor do que o necessário, de acordo com a OCDE, que recomenda investimento de ao menos 5,8%.
O debate sobre a parcela do orçamento que será destinada à área já dura muito tempo no Brasil e este ano teve avanços. O PNE (Plano Nacional de Educação) que deve vigorar nos próximos anos foi votado por uma comissão especial na Câmara dos Deputados.
Após pressão de entidades e movimentos sociais, a comissão estabeleceu investimento de10% do PIB para a educação. Entretanto, no início de setembro, 46 dos 80 deputados que assinaram o documento retiraram o apoio e o recurso para ampliar o valor do investimento foi arquivado. Com isso, o projeto seguiu para o Senado Federal, onde deve ser votado ainda sem prazo definido. 
Ensino superior 

Apesar da ampliação considerável dos investimentos em educação, o Brasil está entre os países que menos aumentou os gastos com alunos do ensino superior. 

Houve uma queda de 2% do investimento no setor, pois o nível de gastos com alunos do ensino superior não acompanhou o aumento de 67% no número de universitários entre 2005 e 2009, diz o relatório. 
R7

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