Um aluno brasileiro vale quase
quatro vezes menos que um estudante de países ricos. De acordo com
pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico), divulgada nesta terça-feira (11), o gasto anual médio por
aluno no Brasil é de cerca de R$ 5.300 reais (US$ 2.647). Já um país
membro da OCDE investe cerca de R$ 18.500 (US$ 9.252).
O estudo analisou 42 países, sendo
que 34 são membros da OCDE e oito fazem parte do G20 (grupo dos vinte
países mais ricos do mundo). Ao todo, 33 países forneceram estatísticas
para o levantamento.
A pesquisa considera o gasto médio
por aluno desde o ensino primário até o nível superior. Quando analisada
só a educação infantil, o gasto por criança fica em torno de R$ 3.390
(US$ 1.696), quando o recomendado pela organização é investir,
anualmente, R$ 13.340 (US$ 6.670) por criança.
A diferença de investimento também
se reflete no ensino básico. No nível primário, o investimento
brasileiro fica em torno de R$ 4.800 (US$ 2.405), enquanto deveria ser
de R$ 15.438 (US$ 7.719). Já no secundário a diferença é de mais de
quatro vezes. O investimento anual registrado em 2009 é de R$ 4.470 (U$$
2.235), sendo que a média esperada pela OCDE é de R$ 18.624 (US$ 9.312)
ao ano.
Ainda que os números sejam baixos,
os gastos no Brasil com alunos do ensino primário e secundário
aumentaram 149% entre 2005 e 2009, diz o relatório, que ressalta, no
entanto, que o nível anterior era bem abaixo do observado em outros
países.
Entre 2000 e 2009, o Brasil
registrou o quarto maior aumento em gastos na educação. Os investimentos
passaram de 10,5% do total dos gastos públicos em 2000 para 16,8% em
2009.
Investimento do PIB
O estudo da OCDE revela também que o
investimento no PIB (Produto Interno Bruto) na educação cresceu 46% em
14. Em 1995, o Brasil investia 3,9% do PIB para o setor. Já em 2009, o
investimento passou para 5,7%.
Apesar do avanço, a pesquisa mostra
que parcela ainda é menor do que o necessário, de acordo com a OCDE, que
recomenda investimento de ao menos 5,8%.
O debate sobre a parcela do
orçamento que será destinada à área já dura muito tempo no Brasil e este
ano teve avanços. O PNE (Plano Nacional de Educação) que deve vigorar
nos próximos anos foi votado por uma comissão especial na Câmara dos
Deputados.
Após pressão de entidades e
movimentos sociais, a comissão estabeleceu investimento de10% do PIB
para a educação. Entretanto, no início de setembro, 46 dos 80 deputados
que assinaram o documento retiraram o apoio e o recurso para ampliar o
valor do investimento foi arquivado. Com isso, o projeto seguiu para o
Senado Federal, onde deve ser votado ainda sem prazo definido.
Ensino superior
Apesar da ampliação considerável dos
investimentos em educação, o Brasil está entre os países que menos
aumentou os gastos com alunos do ensino superior.
Houve uma queda de 2% do
investimento no setor, pois o nível de gastos com alunos do ensino
superior não acompanhou o aumento de 67% no número de universitários
entre 2005 e 2009, diz o relatório.
R7
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