O último estudo encomendado pelo
Ministério do Meio Ambiente sobre a situação do litoral paraibano, em
2006, aponta que 42% dos seus 140 quilômetros estão ameaçados pela
erosão e só há equilíbrio em 21% da costa. Os pesquisadores consideraram
o dado ‘alarmante’ e agravado pelas características geográficas e pela
ocupação inadequada da faixa costeira. Seis anos depois, a situação só
se agravou.
Do norte ao sul, em diversas praias
é possível ver os efeitos do avanço do mar, destruindo propriedades e
demandado investimentos altos para a construção de obras de proteção.
São 13 municípios no litoral (onde vivem mais de um milhão de pessoas) e
nove têm costa marítima. Destes, só cinco aderiram ao Projeto Orla,
iniciativa federal pactuada com estados e municípios que tem como
objetivo planejar e implementar melhorias nas áreas de praia.
De acordo com o geógrafo Hélio
França, professor do Departamento de Geografia da Universidade Estadual
da Paraíba, a erosão faz parte da dinâmica normal da costa. Entretanto, a
ação humana tem acelerado o processo no Estado. “Isso, comumente, é
evidenciado quando nessas áreas existem ocupações humanas ou são áreas
com potencial paisagístico de interesse turístico
e econômico. Na Paraíba, em determinadas áreas, as ocupações urbanas
invadiram a faixa ativa de variabilidade do perfil praial, onde ocorrem
redefinições na faixa de praia e pós-praia”, explica.
O Diagnóstico da Erosão Costeira no Estado da Paraíba,
encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente para dar suporte às ações
do Projeto Orla, aponta que o litoral do Estado tem um déficit de
sedimentos necessários para reposição em áreas que sofrem ação do mar
e do vento. As construções, segundo o estudo, intensificam o problema
natural, ao se posicionarem sobre as áreas onde deveriam estar esses já
escassos sedimentos, evitando assim que haja deslocamento para reposição
nas áreas degradadas.
Jornal Correio da Paraíba
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