O
óleo de cozinha é um líquido usado principalmente para fritar alimentos
em uma grande quantidade. Infelizmente, em muitos casos, esse óleo de
cozinha usado em residências, bares e restaurantes acaba sendo jogado no
ralo da pia ou mesmo nos vasos sanitários. Outras pessoas já preferem
colocá-lo em algum recipiente vedado e descartá-lo com o lixo orgânico
comum.
Entretanto,
todos esses métodos de descarte do óleo de cozinha usado são meios de
contaminação do meio ambiente, podendo poluir as águas, o solo e até
mesmo a atmosfera. Veja quais são os prejuízos econômicos e ambientais
quando o consumidor não é consciente e despeja indevidamente o óleo de
cozinha usado na rede de esgoto ou nos lixões:
Ao
ser despejado na pia ou no vaso sanitário, o óleo usado passa pelos
canos da rede de esgoto e fica retido em forma de gordura. Isso é ruim
porque atrai pragas que podem causar várias doenças, tais como
leptospirose, febre tifoide, cólera, salmonelose, hepatites,
esquistossomose, amebíase e giardíase. Essas doenças podem ser
transmitidas para humanos e animais.
Além
disso, esse óleo encrustado nos encanamentos dificulta a passagem das
águas pluviais e causa o extravasamento de água na rede de esgoto e o
seu entupimento, levando ao mau funcionamento das estações de
tratamento. Por essa razão, faz-se necessário o uso de produtos químicos
poluentes para desentupir essas instalações, o que leva à mais poluição
e a mais gastos econômicos.
Esse
esgoto contaminado com o descarte do óleo de cozinha usado chega às
Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), que irão separá-lo da água e
tratá-lo para que a água possa ser novamente despejada nos mananciais,
como rios e lagos. No entanto, esse tratamento realizado nas ETEs não é
feito com o esgoto total, mas apenas com cerca de 68%, o que significa
que o óleo acaba chegando aos mananciais aquáticos. Além disso, o custo
desse tratamento é alto, correspondendo a cerca de 20% do custo com o
tratamento do esgoto.
Visto
que o óleo é menos denso que a água, ele fica na superfície dos rios e
lagos, impedindo a entrada de luz e oxigênio. Isso causa a morte de
várias espécies aquáticas, como o fitoplâncton (algas microscópicas que
vivem em rios e mares e que produzem oxigênio) que depende da luz para
desenvolver-se e sobreviver. Isso pode trazer consequências sérias, pois
o fitoplâncton está na base da cadeia alimentar dos ecossistemas
aquáticos, servindo de alimento para organismos maiores que também
poderão morrer. Além disso, acredita-se que eles produzam cerca de 98%
do oxigênio da atmosfera terrestre.
Para se ter uma ideia, 1
litro de óleo de cozinha usado pode poluir cerca de 1 milhão de litros
de água, o que é aproximadamente consumido por uma pessoa em 14 anos!
O
óleo de cozinha usado chega também aos solos, tanto por meio das
margens dos mananciais aquáticos quanto por meio do óleo descartado no
lixo comum que acaba parando nos lixões. O óleo contamina o solo e acaba
sendo absorvido pelas plantas, prejudicando-as, além de afetar o
metabolismo das bactérias e outros micro-organismos que fazem a
deterioração de compostos orgânicos que se tornam nutrientes para o
solo. É também por meio da infiltração no solo que esse óleo de cozinha
polui os lençóis freáticos. Outro problema resultante é que esse óleo
usado torna o solo impermeável e, quando ocorrem as chuvas, contribui
para o surgimento de enchentes.
Além do solo e da água, até mesmo a atmosfera acaba sendo poluída, porque a decomposição do óleo produz o gás metano (CH4),
que é um gás do efeito estufa, ou seja, é capaz de reter o calor do sol
na troposfera, o que aumenta o problema do aquecimento global.
Brasil Escola
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