Foram necessários quase 30 anos após a criação da
Organização das Nações Unidas, em 1945, para que ocorresse a primeira
Conferência Mundial sobre Homem e o Meio Ambiente em 1972. O local
escolhido para o encontro foi Estocolmo, na Suécia. O encontro marca a
primeira vez na qual se debateu em âmbito global questões como o tamanho
da população do mundo, a poluição atmosférica e a o uso de recursos
naturais. Nela 113 países e mais de 400 instituições governamentais e
não governamentais abordaram temas como a chuva ácida e o controle da
poluição do ar.
O resultado da Conferência foi uma declaração relacionada à
preservação e uso dos recursos naturais. “A proteção e a melhora do
ambiente é uma questão fundamental que afeta o bem estar das pessoas e o
desenvolvimento econômico em todo o mundo...”, proclamava o item 2 da
Declaração. O encontro ficou marcado também pela discordância entre
países desenvolvidos e subdesenvolvidos. De um lado os desenvolvidos
queriam diminuir as atividades mundiais de indústria por um tempo para
reduzir a poluição. Do outro, os subdesenvolvidos queriam continuar com a
industrialização pois dependiam dela para desenvolver o país e e
melhorar sua situação socioeconômica.
Foram necessários mais 20 anos até que ocorresse a segunda conferência
sobre o tema em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92, no Rio de
Janeiro. O encontro buscava conciliar desenvolvimento social e econômico
com a conservação e proteção do ambiente. O tema, naquele momento,
havia entrado na agenda dos principais chefes de Estado do mundo, e a
conferência contou com a presença maciça deles. O principal resultado do
encontro foi a Agenda 21, um programa de ações para o desenvolvimento
sustentável para o século 21 assinado por 179 países. Durante o evento
foram aprovados também dois acordos importantes: a Convenção da
Biodiversidade que tem como objetivo conservar a biodiversidade, fazer
uso sustentável de seus componentes e dividir de forma justa os
benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos, e a Convenção
sobre Mudanças Climáticas que serviu de base para o Protocolo de Kyoto
de 1997, que colocou metas de redução de emissão de gases do efeito de
estufa.
Em 2002, dez anos após a ECO-92, a ONU realizou a Conferência das
Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável em
Joannesburgo, na África do Sul. Conhecida como Rio+10, o encontro tinha
como objetivo rever as metas propostas pela Agenda 21 e trabalhar para
implementar o que já estava em andamento. A expectativa era de que
houvesse a definição de uma ação global que conciliasse o
desenvolvimento econômico e social com a preservação do ambiente. Mas
com os recentes atentados do 11 de Setembro, a conferência, no entanto,
terminou por debater basicamente problemas de cunho social e frustrou as
expectativas.
O quarto encontro mundial da ONU sobre meio ambiente, a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
chamada Rio+20 tem a missão de definir os rumos do desenvolvimento
sustentável nas próximas décadas em temas como segurança alimentar,
economia verde, acesso à água, uso de energia, além de dar continuidade à
agenda ambiental iniciada na Eco-92 há exatos 20 anos. A expectativa é
grande.
IG
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