As taxas de perda da biodiversidade mundial chegaram a níveis alarmantes nas últimas décadas, segundo conclusão do 5º Panorama do Meio Ambiente Global (Geo-5), divulgado hoje (6) na sede do Itamaraty, centro do Rio de Janeiro.
Segundo o estudo, 20% das espécies de vertebrados estão ameaçadas e 38% dos recifes de corais sofreram redução desde 1980. O Geo-5
também divulgou que mais de 30% da superfície terrestre são usados para
produção agrícola e alguns habitats naturais sofreram reduções de mais
de 20% nos últimos trinta anos.
De acordo com o secretário de Políticas Públicas e Programas de
Pesquisa de Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação à Pesquisa, Carlos Nobre, os números apontam que o mundo está
muito próximo de encontrar situações em que as perdas da biodiversidade e
recursos naturais serão irreversíveis. “Ainda não chegamos lá, mas as
ações são urgentes, pois já passamos do ponto de alcançarmos o futuro
que queremos em alguns aspectos”.
Ainda de acordo com Nobre, a pesquisa reforça a necessidade de quebrar a
inércia política das últimas duas décadas. “O relatório também mostra
inúmeros bons exemplos, inclusive vários do Brasil. A grande questão
política agora é ampliar esses exemplos em grande escala para que se
tornem a econômica futura”, disse.
Exemplos de sucesso foram identificados em vários países pelo
relatório, como a adoção de mecanismos de pagamentos por serviços
ecossistêmicos no Vietnã, políticas no Brasil para diminuir o
desmatamento na Amazônia, a reabilitação de pastagens na Síria e gestão
melhorada de recursos hídricos no Iêmen, entre outros.
“Precisamos de 7 bilhões de indivíduos agindo juntos: governos,
empresas e, acima de tudo, cooperação entre os países desenvolvidos e em
desenvolvimento, pois há problemas que não podem ser resolvidos pelas
nações individualmente”, declarou o diretor executivo do Pnuma, Achim
Steiner.
O relatório Geo-5 faz uma avaliação do estado do meio ambiente
e das tendências ambientais globais e envolveu mais de 600
especialistas do mundo todo durante três anos de estudos. O relatório completo pode ser encontrado no site do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Agência Brasil
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