sexta-feira, 29 de março de 2013

Estudo mostra que pesticidas neonicotinoides e organofosfatos afetam o cérebro das abelhas


Pesticidas usados por fazendeiros para proteger cultivos e colmeias podem embaralhar os circuitos cerebrais das abelhas melíferas (produtoras de mel), afetando sua memória e sua capacidade de navegação, necessárias para encontrar comida, alertaram cientistas nesta quarta-feira. Matéria da AFP, no Yahoo Notícias, com informações adicionais do EcoDebate.

Segundo artigo [Cholinergic pesticides cause mushroom body neuronal inactivation in honeybees] publicado na revista científica Nature Communications, isso poderia ameaçar colônias de abelhas inteiras, cujas funções polinizadoras são vitais para a produção de comida para nós, humanos.

A equipe de cientistas estudou os cérebros de abelhas produtoras de mel no laboratório, expondo-as a pesticidas neonicotinoides usados em lavouras, e a organofosfatos, o grupo de inseticidas mais usado no mundo – neste caso, o coumafos -, às vezes utilizado para controlar infestações de ácaros em colmeias.

Segundo os cientistas, quando expostos a concentrações similares dos dois pesticidas encontradas no meio ambiente, os circuitos de aprendizagem nos cérebros das abelhas logo param de funcionar.

“Juntas, as duas classes de pesticidas demonstraram ter um efeito negativo maior no cérebro das abelhas e que podem inibir o aprendizado das abelhas produtoras de mel”, explicou à AFP um dos co-autores do estudo, Christopher Connolly, do Instituto de Pesquisa Médica da Universidade de Dundee.

“As polinizadoras têm comportamentos sofisticados enquanto se alimentam, que exigem que aprendam e se lembrem de tratos florais associados à comida”, acrescentou sua colega, Geraldine Wright, do Centro de Comportamento e Evolução da Universidade de Newcastle.

“A interrupção desta importante função tem implicações profundas na sobrevivência de colônias de abelhas produtoras de mel porque as abelhas que não conseguem aprender não conseguirão encontrar comida”, emendou.

A descoberta foi feita em meio a um intenso debate sobre o uso continuado de neonicotinoides.

Há duas semanas, países europeus rejeitaram uma proposta de proibição por dois anos do grupo de inseticidas que atinge o cérebro, depois da oposição da indústria agroquímica.


Apicultores (criadores de abelhas) de Europa, América do Norte e de outras partes do mundo estão preocupados com o chamado distúrbio de colapso das colônias, um fenômeno no qual abelhas adultas abruptamente desaparecem das colmeias – algo que tem sido atribuído a ácaros, vírus e fungos, pesticidas ou a uma combinação destes fatores.

As abelhas são 80% dos insetos polinizadores de plantas. Sem elas, muitos cultivos seriam incapazes de frutificar ou teriam que ser polinizados a mão.

Os cientistas afirmam que suas descobertas podem levar a uma reavaliação do uso de pesticidas.

“Nossos dados sugerem que o uso amplo de coumafos como acaricida é um risco desnecessário para a saúde das abelhas melíferas”, afirmou Connolly, que propôs o uso de ácidos orgânicos como sendo mais apropriado para o controle de ácaros nas colmeias.

Em termos de pesticidas para a proteção de cultivos, a indústria agroquímica argumenta que alternativas aos neonicotinoides seriam mais tóxicas para as abelhas.

“Uma comparação direta das alternativas parece ser o único caminho” para encontrar a opção menos nociva, afirmou o cientista.

Em um comentário do estudo, o professor de Apicultura Francis Ratnieks, da Universidade de Sussex, disse que as concentrações usadas na pesquisa pareciam altas.

“Não surpreende que altas concentrações de inseticidas sejam nocivas, mas não sabemos se os baixos níveis de inseticidas neonicotinoides no néctar e no pólen de plantas tratadas também são nocivos no mundo real”, acrescentou.

Além disso, o uso de coumafos é ilegal em grande parte da Europa e não é amplamente usado nos Estados Unidos, afirmou Ratnieks, citado pelo Science Media Centre, em Londres.

Nesta quarta-feira, apicultores franceses pediram ao Ministério da Agricultura a proibição de pesticidas neonicotinoides, enquanto a Comissão Europeia (CE) analisa a adoção de uma norma específica sobre o caso.

“A situação é catastrófica”, disse Henri Clément, porta-voz dos apicultores franceses, afirmando que a taxa de mortalidade das abelhas passou de 5% na década de 1990 para 30% atualmente, o que provocou uma redução dramática na produção de mel na França, para 16.000 toneladas.

Clément se reuniu com os legisladores, aos quais pediu apoio ao seu apelo pela proibição dos neonicotinoides, e pediu a criação de um “comitê de apoio a alternativas aos pesticidas”.

Este ano, a CE já propôs a suspensão do uso de três produtos neonicotinoides nas culturas de milho, canola, girassol e algodão, pois estes componentes contribuem para uma alta notável na mortalidade das abelhas.
 
FONTE: NATURE e EcoDebate

Transposição do Rio São Francisco: ‘Não há absolutamente nenhum benefício para a população até agora’


Recentemente, o governo federal anunciou que as obras de transposição do Rio São Francisco ficariam prontas até 2015. A promessa veio em meio a denúncias de lentidão nas obras, de sucessivos anúncios de aumento dos custos, de problemas no saneamento do rio e críticas de movimentos sociais sobre a validade da transposição para abastecer as famílias. Confira entrevista de Roberto Malvezzi, o Gogó, da Articulação Popular São Francisco Vivo e da Comissão Pastoral da Terra e pesquisador do tema, ao Portal Minas Livre, sobre a situação atual das obras, das alternativas de convivência com o semiárido e do trabalho da Articulação.

ML – Recentes anúncios do governo prometem que as obras de transposição do São Francisco devem ficar prontas em 2015. Além disso, o custo foi reajustado para R$ 8,2 bilhões, e deve ainda ter novo reajuste. Por que essa demora e por que o aumento dos custos?

RM – São várias as razões para o alongamento do prazo da obra e também de seus custos. A primeira, sem dúvida, é seu gigantismo. São 700 km de canais, que exigem escavamento, revestimentos, túneis, estações de bombeamento, construção de barragens e uma série de outras obras para fazer o seu todo. A segunda é que ela está sendo construída por lotes, 14 ao todo. Cada lote é feito por um consórcio de empresas. Então cada empresa tem seu ritmo e suas exigências, rompendo contratos, não realizando a obra devida, abandonando os canteiros, exigindo novas licitações, exigindo aditivos, o que gera uma descontinuidade total no conjunto. Muitas vezes, quando retornam, todo trecho feito anteriormente precisa ser refeito.

Terceiro – que só soubemos recentemente – a obra começou a ser realizada sem projetos executivos. Isso é tão grave que houve erros até no traçado da obra, como num túnel feito em um lugar quando deveria ter sido feito em outro. Esse último item mostra o açodamento para iniciar a obra, o que para nós só confirma que ela foi mesmo um pagamento eleitoral às empreiteiras, as únicas que ganharam – e estão ganhando – com essa obra gigantesca.


ML – Houve muitas críticas da sociedade ao projeto de transposição. Há alguma participação social na gestão do projeto? Os movimentos e pessoas atingidas são ouvidos?

RM – Não há nenhuma participação da população. Aliás, repete-se toda a práxis das grandes obras do regime militar: povo alheio, obra imposta, más indenizações, relocações da população que tem sua vida mudada e não sabe mais o que fazer da vida, expectativa pela água que lhe foi prometida, assim por diante. Há um certo acompanhamento dessa população, particularmente no Eixo Leste, por parte da Comissão Pastoral da Terra junto aos atingidos. Mas, as ações de resistência são mínimas, já que as populações que tinham que ser relocadas, ao menos a maioria, já foram transferidas.

ML – Quantos trechos da obra já foram inaugurados e o que eles trouxeram de benefícios ou prejuízos para a população?

RM – Inaugurado apenas um, que é o trecho de tomada de água do Eixo Norte, próximo a Cabrobó, feito pelo Exército. Mesmo assim o sistema de bombeamento na captação de água ainda não está instalado. O nível de execução é variado de lote a lote, inclusive alguns tendo que ser refeitos.

O governo deu como concluído cerca de 40% da obra. Olhando a olho nu, achamos que está próximo da realidade, mas o detalhe é que questões mais difíceis, como os túneis para vencer o divisor de água entre Pernambuco e Paraíba, serão demorados e as obras estão muito atrasadas. Além do mais, está óbvio que o governo está investindo mais nas obras da copa do mundo que na Transposição.
Não há absolutamente nenhum benefício para a população até agora.

ML- Como você avalia a declaração de Dilma de que “para cada R$ 1 que colocamos na interligação [do Rio São Francisco], temos que colocar R$ 2 nas outras obras estruturantes articuladas com a obra da interligação”? Como estão as obras de convivência com o semiárido, como a construção de cisternas de placas?

RM – Essa é uma questão chave. A Transposição, embora o marketing diga que vá abastecer 12 milhões de pessoas, na verdade apenas transfere água do São Francisco para os grandes açudes da região receptora, como o Castanhão no Ceará e o Armando Ribeiro no Rio Grande do Norte. Ela não faz a distribuição da água sequer para o meio urbano, muito menos para o meio rural.

Sempre criticamos isso. Então, aos poucos, o governo foi incorporando as críticas. Para fazer essa distribuição, que não estava prevista, é necessário um outro orçamento, ainda não feito. Dilma fala que para fazer as adutoras da distribuição será necessário um outro orçamento que é o dobro da própria Transposição. A verdade é que essa obra foi planejada para grandes interesses econômicos, não para saciar a sede do povo. Como ela está se comprovando longa, cara, inviável, o governo está buscando uma saída honrosa para o atoleiro que se meteu. Pensar em fazer a distribuição dessa água pode ser uma saída inteligente.

Por outro lado, as pequenas obras hídricas, como as cisternas, é que modificaram a relação da população com a seca. Se hoje não existe o genocídio humano de trinta anos atrás, se não há intensas migrações, nem necessidade de “frentes de emergência”, é porque o povo pode beber água e comer onde está, mesmo em meio à seca. A energia que chegou, os poços, as adutoras, as cisternas, as políticas de distribuição de renda, etc., ainda que não tenham resolvido o problema, até porque estamos longe de atingir um nível de difusão satisfatório, ao menos impediram que a tragédia humana voltasse a se repetir.


ML – Houve denúncias recentes de paralisação nas obras de saneamento do Rio no Norte de Minas. Essa situação se observa ao longo da bacia? Qual a realidade do São Francisco hoje?

RM – O saneamento é uma reivindicação da Articulação Popular São Francisco Vivo, num contexto geral de revitalização do rio e sua bacia. De fato, é onde o governo está pondo dinheiro. Outra reivindicação nossa são as adutoras e, premido pela seca, o governo tem feito rapidamente muitas adutoras importantes, como a de Guanambi, saindo do São Francisco e abastecendo aproximadamente 200 mil pessoas. Vamos sair dessa seca terrível mais infraestruturados do que entramos.

Acontece que existe uma promiscuidade histórica entre o dinheiro público e o capital privado. Um gestor da Codevasf nos afirmou pessoalmente que existem muitas empresas ruins, obras mal planejadas, o que acaba em obras inconclusas, desvios, perdas, onde o prejudicado é sempre o público, devido o sumiço do dinheiro público. A situação do saneamento ao longo do vale do São Francisco está nessa base. Por isso, a Articulação está propondo criar núcleos urbanos com a população envolvida para tentar fiscalizar essas obras, tentar fazer com que elas cheguem ao seu termo com qualidade. Não vemos outra possibilidade de efetivar o saneamento, tão necessário, a não ser dessa forma.


ML- O que é a Articulação São Francisco Vivo e como ela atua em relação à transposição do rio?

RM – A Articulação, como já diz o nome, é um conjunto de entidades, povos tradicionais, ONGs, Sindicatos, Pastorais, Igrejas, populações, etc., que decidiu fazer uma atuação conjunta para revitalizar o Rio São Francisco. O lema é: “São Francisco Vivo: Terra, Água, Rio e Povo!”

Tem uma equipe liberada para fazer esse trabalho de Articulação ao longo de todo Vale. São quatro pessoas mais um articulador geral. Porém, o que importa mesmo é o envolvimento dos interessados na vida do rio. E é muita gente.

Sabemos que o gesto profético de Frei Luis Cáppio apontava não só para os problemas da obra da Transposição, mas para o futuro desse rio, desse país, da humanidade. Afinal, que mundo queremos para nós e as próximas gerações? Nossa luta é nossa resposta.


Entrevista socializada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) – Secretaria Nacional e reproduzida pelo EcoDebate, 28/03/2013

Borra de café: cinco usos que podem ajudar as plantas do jardim


O café é uma das bebidas preferidas dos brasileiros, afinal, somos o segundo maior consumidor desse estimulante no mundo. Mas além de delicioso, o café também é um ótimo fertilizante para a terra, pois torna o solo mais fértil, rico em nutrientes, contribuindo para o bom desenvolvimento das plantas. Abaixo, listamos cinco fins que você pode dar para a borra do café, que, quando jogada no lixo, se decompõe e libera metano, considerado um gás tóxico 20 vezes mais potente que o CO2 . Com essas simples atitudes, portanto, você dará uma cara mais bonita ao seu jardim sem agredir o meio ambiente. Confira:

Na fertilização

A borra de café oferece vários nutrientes para o solo, além de proteger (elimina bactérias e outros micro-organismos danosos ao solo) e tornar as plantas mais produtivas. Mas antes de colocá-la na terra, é aconselhável adicionar um pouco de fósforo (farinhas de sangue e ossos e esterco de aves) e potássio (esterco de animal), para que ela não roube o nitrogênio para se decompor, podendo, com isso, criar fungos;

Na compostagem

Com a borra de café adicionada à pilha de compostagem, esta emanará um cheiro mais ameno, ficará mais quente e conservará a umidade. Para maior eficácia, é recomendável adicionar folhas secas, que evitam o mau cheiro, e papel picado, para reduzir a umidade;

Como repelente de pragas

Ao usar o repelente químico é preciso considerar que, embora eficaz no combate às pragas, ele tem uma sobrevida maior na terra, pode matar outros insetos que são benéficos para a plantação, além de prejudicar a qualidade da planta. Para evitar esses transtornos, uma boa opção é utilizar a borra de café como repelente, principalmente se você mesmo tiver moído o café - ele se torna ainda mais efetivo no combate às pragas;



Para atrair minhocas

Minhocas adoram borras de café. Por isso, além de grãos de café, adicione restos de alimento e papel picado. Desse modo, você convidará uma leva de minhocas para o seu jardim, o que o deixará mais rico em termos nutritivos. Dica preciosa: as minhocas adoram borras de café antigas. O cheiro de fermentação e de mofo é o preferido delas;

Na mudança ou alteração do solo

Se você estiver pensando em construir ou aumentar um canteiro ou ainda em consertar alguma seção do seu jardim, a borra de café é uma boa pedida. O solo e a terra devem ser misturados numa proporção de 50/50. Após efetuar a mistura, espere aproximadamente 60 dias para plantar alguma semente ou vegetal.

Revista Ecologica

quinta-feira, 28 de março de 2013

Catástrofes naturais e humanas custaram US$ 186 bi em 2012


As catástrofes naturais e humanas custaram US$ 186 bilhões em 2012, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela companhia de seguros suíça Swiss Re.

As perdas seguradas chegaram a US$ 77 bilhões, fazendo de 2012 o terceiro ano mais caro na história dos seguros, informou o grupo suíço em um comunicado.

O total é, no entanto, inferior ao de 2011, marcado por um número recorde de terremotos e também pelo tsunami que atingiu a costa do Japão.

Em 2011, as perdas seguradas foram de US$ 126 bilhõess, explica o estudo da Swiss Re.

Em 2012, ocorreram importantes catástrofes naturais, sobretudo nos Estados Unidos, onde foram registrados nove dos dez incidentes mais caros do ano.

A fatura total no país foi de US$ 65 bilhões em perdas seguradas.

O furacão Sandy foi a catástrofe mais cara, tanto em termos econômicos (US$ 70 bilhões, mais que o furacão Katrina de 2005) como em custo para as seguradoras (US$ 35 bilhões).

A Itália também viveu em 2012 vários terremotos que provocaram mais de US$ 1,6 bilhão de perdas seguradas, o nível mais alto registrado até agora no país.

G1

Desmatamento da Amazônia sobe 26% nos últimos 7 meses, diz Inpe


Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal subiram 26,6% nos últimos sete meses, no intervalo entre 1º de agosto de 2012 e 28 fevereiro de 2013, em comparação com o mesmo período anterior, de 1º de agosto de 2011 a 28 de fevereiro de 2012, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgadas nesta quinta-feira (28).

Os dados, que incluem a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta, foram registrados pelo sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe, o Deter, que usa imagens de satélite para analisar a perda da mata em nove estados.

No total, 1.695 km² da floresta foram destruídos ou degradados nos últmos sete meses, área pouco maior do que o tamanho da cidade de São Paulo, de 1.521 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já entre 2011 e 2012, foram perdidos 1.339 km² de mata, no mesmo intervalo de tempo.

Quatro meses

Só nos últimos quatro meses, de novembro de 2012 a fevereiro de 2013, houve alertas de desmatamento em 615 km² da floresta amazônica, segundo o Inpe. O número é 15% maior do que o registrado anteriormente: 536 km² desmatados, entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012.

A cobertura de nuvens na região amazônica prejudica a análise do Deter, afirma o Inpe. Em novembro de 2012, 34% da floresta estava coberta por nuvens; já em dezembro, a cobertura foi de 54%. Em janeiro, 67% da Amazônia estava coberta por nuvens, enquanto em fevereiro o índice foi de 64%.

Por estado

Os dados do Inpe apontam que o estado com o maior registro de alertas de desmatamento nos últimos sete meses foi o Mato Grosso (734 km²), seguido do Pará (428 km²), Rondônia (270 km²), Amazonas (151 km²) e Roraima (50 km²).

Os primeiros três estados também foram os "líderes" em destruição da floresta: Mato Grosso (604 km²), Pará (300 km²) e Rondônia (232 km²) tiveram mais desmatamento entre agosto de 2011 e fevereiro de 2012, segundo o Inpe.

Proporcionalmente, o aumento do desmate foi grande no Maranhão (crescimento de 121%) e no Tocantins (81%), aponta o Inpe.

Fiscalização

Segundo o diretor de proteção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano de Meneses, o órgão teve que encontrar novos métodos de fiscalização após constatar o aumento no número de alertas de desmate.

"Entramos com a Operação Onda Verde, ocupamos as seis áreas críticas que respondem hoje por 54% de todo o desmatamento da Amazônia. Colocamos bases móveis com autonomia. Essas bases tem agentes do Ibama, agentes da Força Nacional de Segurança, agentes da Polícia Rodoviária Federal", afirmou o diretor.
Fiscais do Ibama na Operação Onda Verde apreenderam mais de 65 mil m³ de madeira em toras que circulavam de forma clandestina pela floresta, entre 1º de agosto de 2012 e 25 de março de 2013. Desse total, quase 38 mil m³ de madeira foi encontrada no estado do Pará, e 15,7 mil m³, em Mato Grosso.

Além de madeira, o Ibama confiscou 110 tratores, 60 caminhões, 216 motosserras e 32 armas de fogo na Amazônia Legal. A maior apreensão de motosserras ocorreu também no estado do Pará (137), seguido do Mato Grosso (39) e de Roraima (19).

No total, o órgão aplicou 3.180 autos de infração entre agosto de 2012 e março de 2013, cujo valor de multas, somadas, ultrapassa R$ 1,4 bilhão.

"Mato Grosso e Pará sempre foram os 'campeões' do desmatamento", disse o diretor do Ibama. "Esses alertas, a gente entende que eles possam estar sendo impulsionados pelo boom das commodities agrícolas, pelo aumento [do preço] do ouro e pelo aumento do preço da terra."


G1

Cientistas gregos criam escala para medir intensidade de tsunamis


Cientistas da Universidade de Atenas elaboraram uma escala para medir a intensidade dos tsunamis, usando dados dos dois últimos desastres provocados por essas ondas gigantes na Indonésia e no Japão, informou nesta quarta-feira (27) a agência de notícias Athens News Agency (Ana).

A medição do novo instrumento, chamado Escala Integrada de Intensidade de Tsunami (Itis, na sigla em inglês), vai até 12 graus de magnitude e foi adotada pela Sociedade Sismológica dos Estados Unidos, órgão de referência na área, afirmou à AFP o sismólogo Efthymios Lekkas.

Para os cientistas gregos, os sistemas de medida anteriores eram muito antigos e defasados.

"São sistemas estabelecidos com base em elementos muito limitados, já que não foi computado nenhum tsunami durante 40 anos até 2004", explicou Lekkas.

A escala Itis integra o conjunto de dados reunidos após os tsunamis gigantes de 2004, no Oceano Índico, e 2011, no Japão, ambos considerados de força 12 pelos pesquisadores gregos.

A equipe aplicou o novo modelo aos grandes tsunamis históricos, como o que devastou em 1640 a costa sul-oriental do Mar Mediterrâneo, após uma erupção vulcânica na ilha grega de Santorini, ou o que atingiu Portugal em 1755. Ambos tiveram magnitude 12, segundo o sismólogo.

Em março de 2011, um terremoto e um tsunami deixaram mais de 20 mil mortos e desaparecidos no nordeste do Japão, além de provocar uma catástrofe nuclear na usina de Fukushima.

G1

segunda-feira, 25 de março de 2013

Governo prorrogará Bolsa Estiagem até julho


A presidenta Dilma Rousseff informou hoje (25) que se reunirá no dia 2 de abril com todos os governadores do Semiárido atingido pela seca, para discutir propostas e ações destinadas a reduzir as consequências da estiagem, que afeta principalmente a Região Nordeste.

O governo federal anunciará a prorrogação até julho do Bolsa Estiagem e o Garantia-Safra. Mas, segundo a presidenta, poderá haver novas prorrogações porque os benefícios serão pagos enquanto durar a seca. A Bolsa Estiagem assiste agricultores familiares com renda até dois salários mínimos em municípios em situação de emergência ou calamidade pública. O Garantia-Safra ajuda os agricultores cuja produção foi prejudicada pela seca.

Além dos nove governadores nordestinos, foram convocados para a reunião, que será realizada em Fortaleza, no Ceará, os governadores de Minas Gerais e do Espírito Santo, estados que são beneficiados pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Dilma Rousseff garantiu que o governo ampliará as ações em andamento, como o trabalho do Exército na operação carro-pipa de abastecimento e a venda de milho aos pequenos produtores a preços mais baixos que os de mercado, mas ressaltou que é preciso discutir o futuro pós-seca.

“Eu acredito que temos que avançar e assegurar que os mecanismos de combate à seca sejam permanentes. Não é, de jeito nenhum, que vamos ficar com a mesma história todo o tempo, mas na hora que acabar a seca e vier a chuva, nós vamos ter de criar mecanismos que durem e assegurem que as pessoas não sejam atingidas”, disse a presidenta durante inauguração da primeira etapa do Sistema Adutor Pajeú, no município de Serra Talhada, em Pernambuco.

A presidenta Dilma voltou a afirmar que o governo federal terá um programa de recomposição do rebanho morto em decorrência da maior seca da região nos últimos 50 anos, mas ressaltou que precisam ser tomadas ações para que as perdas de animais não voltem a acontecer com tanta intensidade. “Vamos ter que tratar de uma questão que é o estoque da alimentação dos rebanhos, como garantirmos que haja permanentemente um estoque de segurança de garantia dos rebanhos aqui na região”.

Durante a inauguração da adutora que capta água do rio São Francisco, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que o governos federal e os dos estados precisam “construir a saída desta seca” e garantir a segurança hídrica da população.

“Nessa seca não se vê o drama social da fome, da morte das crianças, não se vê o desespero por comida das pessoas, mas estamos assistindo algo que não conseguimos proteger ainda, que é a economia. Protegemos as pessoas, que é o fundamental, e vamos aprender neste momento, a fazer a um só tempo, a proteção das pessoas e a proteção da economia, e vai ser exatamente nesta reunião [do dia 2 de abril]”, disse o governador.

Segundo Eduardo Campos, a reunião focará não mais na emergência, mas na articulação de ações que estão sendo feitas. “Precisamos, olhando para o futuro, buscar na nossa experiência de vida e de formação política os pontos que devem nos unir para sair deste momento duro, para deixar nosso povo independente”, disse o governador, lembrando que, por muitos anos, a água foi usada por políticos como moeda de troca por votos na região.

Agência Brasil

Sal em excesso mata 2,3 milhões de pessoas por ano, diz estudo


O consumo de sal em excesso de sal contabiliza 2,3 milhões de mortes por ano no mundo, quase 10 vezes mais do que as ocasionadas pelas bebidas açucaradas. Os dados são de uma pesquisa apresentada na American Heart Association, divulgada pelo jornal britânico Daily Mail.

O levantamento mostrou que 15% das mortes por ataque cardíaco, derrames e outras doenças relacionadas ao coração relatadas ao redor do mundo em 2010 foram causadas pelo excesso de sal.


Um estudo recente feito em Harvard mostrou que as bebidas açucaradas contribuem com a morte de cerca de 180 mil pessoas anualmente. “Medidas públicas globais de saúde, como programas de redução do sódio, podem potencialmente salvar milhões de vidas”, disse um dos autores do estudo, Dariush Mozaffarian. “A carga de sódio é muito mais elevada do que a carga de bebidas com açúcar”, completou.

Jornal do Brasil

Unesp desenvolve sistema de geração de energia com resíduos de frango


Resíduos de frango que seriam descartados por granjas podem ser utilizados para gerar energia elétrica por meio da produção de biogás. Um equipamento desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal, separa os dejetos em partes líquidas e sólidas, melhorando o desempenho dos biodigestores.

"A proposta é transformar a criação de animais em sistemas sustentáveis de produção", declarou o pesquisador Airon Magno Aires, que desenvolveu o equipamento durante sua tese de doutorado em zootecnia na Unesp. Segundo Aires, o produtor de frangos de corte necessita, em média, de 26,5 quilowatt-hora de potência por cada galpão avícola. Com esse invento, um galpão de frangos de corte pode gerar 65.250 metros cúbicos de biogás, os quais podem ser convertidos em 110,1 megawatts de energia.

As avícolas também costumam utilizar lenha para aquecer os galpões durante os primeiros 15 dias de vida das aves. "Com a substituição da energia da lenha pela do biogás, a redução de gases de efeito estufa pode chegar a 8 toneladas de gás carbônico equivalente ao ano por galpão", destacou.

A geração de biogás ocorre pela utilização de micro-organismos para degradação da matéria orgânica contida nos resíduos. Esse processo gera um composto de gases que pode ser convertido em energia. De acordo com o pesquisador, a novidade desse trabalho é que, antes de colocar os dejetos no biodigestor, é feito um pré-processamento, separando-os em líquido e sólido.

A separação é importante porque a parte líquida concentra grande volume de nutrientes e essa separação melhora o desempenho do biodigestor. "[Além disso] o biogás tem a vantagem de ser um combustível renovável e limpo, quando comparado à energia de combustíveis fósseis e lenha", destacou.

Aires explica que a proposta da pesquisa teve origem quando foi identificado que os produtores tinham dificuldades para utilizar as tecnologias disponíveis para produção de biogás, principalmente devido à variação das características químicas e físicas dos compostos. Isso provocava, por exemplo, a diminuição do volume útil do equipamento e entupimentos na tubulação.

A pesquisa também propõe que a fração sólida resultante do processamento seja utilizada em um sistema de compostagem chamada in vessel (envazada) para produção de adubos orgânicos. "O processo tradicional de compostagem desagrada aos produtores, porque gera um odor muito forte", relatou Aires. Outro avanço é que o processo envazado demora cerca de 30 dias, enquanto o tradicional leva entre 120 e 150 dias.

Jornal do Brasil

Mato Grosso mantém-se na liderança do recolhimento de embalagens de agrotóxicos


Considerado o celeiro do país pelo grande volume de produção de grãos, o estado de Mato Grosso mantém-se também na liderança em relação ao recolhimento de embalagens de agrotóxicos utilizadas nessas culturas. Nos dois primeiros meses deste ano, os produtores, fabricantes de fertilizantes e comerciantes conseguiram garantir que 1,5 mil embalagens usadas no campo fossem devolvidas e ambientalmente tratadas.
 
Essa cadeia, conhecida como gestão pós-consumo, ou logística reversa, tornou-se uma obrigação para o setor em 2002. Desde que os segmentos envolvidos na cadeia conseguiram organizar um sistema para recolhimento e tratamento dessas embalagens, Mato Grosso vem apresentando os melhores resultados. Em janeiro e fevereiro do ano passado, o recolhimento já ultrapassava 1,3 mil volumes.

Atualmente, o estado é responsável por 11% de todo o material recolhido no país nesse mesmo período (quase 6 mil toneladas de embalagens). Os produtores, fabricantes e comerciantes de Mato Grosso registram volumes duas vezes maiores do que os levantados em Goiás, por exemplo - segundo estado nesse ranking, com 702 embalagens em janeiro e fevereiro deste ano. 
 
Mesmo com esse destaque, os fabricantes de embalagens que organizam as estatísticas preferem trabalhar com número em blocos. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV), que representa o segmento, no topo da lista, ao lado de Mato Grosso, estão os resultados de Goiás e do Paraná (691 embalagens). A cadeia de pós-consumo nessas três regiões respondem por 49% do total de embalagens destinadas de forma ambientalmente adequada.

A gestão pós-consumo em todo o território brasileiro, nos dois primeiros meses deste ano, totalizou 5.968 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas, ou seja, 6% a mais do que o volume recolhido e tratado adequadamente no mesmo período de 2012. 
 
O aumento da produção agrícola no país é apontado como um dos motivos para o crescimento do volume de embalagens contabilizadas pelo sistema de logística reversa. Representantes do inPEV garantem que esse volume crescente também mostra que o atendimento à legislação nacional tem acompanhado o incremento da atividade agrícola. Os números do instituto apontam que 94% de tudo o que é colocado no mercado brasileiro é encaminhado para a destinação adequada. 
 
A logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizada pelo Sistema Campo Limpo, que envolve a responsabilidade de todo o setor, foi destacada, há poucos dias, em uma publicação do Ministério da Agricultura, que reúne exemplos de gestão sustentável no campo. Nos últimos dez anos, mais de 237 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos utilizadas nas propriedades rurais brasileiras voltaram para os fabricantes que reutilizaram ou eliminaram o material, seguindo padrões ambientais definidos em lei. 
 
Apenas no ano passado, segundo dados do inPEV, o volume de embalagens recolhidas e corretamente destinadas por agricultores, comerciantes e fabricantes superou as 37,7 mil toneladas. O balanço mostra um aumento de 9% em relação ao registro de 2011.

Agência Brasil

Justiça federal acata denúncia de exploração sexual na Usina de Belo Monte


A Justiça Federal em Altamira (PA) decidiu acatar denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra seis pessoas acusadas de envolvimento com suposto esquema de exploração sexual de mulheres e adolescentes na região das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, estado do Pará.

O procedimento para apurar as denúncias decorrentes de duas operações policiais contra a exploração sexual, deflagradas no dia 13 de fevereiro, foi instaurada na última sexta-feira (22), a pedido do MPF. A denúncia foi recebida pelo juiz federal Marcelo Honorato.

Segundo a denúncia do MPF, Claci de Fátima Morais da Silva, Adão Rodrigues, Solide Fátima Triques, Moacir Chaves, Carlos Fabrício Pinheiro e Adriano Cansan tinham ligações com a Boate Xingu, que funcionava próxima a um dos três canteiros de obras da usina. Ainda de acordo com o MPF, Claci era a dona de uma boate em Santa Catarina onde, com o apoio de Moacir Chaves, aliciava mulheres com a promessa de que elas ganhariam até R$ 1 mil por dia trabalhando na barragem.

As vítimas do esquema eram então levadas de van para Altamira, uma viagem de cerca de 4 mil quilômetros. Ao chegarem na Boate Xingu, eram recebidas pelo acusado Adão Rodrigues, que é apontado na denúncia como proprietário do estabelecimento e mentor do grupo criminoso, e pela mulher dele, Solide Fátima Triques. As jovens eram então acomodadas em quartos precários, alguns com trancas do lado de fora. Pinheiro, gerente da boate, e Cansan, que atuava como garçom e segurança, eram os responsáveis por vigiá-las e impedir que deixassem o local.

Durante as duas operações policiais, 15 mulheres e uma travesti provenientes de outros estados foram encontradas em condições que indicavam serem vítimas de exploração sexual. A ação policial teve início depois que uma menor de idade conseguiu fugir de uma boate da região e denunciou que vinha sendo mantida em cárcere privado e obrigada a se prostituir. A garota foi incluída no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte.

“Ela [a menor] relatou que era mantida presa e que veio do Rio Grande do Sul com a promessa de trabalho bem remunerado. Após chegar à cidade, foi ameaçada, agredida e obrigada a se prostituir”, informou, na ocasião, o coordenador da operação, delegado Cristiano Nascimento, revelando a Agência Brasil que as 12 mulheres libertadas durante a segunda operação confirmaram ser obrigadas a se prostituir por pessoas armadas que as vigiavam.

O caso chegou a ser conduzido pela Justiça paraense, mas o juiz estadual responsável declinou da competência, ou seja, abriu mão de julgar o assunto já que as acusações envolvem indícios de trabalho escravo, crime que compete à Justiça federal julgar. O MPF instaurou uma investigação separada para apurar a denúncia de que a exploração sexual ocorria dentro da área declarada de utilidade pública pelo governo federal para a construção da usina hidrelétrica.
Agência Brasil

PM Ambiental apreende 41 aves em feira de João Pessoa


Quarenta e uma aves silvestres foram apreendidas na tarde do domingo (24) em uma feira livre do bairro de Oitizeiro, em João Pessoa. De acordo com o tenente Eduardo Rodrigues, da Polícia Ambiental, algumas aves apresentavam sinais de maus tratos. Durante a ação da polícia, nenhum responsável pelas aves, que seriam vendidas, foi identificado.

Entre as espécies apreendidas estavam sanhaço, bico-de-lata, corda-negra e cravina. “Essas aves estavam em gaiolas de pequeno porte, o que dificultava bastante a mobilidade delas. Isso causava estresse e poderia provocar a morte de algumas”, disse o tenente Eduardo Rodrigues.

De acordo com o tenente, no momento da abordagem, os responsáveis pelas aves se "infiltraram" no meio das pessoas que estavam na feira. Por isso, ninguém foi preso. “Se nós tivéssemos conseguido realizar a prisão, os responsáveis pagariam multa de R$ 500 por ave apreendida. Se a ave estiver em risco de extinção, a multa poderia chegar a R$ 5 mil, além de reclusão”, acrescentou.

Eduardo Rodrigues alerta a população para não criar nenhuma espécie de animal silvestre sem autorização dos órgãos ambientais. “É contrariar a legislação, que diz ser crime manter, caçar e perseguir animais silvestres. Quem insistir na prática desse tipo de crime vai ter que enfrentar as nossas ações, que serão desenvolvidas com cada vez mais frequência”, afirmou.

As aves serão encaminhadas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (Cetras) para um período de quarentena. Após esse período, serão devolvidas à natureza, ainda de acordo com o tenente Eduardo Rodrigues.

G1 PB


domingo, 24 de março de 2013

Cáritas desenvolve ações para garantia de água no semiárido brasileiro


A água é um bem natural que está ficando cada vez mais escasso, devido ao mau uso do ser humano. Por esse motivo, a Organização das Nações Unidas criou o Dia Mundial da Água, em 22 de março de 1992.

Parte da população brasileira sofre com a seca todos os dias, e a Cáritas Brasileira, organismo vinculado à CNBB, desenvolve programas e projetos que buscam minimizar os efeitos da falta de chuva que afeta a vida de milhões de cidadãos na região nordeste. Este ano, a pior estiagem das últimas quatro décadas trouxeram prejuízos para a lavoura, fizeram disparar o preço dos alimentos, e têm obrigado muitos agricultores a deixarem o local onde moram. A possibilidade de chover abaixo da média histórica no Nordeste em 2013 é de 40% ou 45%, dependendo do estado, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Ocupando uma área de aproximadamente 975 mil quilômetros quadrados, o Semiárido brasileiro abrange 1.133 municípios de 9 estados do país. Embora seja o Semiárido mais chuvoso do planeta, constitui-se como uma região com déficit hídrico, o que também se aplica aos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, que fazem parte junto com o Rio Grande do Norte, da área de atuação da Cáritas Brasileira Regional Nordeste.

As ações desenvolvidas pela Rede Cáritas têm obtido resultados positivos, principalmente no que se refere ao armazenamento da água para consumo e produção, com base nos princípios da agroecologia, da economia popular solidária, da luta por políticas públicas e do acesso a terra, à água e aos direitos.

Um exemplo concreto de convivência com a realidade local é a experiência do Projeto Raízes, implantado nos municípios da Paraíba (Cacimbas, Casserengue e Poço Dantas), de Pernambuco (Ibirajuba) e Alagoas (Cacimbas), com apoio financeiro da cooperação espanhola Manos Unidas e o Banco do Nordeste (BNB). A iniciativa já promoveu a construção de 734 obras hídricas (cisternas de placas, barragens subterrâneas e tanques de pedra), a implantação de 156 núcleos produtivos familiares, 19 bancos de sementes, e a construção de 02 núcleos de beneficiamento de frutas. No total, 1.907 pessoas foram beneficiadas diretamente com as ações.

O Dia Mundial da Água não é só para pensar, mas principalmente para agir: vamos usar esse recurso natural com sabedoria para que ele nunca acabe.

Fonte: CNBB

sábado, 23 de março de 2013

Especial Água 2013: Saneamento é gargalo


As questões ligadas ao déficit de saneamento no Brasil também têm de merecer atenção especial neste ano dedicado à cooperação pela água. Para o gestor da Unidade de Negócios da Mizumo, Giovani Toledo - referência nacional em sistemas pré-fabricados para tratamento de esgoto sanitário –, ainda é longo o caminho para que a sociedade atue em favor da preservação dos recursos hídricos, nos níveis ideais de atendimento às necessidades futuras e atuais da humanidade. “De um entendimento geral da sociedade quanto aos fatores envolvidos, dependerá a superação dos desafios que se desenham atualmente: poluição, desperdício, falta de tratamento de esgoto, uso racional dos recursos hídricos, criação de políticas eficientes de captação, distribuição, armazenamento e abastecimento de água”, relata.

No âmbito público, defende Toledo, é essencial haver um compromisso com políticas de saneamento que promovam investimentos nos serviços de ampliação do acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário. Conforme dados divulgados em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 70% dos municípios brasileiros não têm projetos estruturados nessas áreas. “A universalização desses serviços é um grande e urgente desafio no Brasil. São necessários esforços coletivos no sentido de garantir às pessoas o acesso a serviços básicos. Paralelamente, as indústrias devem intensificar o desenvolvimento de tecnologias e de produtos que favoreçam a proteção dos recursos hídricos e a reutilização de água. Se bem aproveitado, este Ano Internacional de Cooperação poderá ser muito útil para a adoção de medidas efetivas, destinadas à ampliação dos serviços de saneamento básico e incentivo ao uso racional da água. A hora é agora!”, pondera.

A parcela de cada cidadão


A todos nós, cidadãos comuns, moradores de grandes e pequenas cidades, também cabe uma parcela de cooperação para o sucesso dessa rede global em prol da água.

Pesquisador do Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, Luciano Zanella sugere algumas medidas simples – e relativamente baratas – para redução do desperdício, manejo racional e reuso da água. Entre elas, ele destaca o investimento em equipamentos economizadores, como o arejador, acessório usado em torneiras com a função de misturar ar à água, dando a sensação de maior volume, mantendo assim o conforto do usuário e economizando água.

Para Zanella, outra medida positiva já aplicada no Brasil é o uso de bacias sanitárias em tamanho padrão, de 6,8 litros. Elas são consideradas de baixo volume de descarga, se comparadas a modelos antigos, que consumiam até 15 litros em apenas uma descarga, após o uso do vaso sanitário. As válvulas de descarga dupla também são viáveis para instalação doméstica, liberando volumes diferenciados de água para dejetos líquidos e sólidos.

Revista Ecologico

Cidades apagarão luzes para lembrar meio ambiente


Pelo quinto ano consecutivo, a organização não governamental WWF promove em mais de 150 países, neste sábado (23), o movimento Hora do Planeta. É um ato simbólico que conta com a participação de governos, empresas e a população. As pessoas podem participar apagando a luz de casa, da empresa ou qualquer outro lugar das 20h30 às 21h30.

A proposta é levar a uma reflexão sobre o aquecimento global e as ameaças ao meio ambiente. No Brasil, 92 cidades confirmaram participação, sendo 22 capitais , entre elas, Brasília (DF), Natal (RN), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC).

A superintendente da WWF-Brasil, Regina Cavini, explica que as prefeituras apagam os monumentos mais importantes e significativos, porque não se pode apagar a luz de toda uma cidade. Em Brasília serão apagadas as luzes do Congresso Nacional e da Esplanada dos Ministérios.

Regina Cavini ressalta que o movimento é um ponto de partida para ações contínuas. “O WWF sabe que não é em uma hora que vamos fazer as mudanças necessárias ao planeta. O que interessa é as pessoas usarem este momento para se reunirem com suas famílias e seus amigos e repensarem os seus hábitos”, diz.
Em 2012, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo apagaram as luzes durante a Hora do Planeta.

Agência Brasil

FAO: progresso da bioenergia não pode afetar segurança alimentar


O desenvolvimento da bioenergia no Brasil deve evitar comprometer a segurança alimentar, alertou o coordenador do programa de Bioenergia da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Olivier Dubois.

Em entrevista à Agência Brasil, Dubois falou da necessidade constante de mapeamento do solo para investigar o impacto ambiental da produção agropecuária. Destacou que é preciso estudar os efeitos indiretos da ocupação do solo, para que não haja danos, principalmente, à agricultura familiar ao redor do mundo.

“Se disser ao pequeno agricultor que ele terá dinheiro a partir de uma cultura, o risco é de ele utilizar seu lote todo para essa única cultura. Ele fará 10 hectares para cultura de dendê e terá de comprar comida. O risco disso é que ele será muito mais dependente dos preços dos alimentos. Ou seja, uma certa proporção [do seu terreno] ele tem que garantir, senão há o risco de segurança alimentar”

A avaliação de Dubois é que não há necessariamente uma incompatibilidade entre a produção de alimentos e biocombustíveis. “Não podemos diabolizar uma coisa porque depende muito da forma como você faz. Não se pode competir com a utilização da terra na produção de biocombustíveis, mas é possível concorrer. Planta alimentar como matéria-prima pode ser mantida em consórcio de diferentes culturas na mesma área”.

O coordenador citou o Projeto de Critérios e Indicadores de Bioenergia e Segurança Alimentar da FAO, como uma ferramenta da entidade, que inclui instrumentos de avaliação dos impactos ambientais e socioeconômicos da produção de bioenergia, com indicadores que podem ser medidos durante a produção e a recomendação de boas práticas e de medidas políticas para promover o desenvolvimento sustentável da bioenergia.


“Essa ferramenta orienta, por exemplo, os possíveis riscos de substituição alimentar de forma sustentável. Com ela podemos avaliar e monitorar as práticas de bionergia pelo mundo”, explicou. O instrumento permite recomendar, por exemplo, balancear a produção de energia com a de outros alimentos, utilizando o subproduto para alimentar o gado, misturando ou fazendo rotação de culturas.

De acordo com a Embrapa Agroenergia, até 2004 não existia fabricação de biodiesel no Brasil. Com a implantação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), o País passou a ser o segundo maior produtor mundial e colocou no mercado 2.717 m³ do biocombustível em 2012.

Agência Brasil

João Pessoa e mais 91 cidades participam da ‘Hora do Planeta’, neste sábado à noite


Atenta às mobilizações em todo o mundo pela preservação do planeta, a Prefeitura de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), foi a primeira capital do Nordeste a aderir formalmente à Hora do Planeta. O movimento global acontece neste sábado (23), das 20h30 às 21h30, nos principais prédios das repartições públicas, que apagarão suas luzes.

Pelo quinto ano consecutivo, o WWF-Brasil promove a Hora do Planeta, um ato simbólico, promovido no mundo todo pela Rede WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante 60 minutos. Neste sábado,  92 cidades, sendo 22 capitais, estarão mobilizadas com diversas atividades pela Hora do Planeta.

A Hora do Planeta é um movimento global, promovido pelo quinto ano consecutivo pela Rede WWF Brasil (World Wildlife Fund), com o objetivo de sensibilizar os cidadãos sobre os problemas ambientais enfrentados mundialmente.  Em 2012, monumentos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a Ponte Estaiada, em São Paulo e a Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, tiveram as luzes desligadas durante uma hora. Mais de 150 países e territórios também se envolveram na manifestação.

Clima 

As mudanças no clima são consideradas pelos cientistas uma das maiores ameaças ambientais do século XXI, afetando cidadãos comuns, empresas, governos e toda a natureza. Ondas de calor e períodos de grandes secas têm provocado perdas agrícolas e são uma ameaça para a economia mundial. A Hora do Planeta propõe uma hora de reflexão para os cidadãos, para que repensemos nossas ações sobre o meio ambiente.

Na cidade-âncora Brasília serão apagadas as luzes da Esplanada dos Ministérios, do Congresso Nacional, da Catedral e de outros monumentos históricos. O público contará com a participação da banda regional Patubatê e do grupo DJs Criolina, no Museu Nacional da República, local do evento.

São Paulo também apagará as luzes de símbolos como a Ponte Estaiada, o Obelisco, o Mercado Municipal, o estádio do Pacaembu, o Monumento das Bandeiras, o Theatro Municipal, o Arco do Anhangabaú e a Biblioteca Mário de Andrade. Além disso, o grupo Vá de Bike reunirá ciclistas numa pedalada no centro da capital paulista. O circuito passará por três desses locais e monumentos paulistanos que ficarão às escuras durante a Hora do Planeta.

No Rio de Janeiro ficarão às escuras o Cristo Redentor, os Arcos da Lapa, a Orla de Copacabana e de Ipanema, o Arpoador, o Parque Garota de Ipanema, a Igreja da Penha e a Catedral Metropolitana.

Celebridades como o músico Tom Zé, a atriz Paolla Oliveira, o chef Alex Atala, entre muitos outros famosos vestiram a camisa em apoio à ação. A cantora Gaby Amarantos topou o desafio “Eu vou se você for” do WWF e prometeu ficar um dia inteiro longe da internet se 1000 pessoas curtissem a foto dela no Instagram. O cineasta Flávio Tambellini também embarcou no desafio e se propôs a usar bicicleta por um mês e plantar uma árvore por semana no Rio de Janeiro se 1000 pessoas fizessem o mesmo. Essas iniciativas, que já reuniram mais de quatro milhões de interações no YouTube, consistem na produção de um vídeo em que qualquer pessoa assume um compromisso e desafia outra com o objetivo de mudar o planeta.

Cerca de 50 empresas como Banco do Brasil, Lojas Renner, McDonald’s, Meliá Hotels também apoiaram a ação. O HSBC-Brasil realizará uma mobilização pela água do planeta em nove capitais brasileiras – São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Recife, Goiânia, Campo Grande e Brasília. Colaboradores do banco realizarão atividades como plantio de mudas, recuperação de nascentes e medição da qualidade das águas dos rios. Além disso, dez prédios administrativos do HSBC ficarão às escuras.

Sobre a Hora do Planeta

A Hora do Planeta, conhecida globalmente como Earth Hour, é uma iniciativa global da Rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas. Desde sua primeira edição, em março de 2007, a Hora do Planeta não parou de crescer. O que começou como um evento isolado em uma única cidade, Sidney, na Austrália, tornou-se uma ação global, envolvendo um bilhão de pessoas em mais de 5 mil cidades de 152 países.  Alguns dos mais conhecidos monumentos mundiais, como as pirâmides do Egito, a Torre Eiffel em Paris, a Acrópole de Atenas e até mesmo a cidade de Las Vegas (EUA) já ficaram no escuro durante sessenta minutos.

Sobre o WWF-Brasil

O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira dedicada à conservação da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações. O WWF-Brasil, criado em 1996 e sediado em Brasília, desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários.

Sobre a Rede WWF

A Rede WWF é uma das maiores organizações ambientalistas independentes do mundo.  Ela tem o apoio de quase 5 milhões de pessoas e uma rede mundial ativa em mais de 100 países.  A missão da Rede WWF é acabar com a degradação do meio ambiente natural do planeta e construir um futuro onde os seres humanos vivam em harmonia com a natureza, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais renováveis e promovendo a redução da poluição e do desperdício de consumo.
 

Portal Correio

Destaque Nacional: cinco estados não pagam o piso ao professor; Paraíba é um deles


Levantamento exclusivo realizado pela revista Educação junto às secretarias de educação das 27 unidades da federação brasileiras e a sindicatos dos professores revela que cinco estados - Amapá, Amazonas, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - não pagavam ao docente o valor estabelecido pela Lei do Piso Salarial do Magistério Público (Lei 11.738/2008). Os dados são referentes a dezembro de 2012, quando o vencimento básico para um docente da rede pública com formação de ensino médio era de R$ 1.451, por uma jornada de 40 horas de trabalho semanais.

A Lei do Piso também estabelece que um terço da jornada seja destinado a atividades fora da sala de aula, em planejamento pedagógico ou de atividades, por exemplo. Nesse quesito, 15 redes não cumpriam a lei federal. Em três casos (RJ, SP e TO), ocorreu uma divergência entre o sindicato da categoria e a secretaria de Educação do estado. Além disso, o Distrito Federal cumpre a lei, apenas no que se refere aos professores com jornadas de 40 horas semanais - os de 20 horas semanais têm 25% da jornada para atividades fora da sala de aula, segundo a secretaria.

Parte dos estados que não cumprem a destinação de um terço para jornada extraclasse está praticamente alcançando o que a lei federal determina. É o que acontece, por exemplo, no Acre, em Pernambuco e no Piauí, que destinam 30%, e não 33%, para atividades extraclasse. No segundo, o Estatuto do Magistério determina que esta seja a porcentagem de tempo destinada ao tempo para planejamento pedagógico e de aulas.

No Amazonas, de acordo com o sindicato da categoria, não está institucionalizado o tempo para planejamento, variando conforme o professor. A Secretaria do Estado de Educação (Seduc) do Amazonas informa que um projeto de lei será encaminhado para a Assembleia Legislativa para resolver a questão.

Na prática, a ampliação do tempo destinado à jornada extraclasse vem sendo alvo de negociações entre os sindicatos de professores e as secretarias estaduais de Educação em cada uma das unidades da federação. No Paraná, por exemplo, após negociações em dezembro, os professores deverão passar 25% do tempo fora da sala de aula.


Demanda histórica A criação de um piso nacional único para a educação pública é uma reivindicação histórica dos professores. Mas os problemas de remuneração e valorização do docente não foram resolvidos plenamente pela lei federal. As cinco secretarias que têm vencimentos abaixo do determinado justificam que complementam a remuneração do professor (e do aposentado), cujo vencimento básico não alcança o valor estipulado.

A maior distância entre o vencimento básico e o piso, conforme o levantamento, ocorre no Rio Grande do Sul. Em valores de dezembro de 2012, o professor com formação de nível médio recebia R$ 921,75 - uma diferença de mais de R$ 500 para o piso. A secretária-adjunta de Educação do Rio Grande do Sul contesta a assertiva de que o estado não cumpre a lei e afirma que a rede gaúcha vive uma "sinuca".

Segundo ela, a carreira do magistério estadual do Rio Grande do Sul tem diferentes vencimentos básicos conforme a formação do professor e, se o reajuste baseado na arrecadação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) fosse aplicado, a máquina administrativa não teria como arcar com a folha de pagamento.

"No Rio Grande do Sul, a diferença de remuneração entre os níveis de habilitação, sem contar tempo de serviço e promoções, entre o básico do nível médio para o básico do professor graduado chega a 85% do vencimento. Para pós-graduado, a 100%. Fizemos, no estado, uma opção de não desmontar a carreira, e de discutir judicialmente o índice de correção do piso", aponta.

Na prática, cada estado tem autonomia para elaborar o plano de carreira para os professores, que deve ser aprovado pelo Legislativo. Com isso, a lei federal é insuficiente para resolver a remuneração dos professores sozinha. Entretanto, é forte instrumento de pressão para os sindicatos, que tiveram conquistas nas negociações desde a aprovação do instrumento.

Perto do piso Na Paraíba, o vencimento básico se encontrava, em 2012, em R$ 1.384,00 proporcionalmente à jornada de 40 horas semanais. Todos os professores recebem uma complementação variável, conforme o nível de escolaridade. Só então, o valor de R$ 1.451 era superado.

No Amapá, há ainda docentes com vencimentos abaixo do piso, conforme explica a Secretaria de Estado da Educação (Seed). De acordo com e-mail da assessoria de comunicação, hoje um professor do estado inicia ganhando R$ 1.470. Os que ganham abaixo dessa remuneração são aqueles que cursaram o antigo magistério e que não fizeram graduação e especializações. O governo do Amapá afirma que, em 2012, enviou um projeto de lei para a Assembleia Legislativa propondo o pagamento do piso para os professores que ganham abaixo do valor, mas ele não foi aprovado.

Já em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Educação (SED) argumenta que passa por um problema formal, mas que todos os professores recebem acima do piso, após um complemento específico a fim de totalizar o que determina a lei. De acordo com a assessoria de comunicação da pasta, toda vez que vai haver ampliação de salário do docente, é necessária a aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa. Em 2012, não houve aprovação e o valor permaneceu em R$ 1.281. A secretaria afirma ainda que os aposentados também recebem o complemento, mas que é muito difícil encontrar inativos com vencimentos mínimos, porque a maioria incorporou vantagens ao longo da carreira.


Já no Amazonas, a diferença para o cumprimento da Lei do Piso era muito pequena em 2012. O professor com nível médio tinha remuneração, em jornada de 40 horas, de 1.412,12. Como todos os docentes recebem uma gratificação de 43% em cima do vencimento básico, a situação está praticamente equacionada. Segundo a Seduc, há uma proposta para que a complementação da regência de classe seja incorporada ao salário, e a medida será encaminhada à Assembleia Legislativa.

Nada é tão simples O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) acrescenta esse estado à lista dos que não cumprem a Lei do Piso - informação que é contestada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) de Minas. "O governo transformou toda a remuneração do professor em parcela única, que é o subsídio. O estado acabou com o vencimento básico em Minas Gerais. Acabou com as tabelas de vencimento básico ao fixar as tabelas da remuneração cheia", explica a coordenadora-geral, Beatriz Cerqueira.

Em outras palavras, acabando com o vencimento básico, o governo teria incorporado as gratificações ao salário, fazendo com que o professor não tivesse aumento em sua remuneração base. "Quando o estado fez isso, também congelou qualquer benefício vinculado à formação acadêmica ou ao tempo de serviço", diz.



UOL com Revista Educação 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Inep poderá zerar redações do Enem que apresentarem algum tipo de deboche


O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, defende a punição de candidatos que apresentarem alguma forma de deboche nas redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na última edição do Enem, segundo o presidente, foram contabilizadas cerca de 300 redações que continham algum tipo de inserção indevida. Para o próximo edital do exame será discutida a possibilidade de zerar essas redações.

"Vou defender junto à comissão técnica [formada por especialistas e técnicos do Inep] que, em caso de inserções indevidas seja dada a nota zero", disse o presidente. O próximo edital deve ser lançado em maio deste ano, até lá a questão será discutida em reuniões semanais. O presidente diz que mesmo que as redações com inserções indevidas representem um universo pequeno próximo ao total de 4,1 milhões de redações corrigidas na última edição do exame, merecem medidas específicas por representarem um "desrespeito ao candidato sério".

No mês passado, o estudante de Fernando Maioto publicou em sua página pessoal da rede social Facebook a versão digital da redação que escreveu no Enem. Ele incluiu, em meio aos argumentos sobre migração, o hino do Palmeiras. Ele recebeu a nota 500, metade da nota máxima. Acima da publicação, debochou: "O melhor do Enem é fazer uma redação com o hino do Palmeiras, e ainda tirar nota... UFA que eu já passei por essa fase. E desejo toda a sorte para quem está passando por ela. O Enem só me faz rir..."

O presidente do Inep diz que a comissão técnica discutirá critérios para discernir inserções inadequadas de divagações devido ao nervosismo do candidato "sério". Nesses casos, a redação não seria zerada.

Além da punição, as discussões para a elaboração do próximo edital devem levar em consideração os erros de português. Atualmente, uma redação nota 1.000, a nota máxima, deve conter "um excelente texto, mesmo que apresente alguns desvios em cada competência avaliada", informa em nota o Ministério da Educação (MEC). A tolerância, segundo a pasta, deve-se a consideração de que o participante é um egresso do Ensino Médio, "ainda em processo de letramento na transição para o nível superior".

Luiz Cláudio Costa comenta que, nesta edição "não foram redações ruins que tiraram uma nota boa, são redações em que o estudante mostra o domínio da norma culta, faz construções extremamente complexas e comete um ou dois desvios". Ele diz no entanto, que haverá um debate técnico se deve ou não haver essa tolerância. "O MEC e o Inep defendem que a norma culta é a primeira competência exigida do estudante. Mas quando o estudante mostrou o domínio e teve um erro ele deve receber a nota máxima ou não? Vamos debater isso também".

Na última edição do Enem, de acordo com o Inep, foram 2.080 redações com a nota máxima.

Agência Brasil