quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Consumo ultrapassou capacidade de renovação que a Terra poderia oferecer em 2013


A cota de recursos naturais que a natureza poderia oferecer em 2013 se esgotou na última terça-feira (20). A data, inclusive, assinalou o Dia da Sobrecarga da Terra, marco anual de quando o consumo humano ultrapassa a capacidade de renovação do planeta. O cálculo foi divulgado pela Global Footprint Network (Rede Global da Pegada Ecológica), organização não governamental (ONG) parceira da rede WWF.

O levantamento compara a demanda sobre os recursos naturais empregados na produção de alimentos e o uso de matérias-primas com a capacidade da natureza de regeneração e de reciclagem dos resíduos, a chamada pegada ecológica (medida que contabiliza o impacto ambiental do homem sobre esses recursos). Em menos de oito meses, o consumo global exauriu tudo o que a natureza consegue repor em um ano e, entre setembro e dezembro, o planeta vai operar no vermelho, o que causa danos ao meio ambiente.

De acordo com a Global Footprint Network, à medida que se aumenta o consumo, cresce o débito ecológico, traduzido em redução de florestas, perda da biodiversidade, escassez de alimentos, diminuição da produtividade do solo e o acúmulo de gás carbônico na atmosfera. Essa sobrecarga acelera as mudanças climáticas e tem reflexos na economia.

Segundo os cálculos dessa contabilidade ambiental, a Terra está entrando “no vermelho da conta bancária da natureza” cada vez mais cedo. No ano passado, o Dia da Sobrecarga ocorreu em 22 de agosto. Em 2011, em 27 de setembro.

Para o diretor executivo da Conservação Internacional, André Guimarães, a humanidade vai pagar a conta desse consumo excessivo na forma de perda de qualidade de vida, de mais pobreza e doenças, caso não mude esse quadro. “Esse ritmo de consumo no longo prazo vai culminar na exaustão dos recursos naturais. Estamos colocando nossa qualidade de vida e nosso futuro em risco. Se consumirmos em excesso a natureza, em algum momento vamos ter que pagar essa conta na forma de poluição, doenças, água menos disponível para nosso desenvolvimento e nosso uso, pobreza e falta de alimentos”, disse Guimarães.

Para o ambientalista, o desafio para as nações é achar uma maneira de se desenvolver reduzindo a demanda pelo capital natural. “Assim conseguimos fechar a equação de meio ambiente preservado e economia sustentável”.

Segundo pesquisas da Global Footprint Network, os atuais padrões de consumo médio da humanidade demandam uma área de um planeta e meio para sustentá-los. As projeções indicam que se o estilo de vida continuar no ritmo atual, o homem precisará de duas Terras antes de 2050.

Estudos da ONG internacional mostram que, no início da década de 1960, a humanidade empregou somente cerca de dois terços dos recursos ecológicos disponíveis no planeta. Esse panorama começou a mudar na década seguinte, quando o aumento das emissões de gás carbônico e a demanda humana por recursos naturais passaram a exceder a capacidade de produção renovável do planeta.

Atualmente, mais de 80% da população mundial vivem em países que usam mais recursos do que seus próprios ecossistemas conseguem renovar. Os países devedores ecológicos já esgotaram seus próprios recursos e têm de importá-los. No levantamento da Global Footprint Network, os japoneses consomem 7,1 vezes mais do que têm e seriam necessárias quatro Itálias para abastecer os italianos.

Nesse panorama traçado pela Global Footprint Network, o Brasil aparece ao lado das nações que ainda são credoras ambientais, com reservas naturais abundantes. Esse quadro, porém, está mudando. O presidente da ONG, Mathis Wackernagel, lembra que o país tem uma grande riqueza natural que está sob pressão devido ao aumento populacional e aos padrões de consumo. “O Brasil precisa reconhecer sua riqueza e como pode usá-la sem gastá-la. O capital natural vai se tornar cada vez mais importante em um mundo com restrições de recursos”, disse Mathis, que enfatiza a importância de se investir em energia solar e eólica. 

Segundo o diretor executivo da Conservação Internacional, o Brasil ainda tem abundância de capital natural e espaço para crescer. “Os países desenvolvidos já ultrapassaram o limite de consumo de matérias-primas naturais. Se todos os habitantes da Terra tivessem o mesmo padrão de consumo dos norte-americanos, nós íamos precisar de quase cinco planetas para dar conta das demandas da população. O padrão de consumo dos países desenvolvidos desorganiza essa balança e o Brasil está na posição intermediária caminhando a passos largos para ser um alto consumidor de capital natural”, declarou André Guimarães.

Para ambientalistas, a sociedade precisa repensar seu estilo de vida. Nesse contexto, dizem, a educação e a informação são instrumentos importantes para uma mudança de valores. De acordo com a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, cidadãos e governos têm papel fundamental na redução dos impactos do consumo sobre os recursos naturais. “Políticas públicas voltadas para esse fim, como a oferta de um transporte público de qualidade e menos poluente, construção de ciclovias e o estímulo ao consumo responsável são essenciais para reduzir a pegada ecológica”, disse Maria Cecília.

Ela lembra que as pessoas podem fazer sua parte. Reduzir o desperdício de água e energia, o consumo de carne bovina e de alimentos altamente processados, usar mais transporte coletivo e adquirir produtos certificados são algumas das atitudes recomendadas.

“É importante que as pessoas se lembrem de que qualquer desperdício de energia, por menor que pareça, está sendo feito às custas do planeta ao gastar mais combustível fóssil. Podemos fazer nossas escolhas lembrando que a Terra é finita, como é a nossa conta no banco. A gente só tem esse planeta, por que não cuidar dele?”, ressaltou a secretária-geral do WWF-Brasil.

Agência Brasil

Hospital da era das Cruzadas é descoberto em Jerusalém


Arqueólogos israelenses descobriram na velha Jerusalém uma estrutura de grandes dimensões que pertencia a um hospital do período das Cruzadas há cerca de mil anos, que era muito movimentado e abrigava até 2.000 pacientes.

É o que informa nesta segunda-feira em comunicado a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI, na sigla em inglês), que realizou as escavações e encontrou uma galeria de arcos, de até seis metros de altura, do período das Cruzadas (1099-1291 d.C.).

O edifício, propriedade do Waqf, a autoridade de bens inalienáveis islâmicos, está situada no coração do bairro cristão da cidadela antiga de Jerusalém, em uma área conhecida como Muristan. Há cerca de dez anos, o lugar era ocupado por um movimentado mercado de frutas e verduras, mas desde então tenha ficado em desuso.

De acordo com a pesquisa, a estrutura descoberta é apenas uma pequena parte do que foi o grande hospital que parece abranger uma área que compreende 1,5 hectare.

Sua arquitetura é caracterizada por vários pilares e abóbadas de mais de seis metros, o que sugere que foi uma ampla estadia composta por pilares, quartos e pequenas salas.

Os coordenadores da escavação, Renee Forestany e Amit Reem, pesquisaram documentos da época para conhecer a história do centro ambulatório.

“Aprendemos sobre o hospital por documentos históricos contemporâneos, a maior parte em latim”, contam, e explicam que os textos mencionam a existência de um sofisticado hospital construído por uma ordem militar cristã denominada “Ordem de San Juan do Hospital em Jerusalém”.

Seus integrantes prometeram cuidar e atender os peregrinos na Terra Santa, e quando fosse necessário somar-se aos combatentes cruzados como unidade de elite.

Assim como nos modernos hospitais, o edifício estava dividido em diferentes asas e departamentos segundo a natureza das doenças e condição dos pacientes, e em situações de emergência podia ter capacidade de tratar 2 mil pessoas.

Os integrantes da ordem atendiam homens e mulheres doentes de diferentes religiões e também acolhiam recém-nascidos abandonados pelos pais.

Os órfãos eram atendidos com grande dedicação e, quando adultos, passavam a integrar a ordem militar, diz o comunicado.

A AAI destaca, no entanto, que quanto à medicina e à higiene, os cruzados eram ignorantes, e como exemplo cita um depoimento da época relatando que um médico amputou a perna de um cavaleiro por uma pequena ferida infectada, levando o paciente à morte.

Grande parte do edifício desmoronou durante um terremoto em 1457 e suas ruínas ficaram sepultadas até o período Otomano. Na Idade Média, parte da estrutura foi usada como estábulo e foram encontrados ossos de cavalos e camelos.

Uol

sábado, 24 de agosto de 2013

Pesquisadores criam biossensor para detectar pesticida


Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), criaram um sensor biológico (biossensor) que detecta em minutos, na água, no solo e em alimentos, a presença de um pesticida altamente tóxico que está sendo banido no Brasil, mas que ainda é usado em diversas lavouras no país: o metamidofós.

Desenvolvido no âmbito do Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica (INEO) – um dos INCTs apoiados pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Estado de São Paulo –, o sensor pode ser adaptado para detecção de outros tipos de pesticidas, afirmam os pesquisadores. O princípio básico do dispositivo também deu origem a um possível novo teste rápido para detecção de infecção pelo vírus da dengue.

“Escolhemos o metamidofós para ser detectado pelo sensor porque, apesar de já ter sido banido em diversos países, há indícios do uso desse pesticida, extremamente tóxico, sobretudo no Estado do Mato Grosso”, disse Nirton Cristi Silva Vieira, pós-doutorando no IFSC (com Bolsa da FAPESP) e um dos orientadores do projeto do biossensor de pesticida e do teste rápido de dengue, à Agência FAPESP.

Vieira conta que o metamidofós é utilizado principalmente em lavouras de soja para matar lagartas e percevejos que atacam a oleaginosa. O pesticida penetra facilmente o solo e os lençóis freáticos e, ao contaminar a água e os alimentos, atua no sistema nervoso central dos seres vivos, inibindo a ação da acetilcolinesterase – enzima que promove as ligações (sinapses) dos neurônios.

Nos humanos, além de ser prejudicial para as funções neurológicas, o metamidofós também pode causar danos nos sistemas imunológico, reprodutor e endócrino e levar à morte.

Em conjunto com Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, professor do IFSC e orientador de sua pesquisa de doutorado, Vieira orientou Izabela Gutierrez de Arruda, durante o seu mestrado na UFMT, a desenvolver um teste rápido e portátil para detectar a presença de metamidofós utilizando a própria enzima acetilcolinesterase.

Para isso, os pesquisadores desenvolveram um sensor de pH, que mede prótons (íons H+), constituído por uma lâmina de vidro – composta por camadas de óxido de silício em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro) –, na qual a acetilcolinesterase é imobilizada, mantendo alta atividade.

Ao colocar o sensor em uma solução – como extrato de soja ou de tomate – contendo pequenas concentrações de metamidofós –, a atividade da acetilcolinesterase é inibida e a enzima produz menos prótons do que produziria se não estivesse na presença do pesticida.

Essa diferença da quantidade de prótons produzidos pela enzima presente no sensor, quando exposta a diferentes concentrações do pesticida, é medida por meio de um pequeno aparelho, também desenvolvido pelos pesquisadores, no qual a película sensora é introduzida.

Semelhante a um medidor de glicose utilizado por diabéticos, o aparelho indica o nível de atividade da enzima e, consequentemente, o índice de contaminação por metamidofós da amostra analisada, com base em padrões de tensão medidos pelos pesquisadores com diferentes concentrações de acetilcolina – substância que atua como neurotransmissor e com a qual o pesticida se assemelha muito.

“À medida que introduzimos o sensor em soluções com diferentes concentrações de pesticida, a atividade da acetilcolinesterase (medida em termos de diferença de potencial) variava e conseguimos quantificá-la”, explicou Vieira.

Outras aplicações

De acordo com Vieira, o sensor pode ser adaptado para detectar outras categorias de pesticidas das classes dos carbamatos e dos organofosforados – à qual pertence o metamidofós –, que também inibem a ação da acetilcolinesterase.

Para isso, no entanto, seria preciso medir a atividade da enzima em diferentes concentrações de cada pesticida especificamente, de modo que o sinal de um não mascare o do outro.

“O padrão de sinal elétrico em outras categorias de pesticidas pode variar, porque o mecanismo de inibição da ação da acetilcolinesterase para cada um deles é diferente. Por isso, seria preciso recalibrar o sensor para também poder detectá-los”, disse Vieira.

Segundo o pesquisador, o biossensor já despertou o interesse de fabricação e comercialização de uma empresa de biotecnologia de Minas Gerais. O custo estimado do aparelho – incluindo o sensor e o medidor – deverá ser entre R$ 100 e R$ 200 a unidade.

O componente que mais encarece o produto hoje, segundo os pesquisadores, é a acetilcolinesterase. Para tentar substituí-la, eles iniciarão nos próximos meses um processo com o intuito de tentar obter de frutas – como o abacate e a banana – um outro tipo de enzima com propriedades semelhantes às da acetilcolinesterase.

“Compramos hoje a enzima purificada, que é bem cara. A ideia é obter de frutas o extrato bruto de uma enzima com atividade semelhante à da acetilcolinesterase para ser utilizada em medições de concentrações de pesticidas”, disse Vieira.

Atualmente, de acordo com os pesquisadores, as análises de contaminação por pesticidas no Estado de Mato Grosso são enviadas para São Paulo ou Rio de Janeiro e levam dias para serem processadas.

Por meio do biossensor, será possível diminuir o custo e tempo de obtenção dos resultados para poucos minutos, ressaltam os pesquisadores. “Para analisar amostra de solo contaminado, por exemplo, basta misturá-lo com água para decantar a terra, deixar o sensor imerso por 15 minutos na solução contendo o pesticida dissolvido e colocá-lo no medidor para obter o índice de contaminação”, exemplificou Vieira.

A ideia do desenvolvimento do sensor – surgida durante um encontro entre os pesquisadores do IFSC com colegas da UFMT no INEO – resultou na primeira patente depositada pela universidade mato-grossense nos 40 anos de existência da instituição.

“Em uma das reuniões anuais do INEO entramos em contato com um grupo pesquisadores da UFMT que tinha a ideia de desenvolver um sensor de pesticida pelo fato de Mato Grosso ser o Estado que mais produz grãos no país atualmente e se usar muito metamidofós nas lavouras”, contou Guimarães.

“Na época, Vieira estava pesquisando exatamente sobre biossensores e decidimos iniciar uma colaboração com o grupo da UFMT – liderado pelo professor Romildo Jerônimo Ramos – para desenvolver esse biossensor de pesticida”, disse.

Detecção da dengue

Em seu atual pós-doutorado, Vieira pretende desenvolver biossensores que, em vez de enzimas, como a usada no biossensor de metamidofós, utilizem anticorpos para detecção de proteínas marcadoras de contaminação pelo vírus da dengue e de início de infarto agudo do miocárdio.

Em parceria com uma empresa brasileira de biotecnologia, Vieira desenvolveu – com a estudante de mestrado no IFSC Alessandra Figueiredo e o professor Guimarães – um sistema que detecta a proteína NS1 secretada pelo vírus da dengue nos primeiros dias de infecção. “Essa proteína marca a presença do vírus da dengue e, consequentemente, o início da infecção”, disse.

De acordo com ele, a maioria dos sensores existentes hoje voltados a detectar a infecção pelo vírus da dengue faz isso de forma indireta, por meio de um anticorpo imobilizado que se liga à proteína NS1 e necessita de um anticorpo secundário, geralmente marcado com outras moléculas.

Com base no mesmo princípio do biossensor para detecção de metamidofós, os pesquisadores desenvolveram um sensor que promete detectar de forma direta e com maior precisão a proteína NS1. “O sensor para detecção de infecção da dengue está em processo de patenteamento. Nós ainda não chegamos a um produto final”, disse Vieira.

 Agência FAPESP

Conceito Base Zero promete acabar com escassez de água no Semiárido


O assunto foi discutido recentemente na reunião da SBPC em Recife

Afogados da Ingazeira (PE) Há mais de quase quatro décadas, o engenheiro mecânico José Artur Padilha desenvolve um projeto chamado Conceito Base Zero (CBZ), que promete, dentre outras coisas, resolver o problema da escassez de água na região do Semiárido. Através da construção de barragens subterrâneas em forma de arco romano deitado. Com custo baixíssimo, a água é armazenada debaixo do chão, praticamente livre da salinização e da evaporação que há mais de um século tornam os mananciais de superfícies, como os açudes, fragilizados diante do nosso clima.

A experiência de Zé Artur Padilha, 70 anos, vem sendo realizada nos 600 hectares da Fazenda Caroá, de sua propriedade, em Afogados da Ingazeira, cidade distante 380 quilômetros de Recife e foi adotada pela Agenda 21 na Área de Agricultura Sustentável do Governo Federal.

No último mês de julho, o assunto foi discutido no âmbito da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Por ocasião da sua explanação, Padilha apresentou a reportagem sobre o CBZ publicada pelo Diário do Nordeste, no dia sete de abril passado, bem como uma matéria realizada pela TV Diário, através do repórter Flávio Rovere e do cinegrafista José Melo.

Conceito

De acordo com Padilha, o CBZ preceitua que “para obter-se o aproveitamento máximo permanente da energia incidente numa dada área agrícola, é necessário ajustar as condições do terreno aos fluxos naturais da água, favorecer sua retenção sem que se provoque salinização e otimizando o uso da biomassa e dos elementos do solo”.

O engenheiro lembra que “as chuvas quando caem geram enxurradas destrutivas que saem das bacias hidrográficas muito rapidamente e não conseguem recarregar os aquíferos. Para enfrentar essa situação, são construídos açudes, os quais, no entanto, não resolvem a situação e, em certos lugares, até agravam os problemas, devido ao fenômeno da salinização das águas represadas”.

Em relação às barragens, Padilha explica que “têm o formato de arco romano deitado e rampado. São feitas exclusivamente com pedras do próprio local, sem argamassa, arrumadas de modo inteligente, de forma que trabalhem estruturalmente quase a uma compressão pura. Os barramentos, acoplados em série, acabam formando platôs por conta da erosão natural provocada pelas chuvas nas encostas adjacentes”, frisa Padilha.

Segundo ainda o engenheiro, “esses platôs são férteis, possibilitando a produção agropecuária normal, pois a água que escoa rapidamente, fica armazenada muito mais tempo neles, devido à lenta percolação através do solo e dos estragos geológicos imediatamente abaixo e pode ser utilizada durante todo o ano, incluindo o período de estiagem”.

Questionado pela reportagem sobre quantas barragens seriam necessárias para cobrir toda a área de 1.633.200 km² do Semiárido. Zé Artur Padilha diz que, “considerando-se uma topografia com movimentação/variabilidade de altitudes, em média, em toda a região, julgo que seriam necessários de três a quatro barramentos de tamanhos variáveis por hectare. Isso resultaria em 360 milhões de diques-barramentos, entre micro, médias e grande. Esse número parece assustador. Mas, se mobilizarmos 12 milhões de pessoas para construir em média 30 barramentos/pessoa, seriam necessários apenas seis anos para revolucionar todo o Semiárido”.

Custo mínimo

No que diz respeito aos custos, Padilha enfatiza que é uma estimativa difícil “dada a total variabilidade de situações. O custo pode variar desde valores mínimos, por exemplo, R$ 50,00 a R$ 1 milhão, se for no Rio Jaguaribe, por exemplo. O investimento pode parecer alto, mas é mínimo, se levarmos em consideração os benefícios que corrigirão os desperdícios que foram cometidos historicamente com a construção de gigantescos açudes sujeitos à evaporação”.

Tecnologia social

O Conceito Base Zero se enquadra entre as tecnologias sociais, que são ações de pequeno porte com grandes resultados, de baixo custo e que envolvem a mão de obra da própria comunidade.

Zé Artur faz questão de ressaltar que o CBZ deve ser aproveitado juntamente com outras tecnologias que já ajudam o sertanejo a conviver com as adversidades da região. É o caso das cisternas idealizados pela Articulação do Semiárido (ASA) e que foram adotadas pelo governo federal com grande êxito. “Todas essas ações conjuntamente podem mudar o perfil da região”.

Em plena estiagem, constatamos na Fazenda Caroá os efeitos das barragens implantadas por Zé Artur Padilha. Ali, os animais têm água à disposição durante os 365 dias do ano graças a um simples sistema de abastecimento d´água. No ponto alto da propriedade, foi construída uma cacimba entre duas barragens.
É dali que, por meio da força de gravidade, e de 20 quilômetros de encanamento, a água é levada para 50 bebedouros espalhados pela propriedade.

“Os barramentos viabilizaram a acumulação de água no subsolo e a construção do sistema gravitacional de condução, armazenamento e distribuição de água subterrânea rasa. Essa água mostra uma diminuição da salinização natural, devido às lavagens por escoamentos superficiais ou lixiviações (separação do sal) subterrâneas, que a chuva e a topografia favorecem”, conta Padilha.

Microbacia

Sobre os barramentos, o engenheiro diz que é necessário destacar dois pontos. “Eles só devem ser construídos tendo em vista a microbacia como um todo, o que exige um cuidadoso estudo completo de toda a área por parte de construtores treinados. Além disso, exige um compromisso social muito grande. O conhecimento pode ser adquirido em treinamento de um único dia”.

“Nas primeiras enxurradas, será necessário nivelar repetidas vezes a crista afetada pela acomodação das pedras. A manutenção pode ser necessária depois do período inicial caso ocorram chuvas muitos fortes no período”, conclui Padilha.

Condições necessárias

1) Apenas uma pequena área da bacia pode ser explorada para fins agrícolas enfatizando-se uma exploração de culturas permanentes como as de fruticulturas e respeitando as características da microbacia hidrográfica onde está inserida; lembrando que essa microbacia faz parte de uma bacia hidrográfica maior;
2) O tamanho da área agrícola deve ser calculado em função da precipitação e da evapotranspiração anual;
3) A área agrícola deve situar-se a jusante da área preservada;

4) O restante da microbacia deve ser explorado indiretamente mediante a preservação de sua flora original submetida a um extrativismo em proporções racionais da lenha naturalmente morta ou de estacas e mourões para cercas divisórias. Porém a região preservada é explorada indiretamente pelo homem por meio da pecuária extensiva, que exige um manejo adequado para não degradar o ecossistema.

Jornal da Ciência / SBPC

Todo entulho de obra é desperdício de dinheiro e recursos naturais, artigo de Fernando de Barros


Ao ser obrigado pela legislação ambiental, em especial pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e Resolução CONAMA 307/2002, a segregar os resíduos nas obras, é comum que a primeira reação seja adversa.

Em especial quanto aos resíduos classe A, típicos de construção, como restos de concreto, tijolos, argamassas, telhas de barro, olha-se para as inúmeras caçambas de entulho retirados dos pátios e logo começa a reclamação sobre o preço do serviço de caçamba. A novidade agora é criticar também as empresas que fazem o tratamento dos resíduos Classe A – com a trituração para que voltem à cadeia produtiva como agregados, para serem usados na execução de pisos e outros usos não estruturais.

Ao reclamar do custo com o armazenamento, transporte e destinação ambientalmente adequada dos resíduos da construção civil, que de fato oneram as obras, muitas vezes os responsáveis pelas obras esquecem-se de que todo entulho depositado na caçamba é fruto também de erros e omissões na execução dos projetos.

Sim, é preciso reconhecer que boa parte do entulho de obra, resíduos Classe A, é fruto de falhas, muitas das vezes, de engenheiros e arquitetos! Ou o entulho excedente vem da ausência de um projeto bem elaborado, ou da falta de bons projetos complementares e sua compatibilização com o projeto original. Outro problema, muito comum, é a falta de supervisão adequada na execução dos serviços, muitas vezes delegada a mestres de obras ou pedreiros sem treinamento de qualidade.

É preciso ficar claro que em reformas, a geração de entulho é grande, mas muitas vezes inevitável. Fala-se aqui de obras novas, nas quais, com planejamento adequado, é possível evitar muito “quebra quebra” ou retrabalho – e assim minimizar a geração de muito entulho. Além disso, mais caro que o custo da destinação dos resíduos é o custo dos materiais desperdiçados e da mão de obra que terá que ser paga novamente para refazer o trabalho antes mal feito.

Todo resíduo é desperdício, dinheiro jogado fora. Antes de reclamar do custo da destinação ambientalmente correta dos resíduos, é preciso rever conceitos.

Para empresas que querem melhorar seu desempenho quanto à redução de desperdício e quanto à geração de resíduos, é indispensável que seja promovido treinamento de qualidade nas obras. Para isso, destaca-se o papel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, que está à disposição também para o desenvolvimento de profissionais da construção civil.

Providenciar projetos de arquitetura e projetos complementares bem elaborados também melhoram a performance. Outra forma é promover minuciosa e atenta supervisão da execução da obra e o seu monitoramento. Um exemplo é implantar programa de redução de desperdício desde o início da obra, com metas de redução de número de caçambas por metro quadrado de obra construída. Só assim, com o compromisso e responsabilidade dos profissionais do setor, será possível reduzir a geração de entulhos e melhorar a segregação dos resíduos da construção civil na fonte, na obra.


Eco Debate

domingo, 18 de agosto de 2013

ÁGUA LIMPA PARA JOÃO PESSOA E REGIÃO METROPOLITANA


Em algumas poucas pesquisas já ficou patente uma condição de risco nas bacias que abastecem João Pessoa e região, são esgotos, efluentes industriais, fertilizantes e pesticidas que são lançados diretamente ou vem encontrando um caminho até os corpos d´água. Mesmo chegando ao público através da imprensa, em 2012 (Portal Correio), nada de concreto vem sendo feito sobre traços de atrazina (um pesticida) e cafeína (indicador de esgôto) na água da torneira. O alto risco se deve ao fato de que, se esses contaminantes foram encontrados, outros devem estar associados.

Por esses motivos, os cidadãos abaixo assinados vem respeitosamente requerer aos Ministérios Públicos Estadual e Federal da Paraíba que iniciem procedimentos legais para restaurar a justiça e garantir o abastecimento de água de boa qualidade para João Pessoa e região metropolitana, de forma que os órgão envolvidos nessa questão, cada um em sua copetência, promovam sem demora as seguintes ações:

i) Criação de zona livre de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas bacias do alto Gramame, Marés e Abiaí-Popocas.

ii) Autuação de todos os proprietários que vem insistindo na desobediência dos Códigos Florestais e demais dispositivos legais que protegem as nascentes.

iii) Apreensão imediata de todos agrotóxicos e fertilizantes químicos em propriedades rurais do alto Gramame.

iv) Estabelecimento imediato de um programa de monitoramento de pesticidas e afins nas bacias acima referidas, contratando laboratório com experiência nestas análises (ex ANVISA). Os resultados deverão ser publicados regularmente.

v) Recuperação da cobertura florestal das margens segundo o preconizado no antigo Código Florestal, pois era a lei vigente na época da infração.

vi) Promover levantamento geológico para buscar vias de contaminação por fertilizantes e pesticidas por aquíferos do sub-solo (ex. junto às universidades).

Avaaz.org  - Enviada por Marco Vidal (Ibama)

Pobreza, meio ambiente e gastos militares, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


Enquanto a sociedade civil luta para reduzir a pobreza e salvar o meio ambiente, os governos continuam gastando rios de dinheiro com os conflitos internos e com as guerras. Enquanto as campanhas ambientalistas incentivem os indivíduos a fazerem sua parte na defesa do meio ambiente, as autoridades continuam esterilizando grandes volumes de recursos em gastos militares improdutivos. A produção de armas e instrumentos de destruição em massa, no mundo, contrasta com a falta de recursos para produzir alimentos orgânicos, energias renováveis e investimentos em saúde e educação da população global.
 
O relatório de 2013 do Instituto Internacional para a Investigação da Paz de Estocolmo (SIPRI, sigla em inglês) mostra que os gastos militares no mundo chegou à impressionante cifra de US$ 1.756.000.000.000,00 (um trilhão e setecentos e cinquenta e seis bilhões de dólares) no ano passado.
As despesas militares de cerca de US$ 1,8 trilhões, em 2012, representam 2,5% do PIB mundial, ou US$ 249 para cada habitante do planeta. O valor é cerca de 0,4% menor em termos reais do que em 2011, a primeira queda desde 1998. No entanto, o total de gastos é maior do que em qualquer ano desde o fim da Segunda Guerra Mundial e o ano de 2010.

Segundo os últimos dados (de 2012), o gasto militar dos Estados Unidos (EUA) alcançou o montante de 682 bilhões de dólares (39% do gasto mundial), apesar da redução de seu orçamento de defesa em cerca de 40 bilhões de dólares depois da crise de 2009. Porém, comparando com os gastos do fim do governo Bill Clinton e desde a época de George Bush (filho), continuando com Barack Obama, os gastos militares dos EUA aumentaram 69% após os atentados de 11 de setembro de 2001 e das guerras do Afeganistão e Iraque. Ou seja, os EUA não tem dinheiro para reverter a decadência da cidade de Detroit, mas possuem recursos para manter milhares de ogivas nucleares que ameaçam o Planeta.

Os gastos militares da América do Norte foram de 708 bilhões de dólares, seguidos pela Europa com gastos de 407 bilhões, Leste da Ásia com 268 bilhões, Oriente Médio com 138 bilhões, América do Sul com 66 bilhões e a África com 39,2 bilhões de dólares. Entre os países e depois dos EUA, o segundo lugar, tem sido ocupado pela China (166 bilhões), seguido pela Rússia (90,7 bilhões), pelo Reino Unido (60.8 bilhões), pelo Japão (59,3 bilhões) e pela França (58,9 bilhões). Arábia Saudita, Índia, Alemanha, Itália, Brasil, Coreia do Sul, Austrália, Canadá e a Turquia completam os 15 maiores gastadores improdutivos em despesas de guerra.

O mundo seria muito diferente se todos estes recursos fossem utilizados para erradicar a pobreza e enriquecer o meio ambiente. Contudo, o lobby militar tem grande força para manter seus orçamentos e para continuar, sem restrições, emitindo gases de efeito estufa que provocam a aceleração do aquecimento global. 

As Nações Unidas, no relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza” (PNUMA, 2011), mostrou que é possível erradicar a pobreza e fazer a transição do modelo “marrom” de desenvolvimento atual para uma economia verde e sustentável com investimentos da ordem de 2% do PIB mundial – ou US$ 1,3 trilhão por ano.

Portanto, é preciso inverter a lógica da estratégia da logística da destruição e destinar parte dos 1,8 trilhão de dólares utilizados anualmente nos gastos militares para erradicar a pobreza e salvar o meio ambiente. Pacifismo e ambientalismo são bandeiras que se complementam.

A batalha pela justiça social e pela preservação da natureza passa necessariamente pela luta coletiva contra a corrida armamentista, pelo fim dos gastos militares, pelo desarmamento, pela harmonia entre os povos e pela paz em nível internacional, regional, nacional e local.

Eco Debate

Uma estratégia à segurança alimentar dos pobres urbanos: Agricultura urbana, artigo de João de Deus Barbosa Nascimento Júnior


Está em marcha acelerada no mundo, um triste fenômeno, que atesta o fracasso da revolução verde e de seus métodos destruidores: um bilhão e duzentos milhões de pessoas sem acesso à alimentação mínima necessária para manterem-se capazes de executar algum trabalho para garantir a segurança alimentar individual e de seus familiares no mundo, mas, para 800 milhões a fome já é endêmica. O restante, cerca de quatro bilhões e meio de habitantes do globo, conseguem acesso à sua ração alimentar diária suficiente apenas, quando se pode dispor de pelo menos um dólar americano de renda individual, para sua subsistência, digo existência altamente comprometida e fragilizada para o ataque constante de diversas doenças relacionadas à baixa nutrição. Outros agricultores já respondem por grande parte dessa população, menos de 5% que detém acesso a uma dieta de cerca de 2.000 calorias diárias, pensam que estão fora de risco, mas cada vez mais estão sendo literalmente envenenadas por exposição aos agroquímicos de toda espécies, sejam eles fertilizantes, agrotóxicos ou aditivos químicos existentes nos alimentos de origem animal ou vegetal que consumidos ou remetidos para consumo de outrem. Os primeiros morrem de fome os segundos de câncer e males circulatórios.
 
Mas existe outro fenômeno que o mundo não tem prestado a devida atenção: 800 milhões de pessoas, em todo o mundo, se dedicam hoje à agricultura familiar urbana, e o número vem crescendo aceleradamente. É a FAO quem estima em 800 milhões o número de agricultores urbanos no mundo, reconhecendo que esses agricultores ou ex-agricultores que migraram para os grandes centros urbanos, já respondem por 15% de toda a produção mundial de alimentos – uma alimentação muito mais variada e nutritiva, não baseada apenas em cereais e outras commodities agrícolas. Uma das causas é sem dúvida o grande, e, se pode dizer, maciço êxodo rural, acompanhado pelo proporcional êxodo das atividades agrícolas, esse sim, o mais perigoso para as comunidades rurais tradicionais.

Dados do IBGE apontam para o crescimento das populações urbanas acentuada nas últimas décadas e que o desenvolvimento rural, causado pelo modelo tecnicista, não holístico e substituidor de mão-de-obra, causada muitas vezes, pela própria adoção de máquinas e implementos, pela monoatividade, pelo monocultivo granífero que vem ocupando cada vez mais espaços/solos de grandes áreas brasileiras, expurgando assim, massas inteiras de trabalhadores, não aproveitados por essas culturas, nem pelos seus sistemas de cultivo empregados.

Daí urge a necessidade, que se estabeleça uma planificação municipal, estadual e regional para atender as demandas de técnicas, capazes de absorver essas massas trabalhadoras, para que possam das continuidade as suas atividades agrícolas, sendo mais saudáveis do ponto de vista ecológico, mais econômico e que venha principalmente ao encontro das necessidades de consumidores mais exigentes, localizados às margens ou às proximidades das suas novas áreas, cada vez menores e que necessitam de uso intensivo de mão-de-obra e de tecnologias, serviços e processos que gerem produtos com maior produtividade por unidade plantada, com rentabilidade e rendimento bem maiores, pra aumentar a oferta de alimentos cada vez mais orgânicos.

Essas atividades envolvem o plantio de hortaliças, frutas, grãos e ervas medicinal e/ou aromáticas, pequenos bosques, áreas de permacultura, flores e outras plantas ornamentais. Esses cultivos acontecem tanto em cidades pequenas do terceiro mundo, como no coração de megalópoles do mundo industrializado: Amsterdã, Paris, Nova York, Los Angeles, Vancouver. Acontece no Brasil, com importância em Cachoeiro do Itapemirim, Rio Branco do Sul e nas capitais como: Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo dentre outras. Essa atividade é estratégica em Havana, onde 26.000 habitantes são praticantes. Em Moscou (20.000), na Philadelphia, em Kampala, na Cidade do México, Boston, Tirana, Nairóbi, Bangkok, Perth, Sidney, Toronto, São Petersburgo, Shangai, Montevidéu, Lima, Buenos Aires, Corrientes, La Paz, etc. Essa atividade está muito bem apoiada pelos governos do Canadá, África do Sul, Austrália, Alemanha, Índia e China. No Brasil, bem aqui, ainda estamos dormindo em berço esplêndido.

Por exemplo, em Chicago há criações de cabras e ovelhas além de abelhas em plena cidade. O mesmo acontece em várias cidades da Inglaterra, onde a criação de vacas é permitida. Na Cidade do México, a municipalidade tem autorizado a criação de até 60 porcos em terrenos urbanos por família, desde que observadas rígidas condições de higiene. Na maior parte das cidades e países citados, a atividade d plantio convive com a criação de animais, em plena zona urbana. As autoridades sanitárias ditam as regras e mantêm a fiscalização. Os criadores tratam de segui-las e tudo funciona muito bem. Na Philadelphia, a Universidade local está implantando um Programa de apoio aos agricultores urbanos, que os capacitará a desenvolver a piscicultura urbana, em tanques de moderna tecnologia, com circulação e aeração, onde a produtividade chega ao equivalente a 400 toneladas por hectare de Lâmina de água. Também o cultivo de cogumelos está sendo incentivado.

A FAO entende que “A agricultura urbana oficialmente sancionada e promovida pode se tornar uma componente importante do desenvolvimento urbano e proporcionar mais alimentação aos pobres urbanos. A agricultura também pode proporcionar produtos mais frescos e mais baratos, mais espaços verdes, o esvaziamento de aterros sanitários e a reciclagem do lixo doméstico”. Outras vantagens dessa prática pode-se citar: a geração de renda; a criação de empregos diretos e indiretos; absorção de mão-de-obra do migrante rural; absorção da mão-de-obra adolescente; oportunidade de trabalho para mulheres; ampliação da segurança alimentar; substituição de importações municipais; reciclagem do lixo doméstico urbano; reciclagem de águas pluviais; disponibilização de alimentos de melhor qualidade ou mais frescos; alimentos mais baratos, aumento da disponibilização de proteínas e fibras vegetais; disponibilização de micronutrientes; melhora do meio ambiente urbano por sequestro de carbono; melhoria da estética urbana; fortalecimento de mercados intermunicipais; criação de agroindústrias; absorver mão-de-obra da terceira idade e proporcionar a criação de hobbies.

Para se concretizar e se perenizar a atividade da agricultura urbana, tornando-a sustentável é necessário a tomada de algumas ações importantes como: possibilitar o conhecimento dos agricultores de contabilidade financeira básica e técnicas de vendas e outras atividades relacionadas ao produto e ao consumo, como teoria de negócios, cálculo de custos de produção, lucro e formação de preços, além da teoria da gestão de estoques, estabelecendo metodologias de fácil entendimento para que esses agricultores possam elaborar seus próprios fluxos de caixa, determinar seus preços de equilíbrio, calcular seus custos de produção, calcular seus lucros, determinar as quantidades a serem produzidas sem prejuízo para atividade, criação de entrepostos para comercialização direta ou para grandes varejistas locais.

ECO DEBATE

Sem ressaca: cientistas criam cerveja que evita desidratação


Imagine se você pudesse tomar uma cervejinha sem acordar com boca seca e dor de cabeça no dia seguinte? Essa é a ideia da nova bebida criada por uma equipe de cientistas na Austrália, com uma fórmula que evita que os bebedores fiquem desidratados após o consumo. As informações são do Daily Mail.

Para isso, eles acrescentaram eletrólitos, um ingrediente encontrado em bebidas esportivas, que ajuda a manter o corpo hidratado e não causa ressaca. A nova fórmula não altera o sabor da cerveja, mas foi preciso reduzir o teor alcoólico.

Nos testes realizados, cientistas acrescentaram o ingrediente em quatro cervejas com teores alcoólicos diferentes. Os resultados mostram que  a cerveja mais leve com eletrólitos é 30% mais eficaz em evitar a ressaca que as demais.

"Das quatro cervejas consumidas, a com baixo teor alcoólico foi, de longe, a mais bem retida pelo corpo, o que significa que foi a mais eficaz para reidratar os consumidores", disse o líder do estudo Ben Desbrow, professor associado do Instituto de Saúde da Universidade de Griffith.

Vale lembrar que a ressaca é causada por diversos fatores, mas desidratação é principal deles. Durante a desidratação, o corpo perde eletrólitos – minerais do corpo - o que explica por que podemos nos sentir tão mal quando bebemos na noite anterior.

Jornal do Brasil

Educação ambiental é ensinada em cidades do Rio de Janeiro


O projeto de educação ambiental A Mata Atlântica É Aqui – Exposição Itinerante do Cidadão Atuante, criado pela Fundação SOS Mata Atlântica, estará no município fluminense de Itaipava, na região serrana, na próxima semana. Nesta edição, que se estenderá até maio de 2014, serão percorridas 22 cidades das regiões Sudeste e Sul do país que têm esse tipo de vegetação.

Em Itaipava, o caminhão da SOS Mata Atlântica ficará até o dia 1º de setembro no Parque Municipal de Petrópolis, oferecendo atividades gratuitas ao público de todas as faixas etárias, diariamente, no horário das 10h às 17h.

A coordenadora de projetos itinerantes da Fundação SOS Mata Atlântica, Romilda Roncatti, disse à Agência Brasil que, nos quatro ciclos anteriores, a exposição visitou 140 cidades. Ela acrescentou que o principal objetivo é despertar na população a conscientização ambiental e a importância da preservação em todos os lugares onde ocorre o bioma. A organização não governamental (ONG) informa as pessoas sobre a floresta, o bioma em que elas estão inseridas para que conheçam a influência da mata no seu dia a dia. “Quando as pessoas começam a entender por que é importante manter a floresta em pé e, consequentemente, preservar toda a biodiversidade, a pessoa tem interesse em cuidar”.

Nesses encontros, a fundação mostra aos moradores das cidades visitadas as atitudes diárias que podem ser tomadas para tornar o meio ambiente melhor e a importância da floresta para o abastecimento de água à população, por exemplo, disse Romilda. Economizar água, separar o lixo orgânico do reciclável, fazer uma compostagem, construir uma horta orgânica sem uso de agrotóxicos são outras atitudes positivas levadas à população na exposição itinerante.

“A gente trabalha a qualidade do meio ambiente onde as pessoas vivem. Levando esse conhecimento para a população e compartilhando a responsabilidade, que é de todos”, acrescentou Romilda Roncatti. Para o sexto ciclo do projeto, que começará em 2014, a ONG já começou a estudar o próximo roteiro de cidades que serão visitadas.

Ela informou que em cada cidade onde a mostra é apresentada, a fundação entra em contato com instituições locais para que elas pensem na exposição como uma oportunidade de divulgarem seus trabalhos. A programação inclui a divulgação nas escolas por meio das secretarias municipais de educação, que fazem o agendamento da visita monitorada dos grupos de alunos.

Agência Brasil

Estudo mostra que idosos têm 3,7 vezes mais risco de desnutrição


Um estudo feito pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual mostrou que os idosos têm 3,7 vezes mais risco de desnutrição do que os pacientes adultos. Foram analisados dados de 950 pacientes, entre homens e mulheres, acima de 18 anos de idade, internados no Serviço de Cardiologia do Hospital do Servidor Público Estadual.

Depois de analisar dados sobre peso e altura para determinar o Índice de Massa Corpórea dos idosos, de acordo com o especificado pela Organização Mundial da Saúde, o resultado apontou que 46,3% dos casos tinham risco de desnutrição. Nos pacientes com mais de 60 anos o risco foi 53% e nos adultos 23%.

Segundo a nutricionista Erica Moura Fernandes, do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital do Servidor, o risco de desnutrição nos idosos é maior porque eles costumam desenvolver problemas de coração a partir dos 60 anos de idade. “São vários fatores que interferem no aparecimento da desnutrição, como baixa ingestão de alimentos, complicações relacionadas a doenças cardiovasculares, idade avançada e perda de peso involuntária”, disse.

O fato de viverem sozinhos também interfere na nutrição, explicou Erica, pois muitos dos idosos são responsáveis por comprar seus próprios alimentos e prepará-los. Outros não se alimentam bem porque não têm próteses ou sofrem com ausência de dentes. “Com a dificuldade para mastigar, o idoso não come carne, fonte importante para a boa qualidade nutricional. Normalmente, idosos também tomam muitos remédios o que altera seu paladar, diminuindo a vontade de comer”.

Outro fator que interfere na alimentação é a viuvez, que muitas vezes leva o idoso à depressão, estado emocional que diminui a fome. Além disso, a nutricionista destacou o baixo poder aquisitivo da grande maioria dos idosos aposentados, e recebem um benefício baixo para suas necessidades. “Eles têm que priorizar a compra dos medicamentos e não conseguem comprar os alimentos adequados”. A queda da capacidade cognitiva também pode levar o idoso a se alimentar mal. “Muitos não podem ir até o fogão e dependem de alguém para preparar sua comida, e nem sempre isso é possível”.

Devido a esses fatores a possibilidade de o idoso desenvolver desnutrição é maior, e Erica ressaltou que quando os pacientes chegam ao hospital estão bastante debilitados. “Normalmente os cardiopatas chegam a enfartar ou a ter complicações, geralmente porque não têm uma alimentação adequada. Quando chegam ao hospital são submetidos a uma dieta diferente, com pouco sal e restrições, o que interfere na aceitação alimentar”.

Erica explicou que o paciente cardiopata precisa de mais energia para digerir os alimentos, o que o faz entrar em hipermetabolismo. “Isso também pode provocar a desnutrição porque ele consome muito mais nutrientes do que uma pessoa normal”. A cardiopatia também causa inchaços o que provocam má absorção de nutrientes, resultando na desnutrição. “O paciente que está inchado tem má sensação de plenitude gástrica, ou seja, come mas não consegue aceitar o alimento”.

A nutricionista ressaltou que é importante identificar a desnutrição assim que o paciente chega ao hospital para determinar a alimentação adequada durante a internação e depois da alta.

Agência Brasil

Mais oito estados brasileiros são reconhecidos como áreas livres da febre aftosa


O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, assinou hoje (18) em Paragominas (PA) instrução normativa reconhecendo o norte do Pará como zona livre de aftosa, integrando totalmente o estado à área de segurança sanitária contra a doença, porque o centro-sul já estava certificado. Andrade também anunciou que mais sete estados brasileiros receberão o mesmo reconhecimento por meio de instruções normativas que serão assinadas nos próximos dias. São eles Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.

Com a inclusão das áreas, 99% do rebanho de bovinos e búfalos e 78% do território nacional passam a ser livres da doença. Anteriormente, 89% do rebanho eram imunes e 60% do território eram livres da febre.

Após o reconhecimento pelo Ministério da Agricultura, o próximo passo é enviar pleito à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) solicitando o aval internacional para as novas áreas. A solicitação será feita em outubro e a expectativa é que o certificado da OIE seja obtido em maio de 2014. O objetivo do Brasil é obter da entidade o status de país livre da doença até 2015.

Para isso, é preciso esforço para imunizar os rebanhos do Amapá, de Roraima e de parte do Amazonas. As três áreas ainda são consideradas de alto risco. Antônio Andrade disse neste domingo que o governo intensificará o trabalho para que os três locais alcancem reconhecimento.

“Quando esses estados forem certificados pela OIE, 78% do território nacional serão reconhecidos internacionalmente como livres de febre aftosa, diminuindo as restrições de trânsito interno e possibilitando a abertura de vários mercados ainda inacessíveis para os produtos dessa zona”, explicou.

De acordo com Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, os municípios do Amazonas que ainda não foram certificados devem evoluir para área de médio risco nos próximos dias.

O norte do Pará e os outros estados prestes a serem declarados livres de febre aftosa também eram considerados de médio risco para a doença até este domingo. Já são certificados como áreas livres da doença com vacinação os seguintes estados: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

As áreas certificadas incluem ainda o Distrito Federal e os municípios de Guajará e Boca do Acre, no Amazonas, todos reconhecidos como livres de aftosa com vacinação. O estado de Santa Catarina é a única área no Brasil considerada livre da doença sem necessidade de vacinação, desde 2007.

Para combater o problema da aftosa, o governo criou em 1992 o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção Contra a Febre Aftosa. A doença causa febre e aparecimento de aftas na boca e nos pés de bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. Ela é causada por um vírus e é contagiosa. O último foco de aftosa no Brasil foi detectado em 2006 em Mato Grosso do Sul e no Paraná.

Agência Brasil

sábado, 17 de agosto de 2013

Brasil terá temperatura de 3ºC a 6ºC mais alta em 2100, segundo relatório


Em 2100, a temperatura média do Brasil será de 3ºC a 6ºC mais alta do que no final do século 20. A previsão faz parte do primeiro relatório de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). O documento será divulgado em setembro na 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais, mas alguns dados foram adiantados na edição de agosto da revista “Pesquisa Fapesp”.

De acordo com a “Pesquisa Fapesp”, o relatório também traz dados sobre mudanças em relação às chuvas no país. Enquanto biomas como a Amazônia e a Caatinga devem receber cerca de 40% a menos de chuva, nos Pampas, há uma tendência de aumento de cerca de um terço na pluviosidade até 2100.

Especialistas ouvidos pela revista observam que os dados demonstram que o Brasil sofrerá mais com extremos climáticos, como períodos prolongados de seca ou períodos prolongados de chuva forte.

Um dos instrumentos utilizados para se chegar ao cenário da evolução do clima no país nos próximos anos foi o Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (Besm), primeiro modelo climático nacional. A ferramenta, em desenvolvimento desde 2008, foi apresentada em seus detalhes em fevereiro deste ano.

Especialistas afirmam que o Brasil é o único país do hemisfério Sul a ter um modelo climático próprio. A vantagem de ter um sistema nacional é a possibilidade de obter características mais detalhadas sobre o Brasil e sobre o continente sul-americano.

Um dos resultados obtidos exclusivamente pelo instrumento nacional, segundo a “Pesquisa Fapesp”, é que, em 30 anos, se a taxa de emissão de CO2 continuar na tendência atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1ºC. Apenas as regiões Sul e Norte devem se manter com temperaturas estáveis no período.

O PBMC é uma iniciativa que reúne 345 pesquisadores de diversas áreas para reunir e sintetizar toda a produção científica nacional sobre as mudanças climáticas no Brasil. Ele foi constituído nos moldes do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC).

G1

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Brasileiro inventor de 'luz engarrafada' tem ideia espalhada pelo mundo


Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.

Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve seu próprio momento de "eureka" quando encontrou a solução para iluminar a própria casa em um dia de corte de energia.

Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.
Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas usando a "luz engarrafada".

Mas, afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol em uma garrafa de dois litros cheia d'água.

"Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor", explica Moser.

Ele protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d'água.

"Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota", diz o inventor.

Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
"Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts", afirma Moser.


Apagões

A inspiração para a "lâmpada de Moser" veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. "O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas", relembra.

Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.

O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente, para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e, assim, provocar fogo.

A ideia ficou na mente de Moser que, então, começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida. Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.

"Eu nunca fiz desenho algum da ideia. Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo", ressalta.

Pelo mundo



O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro. Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.

"Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?", comemora Moser.

Carmelinda, mulher de Moser há 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas com madeira de qualidade.

Mas parece que ela não é a única que admira o inventor. Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.

A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.

Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido "quantidades enormes de garrafas".

"Enchemos as garrafas com barro para criar as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazer as janelas", conta.

"Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: 'Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados''', relembra Diaz.

Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganhar uma pequena renda.

Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.

As luzes "engarrafadas" também chegaram a outros 15 países, entre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.

Diaz disse que atualmente podem-se encontrar as lâmadas de Moser em comunidades que vivem em ilhas remotas. "Eles afirmam que viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da ideia".

Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, usando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas. Diaz estima que pelo menos 1 milhão de pessoas vão se beneficiar da ideia até o começo de 2014.

"Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre", enfatiza o representante do MyShelter.

"Ganhando ou não o Prêmio Nobel, queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admira o que ele está fazendo."

Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto? "Nunca imaginei isso, não", diz, emocionado. "Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso."

G1 Mundo

Desenhos em pedras nos EUA são os mais antigos da América do Norte


A agência Associated Press divulgou nesta quarta-feira (14) imagens de desenhos em rochas encontrados em Nevada, nos Estados Unidos. Um estudo publicado no "Journal of Archaeological Science" conclui que se tratam dos petróglifos mais antigos conhecidos na América do Norte, com pelo menos 10,5 mil anos de idade. O local fica onde outrora já foi a margem de um lago, mas que agora está seco.

G1

Descoberto novo mamífero da família dos guaxinins na América do Sul


Artigo publicado no jornal científico “Zookeys” nesta quinta-feira (15) aponta a descoberta de uma nova espécie animal, o olinguito. Cientistas do Instituto Smithsonian, de Washington, afirmam que este é o primeiro mamífero da ordem Carnivora descoberto no Hemisfério Ocidental em 35 anos. Em nota, a instituição afirma que o bicho parece um cruzamento de "gato doméstico com urso de pelúcia".

O olinguito (Bassaricyon neblina) pertence à mesma família dos guaxinins, olingos e quatis, e pode ser encontrado na Colômbia e no Peru. O mamífero tem pelo marrom alaranjado, hábitos noturnos e gestação de um filhote por vez. Ele pertence à ordem Carnivora, mas sua principal fonte de alimen tação são as frutas.

“A descoberta do olinguito mostra que o mundo ainda não está completamente explorado e seus segredos ainda não foram revelados”, diz Kristofer Helgen, líder da pesquisa que durou aproximadamente dez anos.
Os cientistas também comentam que a descoberta não era o objetivo original do trabalho, que pretendia enumerar todas as espécies de olingo existentes no mundo. Pesquisas em catálogos de museus e testes de DNA mostraram que o olinguito tem crânio e dentes menores que os olingos, além de habitar uma área diferente.

A constatação foi seguida de uma expedição de três semanas à América do Sul para descobrir se o novo mamífero ainda existe na natureza. Os olinguitos foram encontrados nas chamadas florestas nubladas, próximas aos Andes, e os pesquisadores preocuparam-se em prestar atenção a todos os detalhes do comportamento e do habitat do animal em busca de informações sobre a espécie.

G1 Natureza

sábado, 10 de agosto de 2013

Fundador do PT deixa o partido e detona Lula


Primeiro descendente de quilombola a assumir uma cadeira na Câmara, em 1995, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) está em contagem regressiva para cair na Rede, partido em processo de criação liderado pela ex-petista Marina Silva. No sábado passado (3), Dutra foi às lágrimas ao confirmar, em um evento no município de Milagres (MA), a decisão de deixar o partido que ajudou a fundar há 33 anos. Um choro que ele põe na conta do ex-presidente Lula, apontado pelo deputado como o principal responsável pela aliança do PT maranhense com o que chama de “a mais nojenta e antiga” oligarquia do país, a família Sarney. 

“Enfrentamos os piores momentos, como a ditadura e a oligarquia Sarney, vendendo camiseta, fazendo feijoada, enfrentado pistoleiro para construir o PT e ver o Lula presidente. O resultado foi Lula na Presidência. Mas o amigo dele na Presidência foi o Sarney. E os fundadores do PT foram relegados”, reclama Dutra. O petista afirma que a única hipótese de seguir no partido seria o improvável rompimento do PT com o “curral” de Sarney.
Para o deputado, Lula fez um “governo bom”, mas perdeu a “oportunidade histórica” de mostrar ao país que é possível fazer política de maneira diferente. “Pela popularidade, pelo carisma e pela inteligência que tem, Lula poderia ter melhorado a política. Mas, pelo contrário, ele inflou a ação de figuras como Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá”, critica. “Todos os estados se beneficiaram do governo do PT, mas o governo do PT manteve o Maranhão no estado de miséria”, reforça.
De olho agora numa cadeira no Senado em 2014, Domingos Dutra não se esquece da intervenção feita pelo PT nacional no diretório maranhense, em 2010, para impedir que o partido apoiasse a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) contra Roseana Sarney (PMDB) na disputa pelo governo estadual. Intervenção determinada, segundo ele, por Lula. “Até hoje não explicaram qual é o tamanho da dívida que  o governo e o PT têm com o Sarney. Quanto mais Sarney humilha o PT, mais ele cobra o PT não sei o quê”, dispara.
Por causa da intervenção, Domingos Dutra chegou a fazer greve de fome por dez dias no plenário da Câmara. Para acabar com o protesto, a direção do partido acabou permitindo que ele apoiasse a candidatura de Dino. Não adiantou muito. Roseana acabou reeleita em primeiro turno.
Para o deputado, o PT acabou “engolido” pelo “sistema” desde que passou a abrir o leque de alianças partidárias e a ter um perfil mais “elitista” de militantes. “Os filiados pobres não apitam mais no partido. Os operários e os servidores públicos foram tomando conta do PT. Os atingidos por barragem e os quilombolas, por exemplo, já não apitam mais”, afirma.
Estômago embrulhado

Ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, atualmente presidida pelo deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Domingos Dutra diz que é grande o incômodo de parlamentares petistas com a aliança do governo Dilma com setores conservadores. Um desconforto que, segundo ele, alcança até mesmo a presidenta da República. “Dilma não tem o mesmo nível de tolerância para negociar com essas figuras como Lula tinha”, ressalta. “Fazer certas concessões para governar dá gastura e embrulha o estômago de Dilma”, avalia.
Para o deputado, parte da culpa por essa situação vem do próprio eleitor, que ainda faz escolhas equivocadas durante as eleições, a ponto de eleger um Congresso e um governo com perfis antagônicos. A outra parte da culpa, acrescenta, vem do peso cada vez mais crescente do poder econômico sobre o resultado das eleições. Uma realidade que, segundo ele, está longe de ser alterada, mesmo com a onda de manifestações que sacudiu o país nos últimos meses. “Nas manifestações, menos de 5 milhões de brasileiros estavam nas ruas num país de 200 milhões de habitantes. O pessoal mais pobre, do Bolsa Família, do Pronaf, ficou calado. Quando chegar a campanha, por causa do poder econômico, não tenho esperança de que saia das ruas um Congresso revolucionário nem uma safra de governadores éticos.”
Dutra acredita que, apesar das críticas à criação de uma nova legenda (já são mais de 30 no Brasil), a Rede tem condições de fazer a diferença por causa do perfil das pessoas que agrega e pela proposta de fazer política de outra maneira. “Na Rede, a direção é horizontal, não tem presidente ou  porta-voz. O político só poderá ter, no máximo, 16 anos de mandato. Isso vai permitir candidaturas cívicas de movimentos sociais”, afirma.
Mas, para se tornar realidade, a Rede corre contra o tempo: precisa reconhecer em cartório 491.656 assinaturas até o começo de outubro. Até o momento, os aliados de Marina conseguiram certificar 160 mil assinaturas. O grupo alega ter em mãos o apoio de mais de 800 mil eleitores. A sobra é necessária, já que muitas dessas assinaturas não são reconhecidas pela Justiça eleitoral. Dutra diz estar confiante que a meta será alcançada e que só pensará na hipótese de se filiar a outra legenda, já constituída, caso a Rede não vingue. “Só há uma possibilidade: se o PT do Maranhão sair do curral do Sarney.”
 Blog do Tião Lucena

Ano de 2012 foi um dos dez mais quentes já registrados, diz relatório


As temperaturas na superfície do planeta atingiram níveis muito altos em 2012, tornando o ano passado um dos dez mais quentes já registrados desde o início do monitoramento, há mais de um século, aponta o relatório "Estado do clima", divulgado nesta semana pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).

Além disso, 2012 foi um ano em que houve recorde na subida de nível dos mares, no derretimento do gelo no Ártico e variações climáticas extremas ocorreram em vários lugares do planeta. "Os Estados Unidos e a Argentina tiveram os anos mais quentes já registrados", afirma o documento.

O texto foi compilado com a ajuda de 384 cientistas de 52 países diferentes. Ele dá um panorama detalhado de indicadores de efeitos climáticos, aquecimento global e outros dados coletados por estações de monitoramento no gelo, céu, mar e na terra.

"Muitos dos eventos que fizeram de 2012 um ano importante são parte de tendências de longo prazo que vemos alterando o clima - níveis de carbono estão subindo, o nível dos mares está aumentando, o gelo no Ártico está derretendo, e nosso planeta todo está se tornando um lugar mais quente", diz uma diretora da NOAA, Kathryn Sullivan, em nota divulgada pela instituição.

Uma série de fatores são responsáveis pelas mudanças climáticas e fenômenos extremos. O documento, diz a agência Reuters, cita principalmente o crescimento contínuo na emissão de gases-estufa, como CO2, metano e óxido nitroso.

O gelo no mar na Antártica também atingiu recorde de extensão, chegando a 19,45 milhões de km² - a maior medida até então tinha sido registrada em 2006, quando 19,34 milhões de km² de gelo haviam sido identificados, segundo o relatório.

O número de ciclones tropicais, no entanto, ficou dentro do esperado. Segundo a NOAA, em 2012 este fenômeno foi registrado 84 vezes, número pouco menor do que a média registrada entre 1981 e 2010, de 89 ciclones. "A região do Atlântico Norte foi a única que teve uma atividade acima do normal como 'berço' de furacões", diz uma nota da entidade.

G1