Cientistas do estado norte-americano de Utah dizem ter descoberto o "tio-avô" do Tyrannosaurus rex, um predador enorme com um crânio pesado e grandes dentes, apelidado de "rei do sangue".
Ossos do dinossauro de 7,3 metros de comprimento, pouco menor do que o
T-Rex e cerca de 10 milhões de anos mais velho, foram revelados no Museu
de História Natural de Utah, em Salt Lake City.
Informações sobre a pesquisa foram publicadas no periódico científico "PLoS One".
Pesquisadores esperam que a descoberta ajude a entender melhor o
ecossistema onde o predador viveu. Descoberto por funcionários da
Agência Federal de Administração da Terra no leste do Utah em 2009, o
animal foi batizado de Lythronax argestes, ou "rei do sangue", por causa de seus dentes enormes e da aparência de predador.
"Descobrir o Lythronax antecipa a evolução do grupo no qual
surgiu o T-Rex, o que é algo que não entendíamos antes", disse Mark
Loewen, geólogo da Universidade de Utah, que liderou a escavação do novo
dinossauro. "O Lythronax é como o tio-avô do T-Rex".
Mais antigo do que se pensava
Paleontologistas achavam que membros do grupo com características como o T-Rex --corpos grandes, braços pequenos, crânios pesados e olhos para frente-- datavam de 70 milhões de anos, mas o Lythronax mostra sinais de ter existido pelo menos há 80 milhões de anos.
Como seu parente, acredita-se que o Lythronax era o maior
predador de sua época, perambulando por uma faixa de terra que ia do
México ao Alasca, incluindo partes de Utah, durante a idade campaniana,
no final da era Cretácea.
"O que é mais legal é que isso mostra que as origens dos últimos
tiranossauros conhecidos estavam na parte sul da América do Norte, e não
na Ásia ou mais longe na América do Norte" como se pensava antes, disse
Andrew Farke, curador do Museu de Paleontologia Raymond M Alf, em
Claremont, Califórnia.
Fotografias dos restos fósseis da espécie recém-descoberta foram
enviadas para Loewen e sua equipe logo depois de serem descobertos no
extremo sul do Monumento Nacional Grand Staircase-Escalante, na
fronteira entre Colorado e Utah.
O grupo passou os dois anos seguintes resgatando, preservando e
reunindo os ossos. Então, viajou para locais onde outros ossos do grupo
de tiranossauro estavam sendo estudados, inclusive a China, Birmingham,
Alabama; Washington, D.C. e Nova York.
Descoberta interessante
Os ossos do Lythronax estavam dispostos entre camadas de cinzas vulcânicas, o que permitiu aos cientistas determinar a idade do dinossauro estudando a decomposição dos cristais de cinzas que os cercavam.
"Esse tipo de descoberta é muito interessante e excitante porque não é
apenas outro animal daquela era, mas um grande predador daquela era",
disse o paleontologista Peter Roopnarine, que estuda a ecologia dos
períodos de dinossauro para a Academia de Ciências da Califórnia.
Roopnarine disse que ser capaz de aprender mais sobre o Lythronax vai revelar mais sobre o ecossistema da época de seu reinado.
Reuters
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