O primeiro ônibus elétrico brasileiro movido 100% a bateria foi
apresentado nesta terça-feira (19) em São Bernardo do Campo, no ABC
paulista. De acordo com a empresa Metropolitana de Transportes Urbanos
(EMTU), uma unidade do veículo fará a operação de testes, a partir de
dezembro, percorrendo o corredor Diadema-São Paulo.
Na primeira fase, o chamado E-Bus se deslocará sem passageiros. Porém,
entre janeiro e junho próximos, começará a levar usuários no percurso.
Sua capacidade máxima é de cerca de 150 pessoas.
"Dentro de 1 ano, queremos começar a substituir a frota a diesel e os
trólebus pelos elétricos a bateria", disse Jurandir Fernandes,
secretário de transportes metropolitanos do estado de São Paulo.
Segundo ele, a ideia é começar com cerca de 30 ônibus elétricos no
corredor até o final de 2014. O próximo passo deve ser a implementarão
dos veículos no corredor Jacu-Pêssego. Não foram divulgados valores do
projeto.
Como funciona
Além de não emitir gases poluentes, uma vantagem em relação aos ônibus a diesel, o E-Bus não necessita estar conectado a cabos elétricos para a rodagem, como ocorre com os trólebus. "O problema dos trolébus é que a fiação gera manutenção alta, esse novo sistema traz mais agilidade", explicou o secretário Jurandir Fernandes.
"No projeto, utilizamos a mesma base dos trólebus [ônibus que recebem
energia por meio de cabos elétricos], mas trocamos o sistema conexão aos
cabos pelas baterias", explicou Paulino Hiratsuka, engenheiro da Metra.
O E-Bus possui autonomia para rodar 200 km com a carga da bateria. De
acordo com a Eletra, empresa responsável pela interface de conexão entre
o chassi e o sistema elétrico, é o 1º ônibus elétrico a bateria com 18
metros de comprimento no mundo.
Para serem recarregadas totalmente, as 14 baterias, que ficam no teto,
necessitam de 3 horas, mas o veículo também possui sistema para recargas
rápidas, que levam 5 minutos, dando mais 11 km de autonomia. Há um
posto de recarga longa, de 3 horas, na sede da Metra, que administra o
Sistema Metropolitano de Transportes, em São Bernardo, e outro, de
recarga rápida, em Diadema.
O ônibus é fruto de uma parceria entre Eletra, Mitsubishi Heavy
Industries e Mitsubishi Corporation. O chassi é produzido pela
Mercedes-Benz, em São Bernardo, enquanto o sistema de baterias foi
desenvolvido pela Mitsubishi.
Nesta fase de testes, as baterias, assim como os postos de recarga,
vieram do Japão, mas o projeto já prevê a nacionalização destes
componentes.
De acordo com Hiratsuka, as baterias de íon-lítio tem vida útil de 10
anos. As empresas não divulgaram o custo do veículo nem o de sua
manutenção.
Teste em Salvador
A cidade de Salvador também iniciará testes com um ônibus elétrico no próximo dia 27. O veículo é importado da China pela empresa BYD. Segundo a secretaria estadual de Cidade Sustentável, ele vai circular por duas semanas em uma linha que passa por quase toda a orla da capital baiana e será identificado, para que os passageiros saibam que se trata de um elétrico.
Híbridos em Curitiba
Em 2012, a cidade de Curitiba começou a utilizar ônibus híbridos feitos no Brasil. Movidos a eletricidade e biodiesel, os veículos são produzidos pela Volvo e reduzem em 90% a emissão de poluentes, na comparação com os ônibus convencionais.
Chamado de Hibribus, é mais silencioso, não emite ruídos em cerca de
30% do tempo de operação. O modelo é fabricado na unidade da montadora
Volvo em Curitiba, a primeira a produzir o Hibribus fora da Suécia, sede
mundial da marca. Os ônibus híbridos começaram a ser fabricados no país
em junho de 2012.
G1 Natureza
Nenhum comentário:
Postar um comentário