O assessor-especial da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira,
Luiz Antônio Carvalho, disse nesta terça-feira (12) que o índice de
desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2012 e julho de 2013
deverá ser maior do que no período anterior, quando a devastação da
floresta foi de 4.571 km², menor índice desde que foram iniciadas as
medições, em 1988.
A informação poderá se confirmar com a divulgação dos dados do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o assessor, os dados "devem seguir" a tendência de alta do sistema mensal de alertas de desmatamento Deter, que apontou, em setembro, aumento de 35% na devastação em um ano. Ele não acredita no entanto, que o aumento chegue a essa procentagem.
O Inpe ainda não fechou o Prodes para o período 2012-2013, informou o
MMA. O índice, que é usado como dado oficial de desmatamento, deve ser
anunciado até o fim do ano. Luiz Antônio Carvalho citou ao G1,
como indício do provável aumento, a maior quantidade de autos de
infração (uma etapa antes da aplicação da multa), e a constatação de que
este ano os valores das multas a quem cometeu irregularidades estão
“cinco vezes maiores” que no ano passado.
Além disso, segundo ele, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) constataram grandes polígonos
de desmatamento, principalmente no estado do Pará.
“Nós estamos prevendo que o Prodes, cujo primeiro resultado sempre é
provisório, talvez indique um aumento [no desmate] em relação ao ano
passado. Por quê? Porque ao analisar a atividade no campo, o
desmatamento está acontecendo em grandes polígonos, em especial no Pará,
fazendo com que esse acumulado [anual] dialogue com dados do Deter”,
explica o porta-voz do ministério.
Tendência
O Deter é o sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe, que analisa a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta nos estados que possuem vegetação amazônica (todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão).
Em setembro passado, ele apontou que entre agosto de 2012 e julho de
2013 houve perda de 2.765,64 km² de floresta amazônica, alta de 35% em
comparação com o período de agosto de 2011 e julho de 2012, quando houve
a derrubada de 2.051 km² de vegetação.
O período de agosto a julho refere-se aos meses do "calendário do
desmatamento", relacionado com as chuvas e atividades agrícolas no
bioma. Sem explicitar números, Carvalho diz que mesmo com o possível
aumento, o índice de desmatamento em 2013 não vai alcançar o total de
2011, quando a perda de floresta foi de 6,4 mil km².
Ele explica que operações realizadas pelo Exército e a Força Nacional
nos estados amazônicos contribuíram para a redução nos crimes ambientais
na região.
“Não estamos enxugando gelo, porque se você olhar os últimos três anos,
o volume de floresta salva é praticamente o mesmo. Agora, tem muita
gente tentando relacionar os aumentos com o código florestal, mas essa
correlação é sem fundamento”, disse o assessor.
G1
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