quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Secretaria de Estado do Ambiente estimula formação de jardineiros comunitários


A Secretaria de Estado do Ambiente do Rio começou  a executar hoje (26) , no Morro do Fogueteiro, em Santa Teresa, no centro, o projeto Comunidades Verdes, para capacitar moradores no reflorestamento de áreas desmatadas e levar educação sustentável às favelas cariocas. A primeira turma de jardineiros comunitários vai plantar as mudas nas encostas e áreas desmatadas, além de informar os moradores da região sobre a conscientização ambiental, com o que se pretende atrair mais grupos.

"A primeira turma iniciou o curso no mês de outubro [2012], com quatro meses de duração; dez dos 30 alunos vão receber certificado e uma bolsa auxílio no valor de R$ 120. Os jardineiros comunitários serão responsáveis por manter e multiplicar a iniciativa para a comunidade. As mudas serão levadas para o Batan, no bairro de Realengo,na zona oeste, e Complexo do Alemão, na zona norte. Aqui,  no Fogueteiro, temos um infraestrutura necessária para a criação de viveiros, para o cultivo de hortaliças, mudas de recuperação de encostas e paisagismo funcional”, disse o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.

De acordo com a gestora do Comunidades Verdes no Fogueteiro, Cíntia Luna, dos 30 alunos matriculados, dez permaneceram até a conclusão do curso, no entanto, ela acredita que o nível de produção é suficiente para atender à demanda. O canteiro do Fogueteiro, teve 540 árvores plantadas e 2.500 estufas instaladas no período do curso. Árvores nativas, hortaliças, legumes e verduras foram selecionados para o plantio.

Agência Brasil

'Refúgio' de tartaruga-marinha na Ásia está em risco, afirma estudo


Um estudo realizado por quatro instituições de pesquisa internacionais aponta que uma espécie de tartaruga-marinha ameaçada de extinção, a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), está perdendo um de seus principais habitats para reprodução, localizado no litoral da Indonésia, na Ásia.

A pesquisa foi publicada na revista científica "Ecosphere", nesta terça-feira (26). Pelo menos 75% de todas as tartarugas-de-couro que habitam a parte ocidental do Oceano Pacífico desovam neste "refúgio" indonésio, um punhado de praias na península Bird's Head, de acordo com os cientistas.

"Nossas análises indicam que o número de ninhos de tartarugas-de-couro nestas praias diminuiu em 78% ao longo dos últimos 27 anos", disse o pesquisador Petter Dutton, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglës), uma das instituições responsáveis pela pesquisa.

Além da NOAA, o estudo foi realizado pela Universidade do Alabama, a Universidade Estadual da Papua na Indonésia e a WWF na Indonésia, uma organização ambiental.

O relatório aponta que houve redução significativa na quantidade de ninhos da tartaruga na região litorânea de Bird's Head, considerado um "santuário" para os animais.

"A criação de ninhos de tartarugas nestas praias e em outras ilhas nos arredores depende de haver fontes de alimento disponíveis no mar", afirmou o pesquisador Ricardo Tapilatu, um dos autores do estudo.

Além do declínio das fontes de comida, outros fatores estão afetando o habitat natural das tartarugas, como a presença de porcos e animais domésticos que comem os ovos desta espécie; a caçada humana aos ovos; e a captura acidental dos animais por redes de pesca comercial.

Estes fatores atingem tanto a criação dos ninhos da Dermochelys coriacea quanto sua população, dizem os pesquisadores.

A tartaruga-de-couro está criticamente ameaçada de extinção, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, mantida pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
A instituição estima que o número de tartarugas diminuiu de 115 mil fêmeas adultas, em todo o mundo, em 1982, para cerca de 20 mil na década de 1990. Faltam dados atualizados sobre a população da espécie, segundo o site da organização.

G1

Melancia de 18 kg é colhida no sertão da Paraíba


Uma melancia de aproximadamente 18 quilos foi colhida em uma propriedade na zona rural de Pombal, próximo ao rio Piancó, no sertão da Paraíba. Exposta em um comércio no centro do município, a fruta chamou a atenção dos paraibanos na manhã desta terça-feira.

“Ganhei de um amigo hoje pela manhã. Ela deve pesar em torno de 18 quilos, porque a minha balança pesa até 15 quilos e ela passou disso”, conta o comerciante Chico de Souza Ferreira, dono de uma peixaria no local.

O peso médio de uma melancia varia entre 5 e 10 quilos. Além do tamanho, o contorno da fruta, em forma de glúteos, também despertou o interesse das pessoas. “Depois de exibir a melancia para os curiosos, ela foi consumida”, diz Chico.

Terra

“A terra continua sendo sinônimo de poder no Brasil”, afirma professor da UnB


O professor do Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural da Universidade de Brasília (UnB) e relator do Direito Humano à Terra, ao Território e à Alimentação (Plataforma Dhesca Brasil), Sérgio Sauer avalia o avanço do governo de Dilma Rousseff em relação à reforma agrária como pífio e defende que a violência sofrida por militantes de movimentos sociais ligados à reforma agrária é originada por dois principais motivos: a concentração de terra e a impunidade.

Confira a entrevista:
 
O que é e o que faz a Plataforma Dhesca Brasil? Sérgio Sauer

A Plataforma Dhesca é uma rede de entidades e movimentos – mais de 40 ao todo – que lutam em prol dos direitos humanos nas mais diferentes áreas, como por exemplo, direitos territoriais (de povos indígenas e comunidades quilombolas), igualdade de gênero e raça, direitos reprodutivos e de opção sexual, direitos ao meio ambiente, direito à alimentação adequada, entre vários outros. São organizações da sociedade civil espalhadas por todo o país que, a partir de noções como a indivisibilidade dos direitos humanos, se unem para denunciar violações e em ações de incidência buscando evitar tais violações.

Além das atividades e lutas de cada organização e movimento social, a Plataforma criou um trabalho feito por relatores nacionais de direitos humanos. Inspirando-se nas práticas dos relatores independentes das Nações Unidas, a Plataforma concebeu e implantou essas relatorias, que são uma experiência única. Essas possuem reconhecimento de órgãos governamentais e de entidades da ONU, que participam do processo de escolha dos relatores e relatoras, que cumprem um mandato de dois anos. São especialistas, pessoas voluntárias que se dispõem a fazer incidências em casos de violações.

Atualmente, a Plataforma conta com cinco relatorias, sendo: direito à terra e território, direito ao meio ambiente, direitos sexuais e reprodutivos, direito à educação e direito à cidade. Uma das principais atividades das relatorias é a realização de missões para averiguar e fazer incidência local e em órgãos nacionais responsáveis em casos de violações de direitos humanos. Estas missões geram relatórios que são usados para efetivar as denúncias, divulgar os problemas,violações etc.

Baseado no relatório desenvolvido por vocês, quais áreas são mais críticas atualmente?

Como Relator do Direito Humano à Terra, ao Território e à Alimentação, posso apontar muitas violações em relação aos direitos humanos, especialmente o não cumprimento dos direitos territoriais indígenas. Apesar da excelente atuação do Executivo Federal na desintrusão [retirada dos não-índios] das terras Xavantes [Terra Indígena Marãwaitesédé], no norte do Mato Grosso, as violações dos direitos dos povos Guaranis Kaiowás são absurdas.

Na verdade, já é um escândalo internacional. Não há um plano ou ações efetivas da Funai, ou de qualquer outro órgão do Governo Federal, que garanta os direitos indígenas no Mato Grosso do Sul, por exemplo. A terceira publicação – denominada Direitos humanos no Brasil 3: diagnóstico e perspectiva – é um trabalho conjunto, amplo e exaustivo, que procura traçar um panorama geral dos direitos humanos no país. O relatório aponta muitos problemas, apesar do esforço feito na construção do III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), o qual não vem sendo implementado na prática.

Recentemente tivemos dois assassinatos de integrantes do MST, primeiro Cícero Guedes, e agora Regina dos Santos. Como você vê essa questão de perigo permanente em que vivem os militantes de movimentos sociais, sua proteção e o julgamento de seus casos?

Os conflitos no campo, infelizmente, que resultam no assassinato de lideranças e camponeses, como foi este caso recente, são frutos de dois fatores fundamentais: a concentração absurda da terra e a impunidade. Historicamente, a realidade do campo brasileiro é de uma profunda concentração da propriedade da terra. Os dados do Censo Agropecuário, de 2006, do IBGE, vêm reafirmar esta concentração, pois menos de 1% – 0,915 para ser preciso – das propriedades detém 45% das terras, algo em torno de 147 milhões de hectares.

Por outro lado, as pequenas propriedades – com área de até 10 hectares – que são 48% das propriedades, detêm apenas 2,4% das terras. Associada à enorme demanda pelo acesso à terra de famílias sem terras – os dados são controversos, mas se presume algo em torno de 3,7 milhões de famílias sem terra -, esta concentração está na raiz dos conflitos e disputas por terra no Brasil.

Associado à concentração, há uma realidade de impunidade. A absolvição de um réu este mês no Paraná – aliás, julgamento que aconteceu depois de 10 anos do assassinato de uma liderança sem terra no Estado – expressa esta falta de punição. Há uma “certeza” de que a violação da lei, especialmente nas leis de proteção à vida, não resultará em punição. Isto é um fator fundamental dos conflitos e de muitos assassinatos, perseguições, ameaças de mortes no campo brasileiro.

Há uma constante e contínua violação, especialmente por parte Poder Executivo, que não cumpre o mandado constitucional de desapropriar para fins de reforma agrária as propriedades que não cumprem a sua função socioambiental. O mandado da Carta Maior é claro, em seu artigo 184, pois estabelece “cumpre à União desapropriar”. Desta violação resulta uma situação de impunidade, inclusive dos casos de violações de direitos humanos e atentados à integridade das pessoas. Não há qualquer dúvida que a realidade de impunidade no campo brasileiro é responsabilidade do Estado e de seus órgãos.

Merece, no entanto, especial destaque a responsabilidade do Poder Judiciário, especialmente nos casos de conflitos e violação de direitos – inclusive assassinatos! – das pessoas. Na lógica republicana, o Poder Judiciário é responsável pelo cumprimento da lei e pela punição daquelas pessoas que não a cumprem… A tão badalada “morosidade” desse Poder – que não julga, que não conclui os processos/inquéritos; que protela processos sem fim, etc.) – na verdade, só é vagarosa quando os interesses são de um lado – acaba se transformando em sinônimo de impunidade.

Qual o balanço que você faz do governo de Dilma Rousseff em relação à reforma agrária?

Infelizmente, o desempenho ou os resultados são pífios, especialmente em termos da incorporação, ou melhor, desapropriação de novas áreas para o assentamento de famílias sem terra. As chamadas ações de reforma agrária do governo Dilma, nos dois anos de mandato, foram de apenas 86 desapropriações, o que é um número semelhante ao famigerado governo Collor (1990-1992), demonstrando que essa não é uma prioridade de governo.


Como você analisa essas mudanças propostas pelo governo como a descentralização das ações de construção de moradias e de infraestrutura básica dos assentamentos para outros ministérios?

As trocas recentes na presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), como de alguns cargos no Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) não trouxeram mudanças significativas em termos de direção ou orientação política das ações de reforma agrária. Por outro lado, historicamente, é bastante comum quando há baixa execução das ações estratégicas do órgão, especialmente metas pífias de desapropriação para fins de reforma agrária, a formulação de discurso enfatizando a necessidade de mudanças administrativas. Neste sentido, as propostas de descentralização das ações do Incra não são novidade, pois já apareceram na administração Fernando Henrique Cardoso e foram veementemente criticadas pelos movimentos sociais do campo.

Teoricamente, ações descentralizadas e combinadas entre vários órgãos governamentais deveriam ser mais efetivas e mais eficientes, mas isto só em teoria. Descentralização, no entanto, pode também significar desobrigação e fragmentação, risco sério em áreas tão sensíveis como é o atendimento de necessidades básicas de populações historicamente marginalizadas, como sempre foram excluídas as populações do campo da maioria das políticas públicas. Há uma enorme resistência dos órgãos governamentais, por exemplo, de estender os programas de moradia para o campo. Descentralizar, portanto, pode significar não realização ou não implementação de tais programas e políticas, consequentemente descentralização se torna sinônimo de desobrigação e descaso.

E o papel reformulado do Incra? Como ele deveria atuar efetivamente?

Em um “mundo ideal”, um órgão como o Incra seria mais efetivo se concentrasse suas ações, esforços e recursos nas políticas fundiárias, mas isto não acontece efetivamente. Associado a isto, as demandas históricas por reforma agrária não se reduzem ao acesso à terra – uma ação fundamental que o Incra não vem efetivando, conforme dados de desapropriações nos últimos anos -, mas devem ser complementadas por outros programas e ações como, por exemplo, criação de escolas de qualidade no meio rural, dar condições de moradia dignas, e assim por diante.

Certamente, isto exige que o Incra seja um órgão ágil e efetivo em várias áreas, o que demanda também agentes públicos bem preparados, qualificados e remunerados. Agora, nada disto acontece se não há uma vontade e uma decisão política para tanto, o que não vejo nas propostas de reformulações do Incra…

A luta por terras no Brasil é um dos principais agravantes de desrespeito ao direito humano e das terras. Como resolver isso?

Apesar de todas as mudanças econômicas e sociais, a terra continua sendo sinônimo de poder no Brasil. Este é um elemento-chave na não implantação de uma reforma agrária efetiva por aqui. Associado a isto, as políticas públicas, as políticas econômicas e seus incentivos, dos últimos 20 ou 30 anos, estiveram – e continuam – voltadas para reforçar um modelo econômico agroexportador que é monocultor e excludente, que beneficia poucos.

Qualquer redistribuição do acesso à terra, ou mesmo garantia de direitos territoriais de povos indígenas ou quilombolas, representam ameaças a este modelo e seus privilégios, o que é ferrenhamente combatido por seus principais beneficiários.

Agora, do ponto de vista estritamente econômico, em longo prazo, o custo será elevado para o conjunto da sociedade brasileira, pois não é possível imaginar um crescimento sustentado baseado apenas na exportação de matérias primas, ou seja, basear a economia na exportação de recursos naturais, sem agregação de valor, sem processos consistentes de industrialização etc.

Você acha que é necessário uma mudança radical no modelo agrário e agropecuário no país?

Sem sombra de dúvidas, pois o modelo agropecuário atual é excludente e ambientalmente insustentável. Por outro lado, a tese de um sistema bimodal de produção e ocupação do campo tem lugar e vários defensores, ou seja, defendem que haveria “lugar para todos” – pequenos e grandes – no campo. No entanto, essa não é nossa realidade. Infelizmente nunca foi assim, inclusive há de se reconhecer que os enfrentamentos não são opção de alguns maniqueístas de plantão. Se há convivência também há muita disputa, inclusive disputas pela assistência do Estado e por recursos públicos.

Os recentes processos de criminalização de lideranças e movimentos sociais salientam mais as disputas que a convivência, deixando claro que a questão não se resolve apenas com um acordo econômico-produtivo. A questão da terra continua um tema atual, especialmente se olharmos essa terra como parte, por exemplo, da sustentabilidade social e ambiental.

A terra, como um bem não renovável, adquire outra dimensão, portanto, não pode ser reduzida a uma noção ou a um problema econômico-produtivo. Não estou querendo vincular com a dimensão de identidade cultural – tão cara aos nossos povos indígenas e outras comunidades que dependem de seus territórios -, mas apenas enfatizar que existe uma dimensão e um desafio vinculado à função socioambiental da terra, o que é uma perspectiva nova e um desafio imenso!

Como você avalia a política de governo de dar incentivos fiscais para o agronegócio? O que essa postura significa?

Como disse antes, várias opções macroeconômicas vêm tornando o país dependente – especialmente com o objetivo de equilibrar a balança comercial – da exportação de matérias primas. Esta exportação não depende só das chamadas commodities agrícolas, mas também as não agrícolas como, por exemplo, a de minério de ferro. É, portanto, uma dependência econômica da exportação de recursos naturais. Esta lógica é mantida inclusive devido a somas elevadas de renúncia fiscal (produtos exportáveis que não recolhem PIS, Cofins, etc.), ou seja, a sociedade brasileira acaba “pagando a conta”.

E em relação à agricultura familiar? Há incentivos como existem para o agronegócio?

Em relação à agricultura familiar, os últimos mandatos presidenciais deram maior relevância a este setor, pois foram criados ou ampliados programas importantes, inclusive alguns com reconhecimento internacional, como é o caso dos programas que procuram criar mecanismos de comercialização dos produtos da agricultura familiar com o fornecimento de alimentos para populações em situação de insegurança alimentar.

Há que reconhecer aí avanços, mas há uma lacuna em medidas estruturantes, ou seja, as políticas não são capazes de alterar – nem mesmo apontar na direção de uma mudança futura – o modelo agroexportador. Um dos principais gargalos da agricultura familiar é justamente a falta de acesso ou o acesso a pouca terra, resultando não só em famílias sem terras, mas também em grande quantidade de minifúndios, ou seja, de pequenos produtores que não possuem terra suficiente. Os dados do Censo Agropecuário, mencionados antes, de que 48% das propriedades possuem área de até 10 hectares, estão basicamente explicitando a existência de minifúndios, via de regra, com dificuldades para produzir e se reproduzir devido à falta de terra.

Qual é o peso do agronegócio e da agricultura familiar em relação à disputa de terras? Sabemos que a agricultura familiar é que alimenta o país, mas por que um fator tão importante como este não é levado em conta nesta disputa?

São dois temas fundamentais e interconectados, mas com nuances diferentes. Em 2008, o Banco Mundial publicou um relatório afirmando a existência de uma “corrida mundial por terras”, com altos investimentos de países, empresas multinacionais – inclusive do setor financeiro e de fundos de pensão – na compra de terras na América Latina e na África.

Há uma busca por terra, mas mais pelo controle dos produtos da terra. Agora, esses produtos são commodities agrícolas e não agrícolas, mas não alimentos. Essa corrida vem acirrando a demanda por terras – os embates em torno das alterações do Código Florestal, por exemplo, devem ser entendidos também nesse contexto -, o que acaba impactando negativamente sobre a agricultura familiar.

A produção de alimentos, por sua vez, não recebe a devida atenção, por uma série de razões, mesmo havendo freqüentes expressões de preocupação em relação à segurança alimentar. A imagem ufanista do Brasil como “celeiro do mundo” é simplesmente negada quando este se torna importador de feijão da China e leite do Uruguai.

Estes são dois produtos de nossa base alimentar, mas a importação vem sendo feita inclusive porque é mais barato – ou dá mais lucros para as empresas do setor – do que incentivar a produção e o fortalecimento da agricultura familiar. Ainda, os índices inflacionários recentes foram provocados, entre outros itens, pela alta dos preços dos alimentos, mas isto não acontece porque a agricultura familiar está cobrando mais caro por sua produção.

Ao contrário, as transações comerciais, inclusive as importações, são fundamentais no estabelecimento de preços, o que tem pouco a ver com a produção interna de alimentos, especialmente pela agricultura familiar. (Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio EPSJV/Fiocruz)


Por Viviane Tavares
Do Brasil de Fato

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sahel ainda tem 9 milhões de pessoas passando fome


Um ano depois de a comunidade internacional ter lançado uma resposta humanitária maciça para a crise alimentar que afeta a região do Sahel, na África, milhões de pessoas no local ainda são afetadas pela seca e necessitam de assistência, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

“Este ano, cerca de 9 milhões de pessoas em todo o Sahel ainda vão necessitar de assistência alimentar do PMA, por meio de assistência de emergência alimentar, desenvolvimento rural, nutrição e atividades de educação”, disse nesta quarta-feira (20) a Diretora Executiva do PMA, Ertharin Cousin.

Cousin discursou durante evento de alto nível em Roma, do qual ela foi anfitriã, para avaliar a eficácia da assistência para a região africana. O encontro reuniu líderes de agências humanitárias, representantes de governos de países afetados e os principais doadores para causas humanitárias.

No ano passado, a comunidade internacional contribuiu para evitar uma catástrofe humanitária, fornecendo 1,2 bilhão de dólares em assistência para cerca de 10 milhões de pessoas em oito países na região do Sahel, segundo um comunicado do PMA.

“No entanto, milhões de pessoas na região ainda são afetadas pela seca, com cerca de 1,5 milhão de crianças com idade inferior a 5 anos em risco de desnutrição grave”, disse a agência.

O PMA diz que as perspectivas de colheita são atualmente encorajadoras, mas há um alto risco de choques futuros, devido, dentre outros fatores, ao aumento das taxas de pobreza e desnutrição, as condições meteorológicas extremas e a degradação ambiental.

Além disso, o conflito no Mali provocou deslocamento generalizado na região, movendo 500 mil pessoas e pressionando comunidades que ainda se recuperam da seca.

A parte ocidental da região do Sahel – que se estende do Oceano Atlântico ao Mar Vermelho e inclui Chade, Mali, Mauritânia, Níger, partes do Sudão, Camarões e Nigéria – está enfrentando problemas não apenas políticos, mas também de segurança, resiliência humanitária e direitos humanos.

Revista ecologico

De olho em iniciativas sustentáveis, jovens da Rocinha montam fábrica de vassouras de garrafa PET


Criar empregos na própria comunidade reaproveitando o que moradores ainda chamam de lixo é o que quer um grupo de jovens da Rocinha que resolveu montar o Estação Rociclagem. Em maio, eles pretendem abrir a primeira fábrica de vassouras de garrafas PET da capital fluminense e acabar com o descarte desse tipo de produto na natureza, pelo menos dentro da comunidade.

Para impulsionar a ideia e aprender a estimular a participação de moradores e comerciantes, o grupo participou hoje (23) do 3º Encontro Troca de Saberes. Pela primeira vez na Rocinha, a atividade envolveu organizadores de projetos de desenvolvimento sustentável de 12 favelas cariocas, como ecomuseus, hortas comunitárias e reflorestamento.

“Queremos encurtar os caminhos para esses projetos, articulando as secretarias e aproveitando os saberes locais, além de ofertar apoio de instituições  parceiras”, explicou a coordenadora do evento Simone Pitta, da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.

“A gente vê quem pode ofertar capacitação, maquinários para reciclagem, muda para parques ecológicos, contatos das secretarias, enfim, tentamos facilitar”, completou.

O objetivo, segundo Simone, é também atacar problemas graves nas favelas, como o acúmulo de lixo, que se reflete em outras dificuldades, como a proliferação de doenças e o entupimento de valas.
 

“A pior coisa do lixo aqui são as garrafas PET. Entopem os rios e as valas. A gente quer tirar essas garrafas e reutilizá-las”, explica a jovem Michele Estevão, 27 anos, do Estação Rociclagem que ainda está atrás de ajuda para comprar o que falta do maquinário.

Depois, a meta é gerar empregos e transformar o que iria para o lixo em objetos úteis na própria Rocinha. “Queremos chegar aos catadores de material reciclável daqui e oferecer um emprego, uma condição de trabalho melhor”, acrescentou.

O Estação Rociclagem, de Michele e mais quatro amigos, também recebeu financiamento e cursos de capacitação por meio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ) e da Agência de Redes para a Juventude, organização não governamental que deu aos jovens R$ 10 mil, como incentivo inicial.

O Encontro Troca de Saberes é um desdobramento de ações promovidas pela Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, para implementação de iniciativas comunitárias de sustentabilidade.

Agência Brasil

Abelhas e flores se comunicam por sinais elétricos, aponta estudo


Abelhas e flores se comunicam usando sinais elétricos, aponta um novo estudo feito pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, e publicado na edição online da revista "Science" nesta quinta-feira (21).

Pela primeira vez, uma pesquisa mostrou que as flores emitem impulsos elétricos – equivalente a um sinal de neon – aos insetos polinizadores, como as abelhas, que são capazes de distingui-los de outros campos e encontrar as reservas de pólen e néctar.

Esse "poder de publicidade" das flores atua em conjunto com outras formas de atração delas, como as cores vivas e a fragrância que elas exalam, destaca o professor Daniel Robert, da Faculdade de Ciências Biológicas de Bristol, que participou do estudo, liderado por Dominic Clarke.

De acordo com os autores, as plantas têm geralmente uma carga negativa e emitem fracos campos elétricos. Já as abelhas são carregadas positivamente – até 200 volts – enquanto voam. Nenhuma faísca é produzida quando ambas se encontram, mas uma pequena força elétrica se acumula e é capaz de transmitir informações entre as duas partes.

Ao pôr eletrodos nas hastes de petúnias (Petunia integrifolia), os cientistas observaram que, quando uma abelha pousa, o potencial elétrico das flores muda e permanece assim por alguns minutos.

Além disso, esses insetos conseguem diferenciar melhor duas cores quando os sinais das plantas estão disponíveis. Os animais também são capazes de registrar os mínimos detalhes dos campos elétricos das flores, como seus níveis, padrões e estruturas. Isso tudo parece melhorar a memória das abelhas e as ajuda a lembrar da localização das flores ricas em néctar.

A forma como esses insetos detectam os campos elétricos ainda não é conhecida pelos pesquisadores, mas eles acreditam que os pelos delas se arrepiam com a força eletrostática, da mesma forma que faz o cabelo humano em frente a uma televisão antiga.

Segundo Robert, a coevolução de abelhas e flores tem uma longa e benéfica história. Por isso, não é de todo surpreendente que a ciência ainda esteja descobrindo quão sofisticada é essa comunicação.

G1

Mapa aponta locais onde já caíram meteoritos em todo o mundo


A queda de um meteoro na Rússia no último dia 15 deixou mais de mil feridos e aumentou a curiosidade em relação ao fenômeno. Ao longo da semana, leitores do G1 enviaram registros de uma mancha no céu, e em Campos dos Goyatacazes (RJ), astrônomos amadores chegaram a afirmar que seriam grandes as chances de que fragmentos de um meteoro cairiam na cidade.

No entanto, a queda de meteoros é um fenômeno relativamente comum. O site “CartoDB” fez uma montagem em um mapa mostrando todos os lugares onde já foram registrados oficialmente quedas de meteoritos, incluindo os que já foram encontrados em terra e aqueles cuja descida foi presenciada.

O mapa foi montado a partir da base de dados da “Meteoritical Society”, um grupo internacional que mantém o registro de todos os meteoritos reconhecidos pela comunidade científica. Ao todo, a relação usada no mapa tem pouco menos de 35 mil pedras.

A lista conta com meteoritos encontrados desde a Antiguidade, como o Ur, encontrado pelos mesopotâmios por volta do ano 2.500 a.C. no atual Iraque. O maior já registrado é o Hoba, encontrado na Namíbia em 1920, que tem 60 toneladas e é composto de aço.

No mapa, as áreas em vermelho mais escuro representam os locais onde já foram encontrados mais meteoritos. Os círculos maiores representam também meteoritos mais pesados.

Isso não significa que as demais áreas não tenham tido o fenômeno, apenas que não há registro oficial – na floresta amazônica, por exemplo, seria naturalmente mais difícil encontrar essas pedras, o que explica o clarão no Norte do Brasil.

G1

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Aesa prevê continuidade das chuvas nas próximas 24 horas


Nesta terça-feira (19), a previsão é de variação de nuvens e possibilidade de pancadas de chuva nas regiões da Paraíba. Isto se deve ao deslocamento de nebulosidade proveniente da Zona de Convergência Intertropical. O município de Alhandra, localizado a 48 quilômetros de João Pessoa, foi a cidade onde mais choveu nas últimas 24 horas. 

De acordo com as estações meteorológicas da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), o índice pluviométrico registrado foi 109,3 mm. 

Na capital paraibana, foram registrados 24,5 mm em apenas quatro horas. “Este foi resultado do monitoramento entre as 6h e 10h desta manhã, que foi um período mais intenso. Mas os números estão dentro da normalidade. Até o momento não há motivo para preocupação”, explicou a meteorologista Carmem Becker.

Durante o final de semana, o líder no ranking das chuvas foi o município Riacho dos Cavalos, com 105 mm de chuvas. Catolé do Rocha também esteve entre as cidades mais chuvosas, contabilizando 78,5 mm do sábado para o domingo.

“As condições meteorológicas continuam favoráveis à ocorrência de chuvas em virtude do deslocamento de nebulosidade proveniente da Zona de Convergência Intertropical. Poderão ser registradas chuvas de intensidade moderada a forte tanto no semiárido paraibano quanto em áreas do Agreste, Brejo e Litoral no decorrer das próximas 24 horas”, concluiu a meteorologista.
 
AESA

Pense bem antes de Jogar na natureza


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Asteroide se afasta da Terra sem causar danos


O asteroide 2012 DA14 passou à mais curta distância já registrada da Terra às 17h24 (horário de Brasília) desta sexta-feira. Apesar de ter passando "raspando" - em termos astronômicos - pelo planeta, distante apenas cerca de 28 mil km, o corpo celeste não provocou danos. Havia o temor de que o asteroide colidisse com algum satélite comercial, já que a trajetória foi tão próxima que ultrapassou a órbita geoestacionária, onde está localizada a maioria dos satélites artificiais de comunicações e de televisão.

Se um asteroide com essa dimensão colidisse com o planeta, liberaria 2,5 megatons de energia e provocaria uma devastação regional, de acordo com a Nasa. Conforme a agência espacial americana, asteroides desse tamanho passam assim tão perto da Terra a cada 40 anos e, em média, um deve atingir o planeta a cada 1,2 mil anos.

A passagem do asteroide foi acompanhada de perto depois que um meteorito caiu na Rússia e deixou 950 feridos, causando pânico entre a população. No entanto, as agências espaciais europeia e norte-americana descartaram qualquer relação entre o asteroide denominado 2012 DA14 e o meteorito chamado de "Bólido de Chelyabinsk".

A queda de meteoritos é um fenômeno que ocorre uma vez ao ano, mas normalmente passa despercebido porque costuma ocorrer no deserto ou em outras áreas não povoadas. O fato registrado hoje na região russa de Cheliabinsk, nos montes Urais, é o acidente de maiores consequências causado por um corpo celeste na Terra nos últimos anos.

Jornal do Brasil

Meteorito atinge região central da Rússia e deixa mais de 500 feridos


Um meteorito atravessou o céu sobre os Montes Urais na Rússia na manhã desta sexta-feira, provocando explosões e deixando mais de 500 feridos – a maioria dos ferimentos causados por estilhaços de vidro. Ao menos três pessoas estão em estado grave.

“Houve pânico. As pessoas não faziam ideia do que estava acontecendo. Todo mundo começou a ir um na casa do outro para checar se estava tudo bem”, disse Sergey Hametov, residente de Chelyabinsk, cerca de 1,5 mil km a leste de Moscou, a maior cidade afetada da região. “Vimos uma grande bola de luz quando saímos para ver o que era e ouvimos um som forte de trovão.”

Um segundo residente de Chelyabinsk, Valya Kazakov, disse que alguumas idosas no seu bairro choraram pensando que se tratava do fim do mundo. Outros viram uma luz forte e sentiram uma onda de tremor.
Alguns meteoritos – fragmentos de um meteoro – cairam em um reservatório fora da cidade de Cherbakul, informou o gabinete do governo regional, de acordo com a agência ITAR-Tass.



Meteoros geralmente causam estrondos sonoros quando entram na atmosfera, porque percorrem o espaço muito mais rápido do que a própria velocidade do som. Ferimentos provocados na escala de hoje são extremamente raros.

O Ministério de Emergências da Rússia disse que 514 pessoas procuraram ajuda médica, a maioria por pequenos ferimentos causados por estilhaços de vidro, e que 112 precisaram ser hospitalizadas. Equipes de busca estavam atrás dos destroços do meteorito.

O porta-voz do Ministério do Interior Vadim Kolesnikov disse que cerca de 600 m² de um telhado de uma fábrica de zinco caiu. Não se sabe com clareza se a queda foi causada pelo meteorito.

Há declarações conflitantes sobre o que de fato aconteceu. Um porta-voz do Ministério de Emergências Irina Rossius afirmou que se tratou de uma chuva de meteoros, mas outra porta-voz do governo Elena Smirnikh confirmou que um único meteoro foi fragmentado.



Um vídeo amador mostrava um objeto caindo do céu às 9h20 do horário local (3h20 em Brasília), deixando um longo rastro branco em seu caminho que podia ser visto a até 200 km de distância, em Yekaterinburgo. Alarmes de carros soaram, janelas quebraram e telefones celulares tiveram o funcionamento afetado pelo incidente.
“Eu estava dirigindo para o trabalho, estava bem escuro, mas de repente veio um clarão como se fosse dia”, disse Viktor Prokofiev, de 36 anos, morador de Yekaterinburgo, nos Montes Urais. “Me senti como se estivesse ficado cego pela luz”, acrescentou.

Não foram registradas mortes em consequência do meteorito, mas o presidente Vladimir Putin, que nesta sexta-feira recebe ministros da Fazenda dos países do G20, foi notificado pelo ocorrido.

O meteorito atingiu a Rússia menos de um dia antes de o 2012 DA14 fazer a passagem de um asteróide mais próxima da Terra já registrada - cerca de 28 mil km. Mas a Agência Espacial Europeia publicou em seu Twitter que os dois eventos não tinham conexão. Acredita-se que um meteorito tenha devastado uma área de mais de 2 mil km² na Sibéria em 1908.



Pequenos pedaços de detritos espaciais – especialmente partes de cometas e asteroides – que estão em rota de colisão com a Terra são chamados de meteoróides. Quando os meteoróides entram na atmosfera terrestre, são chamados de meteoros. A maioria dos meteoros são destruidos na atmosfera, mas se eles sobrevivem ao calor e à fricção, são chamados de meteoritos.

Os dramáticos eventos provocaram reações de políticos na Rússia. O premiê Dimitri Medvedev, durante um fórum de economia na cidade de Krasnoyarsk, na Sibéria, disse que o meteorito poderia ser um símbolo para o fórum, mostrando que “não somente a economia é vulnerável, mas todo o planeta”.
Vladimir Zhirinovsky, o líder nacionalista, disse que “não são meteoros caindo, são testes de uma nova arma americana”.

Reuters


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Poluição marinha provoca tumores em tartarugas


A poluição do mar é causada principalmente pela ação do homem e tem graves consequências para a fauna e a flora marinha. Algumas pesquisas indicam que o aparecimento de tumores, os fibropapilomatoses, nas tartarugas, principalmente nas tartarugas-verdes, podem ser resultado da presença de resquícios químicos de pesticidas organoclorados e bifenilos policlorados (PCBs) lançados nos rios, de acordo com o Ecotoxicologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP.

Esses tumores têm o formato de verrugas na pele e costumam ser benignos, mas algumas tartarugas passam a ter dificuldades de alimentação e locomoção e, por causa deles, desenvolvem outros problemas de saúde. Segundo o Projeto Tamar, muitas chegam debilitadas às praias, e isso impede a realização de um procedimento cirúrgico para a retirada. A preocupação dos especialistas é que essas verrugas sejam uma porta de entrada para vírus e bactérias, mas ainda não há indícios de que a doença seja transmissível. Essa informação é importante porque a tartaruga-verde está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que aponta o estado de conservação de várias espécies e indica o risco de extinção delas.

Além da fibropapilomatose, as tartarugas sofrem com problemas para a reprodução. O crescimento urbano no litoral agride as praias, fundamentais para a desova, e a instalação de luzes artificiais na areia desorientam os filhotes, que seguem para a direção oposta ao mar e se tornam presas. A caça e a coleta dos ovos já são menos frequentes, mas em alguns locais essas práticas são mais uma dificuldade para a vida desses espécie.

Como as tartarugas são animais migratórios, as causas dessa doença não são responsabilidade exclusiva do Brasil. Outros países recebem esses animais em determinados períodos do ano e também precisam se preocupar com a poluição lançada ao mar. Geralmente as tartarugas são encontradas em regiões tropicais e subtropicais em águas próximas da costa do continente e de ilhas.

Naturalmente a vida selvagem possui grandes obstáculos e a ação do homem funciona como um potencializador das dificuldades. O uso de pesticidas, por exemplo, não prejudica exclusivamente a saúde dos homens, mas a saúde do planeta como um todo. As consequências das atividades humanas chegam a espécies frágeis e ameaçadas de extinção, tanto da flora quanto da fauna, que precisam ser monitoradas constantemente para tentar evitar a extinção.
  

Revista ecologico

Inclusão da biodiversidade na alimentação é debatida em Brasília


Um projeto internacional para incluir produtos nativos na dieta alimentar das pessoas foi discutido hoje (8) durante a primeira reunião do Comitê Nacional de Coordenação do Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade para a Melhoria da Nutrição e do Bem-Estar Humano.

A ideia é mostrar que é possível diversificar a dieta com produtos nativos e sem danificar o meio ambiente. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 90% da flora nativa do país não fazem parte da alimentação dos brasileiros, sendo que muitas espécies nativas se reproduzem gratuitamente. O gerente de Recursos Genéticos do Departamento de Conservação da Biodiversidade do ministério, Lídio Coradin, lembra que 60% da alimentação mundial está concentrada no arroz, na batata, no trigo e no milho. Outros alimentos muito consumidos são o feijão, a cana, a beterraba, a soja, a banana, o sorgo, a mandioca e o amendoim.
  
“Há possibilidade de se mudar a cultura das populações para o consumo de muitos produtos da biodiversidade, que são utilizados apenas regionalmente, e que têm poder nutritivo muitas vezes maior sobre aqueles empregados habitualmente”, disse.

Além do Brasil, participam da iniciativa a Turquia, o Quênia e o Sri Lanka. O projeto prevê investimentos de US$ 1,7 milhão no Brasil até 2016  por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Programa das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), sob a coordenação do Bioversity for Food and Nutrition (BFN).

Agência Brasil

Asteroide de 45 metros passará a 27 mil quilômetros da Terra amanhã à tarde


Astrônomos de todo o mundo estarão atentos amanhã (15) à passagem do 2012 DA14, que às 17h30 se tornará o primeiro asteroide de 45 metros de comprimento a ser observado a apenas 27,7 mil quilômetros da crosta terrestre. Isso equivale a menos de um décimo dos 384 mil quilômetros que separam a Terra da Lua. A distância mínima será atingida quando o corpo celeste, de 130 mil toneladas, estiver na direção do Oceano Índico, perto da Ilha de Sumatra, na Indonésia, e será possível vê-lo com ajuda de instrumentos em partes da Ásia, Oceania, Europa e África.

"É a primeira vez que a gente sabe que um objeto desse vai passar tão perto da Terra. E, como ele tem um período que é conhecido, isso gera uma oportunidade, por exemplo, para, no futuro, um projeto de mandar uma sonda até lá, para examinar mais de perto esse objeto. Como ele está passando muito perto, ele pode ser estudado com mais precisão" destaca o astrônomo Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, que descarta o risco de colisão.

Por passar tão perto da Terra, no entanto, o 2012 DA14 entrará no Anel Geoestacionário, área em que orbitam os satélites e a Estação Espacial Internacional, que também não devem ser atingidos pelo asteroide. De acordo com Eugênio Reis, a passagem não causará interferência nos meios de comunicação, pois o corpo celeste é uma rocha pequena que não emite qualquer tipo de radiação. Entretanto, as gravidades da Terra e da Lua mudarão a órbita do asteroide, que reduzirá sua translação (órbita em torno do Sol) de aproximadamente 366 dias para menos de 320, o que deixará os encontros com o planeta mais raros.

De acordo com informações do site da Nasa, a agência espacial norte-americana, o asteroide "chega perto" da Terra duas vezes durante sua órbita, mas a próxima vez em que essa proximidade será relevante será apenas em 2046, quando a distância será cerca de 1 milhão de quilômetros. Às 13h de hoje (14), a página da agência na internet estimava que o asteroide estava a cerca de 643 mil quilômetros da Terra, aproximando-se a uma velocidade de 28,1 mil quilômetros por hora.

Para Eugênio Reis, cientistas estão descobrindo que corpos celestes como esse passam perto do globo terrestre mais frequentemente do que se pensava: "Eles são muito pequenos, e só agora nós temos instrumentos sofisticados e programas de busca automática que conseguem identificá-los. Devem existir vários asteroides como esse em um espaço próximo, e a gente não sabe".

O próprio 2012 DA14 foi descoberto por um instrumento de busca automática do observatório espanhol de La Sagra, no ano passado. Equipamentos como esse fazem imagens do céu a todo momento, e elas são comparadas por um software que consegue identificar se algum corpo celeste está se movimentando. A partir dessa descoberta inicial, os astrônomos começam a trabalhar para entendê-lo e catalogá-lo por meio de cálculos e estimativas. O tamanho e o peso, por exemplo, são estimados com base no brilho captado a partir da luz que ele reflete do Sol.

Caso fosse possível uma colisão entre o asteroide e a Terra, Eugênio Reis diz que o impacto não seria suficiente para causar uma catástrofe de dimensões planetárias: "Ele não é considerado perigoso para a vida na Terra. Seria perigoso para a vida das pessoas de uma região, mas a Terra nem sentiria esse impacto. Não provocaria nenhuma mudança na órbita ou algo assim", minimiza o astrônomo, que, no entanto, supõe que, sendo de metal, o asteroide causaria uma cratera de cerca de 2 quilômetros e destruiria um bairro inteiro, gerando abalos sísmicos nos arredores. Se fosse de rochas pouco coesas, ele se partiria em pequenos pedaços ao colidir com o ar da atmosfera.

Para quem confunde asteroides, cometas, e meteoros, Eugênio Reis dá uma explicação simples: "Cometas têm a cauda de gelo e vêm mais de longe. Asteroides, não. Eles só se tornam meteoros quando entram na atmosfera da Terra e geram brilho. Quando chegam ao chão sem se desintegrar, são chamados de meteoritos".

Agência Brasil

Paraíba tem 11 açudes com capacidade abaixo do 5%, diz Aesa


Conforme levantamento da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa), dos 121 açudes do estado que são monitorados, 11 estão com sua capacidade abaixo de 5%, considerados em situação crítica. Segundo Lucílio Vieira, gerente de monitoramento de mananciais da Aesa, outros 25 açudes que estão com cerca de 20% da capacidade estão sob observação, não sendo considerado estado crítico ainda. A previsão da Aesa é de que o período chuvoso no Sertão e Agreste se inicie nos meses de março e abril.

Ainda segundo Lucílio Vieira, o maior açude em estado crítico está situado no município de Jericó, no Sertão paraibano. “O maior açude que se encontra entre os 11 em estado crítico é o Açude Carneiro, que possui capacidade para 31 milhões de metros cúbicos e se encontra com 1,1 milhão, que em termos percentuais dá 3,6% da capacidade”, explicou. Os açudes entram na fase de observação para que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) possa programar medidas emergenciais, como racionamento de água.

Segundo a meteorologista Marle Bandeira, a chuva costuma cair com mais frequência nas regiões do alto Sertão, Cariri e Curimataú nos meses de fevereiro e março. “Climatologicamente, os meses de março e abril tendem a ser os mais chuvosos. Então a tendência para essas regiões é de que ocorram chuvas mais homogeneas”, explicou. As condições oceânicas detectadas no início de 2013 são mais favoráveis que as encontradas pela Aesa no início do 2012.

Segundo Lucílio Vieira, o nível dos mananciais paraibanos no início deste ano eram esperados pelos metereologistas devido às poucas chuvas em 2012. “Devido ao ano seco que tivemos em 2012, entedemos que o nível dos açudes é considerado normal. Mas como a previsão de que o período chuvoso no Sertão e no Agreste inicie neste mês de março, a tendência é que boa parte dos açudes em observação sejam reabastecidos”, completou. Dos 121 açudes monitorados, 77 deles estão com nível acima dos 20% da capacidade.

G1 PB

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Pagamento por produção adoece e mata cortadores de cana, adverte pesquisador


Os atestados de óbito de cortadores de cana geralmente declaram razões desconhecidas ou parada cardiorrespiratória, segundo a Pastoral do Migrante de Guariba, no interior de São Paulo. Mas alguns deles podem trazer como causa um acidente vascular cerebral (derrame), edema pulmonar ou hemorragia digestiva, entre outras. No entanto, para Francisco da Costa Alves, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), as mortes são o desfecho da exaustão causada pelo trabalho excessivo exigido pelo sistema de pagamento por produção. Antes de matar, o sistema provocou problemas respiratórios, musculares, sérias lesões nas articulações pelo esforço repetitivo, entre outros. “Essa forma de remuneração, que leva o cortador a trabalhar mais e mais, em longas jornadas, com alimentação e hidratação inadequadas, está na raiz do adoecimento e morte desses trabalhadores”, disse.

Nesse sistema antigo, que já era criticado no final do século 18 por ser perverso e desumano, os trabalhadores recebem conforme produzem, tendo a responsabilidade pelo ritmo do seu trabalho. Ganham mais conforme a produção. Como trabalham pela subsistência, se submetem a esse ritmo cada vez mais intenso para melhorar suas condições de vida.

Conforme Francisco Alves, que há mais de 20 anos pesquisa a produção no setor canavieiro, o excesso de trabalho pode ser demonstrado pela rotina dos bóias frias. Para a produção diária de seis toneladas, eles têm de cortar a cana rente ao solo para desprender as raízes; cortar a parte onde estão as folhas verdes, que por não ter açúcar não servem para as usinas; carregar a cana cortada para a rua central e arrumá-la em montes. Segundo o pesquisador, tudo isso é feito rápida e repetidamente, a céu aberto, sob o sol e calor, na presença de fuligem, poeira e fumaça, por um período que varia entre 8 e 12 horas. Para isso, eles chegam a caminhar, ao longo do dia, uma distância de aproximadamente 4.400 metros, carregando nos braços feixes de 15 quilos por vez, além de despender cerca de 20 golpes de facão para cortar um feixe de cana. Isso equivale a aproximadamente 67 mil golpes por dia. Isso tudo se a cana for de primeiro corte, ereta, e não caída, enrolada. Do segundo corte em diante, há mais esforço.

O gasto energético ao andar, golpear, agachar e carregar peso torna-se ainda maior devido à vestimenta com botina de biqueira de aço, perneiras de couro até o joelho, calças de brim, camisa de manga comprida com mangote de brim, luvas de raspa de couro, lenço no rosto e pescoço e chapéu, ou boné, quase sempre sob sol forte. Com isso, eles suam abundantemente, perdendo muita água e sais minerais. A desidratação provoca câimbras frequentes, que começam pelas mãos e pés, avançando pelas pernas até chegar ao tórax – as chamadas birolas. Provocam fortes dores e convulsões. Para tentar evitar o problema e garantir maior produção, algumas usinas distribuem soro fisiológico e, em alguns casos, suplementos energéticos. E há casos em que os próprios trabalhadores procuram um hospital na cidade, onde recebem soro na veia.

“Ademais, o excesso de trabalho não é realizado apenas para alcançar esse salário, mas também para atingir as próprias metas fixadas pela usina (cerca de 10 a 15 toneladas diárias), a fim de garantir ao trabalhador que lhe seja oferecido a vaga na próxima safra. E, para que o trabalhador possa atingir essa meta, é obrigado a trabalhar invariavelmente cerca de 10 horas diárias, senão mais”, escreveu o juiz Renato da Fonseca Janon, da Vara do Trabalho de Matão, em sua sentença do final do ano passado que proibiu a Usina Santa Fé S.A., de Nova Europa, na região de Araraquara, a remunerar seus empregados do corte de cana por unidade de produção. A decisão, inédita, baseou-se em pesquisas coordenadas por Francisco Alves, além de outros pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para complicar, esse sistema de pagamento impede a adoção da norma regulamentadora (NR) 31, considerada um avanço para a segurança e saúde dos trabalhadores rurais por obrigar o uso de equipamentos de proteção individual. É o caso de óculos de proteção contra as cortantes folhas da cana, que causam muitos ferimentos nos olhos. Só que para serem limpos da poeira e da fuligem, exigem a interrupção da produção.

Para Alves, a mudança do pagamento por produção para um salário fixo depende de um longo processo de discussão e reflexão da situação. Enquanto o fim do pagamento associado à produção representa saúde, envelhecimento digno e mais vida, muitos trabalhadores o entendem como redução dos ganhos. No entanto, cortadores mais velhos, que já não têm o mesmo vigor dos mais jovens, e mulheres, que têm outra jornada de trabalho em casa, aceitam ganhar um salário fixo mesmo que seja inferior ao que ganhariam por produção.

Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo, os valores da tonelada de cana cortada variam entre R$ 3,80 e R$ 4. E o piso salarial mensal, regional, varia entre R$ 775 e R$ 840 para uma jornada semanal de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h20. “Para se sustentar e à sua família, o cortador de cana deveria ter um piso correspondente a pelo menos três salários mínimos (R$ 2.034)”, disse Roberto dos Santos, secretário geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de São Paulo (Fetaesp). De acordo com o dirigente, não há no momento nenhuma opção que permita ao trabalhador ganhar o suficiente. “É claro que seria mais vantajoso um piso salarial superior ao que se ganha por produção, mas essa forma de pagamento ainda é a que permite ganho maior e por isso os trabalhadores sempre se manifestam favoráveis a esse sistema.”

Os patrões propõem a mecanização do corte da cana, que elimina o problema, mas também acaba com os empregos. Estima-se que só em São Paulo sejam 200 mil os que perderão o trabalho. Por isso, Alves defende políticas de curto prazo, elaboradas pelo conjunto da sociedade, para a qualificação desses trabalhadores que ocuparão parte dos empregos na agricultura mecanizada. Só que não haverá vagas para todos: uma colheitadeira faz o serviço de 80 trabalhadores. Ele estimam ainda que, com a mecanização, 20% da terra hoje tomada pela cana em São Paulo não poderá mais ser usada com essa finalidade. “Uma alternativa é que os municípios, que têm o direito constitucional de decidir o que fazer com suas terras, decidam com seus moradores se vão destiná-las à produção de alimentos ou recompor florestas nativas, que permitem a recomposição de mananciais”, disse. “Outra é a reforma agrária, política pública mais barata, capaz de proporcionar trabalho e renda para esses trabalhadores da cana.”

Rede Brasil Atual

Aesa prevê que março será de chuvas nas regiões mais áridas da Paraíba


Uma boa notícia para a população dos 196 municípios da Paraíba que vivem os drásticos efeitos da estiagem que se prolonga há meses e já diziou rebanhos e plantações. A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (AESA) prevê que março será um mês chuvoso em praticamente todas as regiões do Estado, incluindo as mais atingidas pela seca.

De acordo com a meteorologista do órgão, Marli Bandeira, o mês de março será um período chuvoso. Entretanto, ela alerta que fenômenos climáticos conhecidos como El Niño e La Niña, que são imprevisíveis, podem prejudicar a chegada das águas. “Se tudo ocorrer bem, março será chuvoso nas regiões do Sertão, Alto Sertão, Curimataú e Cariri”, prevê Marli.

Na última quarta-feira (6) já foram registradas no município Bonito de Santa Fé (no Sertão, a 493 km de João Pessoa) e Cajazeiras (no Sertão, a 476 km de Capital) precipitações de chuvas isoladas. Foram 45,7 mm em Bonito de Santa Fé e 13,2 mm em Cajazeiras. Mesmo pouco significatvias, as chuvas foram suficientes para renovar as esperanças de quem vive a maior seca dos últimos 30 anos.

Tradição

Para o homem do campo, o Dia de São José (19 de março) se reveste de grande importância. Reza a tradição que se chover na data, o ano será de bom inverno e de abundância. Porém, se as chuvas não se manifestarem, consideram-se perdidas as esperanças em relação às colheitas.
Os devotos de São José dizem que a tradição é plantar milho no dia do padroeiro e esperar pela chuva. Para o agricultor João Souza – que há mais de 10 anos planta todo dia de São José -, a expectativa é grande por essa chuva em março. “Quando chove nesse dia é sinal de abundância o resto do ano e de boas espigas na noite de São João”, acredita.

Expectativa

Por enquanto, abundância de chuva é apenas uma expectativa. A seca continua atingido os 196 municípios paraibanos, que estão com o abastecimentos de água feito de maneira emergencial, por meio de carros pipas. Festas de Carnaval foram canceladas em cidades sertanejas como Catolé do Rocha e Patos.
Parlamentares da Assembleia Legislativa (ALPB) criaram a campanha, SOS Seca, no dia 15 de janeiro, para chamar a atenção do Governo Federal com relação às ações emergenciais e duradoras no Semiárido nordestino.

Aesa

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Organização denuncia violação aos direitos humanos e impactos ambientais em obra da Petrobras


A Relatoria do Direito ao Meio Ambiente da Plataforma Dhesca Brasil, rede social que representa 36 organizações não governamentais, prepara um relatório com denúncias de violações aos direitos humanos decorrentes das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que está sendo construído pela Petrobras. Em dezembro do ano passado, integrantes da rede tomaram depoimentos de representantes das populações afetadas pelas obras às margens da Baía de Guanabara. O maior problema identificado, segundo eles, é o prejuízo sofrido pelos pescadores artesanais da região, que estariam proibidos de trabalhar próximo aos dutos que abastecerão o complexo.

“As denúncias são várias, incluindo redução da área de pesca, que causa uma série de impactos sociais e ambientais. Também há uma série de denúncias de ameaças à vida dos pescadores que se organizam para defender os seus territórios. Nosso objetivo é averiguar isso”, disse a assistente social Cristiane Faustino, relatora da entidade e integrante da organização social Terra Mar.

A relatora participará hoje (5) no Rio de reuniões com representantes do Ministério Público, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), todas as entidades estão envolvidas no projeto do Comperj. A rede também solicitou audiência com a Petrobras, mas não obteve resposta até o momento. Após as reuniões, a rede social vai divulgar um relatório para entidades nacionais e internacionais com as conclusões.

“A denúncia mais grave é a ameaça à vida das pessoas, o que é gravíssimo. Um grande ataque à democracia e uma negação de se construir o país sob o desenvolvimento sustentável. Também é grave a questão dos impactos ambientais, com risco de poluição e agravo da situação da Baía de Guanabara, que é extremamente afetada pelos empreendimentos petrolíferos”, destacou a ativista.

A economista Fabrina Furtado, integrante da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, disse que pescadores relataram diminuição na quantidade de pescado na região onde está em construção as estruturas para o Comperj. “Os pescadores denunciam a diminuição do pescado. Eles não podem pescar próximo dos dutos e tem que manter distância de 400 metros, em verdadeiras áreas de exclusão. Além disso, eles relatam que os dutos produzem calor e barulho que espantam os peixes. Da maneira que está, vai acabar inviabilizando a atividade pesqueira”, alertou.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), disse que a questão do Comperj está sendo acompanhada de perto. “A Comissão dos Direitos Humanos está acompanhando a questão desde o início, inclusive os casos diretamente associados à isso, que são as mortes e ameaças de pescadores”, ressaltou o deputado, que cobrou maior diálogo público com as comunidades diretamente atingidas.

Em resposta à Agência Brasil, a Petrobras informou que "todos os empreendimentos da companhia seguem rigorosamente as disposições previstas nos licenciamentos ambientais. No caso específico do Comperj, a companhia repudia quaisquer ameaças aos pescadores e mantém diálogo constante com representantes dos pescadores e demais comunidades do entorno do empreendimento".
 
Agência Brasil

Cientistas identificam possibilidade de haver planeta semelhante à Terra


A astrônoma Courtney Dressing, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, disse que há um planeta com condições semelhantes às da Terra a 13 anos-luz de distância - 1 ano-luz equivale a aproximadamente 10 trilhões de quilômetros. A conclusão faz parte de um estudo divulgado hoje (7) e mostra que há possibilidade de haver  “outra Terra” no sistema solar. Até então, os cientistas acreditavam que os planetas potencialmente habitáveis poderiam estar a distância entre 300 e 600 anos-luz.

“Pensávamos que teríamos de procurar distâncias vastas para encontrar um planeta como a Terra. Agora percebemos que outra Terra está provavelmente no nosso próprio quintal”, disse a pesquisadora.

Os cálculos foram feitos utilizando o telescópio norte-americano Kepler, partindo da premissa de que as estrelas denominadas gigantes vermelhas (red dwarves, em inglês) podem ter planetas habitáveis em suas órbitas, uma vez que são estrelas comuns, menores e menos quentes do que o Sol.

A partir da análise de 75 bilhões de gigantes vermelhas existentes na galáxia, os autores do estudo chegaram à estimativa de que cerca de 6% dessas estrelas devem ter um planeta semelhante à Terra e que o mais próximo pode estar a apenas 13 anos-luz de distância. 

“Essa taxa implica que vai ser significativamente mais fácil do que pensávamos antes procurar vida na área do sistema solar", disse o coautor da pesquisa, David Charbonneau.

Agência Brasil

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Pesquisadores fazem esgoto virar adubo


O esgoto doméstico pode se tornar um aliado da agricultura. Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) estão desenvolvendo um adubo, feito com lodo produzido em estações de tratamento de esgoto, que se mostrou mais eficiente que os fertilizantes comerciais. 

Fruto de parceria da UFF com a prefeitura de Volta Redonda (RJ) e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da cidade, os experimentos vêm sendo conduzidos em uma estação de tratamento do município desde 2011. 

Segundo a pesquisadora Fabiana Soares dos Santos, que coordena a equipe de cinco professores da UFF e alunos de iniciação científica, o uso agrícola do lodo é uma boa ideia porque "alia o baixo custo com o impacto ambiental extremamente positivo". 

O lodo de esgoto doméstico é o resíduo gerado no tratamento do esgoto sanitário e pode causar sérios problemas ambientais se disposto de forma inadequada. Em vez de ser descartado nos aterros, ele vira matéria-prima para a produção do fertilizante, por ser fonte de matéria orgânica e nutrientes para as plantas.

Mas esse lodo pode conter certas substâncias que, em determinadas concentrações, são nocivas ao meio ambiente e à saúde. Por isso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou em 2006 a Resolução n.º 375, que define quais são os níveis máximos de poluentes que o lodo de esgoto pode ter para ser usado na agricultura. 

O fertilizante feito pela equipe da UFF foi criado com base uma mistura desse lodo com resíduos das podas de árvores feitas pela prefeitura. Durante quatro meses, os pesquisadores fizeram a compostagem desses materiais e analisaram se os agentes contaminantes orgânicos, inorgânicos (metais pesados) e biológicos (coliformes, ovos de helmintos, salmonela) estavam adequados aos níveis da resolução. 

Concluída essa etapa, iniciaram os experimentos com o cultivo de milho e de aroeira, uma espécie arbórea utilizada em projetos de reflorestamento. Nessa fase, os pesquisadores cultivaram as duas plantas em cinco diferentes tipos de solo: um adubado com o fertilizante desenvolvido por eles, um com o substrato comercial, e os outros três utilizando combinações desses dois adubos em diferentes proporções. 

Resultados. A equipe de Fabiana constatou que as plantas se desenvolveram melhor nos tratamentos que continham as proporções mais concentradas do composto de lodo de esgoto. "No caso do milho, a diferença foi bem marcante entre o tratamento com o substrato comercial puro quando comparado com o lodo de esgoto. O lodo teve um efeito significativo no desenvolvimento das plantas."

Agora, eles se debruçam sobre os dados coletados e analisam, em laboratório, os pigmentos e a concentração dos nutrientes nas folhas para comprovar fisiologicamente a diferença que já pode ser constatada só de olhar.

Estadão

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Estudo liga dieta vegetariana a menor risco de doença cardíaca


Londres (Inglaterra) - Deixar de lado carnes e peixes em favor de uma dieta vegetariana pode ter um efeito positivo na saúde do coração, sugere um estudo recente.
A pesquisa, que avaliou 44,5 mil pessoas na Inglaterra e na Escócia, indica que os vegetarianos têm 32% menos probabilidade de morrer ou necessitar de tratamento hospitalar em decorrência de doenças cardíacas.

Acredita-se que as diferenças em níveis de colesterol, pressão arterial e peso estejam por trás dos benefícios à saúde.
As conclusões do estudo foram publicadas no "American Journal of Clinical Nutrition".

Doenças cardíacas são um grande problema em países ocidentais. Somente na Grã-Bretanha --onde o estudo foi feito-- esses males matam 94 mil pessoas por ano, mais do que qualquer outra doença. Outras 2,6 milhões de pessoas têm problemas cardíacos.

O bloqueio, por gordura, das artérias que conduzem sangue ao coração pode causar angina ou até levar a um ataque cardíaco.

DIETA EQUILIBRADA

Cientistas da Universidade de Oxford analisaram dados de 15,1 mil vegetarianos e 29,4 mil pessoas que consumiam carnes e peixes.

Ao longo de 11 anos, 169 participantes do estudo morreram e 1.066 precisaram de tratamento hospitalar devido a doenças cardíacas --e a probabilidade foi maior entre os consumidores de carnes e peixes do que entre os vegetarianos.

"A principal mensagem é de que a dieta é um importante fator determinante da saúde do coração", diz a médica Francesca Crowe, uma das autoras do estudo.

Ela ressalta, porém, que não está "defendendo que todos adotem uma dieta vegetariana". Uma das questões-chave é reduzir o consumo de gorduras.

"Os vegetarianos provavelmente apresentam baixo consumo de gordura saturada, então faz sentido que tenham um risco menor de doenças cardíacas", afirma.


Os resultados indicam que vegetarianos têm níveis de "mau" colesterol e pressão arterial mais baixos e também têm maior probabilidade de ter um peso saudável.

"Essa pesquisa nos faz lembrar que devemos buscar uma dieta variada e equilibrada, inclua ou não carne", diz Tracy Parker, da British Heart Foundation.

"Mas é importante ressaltar que ser vegetariano não é um atalho para um coração saudável. Afinal de contas, ainda há muitos pratos vegetarianos com altos níveis de gordura saturada e sal", afirma Parker.
E outra recomendação: "Se você está pensando em mudar para uma dieta vegetariana, planeje suas refeições com cuidado, para substituir vitaminas ou minerais (presentes na carne), como ferro", observa.

Da Folha Online