A
poluição do mar é causada principalmente pela ação do homem e tem
graves consequências para a fauna e a flora marinha. Algumas pesquisas
indicam que o aparecimento de tumores, os fibropapilomatoses, nas tartarugas, principalmente nas tartarugas-verdes, podem ser resultado da presença de resquícios químicos de pesticidas organoclorados e bifenilos policlorados (PCBs) lançados nos rios, de acordo com o Ecotoxicologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP.
Esses tumores têm o formato de verrugas na pele e costumam ser benignos, mas algumas tartarugas passam a ter dificuldades de alimentação e locomoção e, por causa deles, desenvolvem outros problemas de saúde. Segundo o Projeto Tamar, muitas chegam debilitadas às praias, e isso impede a realização de um procedimento cirúrgico para a retirada. A preocupação dos especialistas é que essas verrugas sejam uma porta de entrada para vírus e bactérias, mas ainda não há indícios de que a doença seja transmissível. Essa informação é importante porque a tartaruga-verde está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que aponta o estado de conservação de várias espécies e indica o risco de extinção delas.
Além da fibropapilomatose, as tartarugas sofrem com problemas para a reprodução. O crescimento urbano no litoral agride as praias, fundamentais para a desova, e a instalação de luzes artificiais na areia desorientam os filhotes, que seguem para a direção oposta ao mar e se tornam presas. A caça e a coleta dos ovos já são menos frequentes, mas em alguns locais essas práticas são mais uma dificuldade para a vida desses espécie.
Como as tartarugas são animais migratórios, as causas dessa doença não são responsabilidade exclusiva do Brasil. Outros países recebem esses animais em determinados períodos do ano e também precisam se preocupar com a poluição lançada ao mar. Geralmente as tartarugas são encontradas em regiões tropicais e subtropicais em águas próximas da costa do continente e de ilhas.
Naturalmente a vida selvagem possui grandes obstáculos e a ação do homem funciona como um potencializador das dificuldades. O uso de pesticidas, por exemplo, não prejudica exclusivamente a saúde dos homens, mas a saúde do planeta como um todo. As consequências das atividades humanas chegam a espécies frágeis e ameaçadas de extinção, tanto da flora quanto da fauna, que precisam ser monitoradas constantemente para tentar evitar a extinção.
Revista ecologico
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