Um estudo realizado por quatro instituições de pesquisa internacionais
aponta que uma espécie de tartaruga-marinha ameaçada de extinção, a
tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), está perdendo um de seus principais habitats para reprodução, localizado no litoral da Indonésia, na Ásia.
A pesquisa foi publicada na revista científica "Ecosphere", nesta
terça-feira (26). Pelo menos 75% de todas as tartarugas-de-couro que
habitam a parte ocidental do Oceano Pacífico desovam neste "refúgio"
indonésio, um punhado de praias na península Bird's Head, de acordo com
os cientistas.
"Nossas análises indicam que o número de ninhos de tartarugas-de-couro
nestas praias diminuiu em 78% ao longo dos últimos 27 anos", disse o
pesquisador Petter Dutton, da Administração Nacional Oceânica e
Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglës), uma das instituições
responsáveis pela pesquisa.
Além da NOAA, o estudo foi realizado pela Universidade do Alabama, a
Universidade Estadual da Papua na Indonésia e a WWF na Indonésia, uma
organização ambiental.
O relatório aponta que houve redução significativa na quantidade de
ninhos da tartaruga na região litorânea de Bird's Head, considerado um
"santuário" para os animais.
"A criação de ninhos de tartarugas nestas praias e em outras ilhas nos
arredores depende de haver fontes de alimento disponíveis no mar",
afirmou o pesquisador Ricardo Tapilatu, um dos autores do estudo.
Além do declínio das fontes de comida, outros fatores estão afetando o
habitat natural das tartarugas, como a presença de porcos e animais
domésticos que comem os ovos desta espécie; a caçada humana aos ovos; e a
captura acidental dos animais por redes de pesca comercial.
Estes fatores atingem tanto a criação dos ninhos da Dermochelys coriacea quanto sua população, dizem os pesquisadores.
A tartaruga-de-couro está criticamente ameaçada de extinção, segundo a
Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, mantida pela União Internacional
para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
A instituição estima que o número de tartarugas diminuiu de 115 mil
fêmeas adultas, em todo o mundo, em 1982, para cerca de 20 mil na década
de 1990. Faltam dados atualizados sobre a população da espécie, segundo
o site da organização.
G1
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