Colocar a mão na terra, manusear sementes e mudas de hortaliças,
aprender sobre o processo de germinação e desenvolver valores
relacionados às questões ambientais se tornaram rotina para os alunos da
Escola Municipal João Sampaio, no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió.
Além de conciliar teoria e prática, os produtos cultivados sem
agrotóxicos com a ajuda dos alunos enriquecem a merenda escolar.
O projeto Hortas na Escola, idealizado pela bióloga e professora Maria
Célia Aroucha, começou a ser implantado em escolas públicas de Maceió no
final do ano passado e já apresenta bons resultados. As atividades
envolvem toda a comunidade escolar e, além dos benefícios alimentares,
têm sido uma forma de aprendizado saudável e criativa.
A Escola Municipal João Sampaio foi a primeira a ter o projeto
implantado e já colhe os resultados. A professora explicou que a ideia
do projeto surgiu quando ela fazia sua tese de mestrado no Rio de
Janeiro sobre ervas medicinais. Ela disse que apresentou a proposta à
Secretaria Municipal de Educação, que apoiou a iniciativa.
Célia ficou responsável pela implantação da horta e pelo acompanhamento
das atividades. “A proposta está sendo bem aceita pelas outras
instituições de ensino. Depois que foi implantada na Escola João
Sampaio, outras nos procuraram para aderir ao projeto. Temos escolas que
estão em fase de implantação no Centro de Pesquisas Aplicadas (Cepa)”,
explicou.
A professora destacou que a educação ambiental está sendo bem aceita
pelos alunos. “Na horta, elas aprendem o cultivo de alimentos, que elas
mesmas plantam, colhem e consomem, participando ativamente do processo
educativo”, ressaltou.
O projeto envolve cerca de 500 alunos nos dois turnos da escola. A
professora Andrea Martins, que leciona no 1º ano, disse que, desde que
ele foi implantado, percebeu uma mudança nos alunos tanto no aprendizado
como nos hábitos. “Passamos a teoria na sala de aula e depois os alunos
podem vivenciar na prática. Isso tem feito com que o rendimento deles
melhore. Eles também estão aprendendo a preservar a natureza e a se
alimentar melhor”, falou.
Além de frutas, raízes e verduras, os alunos aprendem sobre o uso de plantas medicinais para a cura de algumas enfermidades. A atividade também incentiva a reciclagem, já que reaproveita monitores de computador velhos e recipientes de água mineral que estão fora do prazo de validade. O material é usado como vasos ou para proteger as mudas.
Além de frutas, raízes e verduras, os alunos aprendem sobre o uso de plantas medicinais para a cura de algumas enfermidades. A atividade também incentiva a reciclagem, já que reaproveita monitores de computador velhos e recipientes de água mineral que estão fora do prazo de validade. O material é usado como vasos ou para proteger as mudas.
A área onde fica a horta tem cerca de 400 m². "Antes, o espaço, que
fica nos fundos da escola, era tomado por mato e lixo. Essa área vivia
com insetos e a horta fez com que o espaço fosse limpo”, falou o
responsável pela manutenção da escola, o funcionário Luiz Paulino.
Alunos se tornam multiplicadores
Através das atividades na horta, os alunos se tornaram multiplicadores na comunidade onde moram. “Eles levam para casa o que aprendem e as famílias interagem neste processo de mudança de comportamento com meio ambiente. Também convidamos os parentes e a própria comunidade para acompanhar os trabalhos na horta”, expôs a professora Maria Célia.
Um grupo de 20 alunos que trabalha diretamente com a horta começou a
implantar em casa o que aprendeu na escola. Eles se interessaram pelo
projeto e dedicam um tempo maior para aprender a cuidar do local.
O estudante Waldglaf Alves dos Santos, 12, conta que conseguiu fazer
uma pequena horta em casa. Ele, que já aprendeu noções de plantio e
adubação, pediu ajuda aos pais e plantou algumas hortaliças no quintal.
“Vi quando estavam limpando o terreno e me interessei em aprender”,
falou.
Outro aluno, Kelve Santos Silva, 10, disse que participou da confecção
das placas para identificar as espécies cultivadas na horta e aprendeu a
plantar, cultivar e colher os produtos. “Antes não comia verdura, mas
agora sei que é bom para saúde”, disse.
G1 Al
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