Um estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, divulgado hoje (1º),
mostra que a lenta velocidade nos avanços nas áreas de saneamento
compromete a possibilidade de o país atingir a universalização de água
tratada e coleta e tratamento de esgoto nos próximos 20 anos, prazo
contido no Plano Nacional de Saneamento Básico do Governo Federal
(Plansab). A pesquisa é baseada em dados de 2011, os mais atuais, do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) do Ministério
das Cidades.
De acordo com o levantamento, a oferta de água tratada em 2011, nas
100 maiores cidades, melhorou em comparação a 2010. Em 2011, o serviço
teve crescimento de 0,9 ponto percentual – passou a atingir 92,2% da
população, número bem superior à média do país (82,4%).
Já a coleta de esgoto chegou nessas cidades a 61,40% da população (a
média no país é 48,1%), um crescimento de 2,3 pontos percentuais em
2011 ante 2010. “Quase metade das maiores cidades [47], no entanto, tem
índices abaixo de 60%, o que torna muito difícil alcançarem a
universalização até 2030, a se manter este ritmo de crescimento”,
destaca o estudo.
Em relação ao volume de esgotos tratados, o índice nas 100 maiores
cidades chegou a 38,5%, muito similar aos 37,5% a média do país. “É o
serviço mais distante da universalização no saneamento. Em 2030, a se
manter esse ritmo de avanços, estaremos longe de ter todo o esgoto
tratado nas 100 maiores cidades”, ressalta a pesquisa.
As perdas financeiras pelo mau uso da água em 2011 foi maior nas
cidades maiores. Nesses municípios, o índice foi 40,08%, pior que a
média do país (38%). Apenas quatro cidades apresentaram perdas menores
que 15%; 22 delas tiveram índices entre 15 e 30%. “Isso significa que
74% das cidades apresentaram perdas maiores que 30%, sendo que 14 delas
com perdas acima de 60%”.
Entre as 100 maiores cidades brasileiras, o município de Uberlândia
(MG) é o que oferece à população o melhor serviço de saneamento básico. A
cidade mineira é seguida por Jundiaí (SP), Maringá (PR), Limeira (SP),
Sorocaba (SP), Franca (SP), São José dos Campos (SP), Santos (SP),
Ribeirão Preto (SP) e Curitiba (PR). Já a cidade que oferece o pior
serviço, dentre as 100 maiores, é Ananindeua (PA), seguida por Santarém
(PA), Macapá (AP), Jaboatão dos Guararapes (PE), Belém (PA), Porto Velho
(RO), Duque de Caxias (RJ), São Luís (MA), Teresina (PI) e Aparecida de
Goiânia (GO).
Agência Brasil
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