O aumento do preço de insumos, como milho e soja, que afetou a
produção de ração animal, e a forte seca que assolou o país, em especial
as regiões Norte e Nordeste, prejudicaram o desenvolvimento da pecuária
nacional no ano passado. É o que revela a pesquisa Produção da Pecuária
Municipal (PPM), divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve queda em praticamente todos os portes de rebanhos brasileiros.
Os asininos e os muares apresentaram as maiores reduções (7,4% e 3,8%,
respectivamente) entre os de grande porte. A menor queda nesse segmento
ocorreu entre os bovinos de corte e de leite (-0,7%), que são “o grande
personagem da pecuária nacional”, conforme destacou o engenheiro
agrônomo Otávio Oliveira, gerente de Pecuária do IBGE e responsável pela
pesquisa.
Já nos rebanhos de médio porte, as maiores quedas foram observadas em
caprinos (-7,9%) e ovinos (-5%), enquanto a menor redução (-1,3%) foi
vista no efetivo de suínos. Entre os rebanhos de menor porte, coelhos
tiveram a maior queda (-12,4%). O efetivo de galinhas caiu 1,4% e o de
galos, frangas, frangos e pintos experimentou redução de 1,9%. “A
conjuntura não favoreceu as atividades, de maneira geral”, comentou o
pesquisador, em entrevista à Agência Brasil.
A exceção foi o efetivo de codornas, que mostrou expansão de 5,6%,
estando concentrado, principalmente, em São Paulo, que responde por
51,1% do total. A valorização de 27% no preço dos ovos de codorna tornou
a atividade mais atrativa. Em consequência, a produção cresceu 9,4%. “O
preço médio do ovo de codorna subiu bastante, tornou a atividade mais
atraente e houve a resposta dos produtores, aumentando o plantel”, disse
Oliveira.
O engenheiro disse que a variação de queda foi menor entre os
bovinos, porque os fatores que influenciaram a pecuária geral, em 2012,
afetam menos os animais de grande porte que estão mais concentrados no
Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, regiões nas quais as pastagens
sofreram menos. O efetivo de bovinos somou, em dezembro do ano passado,
211,279 milhões de cabeças, levando o Brasil a ocupar o segundo lugar no
ranking mundial, atrás da Índia, cuja criação, diferentemente da
brasileira, não tem fins comerciais.
Por regiões, a Norte foi a única a apresentar aumento do plantel
bovino (1,3%), puxado pelos desempenhos do Pará, com expansão de 1,9%,
Acre (3,3%) e Tocantins (0,7%). As maiores variações relativas foram
observadas, porém, no Amapá (12%) e em Roraima (5,4%), mas esses estados
têm pouca representatividade nacional, segundo a pesquisa. A maior
queda do efetivo de bovinos foi registrada no Nordeste (-4,5%), com
destaque para as retrações de 28,6%, 24,2% e 18,1%, apuradas,
respectivamente, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte.
Os maiores efetivos de bovinos foram encontrados, em 2012, nos
estados de Mato Grosso (13,6%), Minas Gerais (11,3%), Goiás (10,4%),
Mato Grosso do Sul (10,2%) e do Pará (8,8%). Em conjunto, essas
participações representaram 54,4% do efetivo nacional, no ano passado.
Em termos de municípios, a liderança foi exercida por São Félix do
Xingu, no Pará; Corumbá e Ribas do Rio Pardo, ambos no Mato Grosso do
Sul.
As principais criações do país, depois de bovinos, tanto em termos de
valor econômico como de produção, são as de aves e de suínos. Otávio
Oliveira destacou, porém, que a PPM não levanta o valor de produção, mas
a quantidade de animais existentes em 31 de dezembro de 2012. A
pesquisa revela que o efetivo de galináceos alcançou 1,245 bilhão de
cabeças no ano passado, com redução de 1,8% em relação a 2011. A Região
Sul concentrava 49,5% do total nacional de aves.
Já o rebanho de suínos somou 38,796 milhões de cabeças em 2012,
mostrando queda de 1,3% no número de animais alojados, comparativamente
ao ano anterior. O Brasil ocupou a quinta posição entre os maiores
produtores mundiais de carne de suínos e apresentou o quarto maior
efetivo dessa espécie animal. Novamente, o Sul deteve a maior
participação nacional (49,5%), com destaque para Santa Catarina, com
19,3%.
Apenas duas regiões mostraram aumento do efetivo de suínos. No
Sudeste, o crescimento foi 1,5% e, no Sul, 0,6%. A maior queda no
rebanho foi observada na Região Centro-Oeste (-7,8%).
Agência Brasil
Amigo Professor Valnir!
ResponderExcluirParabéns pelo blog!
Conheço bem essa realidade da seca no nosso semiárido paraibano e realmente essa é a maior seca dos últimos 100 anos...
O rebanho bovino está sendo dizimado a cada dia;e o número só tende a aumentar,visto que esses meses do final de ano só aumentarão as temperaturas e consequentemente as mortes dos poucos animais que ainda resistem...Essa é uma triste realidade,pois não consegue-se perceber ações efetivas dos governantes para aliviar os sintomas dessa grande estiagem!
Abraço!
Paulo Romero.
Meliponário Braz.