quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Marca transforma poluente de jeans em água potável e tijolos


Todos sabem que a indústria têxtil é responsável por uma quantidade absurda de poluição. Da produção ao pós-venda de roupas, muitos resíduos são gerados. Na contramão desta prática, têm surgido diversas marcas sustentáveis, mostrando que é possível ter o compromisso ambiental como premissa. Uma destas empresas que têm se destacado é a marca norte-americana Everlane.

Para começar, a marca exibe aos clientes o custo da hora de trabalho dos costureiros, os preços dos materiais, processos de fabricação e entrega. Por meio de infográficos, ela mostra que o slogan “Transparência Radical” não é conversa furada.

Outro ponto que chamou atenção dos consumidores é a qualidade das peças. Tanto que há cerca de um ano a marca lançou um modelo de sapatos que já na primeira semana criou uma lista de espera com mais de seis mil pessoas. E uma vez que a indústria da moda está entre as mais poluidoras do mundo, é importante que ao menos os produtos tenham qualidade para serem duráveis.


Entre tantos desafios deste mercado, a marca está focando em algo essencial para produzir Jeans: o Denim. A fabricação deste tecido de algodão é extremamente poluidora, pois contamina a água e, quando não tratada, vai parar nos rios e oceanos. Por isso, a Everlane teve que procurar muito até encontrar a fabricante Saitex, localizada no Vietnã, que é comprometida com a sustentabilidade.

A fábrica possui painéis solares, captação de água da chuva e tecnologias que reduzem os poluentes da produção de denim. Além disso, usa cerca de mil litros de água para produzir um jeans (o que já é muito melhor do que os 11 mil litros praticados normalmente) e ainda tem a meta de reduzir em 30% nos próximos anos.

Mas, talvez o ponto mais interessante de todos são as máquinas que filtram a água contaminada tornando-a potável. Deste processo, sobra um subproduto grosso que combinado com cimento transformam-se em tijolos. Achou pouco? Estes tijolos ainda são usados para fazer casas para pessoas com necessidade.

“Foi difícil encontrar um proprietário comprometido com a fabricação limpa. A maioria dos proprietários de fábrica mantêm o padrão mínimo. Mas Sanjiv Bahl (fundador da fábrica), que é budista, acredita em deixar o mundo como um lugar melhor do que é”, afirmou Michael Preysman, fundador e CEO da Everlane, ao site Fast Company. A marca ainda desenhou peças que prometem sobreviver às tendências da moda.

O próximo passo é criar jeans cuja necessidade de lavagem seja menor. Neste ponto, a empresa pode se inspirar na Levis.

Redação CicloVivo

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Cientistas criam bactéria 'ciborgue' que gera combustível verde a partir da luz do sol


Cientistas criaram micro-organismos cobertos por semicondutores que, assim como as plantas, podem gerar energia a partir da luz do sol, dióxido de carbono e água, mas de forma muito mais eficiente. 

As bactérias "ciborgues" produzem ácido acético, que pode ser transformado em combustível e em plástico.
Durante testes realizados em laboratório, a bactéria se provou muito mais eficiente em absorver energia do sol do que as plantas. 

O estudo foi apresentado em um encontro da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês) em Washington, nos Estados Unidos. 

Há muitos anos cientistas vinham tentando replicar artificialmente a fotossíntese.

Ciborgues

Na natureza, a clorofila é a chave para esse processo, ajudando as plantas a converter gás carbônico e água, usando a energia solar, em oxigênio e glicose. 

Mas cientistas dizem que esse processo, embora funcione, é relativamente ineficiente.
Isso tem representado um grande problema para a maioria dos sistemas artificiais desenvolvidos até agora. O experimento busca aprimorar essa eficiência ao equipar a bactéria com "painéis solares". 

Depois de estudarem a antiga literatura sobre a microbiologia, pesquisadores perceberam que algumas bactérias têm uma defesa natural contra cádmio, mercúrio ou chumbo, o que permite a esses micro-organismos transformar metais pesados em um sulfureto, caracterizado por um minúsculo semicondutor cristalino em suas superfícies. 

"É ridiculamente simples, aproveitamos uma habilidade natural dessas bactérias que nunca foi examinada através das lentes dos microscópios", diz Kelsey Sakimoto, da Universidade de Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos. 

"Nós as cultivamos e introduzimos uma pequena quantidade de cádmio, e organicamente essas bactérias produzem cristais de sulfeto de cádmio que então se aglomeram no topo de seus corpos", acrescenta.
"Você as cultiva em um líquido e adiciona pequenas gotas de solução de cádmio. Após alguns dias, aparecem esses organismos fotossintéticos", explica Sakimoto. 

"É tudo muito simples, é como uma alquimia."

Essas bactérias "encorpadas" produzem ácido acético, essencialmente vinagre, a partir do gás carbônico, água e luz. A eficiência do processo é de 80%, quatro vezes maior do que o nível de painéis solares comerciais e mais do que seis vezes o nível da clorofila. 

Luz solar

Sakimoto diz acreditar que essas bactérias podem ser mais eficientes do que outras iniciativas de gerar combustível verde a partir de fontes biológicas. 

Atualmente, outras técnicas de fotossíntese artificial exigem eletrodos sólidos e caros.
Já o processo que usa a bactéria "ciborgue" só exige vasos grandes cheios de líquido expostos ao sol - a partir daí, as bactérias se autorreplicam e se autorregeneram. 

Trata-se, portanto, de uma tecnologia de baixo resíduo e que deve gerar mais resultados em áreas rurais ou em países em desenvolvimento. 

As pesquisas foram realizadas na Universidade da Califórnia em Berkeley, no laboratório de Peidong Yang.

"O objetivo da pesquisa no meu laboratório é essencialmente "superalimentar" bactérias não fotossintéticas ao fornecer a elas energia na forma de elétrons de semicondutores, como sulfureto de cádmio, que absorvem a luz de forma mais eficiente", diz Yang. 

"Agora estamos buscando absorvedores de luz mais benignos do que o sulfureto de cádmio para fornecer à bactéria a energia que vem da luz", acrescenta. 

Os pesquisadores dizem acreditar que o processo, embora constitua um passo novo e importante, pode não ser a tecnologia que prevalecerá. 

"Há tantos sistemas surgindo e realmente só começamos a explorar as diferentes formas de combinar química e biologia", explica Sakimoto. 

"Há uma possibilidade real de que há alguma tecnologia que vai surgir e melhorar nosso sistema", conclui. 

G1 Saúde

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Cães ficam azuis após contato com resíduos químicos em rio na Índia


Cães de rua estão adquirindo uma pelagem azulada na área de Taloja, em Mumbai, na Índia. O fenômeno é causado pelo contato com resíduos químicos despejados em um rio no qual os animais costumam entrar em busca de água e comida.

Segundo o jornal indiano “Hindustan Times”, o rio Kasadi recebem tanto lixo industrial sem qualquer tipo de tratamento que seus níveis de poluição estão atualmente 13 vezes acima do limite considerado seguro para seres vivos.

A região onde os cães vivem tem cerca de mil indústrias, ainda de acordo com o jornal, entre companhias farmacêuticas, de alimentos e engenharia. Mais de 75 mil pessoas trabalham no local.

No sábado (12), um grupo de proteção animal fotografou pelo menos cinco cães diferentes cuja pelagem está claramente azulada. Um deles, anteriormente todo branco, mostra os sinais mais visíveis.

De acordo com guias de controle de poluição, as águas de um rio que tenha mais de 3 miligramas por litro de demanda bioquímica de oxigênio (BOD, na sigla em inglês) são impróprias para consumo humano, e acima de 6 mg/l peixes já não sobrevivem. Um teste realizado pela Corporação Municipal Navi Mumbai constatou que a BOD do rio Kasadi chegou a 80 ml/l. 


(Fonte: G1)

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Eclipse total vai obscurecer o Sol em faixa de terra dos EUA; veja 5 curiosidades


Na próxima segunda-feira (21), os moradores de uma faixa de terra dos Estados Unidos poderão observar um fenômeno pouco frequente na Terra: um eclipse solar total. Ele ocorre quando a lua passa entre o sol e o nosso planeta, causando uma sombra e bloqueando os raios de luz. Serão 2 minutos e 40 segundos de completa escuridão.

No Brasil, o fenômeno poderá ser visto de forma parcial. Quanto mais ao norte estiver o observador, maior será a intensidade. No topo do país, a escuridão deve chegar a 50%. Veja o infográfico para entender o eclipse desta segunda: 


O G1 mostra, então, 5 curiosidades sobre o fenômeno para ir "aquecendo": 

As informações são da Nasa.
 
1. Qual foi o primeiro eclipse registrado?
 
Os historiadores acreditam que os dois astrólogos chineses Hsi e Ho observaram um eclipse total em 22 de outubro de 2134 a.C, mas não conseguiram prever que aconteceria. Em 3 de maio de 1375 a. C., os babilônios conseguiram adiantar que a escuridão estava para ocorrer e observar mais "preparados" -- os primeiros registros assustavam os habitantes, que achavam que era um indício do fim do mundo. 

2. Como posso fotografar um eclipse solar?
 
Você precisará comprar um filtro para evitar que os raios danifiquem a câmera. O ideal é esperar que o sol seja totalmente coberto pela lua, assim não é necessário proteger o equipamento. Vale lembrar que é importante não olhar diretamente para o sol -- os raios também podem machucar os olhos e causar problemas à visão. 

3. Os animais mudam o comportamento durante o evento?
 
A Nasa disse que recebeu muitos relatos de animais agindo diferente durante os eventos, especialmente os pássaros. De acordo com a agência, os bichos são surpreendidos pela totalidade da escuridão e acabam reagindo, muitas vezes se escondendo. 

4. Quando será o próximo eclipse solar total no Brasil?
 
Em 30 de abril de 2041. São 24 anos! O fenômeno é realmente raro. 

5. A temperatura cai durante o fenômeno?
 
Sim. Pode ser igual à queda de temperatura notada entre o período da tarde e a noite nos dias normais. Como o tempo total deste eclipse do dia 21 de agosto é curto, a temperatura não deve cair muito. 



G1

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Oito dicas simples que ajudam seus filhos a praticarem a sustentabilidade


Parte importante da educação, cidadania e o respeito com o meio ambiente precisam começar em casa. A ajuda dos pais em conversas com seus filhos sobre o que é o consumo e seus efeitos, ensiná-los temas como descarte do lixo, explicar-lhes o que é e como funciona a reciclagem são iniciativas que ajudam as crianças a construir melhor entendimento sobre questões ambientais e desdobrá-lo em atitude e comportamento sustentáveis. De maneira complementar a essa educação ambiental doméstica, importa a ajuda da escola e seus professores, algo fundamental. Existem instituições de ensino que se diferenciam pela apresentação dos conceitos e práticas da sustentabilidade para crianças já em seus primeiros anos na escola, algo que vale à pena pesquisar na escolha do espaço que lhes ajudará a formar aqueles, que tanto ouvimos falar, sobre as tais gerações futuras.

Voltando para casa, há diversas formas de desenvolver o tema com a molecada, e a criatividade não precisa de limites. Sugerimos algumas iniciativas legais que podem ser um bom começo.
Curta aqui dicas sobre como ajudar seus filhos a cultivarem uma visão mais ecológica e sustentável do mundo e suas relações:

1) Árvores

Uma forma de aproximar a criança à natureza é conversar sobre o que são as árvores, sua importância simbólica e prática, seus ciclos e ensiná-la a plantar uma. Aproveite para fazê-lo da forma mais descontraída possível. Acompanharem juntos o crescimento dela pode ser uma experiência das mais especiais.

2) Interruptores de luz com desenho de super-herói

Uma das melhores maneiras de se conservar energia em casa é desligando as luzes que não estejam sendo usadas, aquela lâmpada ligada onde não há ninguém a ser iluminado. E isso serve para todos os cômodos da casa, desde salas, quartos até banheiros e áreas de serviço. O ato de apagar a luzes é mais fácil para o adulto lembrar, mas para as crianças isso é parecido com memorizar a tabela periódica dos elementos ou a tabuada. Por isso, que tal um interruptor com o desenho do super-herói ou personagem favorito das crianças, para incentivá-las a apagar a luz. Aproveite para dizer que o Batman, por exemplo, está de olho para que apaguem as luzes.

3) Transforme o tempo de banho em uma corrida

Se você conseguir encurtar o tempo de banho em sua casa por apenas um ou dois minutos, você vai economizar até 150 litros de água por mês. Para ajudar a acelerar o tempo de banho da criançada, aproveite para cronometrar o tempo deles no chuveiro e ofereça recompensas pequenas caso ele consiga bater o tempo estipulado ou se fizer um tempo melhor do que o último banho. Só que na regra da brincadeira precisa ficar claro que não vale pular a parte da higiene pessoal por causa de um prêmio. Se por acaso seu filho gostar de assistir ou praticar esportes que envolvem corrida, aproxime essa paixão ao cotidiano.

4) Bilhete perto da torneira do banheiro

Outra maneira de se conservar água é fechar a torneira do banheiro quando não a está usando. Certifique-se que seus filhos estão fechando a torneira enquanto escovam seus dentes. Vale lembrar que isso serve também para os adultos, quando estão fazendo a barba, passando fio dental ou qualquer outra higiene pessoal. Os mais velhos precisam dar o exemplo para os mais jovens seguirem. Coloque então um pequeno bilhete, por escrito, perto da sua torneira para refrescar sua memória e a dos seus filhos.

5) Brigada dos carregadores

Se suas crianças possuem seus próprios celulares ou quaisquer outros aparelhos, provavelmente elas também possuem um monte de carregadores. Mesmo quando não estão conectados a algum desses aparelhos, os carregadores continuam a consumir eletricidade, por isso é melhor desconectá-los quando não estiverem em uso. Se por acaso encontrar dificuldades na prática dessa regra, a associação descontraída da suspensão de alguma regalia por curto período de tempo associada a cada carregador encontrado plugado na tomada pode ser uma alternativa legal. E isso pode servir também para vídeo-games, TVs, aparelhos de som, etc.

6) Coloque as crianças no comando da reciclagem

Para mudança dos hábitos dos seus filhos, em qualquer assunto, que tal colocá-los no comando das ações? Atribua à molecada o controle da reciclagem, pois assim entenderão sua importância e darão mais valor à separação do lixo doméstico.

7) Dia de limpeza

Escolher um dia da semana como sendo o dia de limpar a casa. Chame seus filhos para ajudar retirando o que é lixo. Isso serve tanto para casa como na escola, em que um grupo de alunos interessados se junte para limpar a escola pegando lixo da própria e de suas calçadas mais próximas. Fazer um mutirão de limpeza, explicando a necessidade da coleta e destinação adequadas dos resíduos e os impactos no caso de não fazê-lo adequadamente.

8) Reaproveitando a água da chuva

Mostre as crianças que a água da chuva pode ser reaproveitada. Basta a criança colocar um balde fora da casa com uma pedra dentro, para não tombar, e esperar a chuva. Quando parar é só pegar esse balde e usar essa água para molhar as plantas que estão dentro de casa ou mesmo nos sanitários. Isso fica mais fácil de ser feito se você morar em uma casa, mas se morar em apartamento basta descer no térreo.

Jogos online ecológicos

Além dessas dicas, existem maneiras de interagir com as crianças transmitindo a mensagem de responsabilidade sócio-ambiental associada à brincadeira. Para essa nova geração, que surge imersa nos meios digitais existem diversos jogos que fazem com que a criança teste seus conhecimentos sobre meio ambiente e sustentabilidade, como criar um vilarejo mais sustentável ou um personagem que precisa plantar árvores e enfrentar lenhadores que querem desmatar. Ou ainda um jogo um pouco mais elaborado onde o usuário tem contato com as políticas ambientais e soluções em sustentabilidade para o planeta. Aproveite para incentivar seus filhos a jogar esses tipos de jogos e realizar “quizzes” sobre o assunto.

(Via eCycle)

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

9 retrocessos ambientais do governo Michel Temer


Pautas complexas referentes ao meio ambiente, que interessam principalmente ao setor dos agronegócios e estavam há tempos sendo negociadas no Congresso, têm passado com facilidade na gestão de Michel Temer (PMDB).

Fragilizado, o governo precisa do apoio dos parlamentares para aprovar reformas e, principalmente, nesta quarta-feira, dia 2, barrar a denúncia contra o presidente, que é o primeiro no exercício do mandato a ser acusado de ter cometido um crime comum (corrupção passiva).

Neste contexto, aprovações a projetos de interesse da bancada ruralista, uma das mais poderosas na Câmara, passaram a ser usadas como moeda de troca pelo Planalto.

Catraca Livre conversou com três ONGs que acompanham de perto essas discussões em Brasília e levantaram nove pontos em que o governo Temer contribuiu com o retrocesso ao tema ambiental, colocando em risco conquistas obtidas desde os anos 90. Eis os pontos destacados por Mario Mantovani, da SOS Mata Atlântica, Márcio Astrini, do Greenpeace, e Nathália Helena Medeiros Santos, do WWF:

1. Anistia a grileiros

O presidente assinou medida provisória que aumenta a anistia a donos de terras ocupadas ilegalmente na Amazônia. Com a MP, a área total do lote que poderá ser legalizada aumentou de 1.500 para 2.500 hectares (o equivalente a 2.500 campos de futebol, portanto, grandes proprietários). Quem ocupou terras ilegalmente até 2011 poderá ser beneficiado, em vez do prazo anterior, que era 2004. A lei facilita a regularização de proprietários que agiram de má-fé, dizem os ambientalistas, já que não há corte de avaliação (se houve desmatamento ilegal, ou algum outro crime para a ocupação da área, não há restrição.

2. Agrotóxicos

Projetos em discussão na Câmara preveem facilitar o registro de produtos de forma quase compulsória, flexibilizar o registro de novas substâncias (mesmo que tenham sido reprovadas em outros países), retirando a avaliação dos impactos na saúde, por meio da Anvisa, e no meio ambiente como determinantes para aprovação. Até mesmo o termo "agrotóxico" pode deixar de ser usado, passando a ser “defensivo fitossanitário”, uma forma de maquiar o potencial danoso à saúde das pessoas e também ao ambiente que esses produtos podem causar. O governo estuda até assinar uma medida provisória para regular o assunto, o que impediria os debates necessários para se avaliar as propostas.

3 . Código Florestal

A bancada ruralista tenta flexibilizar o Código, para, entre outros motivos, "acabar com a função social da terra", segundo Mantovani. Há duas dificuldades principais para a aplicação da lei, segundo os ambientalistas: agronegócio pede a ampliação do prazo para ao Cadastro Ambiental Rural (que reúne informações de todas as propriedades) e também para o prazo estipulado para a recuperação da terra, e o governo pode ceder.

5. Desmatamento

A tendência de queda do desmatamento no Brasil sofreu alteração e, em 2016, houve um aumento de 58%, segundo estudo da SOS Mata Atlântica e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os resultados ruins fizeram com que a Noruega, maior financiadora do Fundo Amazônia, decidisse cortar pela metade os valores de investimentos previstos para a proteção ambiental da área neste ano.

6. Licenciamento ambiental

Três projetos de lei buscam tirar o controle do licenciamento ambiental para grandes produtores (de qualquer atividade agrícola, pecuária ou de silvicultura), permitir a flexibilização do licenciamento por Estados (o que pode gerar uma corrida de flexibilização para que os Estados atraiam mais investimentos), enfraquecer os órgãos de licenciamento (Funai, Fundação Cultural Palmares, ligados à proteção do patrimônio cultural/histórico e de gestão de unidades de conservação) e, também, o sistema de responsabilidade civil ambiental.

7. Redução das áreas protegidas

Somando duas medidas provisórias em pauta no Congresso, ficarão desprotegidos mais de 1 milhão de hectares
de Unidades de Conservação a Amazônia, no Estado do Pará, em uma área já marcada por conflitos fundiários,
avanço do desmatamento e crimes como corte ilegal de madeira, garimpos clandestinos e
grilagem de terras públicas. Além da Amazônia, todas as UCs são atingidas, incluindo a mata Atlântica, que, por estar mais próxima às cidades, está mais exposta.

8. Terras indígenas

Um projeto de lei e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ameaçam terras indígenas já demarcadas, ao permitir a exploração de recursos e a mineração nas áreas, além de inviabilizar novas demarcações .

9. Vendas de terras para estrangeiros

Propostas preveem que terras públicas sejam liberadas para estrangeiros, um tema complexo que envolve assuntos ligados à segurança nacional, no caso de áreas próximos às fronteiras. Além disso, essa autorização pode provocar um aumento do preço da terra, o aumento do desmatamento, especulação imobiliária, pressão para a expansão da fronteira agrícola em áreas de proteção/conservação, entre outros pontos.

 
Catraca Livre

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Mistério das águas escuras nas Cataratas do Niágara é desvendado


Quando as águas das famosas Cataratas do Niágara, na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá, apareceram escuras e fedidas, no último sábado, visitantes ficaram em alerta. O temor era de que se tratasse de um vazamento de óleo. 

Nesta segunda-feira (31), porém, o mistério foi desvendado.
A mancha escura malcheirosa foi causada por resíduos produzidos pelos filtros de carvão que são usados para limpar a água. 

Esses resíduos foram despejados na água durante trabalhos de manutenção no sábado, segundo autoridades americanas.

A Niagara Falls Water Board (NFWB), administradora do local, pediu desculpas pelo alarme causado entre moradores e turistas. 

Em comunicado, a administradora disse que a "água tingida" era resultado de "mudanças rotineiras, necessárias e de curto prazo feitas no processo de tratamento dos resíduos" na planta da NFWB perto da cidade americana de Buffalo. 


"A água escurecida continha alguns sólidos acumulados e resíduos de carbono, dentro dos limites permitidos. Não havia ali nenhum tipo de óleo ou solvente orgânico", agregou o comunicado. "O odor infeliz limitou-se ao cheiro normal de descarga de água de esgoto." 

Autoridades dizem que a planta de tratamento tinha autorização para liberar os resíduos na água.
Um dos primeiros a notar o escurecimento das águas foi Pat Proctor, vice-presidente da Rainbow Air, que realiza tours de helicóptero sobre as cataratas. 

Ele afirmou que os resíduos escuros continuaram nas águas por diversas horas no sábado, até se dissiparem.
"Eu só rezava para que não fosse um vazamento de óleo", disse Proctor à BBC. "(A mancha) se espalhou por meia milha (800 metros), parecia muito ameaçadora e tinha um cheiro horrível." 

Em geral, descargas desse tipo não ocorrem durante as temporadas altas no turismo (caso do fim de semana passado), queixou-se.


G1