Dois tipos de vírus gigantes descritos na edição desta semana na
revista “Science” podem representar um grupo totalmente inusitado na
árvore da evolução dos seres vivos. Os dois foram identificados na
Austrália e no Chile, e ganharam o nome de pandoravírus, porque os
cientistas consideram que sua descoberta é como abrir uma caixa de
Pandora, cheia de surpresas.
Na revista, os autores franceses Jean-Michel Claverie e Chantal
Abergel, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na sigla em
francês), apresentam suas descobertas destacando que os pandoravírus não
têm "semelhança genômica ou morfológica com nenhuma família de vírus
previamente definida".
Um dos pandoravírus foi identificado no mar, perto da costa central do
Chile, e chega a ter 1 micrômetro de tamanho (1 milésimo de milímetro). O
outro, um pouco menor, estava no barro de um lago de água doce perto de
Melbourne, na Austrália.
Além de terem tamanho que chega a cem vezes o de outros vírus, os dois
exemplares têm o DNA mais longo já visto entre seus pares, maior até que
o de alguns tipos de bactérias. Isso é um forte argumento contra a
ideia de que os vírus são seres simples demais para serem considerados
vivos.
G1
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