Uma flor cor-de-rosa vibrante, da espécie Chamerion angustifolium, costuma crescer em regiões de florestas ao sul do Ártico que foram queimadas anteriormente. A planta, conhecida nos EUA como fireweed,
é nativa do Hemisfério Norte e pode se tornar cada vez mais comum, com o
aumento da frequência de incêndios nas áreas abaixo do Polo
Norte. Essa é a previsão de um novo estudo feito pelas
universidades de Illinois, Idaho, Minnesota e Washington. Os resultados
foram publicados na revista “Proceedings of the National Academy of
Sciences” (PNAS), na segunda-feira (22).
Segundo os autores, liderados por Ryan Kelly e Feng Sheng Hu, as
queimadas nas florestas subárticas têm sido as maiores desde o
estabelecimento da vegetação moderna nesses locais, há 3 mil anos.
Os cientistas usaram registros de carvão vegetal e pólen da região de
Yukon Flats, no Alasca, para documentar os incêndios florestais
ocorridos nos últimos 10 mil anos. Essa área úmida de baixa altitude,
florestas e pântanos fica na confluência dos rios Yukon, Porcupine e
Chandalar, no centro do estado americano.
Entre 6 mil e 3 mil anos atrás, a frequência de incêndios e áreas
atingidas aumentou, e esse período coincidiu com a expansão de uma
árvore conífera da espécie Picea mariana, considerada altamente
inflamável. Depois disso, de mil a 500 anos atrás, predominou um clima
quente e seco, semelhante ao visto nas últimas décadas.
Foi nessa época que incêndios graves promoveram uma abundância de
espécies de plantas resistentes ao fogo, que limitaram o potencial das
chamas.
O recente aumento dos incêndios florestais também tem convertido
grande parte da paisagem de Yukon Flats em um mosaico de vegetação de
menor inflamabilidade. A alta frequência de queimadas dos últimos anos,
porém, pode sinalizar a transição para um regime de atividade de fogo
sem precedentes no local, sugerem os autores.
G1
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