Os trabalhos de descontaminação radioativa da área de Fukushima,
epicentro da crise nuclear do Japão em 2011, custarão aproximadamente R$
114,6 bilhões, um valor quatro vezes acima do previsto pelo governo,
revelou nesta quarta-feira (24) um estudo apresentado por especialistas
do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Avançadas do Japão
(AIST).
Um grupo de trabalho do AIST calculou que o custo da limpeza pelo
acidente na zona de exclusão alcançará aproximadamente R$ 44,1 bilhões,
enquanto o restante da província afetada custaria mais R$ 66,1 bilhões.
Após o tsunami, que em março de 2011 causou a pior crise nuclear desde
Chernobil na usina de Fukushima Daiichi, o governo iniciou os trabalhos
de limpeza e decretou uma zona de exclusão de 20 quilômetros em torno da
central devido aos altos índices de radiação, o que mantém afastadas
dezenas de milhares de pessoas.
A estimativa se baseia nas despesas realizadas pelo governo e nos dados
apresentados pelas prefeituras locais, que incluem o custo da mudança e
armazenamento de resíduos radioativos, assim como o da terra
contaminada.
Até o momento, o governo central já destinou mais de R$ 22 bilhões para
os trabalhos de limpeza e descontaminação, informou a agência "Kyodo".
O projeto, que está atrasado, recebeu críticas por sua falta de
efetividade, já que os níveis de radiação se mantêm elevados em algumas
áreas, inclusive depois da suposta descontaminação.
Uma das especialistas responsáveis pelo estudo, Junko Nakanishi,
criticou em declarações recolhidas pela emissora pública "NHK" o fato de
que o governo está desenvolvendo os trabalhos sem saber quanto custará
para conseguir atingir os níveis de limpeza exigidos pelos residentes,
alguns deles ainda evacuados.
Neste sentido, algumas organizações ambientalistas - como o Greenpeace,
por exemplo -, qualificaram os trabalhos de descontaminação de
Fukushima como "irregulares e insuficientes".
G1
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