Segundo o Conselho de Alimentação e Agricultura da Dinamarca, em
apenas cinco anos o país conseguiu reduzir o desperdício de alimentos em
25%. O exemplo bem-sucedido do país europeu é fruto de debates públicos
intensos sobre o tema, mas também de alguns hábitos comuns à rotina dos
dinamarqueses.
Ciente destas diferenças e dos trabalhos de conscientização
realizados na Dinamarca, o autor Jonathan Bloom, que escreve para a
National Geographic, listou alguns destes costumes que colaboram para
que menos comida seja jogada fora. Veja abaixo sete deles:
- Ativismo
A Dinamarca tem uma líder de extrema importância no combate ao
desperdício de alimentos. A principal ativista sobre o tema no país é a
russa Selina Juul, que se mudou de país quando ainda era uma
adolescente. Ao chegar à Dinamarca, a jovem ficou impressionada com a
quantidade de comida que era normalmente descartada pelas pessoas.
Assim, ela criou um grupo de ativistas que ganhou força entre a
população e espaço dentro do governo. Os esforços individuais podem,
sim, fazer diferença em uma sociedade inteira.
- Combater o desperdício de alimentos está na moda e os dinamarqueses gostam de estar na moda
O assunto é tão popular na Dinamarca que até mesmo a Princesa Marie
compareceu pessoalmente à inauguração de uma loja que comercializa
alimentos fora da data de validade. A Princesa apoia o conceito da loja e
incentiva o comércio de comidas que tenham vencido, mas que continuem
próprias para o consumo humano.
- A Dinamarca é um país pequeno
Para se ter noção do tamanho da Dinamarca, a sua população é menos da
metade da cidade de São Paulo. Por ser um país com as dimensões de uma
cidade, fica muito mais fácil trabalhar o conceito em escala nacional.
As campanhas governamentais conseguem, facilmente, atingir a toda a
população. Mesmo que as dimensões mostrem as dificuldades que outros
países podem ter em atingir resultados semelhantes, o exemplo comprova
que é possível ter resultados extremamente expressivos quando se
trabalha em escalas menores.
- Os dinamarqueses são naturalmente comedidos
Comida é um item caro na Dinamarca. Os dinamarqueses gastam, em
média, 11% do salário apenas para comprar comida, enquanto nos EUA, um
dos países com maior índice de desperdício no mundo, a população gasta
6,4% do orçamento mensal com alimentação. Quando algo custa caro as
pessoas tentem a desperdiçar menos ou a, realmente, valorizar mais
aquilo.
- A maior parte dos dinamarqueses sabe cozinhar
Como comida é algo caro, os dinamarqueses tendem a fazer as refeições
em casa ao invés de comerem em restaurantes com frequência. Quando as
pessoas cozinham ficam muito mais fácil incorporar alimentos que
sobraram na geladeira ou no armário à refeição.
- As geladeiras são pequenas
Quando não se tem muito espaço para resfriar ou congelar alimentos, a
pessoa tende a comprar quantidades menores, justamente para não correr o
risco de perder a comida perecível por não ter como acomoda-la
adequadamente. Isso também ajuda as pessoas a controlarem o que têm em
casa antes de irem às compras, evitando adquirir além do que precisa.
- O governo abraçou a causa e investiu pesado em uma mudança
A grande reviravolta no corte do desperdício de alimentos na
Dinamarca aconteceu quando o governo resolveu abraçar esta causa. No
último ano, o ministro de Meio Ambiente dinamarquês anunciou um subsídio
governamental de US$ 750 mil destinado a projetos de redução do
desperdício de alimentos desde a produção até o consumo. A permissão
para comercializar alimentos fora do prazo de validade também foi
essencial para o sucesso dos projetos. Esta mudança na lei permitiu a
criação de novos negócios e ofereceu diferentes possibilidades para
contornar o descarte de comida, além de disponibilizar alimento com
preços menores.
Redação CicloVivo
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