Três inseticidas mortais para as abelhas estarão proibidos na União
Europeia (UE) durante dois anos a partir de julho, anunciou nesta
segunda-feira a Comissão Europeia após uma votação que demonstrou as
fortes pressões da indústria e dos “lobbies” agrícolas. Matéria da AFP, no UOL Notícias.
Quinze países, entre eles França e Alemanha, votaram a favor da
proposta de proibição apresentada pela Comissão Europeia. Oito países,
entre eles Reino Unido, Itália e Hungria, votaram contra, e quatro,
entre eles a Irlanda, se abstiveram.
Concretamente, a Comissão Europeia suspenderá durante dois anos a
utilização de três neonicotinoides – clotianidina, imidacloprid e
tiametoxam – presentes em pesticidas fabricados para quatro tipos de
cultivos: milho, colza, girassol e algodão.
“As abelhas são vitais para nosso ecossistema e é preciso
protegê-las, sobretudo porque fornecem uma contribuição anual de 22
bilhões de euros à agricultura europeia”, declarou o comissário europeu
encarregado, Tonio Borg.
Para apresentar sua proposta, a Comissão Europeia se baseou em um
relatório negativo da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA).
Os grandes produtores agrícolas e as multinacionais químicas e
agroalimentícias tentaram bloquear esta decisão. Copa-Cogeca, a união
dos grandes sindicatos agrícolas europeus, pediu para adiar esta
proibição para 2014 e insistiu nas grandes perdas financeiras e sociais
que causará, de 2,8 bilhões de euros, e o perigo de que 50.000 empregos
sejam destruídos.
Já as principais empresas que fabricam estes pesticidas, a alemã
Bayer e a suíça Syngenta – principalmente sob a marca Cruiser OSR –
multiplicaram as pressões para bloquear ou ao menos limitar as
consequências desta proibição.
EcoDebate
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