Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram um
material com grande capacidade de matar bactérias e fungos. A descoberta
trará benefícios a diversas áreas, como saúde, meio ambiente e
eletrônica.
"Ele degrada substâncias orgânicas, pode ser usado para despoluir
rios”, afirmou Elson Longo, coordenador da pesquisa e professor do
Departamento de Química da UFSCar.
Após quatro anos de estudos, os pesquisadores sintetizaram o tungstato de prata utilizando um novo processo que resultou em um composto com propriedades bactericida, fungicida, fotoluminescente e fotodegradante.
Após quatro anos de estudos, os pesquisadores sintetizaram o tungstato de prata utilizando um novo processo que resultou em um composto com propriedades bactericida, fungicida, fotoluminescente e fotodegradante.
“Existem vários compostos e de acordo com a síntese você descobre
propriedades diferentes dele. O tungstato de prata já existia e tinha
sido sintetizado por processos clássicos. Nós sintetizamos por um
processo totalmente diferente, o hidrotermal assistido por microondas”,
explicou Longo.
Importância
A descoberta tem grande importância na área científica e foi destaque na revista britânica "Scientific Reports – Nature", uma das principais publicações do ramo. O artigo dos pesquisadores brasileiros está entre os dez mais lidos, na área geral de ciência, e é o segundo mais lido na categoria de materiais, pela comunidade científica mundial.
O novo material, originário da prata, atua no metabolismo da bactéria e
impede que ela se desenvolva. "Ele não mata e depois a bactéria volta,
ele continua matando. É de terceira geração bactericida, é outro nível
de matar de bactérias", explicou Longo.
A pesquisa prevê ainda outras aplicações para o material, que, por
exemplo, se for misturado a tintas, pode garantir que paredes de
hospitais, e demais locais, estejam definitivamente livres de bactérias e
fungos, como a Cândida, que causa infecções nos seres humanos.
"Também pode ser usado como sistema de descontaminação de água, filtros
de hospitais e de residências, embalagens, para que não cresça
bactérias, e secador de cabelo, para matar as bactérias e elas não irem
para a cabeça da pessoa, entre outros", contou Longo.
Segundo o coordenador do estudo, a pesquisa ainda pretende avaliar melhor as propriedades do material artificial, que passará a ser desenvolvido em escala semi-industrial para novos testes e, pela sua grande eficácia, pode se tornar comercial em poucos meses.
Segundo o coordenador do estudo, a pesquisa ainda pretende avaliar melhor as propriedades do material artificial, que passará a ser desenvolvido em escala semi-industrial para novos testes e, pela sua grande eficácia, pode se tornar comercial em poucos meses.
“É uma nova forma de fazer um produto para a sociedade. Vai ser uma
arma muito poderosa para destruir bactérias", concluiu Longo.
G1 Ciências
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