A África pode perder 20% de seus elefantes nos próximos 10 anos se o
ritmo atual da caça continuar, alerta um relatório publicado nesta
segunda-feira (2) na abertura de uma conferência em Gaborone, Botsuana, dedicada à sobrevivência dos paquidermes.
Em declaração feita em conjunto pela União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUCN), a Conservação sobre o Comércio
Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna Selvagens (Cites) e
a organização de defesa ambiental Traffic, as organizações apontam que
os elefantes sofrem os efeitos da caça furtiva.
"Na África Central, os elefantes sofrem plenamente os efeitos da caça
furtiva, mas no que se refere à importância da caça ilegal em todas as
sub-regiões, até as maiores populações do sul e leste da África
enfrentam um risco, se a tendência não for revertida", indicaram.
"A caça ilegal de espécies na África atinge números muito elevados e
pode levar à extinção local, se o atual ritmo continuar. A situação é
particularmente preocupante na África Central, onde estima-se que a taxa
de caça é duas vezes maior do que a média continental", disse John
Scanlon, secretário-geral da Cites.
Espécies em risco
Em uma população de elefantes estimada em 500 mil na África, cerca de 25.000 foram mortos por caçadores em 2011 - um ano horrível para os elefantes, segundo ambientalistas, e 22 mil em 2012.
O aumento da caça furtiva nos últimos anos parece ser devido,
principalmente, à pobreza e aos déficits de governança nos países de
origem dos elefantes, assim como a crescente demanda por marfim,
especialmente China e Tailândia, explicam as organizações.
"O comércio ilegal de marfim em 2011 chegou ao maior nível em pelo
menos 16 anos e continuou a níveis inaceitáveis em 2012. Segundo os
indicadores preliminares, o comércio ilegal poderia atingir valores
ainda maiores em 2013", lamentaram.
A conferência em Gaborone reúne até quarta-feira representantes dos
países de origem dos elefantes, de trânsito e consumidores de marfim,
que vão tentar adotar 'medidas concretas para acabar com o comércio
ilegal e preservar populações inteiras no continente africano', de
acordo com os organizadores da conferência, a IUCN e o governo de
Botswana.
G1
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