Entre as 11 espécies de tatu e outras milhares de espécies animais que existem no Brasil, o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus),
que pesa 1,5 quilo e mede, no máximo, 50 centímetros, foi o escolhido
para representar a fauna e a cultura brasileiras na Copa do Mundo de
2014, com jogos previstos em 12 cidades brasileiras.
A campanha
para transformá-lo em mascote partiu da Associação Caatinga, organização
não governamental voltada para a preservação do bioma caatinga, que viu
na Copa do Mundo uma oportunidade para salvar o tatu-bola da extinção.
“A
ideia surgiu não só por ser uma espécie nativa e ameaçada, mas também
por ele ter a peculiaridade de, quando ameaçado, se fechar em bola. Além
disso, ele é uma espécie exclusivamente brasileira”, disse o
secretário-executivo da associação, Rodrigo Castro.
No passado, o
animal podia ser encontrado em vasta áreas da caatinga e do cerrado
brasileiros, mas com a pressão da caça e, principalmente, com a
destruição de grandes porções desses biomas, o tatu-bola ficou restrito a
áreas isoladas dos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, da
Paraíba, Bahia, de Pernambuco, Goiás e Tocantins.
Se antes a carne
do mamífero integrava o cardápio de muitos moradores desses estados,
pela abundância e pela facilidade de capturar o animal (já que ele não
cava buracos e seu mecanismo de defesa é virar uma bola), hoje isso não
ocorre mais. O mamífero ainda é caçado para a alimentação, mas
encontrá-lo animal ficou muito mais difícil, de acordo com Castro.
Escolhido
pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), o animal de coloração
amarronzada virou um mascote colorido de verde, amarelo, azul e branco,
com uma bola de futebol na mão. Desde a escolha do símbolo da Copa,
porém, a população tem promovido manifestações de protesto.
Em
outubro deste ano, o imenso boneco de plástico exibido na Esplanada dos
Ministérios, em Brasília, foi atacado e furado com facas por vândalos,
uma semana depois de uma estátua do mascote ter sido destruída durante
protesto em Porto Alegre.
A escolha do nome, Fuleco, também gerou
polêmica. Depois de uma votação popular pela internet, o público
escolheu o nome entre três opções (as outras eram Amijubi e Zuzeco). Nas
redes sociais, usuários protestaram contra o nome (que é uma mistura de
“futebol” e “ecologia”), por considerem feio.
Jornal do Brasil
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