sábado, 13 de abril de 2013

Após erupção solar, Terra pode ter tempestade geomagnética


Erupções ocorridas no Sol nesta semana, consideradas as mais intensas deste ano, podem provocar até o fim da manhã deste sábado (13) uma tempestade geomagnética na Terra, que, dependendo da intensidade, pode afetar sistemas de telecomunicações do planeta e a rede de distribuição de energia elétrica, segundo cientistas.

Na última quinta-feira (11), a agência espacial americana, Nasa, captou explosões na coroa solar que emitiram no espaço jatos com bilhões de partículas que partiram em direção à Terra. Imagens feitas por equipamentos da agência captaram as explosões. Segundo a Nasa, o aumento no número de explosões solares é esperado para este período, em que o Sol está chegando próximo do pico de seu ciclo de atividade, que dura 11 anos.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de São José dos Campos (SP), a massa liberada pelo Sol viaja a uma velocidade de cerca de mil quilômetros por segundo e deve chegar à Terra nesta manhã.

(Correção: ao ser publicada, esta reportagem informou erroneamente que a velocidade da massa liberada pelo Sol viaja a uma velocidade de mil quilômetros por hora. O erro foi corrigido às 11h40.)

No entanto, ainda não há como saber se ela provocará uma tempestade geomagnética e, caso isto ocorra, se terá tamanha intensidade a ponto de afetar equipamentos terrestres ou apenas provocará fenômenos como as auroras boreal e austral, um "show natural" de luzes coloridas que podem ser acompanhadas em regiões próximas aos polos Sul e Norte.

“A tempestade pode ser de dois tipos. Se a nuvem geomagnética estiver na mesma direção do campo magnético da Terra, os efeitos serão mais brandos e podem provocar apenas auroras. No entanto, se a nuvem de massa solar vier na direção oposta ao campo magnético terrestre, aí ocorrem tempestades geomagnéticas”, explicou o pesquisador José Roberto Cecatto, da divisão de astrofísica do Inpe.

O fenômeno é medido em uma escala que vai de G1 a G5 – em que G5 é o nível mais forte. Ele não tem impacto direto sobre as pessoas nem sobre a natureza, mas pode afetar o funcionamento de satélites, GPS e redes de energia.

Além disso, a interferência causada pela radiação solar pode fazer com que algumas companhias desviem rotas de voos próximos aos polos.

“Essa nuvem não é uma das maiores já registradas, mas também não pode ser desprezada. Ela deve gerar alguns efeitos moderados no Brasil, como algumas perturbações na rede de distribuição de energia elétrica, de moderada intensidade. Os efeitos mais significativos podem ocorrer nas altas latitudes”, explica o pesquisador.


Os equipamentos do Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial, ligado ao Inpe, que estão instalados na cidade do interior paulista deverão acompanhar o fenômeno neste sábado.

G1

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