sexta-feira, 12 de abril de 2013

Companheira do MST presa por lutar pela Reforma Agrária e denunciar a privatização da Água no Semi-árido Paraibano.


No dia 08 de março do ano passado, no município de Sousa, Paraíba, cerca de quinhentas mulheres e homens do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra fizeram uma mobilização ocupando o perímetro irrigado das Várzeas de Souza para denunciar a falta de rigor na fiscalização dos lotes irrigados que deveriam ser destinados prioritariamente para fins da reforma agrária, além do uso abusivo e descontrolado de agrotóxicos na produção agrícola de milho pelo Grupo Santana, empresa do agronegócio que mais se beneficia da irrigação.
Mais uma vez, no dia 08 de março de 2013, as mulheres e homens do MST ocuparam a mesma área de bombeamento do açude de coremas reivindicando Água para os assentamentos Nova Vida I e II; Terra para os 350 acampados e acampadas da região; além do cancelamento da licitação dos lotes 20 e 21 que totalizam quase 1000 ha de terras irrigadas. Também denunciamos que o Grupo Santana, empresa do agronegócio, continua sendo quem mais se beneficia das políticas públicas federais e estaduais de acesso a água no semi-árido Paraibano, utilizando essa irrigação na produção de milho e sorgo para fabricação de ração animal, sendo que nesse momento de intensa estiagem, de acordo com a constituição brasileira, essa água deveria ser priorizada para consumo humano, seguido de consumo animal e por último o consumo vegetal e não para gerar lucros nas contas bancárias de empresas do agronegócio.
Como repressão das denuncias realizadas, na tarde de ontem (08/04/2013) a companheira Cícera Soares Timóteo, militante do MST, foi presa e acusada injustamente de roubo, dano do patrimônio privado e incêndio. O grupo Santana principal privilegiado pelas políticas públicas de distribuição de água se coloca como vítima e acusa a Companheira Cícera através do Ministério Público Estadual que entrou com o mandado de prisão.
Nós exigimos a imediata libertação da companheira Cícera e a retirada no mandado de prisão. Seguiremos com as denúncias, resistindo contra a privatização das águas e da terra, e, lutando pela mudança do modelo de produção no semi-árido com o objetivo de trazer o desenvolvimento humano para a população da Paraíba!
Não aceitamos mais a indústria da seca e esse modelo de produção que desumaniza, alertando que as mulheres e crianças são os que mais sofrem com o desvio de recursos públicos que deveriam ser utilizados para a convivência com o semi-árido e que são historicamente empregados em benefício das oligarquias e atualmente também por empresas do agronegócio.
Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!
.tarcioteixeira.com

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