Cientistas alteraram amostras de Escherichia coli, tipo de
bactéria da qual há cepas que comumente se encontram no intestino, para
produzir um tipo de biodiesel mais eficaz do que os que existem hoje no
mercado. O trabalho foi feito por cientistas britânicos e publicada
nesta segunda-feira (22) pela “PNAS”, a revista da Academia Nacional de
Ciências dos EUA.
A Escherichia coli tem a propriedade natural de transformar
açúcares em um óleo que compõe sua membrana. No corpo humano, essa
característica faz com que ela se integre ao muco do intestino grosso e
seja uma bactéria importante da flora intestinal – salvo alguns casos em
que variações dela provocam diarreia.
A equipe de cientistas liderada por John Love, da Universidade de
Exeter, criou uma maneira de fazer com que as propriedades da bactéria
servissem na produção do diesel. Para isso, pegaram genes de outras
bactérias e reuniram na Escherichia coli, alterando algumas de suas características.
Em seguida, combinaram as substâncias que serviram como ingredientes
para que as bactérias produzissem o diesel. Elas consomem o alimento
preparado pelos cientistas e o resultado do processo é um óleo diesel
considerado ideal pelos cientistas.
O novo biodiesel é melhor do que as alternativas já disponíveis no
mercado porque tem uma estrutura química muito parecida com a do que é
feito de petróleo. Assim, não precisaria ser misturado ao diesel
tradicional – como ocorre com alguns tipos de biodiesel – e funcionaria
com os motores já existentes, sem nenhum tipo de adaptação.
Os autores ressaltaram que, no momento, o principal desafio para a
aplicação da tecnologia é a capacidade de produzir em escala comercial.
Nos próximos estudos, eles devem aperfeiçoar a técnica, de forma a
aumentar a produtividade de uma maneira que seja financeiramente viável.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário