As chuvas que atingiram João Pessoa desde a tarde de terça-feira (3)
deixaram pelo menos 1,2 mil pessoas desabrigadas, de acordo com a Defesa
Civil Municipal. Durante a madrugada de ontem (4), alguns bairros
ficaram inundados, ruas alagadas, postes caíram e deixaram comunidades
no escuro. A Defesa Civil recebeu pelo menos 30 chamadas (durante a
madrugada). Não há feridos.
O prefeito Luciano Cartaxo decretou nessa quarta-feira situação de
emergência por causa das fortes chuvas. Com o decreto, a prefeitura pode
pedir ajuda ao governo federal e convocar voluntários para reforçar as
ações de emergência. Os agentes da Defesa Civil e outras autoridades
estão autorizados a entrar em casas para prestar socorro ou determinar a
evacuação.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a
quantidade de chuva entre terça-feira e quarta-feira equivale ao dobro
da média esperada para todo o mês de setembro na capital paraibana. A
média de precipitação pluviométrica na região (em setembro) nos últimos
30 anos chega a 93,1 milímetros. De terça para quarta-feira, choveu 189
milímetros das 18h até as 9h da manhã.
O bairro São José é um dos mais afetados, já que as águas do Rio
Jaguaribe transbordaram, inundando as casas e deixando famílias
desabrigadas. Outras comunidades atingidas foram Saturnino de Brito, por
causa do deslizamento de uma barreira; São Rafael, Tito Silva e Padre
Hildon Bandeira, segundo a diretora de Organização Comunitária e
Participação Popular da Secretaria de Desenvolvimento Humano de João
Pessoa, Cely Andrade.
O ginásio da Escola Municipal Nazinha Barbosa, no bairro de Manaíra,
é o único abrigo na região e, no momento, 20 famílias do bairro São
José estão no local. A prefeitura forneceu colchões, cobertores e comida
para os desabrigados. Muitas pessoas já conseguiram voltar para casa
depois que o nível do rio caiu, conforme a diretora.
"É insuportável que qualquer cidade suporte um volume de água tão
intenso, principalmente ininterrupto como foi o caso de João Pessoa.
Isso é uma surpresa para nós, pois estamos nos aproximando de um período
de verão aqui no Nordeste", disse o coordenador da Defesa Civil de João
Pessoa, Francisco Noé Estrela. Apesar de todos os transtornos,
Francisco destaca que não houve nenhuma vítima até o momento.
Agência Brasil
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