Algumas partes da natureza e da sociedade estão mais vulneráveis do que
se esperava à mudança climática, segundo versão preliminar de um
relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que adota uma nova cor,
o roxo, para mostrar o agravamento do risco além do nível vermelho
usado até agora.
O texto diz que "sistemas ímpares e ameaçados", como os recifes de
corais, espécies vegetais e animais sob risco de extinção, comunidades
indígenas do Ártico, geleiras tropicais e pequenos Estados insulares,
parecem menos capazes de se adaptar ao aquecimento do que se acreditava
no relatório anterior, de 2007.
O esboço de 44 páginas do Sumário para Definidores de Políticas,
redigido pelo Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática
(IPCC), tem a data de março de 2013, e é parte de uma série de
relatórios do IPCC atualizando informações de 2007 para orientar os
governos nacionais.
A Reuters teve acesso a uma cópia do relatório, cuja versão final
deverá ser lançada em março de 2014, no Japão, após sofrer várias
alterações por especialistas. "Seria equivocado tirar conclusões a
partir dele", disse Jonathan Lynn, porta-voz do secretariado do IPCC.
Riscos extremos
Seja como for, o esboço feito pelos principais climatologistas do mundo adota o roxo em um dos seus cinco diagramas, o que resume os riscos para comunidades humanas e a sistemas naturais.
Esses diagramas são apelidados de "brasas", porque contém barras
verticais cujo topo fica mais vermelho, refletindo uma escala em que as
temperaturas médias do planeta sobem até 5 ºC.
O novo roxo substituirá o vermelho por volta dos 2º C de elevação da
temperatura em relação aos níveis atuais, indicando riscos extremos para
muitos sistemas naturais e humanos sob ameaça.
Os outros quatro diagramas que mostram as principais "razões para preocupação" continuarão terminando no vermelho.
O esboço diz que no geral não houve alterações significativas desde
2007 nos riscos nessas categorias -- riscos decorrentes de eventos
climáticos extremos, difusão dos danos no planeta, custo geral da
mudança climática e riscos de grandes mudanças, como um derretimento da
capa de gelo da Groenlândia.
Quase 200 governos nacionais já concordaram em adotar até o final de
2015 um acordo que se destina a limitar o aquecimento global a 2 ºC
acima dos níveis pré-industriais. Já houve um aumento de 0,8 ºC.
G1
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